UNIVERSIDADE SÃO FRANCISCO. Programa de Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas. Área de Insumos e Medicamentos

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1 UNIVERSIDADE SÃO FRANCISCO Programa de Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas Área de Insumos e Medicamentos Composição Centesimal e de Ácidos Graxos de Algumas Espécies de Peixes Marinhos e Verificação de sua Utilização na Obtenção de Óleos com Alto Teor de Ácidos Graxos Poliinsaturados Ômega 3 Maximiliano D Addio Noffs Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Estudos Pós-Graduados em Ciências Farmacêuticas da Universidade São Francisco Orientadora: Profa. Dra. Patrícia de Oliveira Carvalho Bragança Paulista - SP 2002

2 QU 90 N694c Noffs, Maximiliano D Addio Composição centesimal e de ácidos graxos de algumas espécies de peixes marinhos e verificação de sua utilização na obtenção de óleos... / Maximiliano D Addio Noffs.- Bragança Paulista: Universidade São Francisco, p. Dissertação (mestrado) Universidade São Francisco, Orientadora: Carvalho, Patrícia de Oliveira 1. Ácidos graxos poliinsaturados. 2. Peixes marinhos. 3. Óleo de peixe. 4. Ômega 3. I. Título. II. Carvalho, Patrícia de Oliveira. Ficha catalográfica elaborada pelas Bibliotecas do Setor de Processamento Técnico da Universidade São Francisco.

3 Universidade São Francisco Programa de estudos Pós-Graduados em Ciências Farmacêuticas Área de Insumos e Medicamentos Título da Dissertação: Composição centesimal e de ácidos graxos de algumas espécies de peixes marinhos e verificação de sua utilização na obtenção de óleos com alto teor de ácidos graxos poliinsaturados ômega 3 Aluno: Maximiliano D Addio Noffs Orientador: Profª Drª Patrícia de Oliveira Carvalho Aprovado por: Orientadora e Presidente da mesa Nome: Profª Drª Patrícia de Oliveira Carvalho Instituição: Universidade São Francisco Examinador Nome: Profª Drª Adriana Zerlotti Mercadante Instituição: Universidade Estadual de Campinas Examinador Nome: Profª Drª Deborah Helena Markowicz Bastos Instituição: Universidade São Francisco Suplente Nome: Profª Drª Ildenize Barbosa da Silva Cunha Instituição: Universidade São Francisco Suplente Nome: Prof. Dr. Edson Rodrigues Instituição: Universidade de Taubaté

4 Aqueles que passam por nós, não vão sós, não nos deixam sós. Deixam um pouco de si, levam um pouco de nós. Antoine de Saint-Exupéry

5 Dedicatória Aos meus pais Cláudio da Silva Noffs e Valentina Donaria D Addio Noffs pelo apoio e amor que recebo todos os dias e por ter direcionado meu caráter para a justiça, a igualdade e o trabalho, às minhas irmãs Valéria D Addio Noffs e Beatriz D Addio Noffs por todos os momentos que passamos e iremos passar juntos fazendo parte da minha vida e à minha futura esposa Andréa Soares de Souza por estar sempre ao meu lado me apoiando em todos os momentos e por todo seu amor dedicado a mim. Amo todos vocês! À minha orientadora e amiga Professora Doutora Patrícia de Oliveira Carvalho por acreditar em meu potencial e ter me motivado a concluir este trabalho com seus puxões de orelha e muita dedicação. Ao grande amigo Professor Doutor Edson Rodrigues pela oportunidade de trabalhar com peixes antárticos, estimulando meu trabalho com peixes marinhos que resultou nesta dissertação de mestrado.

6 Agradecimentos A Deus, razão da minha existência. Ao amigo, Farmacêutico e colega de república Rodrigo de Oliveira CAPEL Martins pela colaboração nas pescarias e incentivo para realização deste trabalho. Ao companheiro de república Dr. Thales Machado Pereira, pela grande amizade, colaboração e incentivo, principalmente nas pescarias e pelo uso de seu computador que foi imprescindível para a conclusão deste trabalho. Aos técnicos do laboratório de Pós-Graduação Fabiano Augusto Sallowicz, Denise Roberta Campos de Oliveira e Débora Cristina Alves, pela amizade e apoio que me proporcionaram as condições ideais para realização de todos os experimentos desta dissertação de mestrado. À Elsa Ito, secretária do Curso de Farmácia por todo apoio, pela grande amizade e carinho recebidos durante esses anos de convívio. Ao Leandro de Jesus Franco Bueno, pela ajuda com alguns reagentes, sempre disposto a colaborar. Ao Prof. Dr. Joaquim Gilberto de Oliveira pela amizade e auxílio com o cromatógrafo, também por suas sugestões na parte analítica. À Profª Drª Déborah Helena Markowicz Bastos por sua amizade, seu apoio, comentários e sugestões que permitiram o aperfeiçoamento do trabalho.

7 À Profª Drª Ildenize Barbosa da Silva Cunha pelas sugestões que me foram dadas como membro da banca de qualificação. À Profª Drª Adriana Zerlotti Mercadante por sua participação como membro da banca de argüição final e por suas sugestões que enriqueceram minha dissertação de mestrado. À Profª Silvia Elisa Acedo Menin pela amizade e colaboração durante meu estágio no Laboratório Industrial Farmacêutico da USF, permitindo que eu assistisse às minhas aulas do curso de mestrado nos horários que chocavam com os do estágio. À colega de laboratório Alexandra Christine Helena Frankland Sawaya pela correção do resumo em inglês. Ao pessoal do Departamento Gráfico da USF, Andréa Aparecida de Almeida, Renata Suthoff, Mara Xavier, Edson Rossi e Márcio de Oliveira Ferreira, por toda colaboração e edição deste trabalho. À Universidade São Francisco - USF e à Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo FAPESP que proporcionaram os meios para a realização deste trabalho. A todas as pessoas que de alguma forma colaboraram para a realização desta obra.

8 I ÍNDICE PÁG. ABREVIAÇÕES LISTA DE TABELAS LISTA DE FIGURAS RESUMO SUMMARY IV V VI VIII X 1. INTRODUÇÃO 1 2. OBJETIVOS Geral Específico 3 3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA Ácidos graxos poliinsaturados Nomenclatura de ácidos graxos Metabolismo Fontes Importância nutricional e médica Efeitos no metabolismo e função dos eicosanóides Efeitos sobre o padrão de lipídeos e lipoproteínas plasmáticas 19

9 II Outros efeitos Efeitos colaterais Ingestão e doses recomendadas Peixes marinhos Composição química Fitoplâncton e Zooplâncton Biologia de peixes marinhos Classificação sistemática de peixes MATERIAL E MÉTODOS Amostras de peixes Preparação da polpa de peixe Composição centesimal Determinação do teor de umidade Determinação do resíduo mineral fixo Determinação do teor de lipídeos totais Determinação do teor de proteína bruta Determinação da composição de ácidos graxos por cromatografia gasosa 4.5. Determinação das classes de lipídeos por cromatografia em coluna RESULTADOS E DISCUSSÃO 53

10 III 5.1. Composição centesimal dos peixes marinhos brasileiros Composição centesimal dos peixes marinhos antárticos Composição de ácidos graxos dos peixes brasileiros e antárticos Classes de lipídeos das espécies selecionadas Conteúdo de EPA e DHA das espécies estudadas Composição de ácidos graxos de cápsulas comerciais de óleo de peixe CONCLUSÕES REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 72

11 IV ABREVIAÇÕES AGE AGPI AGS Apo-B DHA EPA FDA GLA HDL LDL LHP LPL LT LBT4 Ácidos graxos essenciais. Ácidos graxos poliinsaturados. Ácidos graxos saturados. Apoproteína-B. Ácido docosahexaenóico. Ácido eicosapentaenóico. Food and Drug Administration. Ácido gama (γ) linolênico. Lipoproteínas de alta densidade. Lipoproteínas de baixa densidade. Lipase hepática de triacilglicerol. Lipase lipoprotéica. Leucotrieno Leucotrieno B4 LBT5 Leucotrieno B5 NADPH Enzima málica e desidrogenase-6-fosfato. PG Prostaglandina. PGE1 Prostaglandina E1. PGE2 Prostaglandina E2. PGE3 Prostaglandina E3. PGI Prostaglandina I. PGI2 Prostaglandina I2. PGI3 Prostaglandina I3. TX Tromboxano. TXA2 Tromboxano A2. TXA3 Tromboxano A3. VLDL Lipoproteínas de muito baixa densidade.

12 V LISTA DE TABELAS PÁG. Tabela 1: Sistema de abreviação de ácidos graxos 6 Tabela 2: Nomenclatura dos principais ácidos graxos encontrados na natureza 7 Tabela 3: Fontes de ácidos graxos pertencentes às famílias ω3 e ω6 12 Tabela 4: Propriedades fisiológicas dos principais eicosanóides 17 Tabela 5: Dados gerais referentes às espécies estudadas 37 Tabela 6: Composição centesimal dos peixes brasileiros 56 Tabela 7: Composição centesimal dos peixes antárticos 58 Tabela 8: Composição relativa de ácidos graxos de peixes da costa brasileira 60 Tabela 9: Composição relativa de ácidos graxos de peixes antárticos 63 Tabela 10: Classes de lipídeos dos peixes selecionados 65 Tabela 11: Conteúdo de EPA e DHA dos peixes estudados 68 Tabela 12: Composição em % relativa de ácidos graxos de quatro marcas comerciais de cápsulas de óleo de peixe 70

13 VI LISTA DE FIGURAS Figura 1: Estrutura química dos principais ácidos graxos insaturados das famílias ω9, ω6 e ω3 PÁG. 5 Figura 2: Metabolismo de ácidos graxos essenciais pertencentes às famílias ω3 e ω6 9 Figura 3: Formação dos eicosanóides a partir de ácidos graxos poliinsaturados 15 Figura 4: Classificação sistemática de peixes 35 Figura 5: Características das espécies brasileiras 38 Figura 6: Características das espécies antárticas 43 Figura 7: Seqüência de análises 45 Figura 8: Cromatograma de ésteres metílicos de ácidos graxos de lipídeos totais de Badejo-mira (Mycteroperca acutirostris) 94 Figura 9: Cromatograma de ésteres metílicos de ácidos graxos de lipídeos totais de Xerelete (Caranx crysus) 94 Figura 10: Cromatograma de ésteres metílicos de ácidos graxos de lipídeos totais de Sardinha-da-lage (Opisthonema oglinum) 95 Figura 11: Cromatograma de ésteres metílicos de ácidos graxos de lipídeos totais de Sardinha brasileira (Sardinella brasiliensis) 95 Figura 12: Cromatograma de ésteres metílicos de ácidos graxos de lipídeos totais de Peixe-espada (Trichiurus lepturus) 96

14 VII Figura 13 Cromatograma de ésteres metílicos de ácidos graxos de lipídeos totais de Peixe-porco (Aluterus monoceros) 96 Figura 14 Cromatograma de ésteres metílicos de ácidos graxos de lipídeos totais de Tainha (Mugil liza) 97 Figura 15 Cromatograma de ésteres metílicos de ácidos graxos de lipídeos totais de Serra (Sarda sarda) 97 Figura 16 Cromatograma de ésteres metílicos de ácidos graxos de lipídeos totais de Savelha (Brevoortia aurea) 98 Figura 17 Cromatograma de ésteres metílicos de ácidos graxos de lipídeos totais de Bonito-cachorro (Auxis thazard thazard) 98 Figura 18 Cromatograma de ésteres metílicos de ácidos graxos de lipídeos totais de Cavalinha (Scomber colias) 99 Figura 19 Cromatograma de ésteres metílicos de ácidos graxos de lipídeos totais de Xixarro (Trachurus trachurus) 99 Figura 20 Cromatograma de ésteres metílicos de ácidos graxos de lipídeos totais de Goete (Cynoscion jamaicensis) 100 Figura 21 Cromatograma de ésteres metílicos de ácidos graxos de lipídeos totais de Enchova (Pomatomus saltatrix) 100 Figura 22 Cromatograma de ésteres metílicos de ácidos graxos de lipídeos totais de Atum (Thunnus thynnus) 101 Figura 23 Cromatograma de ésteres metílicos de ácidos graxos de lipídeos totais de Rock perch (Notothenia neglecta) 102 Figura 24 Cromatograma de ésteres metílicos de ácidos graxos de lipídeos totais de Icefish (Chaenocephalus aceratus) 102

15 VIII RESUMO Os óleos de peixe são a maior reserva natural dos ácidos graxos poliinsaturados (AGPI), em especial os ácidos eicosapentaenóico (EPA) e docosahexaenóico (DHA), aos quais são atribuídos benefícios na prevenção e tratamento de certas doenças cardiovasculares. Esses efeitos estão associados ao seu papel na integridade das membranas biológicas, à sua capacidade de reduzir o teor de lípides séricos e à síntese de eicosanóides (prostaglandinas, prostaciclinas, leucotrienos e tromboxanos). As inúmeras pesquisas que atestam a eficiência terapêutica dos AGPI, aliado à crescente oferta no comércio brasileiro de produtos onde esses ácidos são incorporados, levaram os autores do presente trabalho a verificar a viabilidade de obtenção desse insumo a partir de peixes marinhos brasileiros. Foram determinados a composição centesimal e o perfil em ácidos graxos de quinze espécies de peixes brasileiros (Badejo-mira, Xerelete, Sardinha-da-lage, Sardinha brasileira, Peixe-espada, Serra, Peixe-porco, Tainha, Cavalinha, Savelha, Bonito-cachorro, Xixarro, Goete, Enchova e Atum) e de duas espécies de peixes antárticos (Rock perch e Icefish) para comparação, considerando que a literatura afirma que peixes de regiões mais frias apresentam teores mais elevados de AGPI do que aqueles de águas tropicais. Foi determinado também o teor de EPA e DHA sobre o total de ácidos graxos de quatro cápsulas comerciais (suplemento alimentar) à base de óleo de Sardinha, importados da Inglaterra e encapsulados no Brasil.

16 IX Os teores médios de umidade, cinzas e proteína bruta variaram entre as espécies de 70 a 80%, 0,7 a 1,6% e 14 e 23%, respectivamente, dentro das faixas normalmente reportadas para peixes marinhos. Tendo em vista a importância dos lipídeos como fornecedores de EPA e DHA, ênfase maior foi dada ao seu estudo. A Enchova (18,73%), o Xerelete (18,79%) e a Sardinha-da-lage (13,30%) apresentaram os maiores teores de lipídeos totais, enquanto o Peixe-espada (2,75%) e a Tainha (2,58%) os menores teores. As espécies de peixes antárticos Rock perch e Icefish apresentaram os maiores teores de EPA dentre as espécies estudadas (16,2 e 15,9%, respectivamente). Das espécies brasileiras, o Goete, a Savelha e o Serra apresentaram 12,8%, 11,5% e 11,2% de EPA, respectivamente. Os teores de DHA de maior destaque foram aqueles obtidos dos óleos de Atum, Bonito-cachorro e Peixe-porco, 36,3%, 33,2% e 30,4%, respectivamente. Levando-se em conta a somatória de EPA e DHA das espécies Bonitocachorro, Rock perch, Atum, Icefish e Peixe-porco (aproximadamente 40%), os níveis se mostraram superiores aos encontrados nas cápsulas comerciais. Os resultados dos níveis de AGPI obtidos pela maioria das espécies marinhas deste estudo, comparados com de outras regiões demonstram que peixes marinhos da costa brasileira constituem boas fontes de AGPI. Considerando o teor de lipídeos totais e a porcentagem relativa dos AGPI, seis espécies de peixes foram selecionadas (Xerelete, Savelha, Sardinha-da-lage, Enchova, Bonito-cachorro e Sardinha brasileira) como promissoras fontes para fornecimento de EPA e DHA, as quais fornecem 4,43, 3,14, 3,09, 2,93, 2,29 e 2,29g/100g de amostra, respectivamente.

17 X SUMMARY Fish oils are the largest natural reserve of polyunsaturated fatty acids (PUFA), especially eicosapentaenoic acid (EPA) and docosahexaenoic acid (DHA), to which benefits are attributed in the prevention and treatment of certain cardiovascular diseases. Those effects are associated to their role in the integrity of the biological membranes, to their capacity reducing the content of blood lipids and to the eicosanoid synthesis (prostaglandins, prostacyclins, leucotrienes and thromboxanes). The countless research papers that attest to the therapeutic efficiency of PUFA, alied to a growing offer in the Brazilian market of products where those acids are incorporated, brought the authors of the present work to take an interest in verifying the viability of abtaining this substance from Brazilian marine fish. The centesimal composition and the fatty acid profile in the fifteen species of Brazilian fish ( Badejo-mira, Xerelete, Sardinha-da-lage, Sardinha brasileira, Peixe-espada, Serra, Peixe-porco, Tainha, Cavalinha, Savelha, Bonito-cachorro, Xixarro, Goete, Enchova e Atum ) were determined and also of two species of Antactic fish (Rock perch and Icefish), for comparison, considering that the literature affirms that fish of colder areas present higher contents than those of tropical waters. The content of EPA and DHA in the total of fatty acids of four commercial capsules (dietary supplement) based on Sardine oil, imported from England and encapsulated in Brazil. The average contents of humidity, ashes and crude protein varied among the species by 70-80%, % and 14-23%, respectively, within the parameters usually reported for marine fish.

18 XI Keeping in view the importance of lipids as sources of EPA and DHA, larger emphasis was given to their study. The Enchova (18.7%), Xerelete (18.8%) and the Sardinha-da-lage (13.3%) presented the largest total lipid content. The Peixe-espada (2.7%) and Tainha (2.6%) the smallest total lipid content. The species Goete, Savelha and Serra presented the largest content of EPA (12.8%, 11.5% and 11.2%, respectively). The most outstanding DHA contents were the those obtained of the oils of Atum, Bonito-cachorro and Peixe-porco (36.3%, 33.2% and 30.4%, respectively). The sum of EPA and DHAof the species Bonito-cachorro, Rock perch, Atum, Icefish and Peixe-porco, was approximately 40%, levels very superior to those found in the commercial capsules. The results of the levels of PUFA obtained by most of the marine species of this study, compared with those of the other areas, demonstrate that marine fish of the Brazilian coast constitute good sources of PUFA. Six species were selected ( Xerelete, Savelha, Sardinha-da-lage, Enchova, Bonito-cachorro and Sardinha brasileira ) as promising sources of EPA and DHA, which supply 4.43, 3.14, 3.09, 2.93, 2.29 and 2.29g/100g of sample, respectively.

19 1 1. INTRODUÇÃO Durante a década de 70, observou-se pela primeira vez que esquimós da Groelândia e Japoneses comparados com outras populações, apresentavam uma baixa incidência de doenças cardíacas e artrite devido a uma dieta rica em óleo de peixe (BANG et al., 1971). A partir daí numerosos estudos clínicos e epidemiológicos têm firmemente confirmado os efeitos benéficos dos ácidos graxos poliinsaturados (AGPI), principais constituintes do óleo de peixe, em especial dos ácidos eicosapentaenóico (EPA) e docosahexaenóico (DHA) da família ômega 3 (ω3). Pesquisas recentes mostram que esses dois AGPI possuem um papel crucial na prevenção da aterosclerose, ataque cardíaco, depressão e câncer. Testes clínicos também mostraram eficácia da suplementação da dieta com cápsulas de óleo de peixe em algumas desordens incluindo artrite reumatóide, diabetes, colite ulcerativa e doença de Raynaud (LARSEN, 2000). Preparações comerciais em cápsulas contendo AGPI são facilmente disponíveis em vários países (ACKMAN, 1989) e também no Brasil, como por exemplo os produtos comerciais chamados PROEPA (Prodome), LIPCOR (Carlo Erba), EPA PLUS (Life-Plus) e outros. Segundo informação das indústrias farmacêuticas brasileiras fabricantes destas cápsulas, a matéria-prima usada, geralmente óleo de Sardinha, é importada da Inglaterra e apenas encapsulada em nosso país. A maioria das formulações garante que o produto contém 180mg de EPA e 120mg de DHA por grama de óleo. Nos últimos anos, grande parte das pesquisas tem buscado atender aos interesses das indústrias farmacêuticas na obtenção de fontes de baixo custo e com altos níveis de AGPI. Entretanto, poucas informações ainda

20 2 estão disponíveis sobre os níveis de EPA e DHA de uma grande variedade de peixes. Apesar do aumento considerável na oferta de peixes marinhos à população brasileira, muito pouco se conhece sobre suas propriedades químicas e nutricionais, conhecimento indispensável para uma melhor utilização ou aproveitamento de qualquer matéria-prima. Com o aumento da procura por alimentos e suplementos alimentares contendo AGPI ω3, e a inexistência de informações a respeito da composição centesimal e de ácidos graxos de espécies de peixes marinhos da costa brasileira, buscou-se estudar a viabilidade da obtenção deste insumo farmacêutico no país procurando diminuir seu custo, já que até o momento os óleos de peixe são em sua maioria importados do Reino Unido.

21 3 2. OBJETIVOS: 2.1. Geral Verificar a viabilidade da obtenção de óleos com alto teor de AGPI a partir de peixes marinhos brasileiros Específico 1. Quantificar os teores de umidade, cinzas e proteínas das espécies; 2. Quantificar o teor de lipídeos totais e sua composição de ácidos graxos; 3. Comparar a composição de ácidos graxos do óleo dos peixes da costa brasileira com a composição de duas espécies de peixes endêmicas do Continente Antártico e também do óleo de sardinha importado do Reino Unido, utilizado atualmente como matériaprima na fabricação de encapsulados comerciais.

22 4 3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 3.1. Ácidos graxos poliinsaturados (AGPI) Nomenclatura de ácidos graxos Os ácidos graxos possuem uma cadeia carbônica longa e um grupo carboxílico terminal. A presença de duplas ligações nesta cadeia permite separá-los em saturados, monoinsaturados e poliinsaturados (mais de uma dupla ligação), tendo suas cadeias carbônicas variando, em geral, de 4 a 20 átomos de carbono. Os ácidos graxos com 2 e 4 átomos de carbono são considerados ácidos graxos de cadeia curta ou voláteis; de C6 a C12, cadeia média e C14 a C26 de cadeia longa. São geralmente representados por símbolos numéricos, tais como: ácido palmítico (C16:0), ácido oléico (C18:1(9)), ácido linoléico (C18:2(9,12)), ácido linolênico (C18:3(9,12,15)) onde o número justaposto ao símbolo C indica o número de átomos de carbono e o segundo número a quantidade de duplas ligações. A posição da dupla ligação na cadeia carbônica é indicada entre parêntesis, pela identificação do átomo de carbono mais próximo da carboxila, implicado na respectiva insaturação. Os ácidos graxos também podem ser divididos em famílias ou séries dependendo da localização da última dupla ligação em relação ao seu grupamento metílico terminal: família ômega-9 (ω9) representada pelo ácido oléico (C18:1(9) ω9), família ômega-6 (ω6) representada pelo ácido linoléico (C18:2(9,12) ω6) e a família ômega-3 (ω3) representada pelo ácido α-linolênico (C18:3(9,12,15) ω3). A estrutura química destes ácidos está representada na Figura 1. Estes ácidos podem ser abreviados conforme ilustra a Tabela 1.

23 5 CH 3 (CH 2 ) 7 CH = CH (CH 2 ) 7 COOH Ácido oléico (ω9) CH 3 (CH 2 ) 4 CH = CH CH 2 CH = CH (CH 2 ) 7 COOH Ácido linoléico (ω6) CH 3 CH 2 CH = CH CH 2 CH = CH CH 2 CH = CH (CH 2 ) 7 COOH Ácido linolênico (ω3) Figura 1. Estrutura química dos principais ácidos graxos insaturados das famílias ômega-9 (ω9), ômega-6 (ω6) e ômega-3 (ω3).

24 6 Tabela 1 - Sistema de abreviação dos ácidos graxos Nome descritivo Sistema de abreviação Numérico n ω Ácido oléico 18:1(9) 18:1 9 18:1 n-9 18:1 ω9 Ácido linoléico 18:2(9,12) 18:2 9,12 18:2 n-6 18:2 ω6 Ácido linolênico 18:3(9,12,15) 18:3 9,12,15 18:3 n-3 18:3 ω3 Os nomes comuns e químicos e as propriedades estruturais dos ácidos graxos mais comumente encontrados na natureza são dados na Tabela 2.

25 7 Tabela 2 - Nomenclatura dos principais ácidos graxos encontrados na natureza Nome descritivo Nome sistemático Átomos de Ligações Posição Família carbono duplas Láurico Dodecanóico Mirístico Tetradecanóico Palmítico Hexadecanóico Palmitoléico Hexadecenóico ω7 Esteárico Octadecanóico Oléico Octadecenóico ω9 Linoléico Octadecadienóico ,12 ω6 Alfa-linolênico Octadecatrienóico ,12,15 ω3 Gama-linolênico Octadecatrienóico ,9,12 ω6 Homo gama-linolênico Eicosatrienóico ,11,14 ω6 Araquidônico Eicosatetraenóico ,8,11,14 ω6 EPA* Eicosapentaenóico ,8,11,14,17 ω3 DHA* Docosahexaenóico ,7,10,13,16,19 ω3 *O nome descritivo comumente usado é uma abreviação

26 Metabolismo O caráter essencial das duas séries de ácidos graxos poliinsaturados ω3 e ω6 foi primeiramente reportada por BURR & BURR (1929) como resultado da alimentação de ratos jovens com dieta livre de gordura. Os ratos apresentaram retardamento mental, dermatite escamativa, alterações no transporte de lipídeos pelo sangue e problemas reprodutivos. Hoje, sabese que estas duas famílias de ácidos graxos desempenham importantes efeitos metabólicos e nutricionais no organismo. Esses dois tipos de ácidos graxos são chamados essenciais porque não podem ser sintetizados no organismo humano, mas são sintetizados por plantas e devem ser fornecidos através da dieta. Quanto aos ácidos graxos pertencentes às outras séries de poliinsaturados ω7 e ω9, não são considerados essenciais, uma vez que podem ser sintetizados pelo organismo a partir de ácidos graxos saturados (KINSELLA, 1991). Após a ingestão, os ácidos graxos, uma vez absorvidos nas células e tecidos, podem ser dessaturados e alongados a AGPI de cadeia longa com 20 ou mais átomos de carbono entrando na constituição de lipídeos estruturais de membrana. Os processos de alongamento e dessaturação dos ácidos linoléico (18:2 ω6) e α-linolênico (18:3 ω3) ocorrem nos animais e vagarosamente nos homens originando diversos metabólitos como representado na Figura 2. Esses sistemas enzimáticos estão localizados na fração microssomal do retículo endoplasmático principalmente dos hepatócitos mas também em outros tecidos.

27 9 Família ω6 Família ω3 Linoléico (18:2) α-linolênico (18:3) 6 - dessaturase γ-linolênico (18:3) Octadecatetraenóico (18:4) alongase Dihomo-γ-linolênico (20:3) Eicosatetraenóico (20:4) 5 - dessaturase Araquidônico (20:4) Eicosapentaenóico (20:5) alongase Adrenico (22:4) Docosapentaenóico (22:5) 4 - dessaturase Docosapentaenóico (22:5) Docosahexaenóico (22:6) Figura 2 - Metabolismo de ácidos graxos essenciais pertencentes às famílias ômega-3 (ω3) e ômega-6 (ω6). A presença dos ácidos graxos das séries ω6 e ω3 no corpo humano em especial nos tecidos em desenvolvimento é dependente da quantidade e do tipo de lipídeo da dieta, da atividade das enzimas dessaturases responsáveis pela síntese dos metabólitos e ao próprio processo de oxidação e acilação dos ácidos 18:3 ω3 e 18:3 ω6 (MANKU et al., 1988). A obtenção destes importantes metabólitos parece ser fácil, pela simples ingestão dos ácidos linoléico e α-linolênico, uma vez que o próprio metabolismo do organismo se encarregaria das transformações restantes. Entretanto este processo tem como etapa crucial a enzima 6 dessaturase a qual, além de insuficiente em humanos pode ser inibida por fatores como o baixo consumo de proteínas, envelhecimento, diabete, álcool, problemas nutricionais como deficiência de piridoxina, zinco, magnésio, biotina e cálcio e também pelo colesterol (KINSELLA, 1991).

28 10 Assim, não é suficiente que se forneça ao organismo quantidades satisfatórias de ácido linoléico ou linolênico. A taxa de conversão destes ácidos indispensáveis em seus homólogos superiores é nesses casos mais importante que a taxa absoluta na alimentação. Nessas condições de ineficiência orgânica de dessaturases, é necessário que a alimentação forneça esses ácidos poliinsaturados derivados (KINSELLA, 1991). Além disto, os caminhos biossintéticos das famílias de AG ω3 e ω6 utilizam o mesmo sistema enzimático, ocorrendo uma competição por cada enzima envolvida (DYEBERG, 1986). Esta competição altera todo o metabolismo de produção dos eicosanóides, como prostaglandinas (PG), tromboxanos (TX) e leucotriênos (LT), os quais são provenientes dos ácidos graxos contendo 20 (vinte) átomos de carbono (FISCHER, 1989) Fontes Os AGPI da série ω6 e ω3 derivam de sementes, folhas e fitoplâncton (FISCHER, 1989). O ácido linoléico é encontrado em óleo de semente de vegetais como girassol, milho, soja e colza; e sua presença tem sido associada com cloroplastos. O ácido α-linolênico está presente principalmente no fitoplâncton e zooplâncton marinho (SCOTT et al., 1999), bem como em peixes, focas, baleias e outros seres marinhos. Uma vez que o fitoplâncton encontra-se na base da cadeia alimentar marinha, todas as outras formas de vida marinha podem ser enriquecidas com este ácido graxo e seus metabólitos. As fontes ricas em EPA e DHA são os peixes marinhos, em especial os óleos obtidos de arenque, anchova, Savelha, Atum e do fígado de bacalhau. Os ácidos graxos de cadeia longa (principalmente C20 e C22) geralmente perfazem 1/4 até 1/3 dos ácidos graxos totais, chegando em algumas espécies até 1/2 desse conteúdo. Os ácidos altamente insaturados (5 e 6

29 11 duplas ligações), como o EPA e DHA, chegam a representar 15-30% dos ácidos graxos totais (ACKMAN et al., 1988). A Tabela 4 mostra algumas das principais fontes de AGPI da série ω6 e ω3. A composição e o conteúdo dos ácidos graxos estão relacionados com fatores biológicos, tais como a espécie de peixe, idade, ciclo sexual, tipo de alimento e a localização geográfica (REICHWALD, 1976). Todas as espécies e subespécies de um mesmo gênero, por serem intimamente relacionadas, costumam compartilhar as mesmas características e propriedades comportamentais, bioquímicas, ecológicas e biológicas (SZPILMAN, 2000). A composição de triacilglicerol de óleos de peixes marinhos é muito complexa, devido ao grande número de ácidos graxos altamente insaturados de cadeia longa. Num estudo sobre a distribuição dos ácidos graxos nos triacilgliceróis, sugere-se que existe um ácido graxo poliinsaturado ocupando a posição 2 e freqüentemente um monoinsaturado (C16:1 ou 18:1) na posição 1, sendo que os ácidos graxos monoinsaturados de cadeia muito longa tendem a ocuparem a posição 3 (BROCKERHOFF et al., 1969; LITCHFIELD et al., 1978). As fontes microbianas visando a obtenção de óleos ricos em AGPI por processos fermentativos foram citadas por YONGMANITCHAI & WARD (1989). Dentre elas merece destaque a obtenção de ácido araquidônico e EPA por linhagens de Mortierella sp (SHIMIZU et al., 1988) e de ácido gamalinolênico por linhagens de Mucor sp (CARVALHO et al., 1999). Tem sido reportados na literatura em estudos com pacientes que possuem defeitos genéticos na função peroxisomal, um heptaeno com estrutura variando entre (38:7 n-3 e 40:7 n-3) e um heptaeno (28:7 n-6) encontrado em peixes, como arenque (PELT et al., 1999).

30 12 Tabela 4 Fontes de ácidos graxos pertencentes às famílias ω3 e ω6 Fonte Ácidos graxos poliinsaturados Linoléico Araquidônico α-linolênico EPA DHA AG saturados Predominante ω6 Óleo de Milho 57,0 -- 1, ,0 Óleo de Girassol 56,0 -- 0, ,0 Óleo de Amendoim 29,0 -- 1, ,0 Predominante ω3 Óleo de Linhaça 15, , ,0 Óleo de Fígado de 2,0 -- 1,0 12,0 12,0 19,0 Bacalhau Óleo de Arenque 2,0 1,0 1,0 13,0 8,0 32,0 Óleo de Cavala 2,0 2,0 1,0 10,0 16,0 35,0 Ambos ω6 e ω3 Óleo de Soja 51,0 -- 7, ,0 Óleo de Colza 22, , ,0 Baixo de ω6 e ω3 Manteiga 2,0 -- 1, ,0 Leite Materno 7,0 0,2 0,7 0,6 0,3 50,0 Banha de Porco 10,0 -- 1, ,0 Sebo 4,0 -- 0, ,0 Gema de Ovo 11,0 6,0 0, ,0 Azeite de Oliva 8,0 -- 0, ,0 Azeite de Dendê 9,0 -- 0, ,0 MINAZZI-RODRIGUES et al., 1991.

31 Importância nutricional e médica Inúmeras experiências têm comprovado os efeitos benéficos da ingestão dos óleos de peixe e dos AGPI da série ω3 na prevenção e tratamento de certas doenças cardiovasculares, reações inflamatórias e sobre a resposta imunológica do organismo humano (CALDER, 1998; CONNOR, 2000). Esses efeitos parecem estar associados ao seu papel na integridade das membranas biológicas, à sua capacidade de reduzir o teor de lípides séricos e à conversão aos eicosanóides, que apresentam uma ação direta sobre a fisiologia e o sistema vascular (MINAZZI-RODRIGUES & PENTEADO, 1991). Outros efeitos benéficos resultantes da ingestão de AGPI foram observados em certas doenças como câncer, diabetes e depressão (PEPPING, 1999). Os primeiros estudos epidemiológicos referentes aos efeitos dos ácidos graxos ω3 sobre a saúde começaram na década de 70, a partir dos estudos conduzidos em esquimós da Groelândia. Comparações realizadas em relação ao consumo de ácidos graxos marinhos entre essa população (7g/dia), com as populações ocidentais (0,06g/dia) indicaram a possível causa da baixa incidência de doenças cardiovasculares entre os esquimós (DYEBERG & BANG, 1979). Foi verificado que a incidência de doenças isquêmicas do coração entre os esquimós era aproximadamente 8% da observada entre os dinamarqueses (KROMANN & GREEN, 1980). O grupo de esquimós apresentava uma taxa elevada de ácidos graxos ω3, com uma diminuição acentuada dos ácidos graxos da família ω6 (DYEBERG et al., 1978). Foi verificado que estes indivíduos apresentavam além da baixa incidência de doenças cardiovasculares, um tempo de sangramento prolongado que pode ser explicado pelo abaixamento da agregabilidade plaquetária devido a formação alterada de prostanóides

32 14 (DYEBERG & JORGENSEN, 1982; BANG & DYEBERG, 1985). Estes indivíduos apresentaram um baixo índice de trombose, porém com fortes tendências a hemorragias (DYEBERG, 1978). Estas observações estimularam vários estudos clínicos e epidemiológicos usando peixe ou óleo de peixe, tanto em indivíduos sadios como portadores de alguma doença Efeitos no metabolismo e função dos eicosanóides Uma importante função metabólica dos AGPI é mediada por sua bioconversão aos chamados eicosanóides. O termo eicosanóides refere-se a metabólitos cíclicos oxigenados derivados de AGPI de 20 átomos de carbono como o ácido dihomogamalinolênico, ácido araquidônico e EPA. Pertencem a esta família os prostanóides representados pelas prostaglandinas (PG), leucotriênos (LT), tromboxanos (TX), prostaciclinas (PGI), hidroxi e hidro-peroxi-ácidos graxos. Os produtos que contém estruturas em anel (PG, PGI e TX) resultam da ação inicial da cicloxigenase, ao passo que os derivados hidroxilados dos ácidos graxos de cadeia longa (LT) resultam da ação de diversas lipoxigenases. A Figura 3 mostra simplificadamente a seqüência de etapas principais na formação destes compostos a partir dos AGPI. O grau de insaturação dos AGPI define as séries 1, 2 e 3 dos prostanóides, segundo o número de ligações duplas presentes. O ácido dihomogamalinolênico (trienóico) é precursor da prostaglandina E1 (PGE1), o ácido araquidônico (tetraenóico) é precursor de tromboxano A2 (TXA2), prostaciclina I2 (PGI2) e prostaglandina da série 2 (PGE2) enquanto o ácido eicosapentaenóico (pentaenóico) que é precursor de tromboxano A3 (TXA3), prostaciclina I3 (PGI3) e prostaglandina da série 3 (PGE3). Os ácidos tri, tetra e pentaenóicos também são responsáveis pela produção de leucotriênos das

33 15 6 dessaturase Ácido Linoléico (18:2 n-6) Ácido α-linolênico (18:3 n-3) 6 dessaturase Ácido γ-linolênico (18:3 n-6) alongase Fosfolipídeos Ácido Octadecatetraenóico (18:4 n-3) alongase Ácido dihomo γ-linolênico (20:3 n-6) 5 dessaturase Fosfolipase A 2 Ácido Eicosatetraenóico (20:4 n-3) 5 dessaturase Ácido Aracdônico (20:4 n-6) Ácido Eicosapentaenóico (20:5 n-3) Ciclooxigenase Lipoxigenases Ciclooxigenase Lipoxigenases alongase sintase (endotélio) Prostaciclina I 2 Endoperóxidos Prastaglandina D 2 Prostaglandina E 2 Prostaglandina F 2 sintase (plaquetas) Tromboxano A 2 Tromboxano B 2 Leucotrieno A 4 Leucotrieno B 4 Leucotrieno C 4 Leucotrieno D 4 Leucotrieno E 4 Ácido 5- Hidroperoxieicosatetraenóico Hidroxieicosatetraenóico Ácido 15- Hidroperoxieicosatetraenóico Hidroxieicosatetraenóico Ácido 12- Hidroperoxieicosatetraenóico Hidroxieicosatetraenóico Prostaciclina I 3 Tromboxano A 3 Tromboxano B 3 Prastaglandina D 3 Prostaglandina E 3 Prostaglandina F 3 Figura 3: Formação dos eicosanóides a partir de ácidos graxos poliinsaturados dessaturase Ácido Docosahexaenóico (22:6 n-3) Leucotrieno A 5 Leucotrieno B 5 Leucotrieno C 5 Leucotrieno D 5 Leucotrieno E 5 Ácido 5- Hidroxieicosapentaenóico

34 16 séries 3, 4 e 5, respectivamente, substâncias com estrutura química conjugada de trienos, descobertas primeiramente em leucócitos. A formação dos prostanóides depende do tipo de célula que os produz, assim como de outros fatores como disponibilidade dos AGPI de 20 átomos de carbono proveniente da dieta ou dos fosfolipídeos como o ácido araquidônico (SEYBERTH et al., 1975), fatores genéticos ou agentes capazes de reduzir a atividade das enzimas delta-6 dessaturases envolvidas na biossíntese dos AGPI (KINSELLA, 1991). Além disto, os caminhos biossintéticos das famílias de AG ω3 e ω6 utilizam o mesmo sistema enzimático, ocorrendo uma competição por cada enzima envolvida (DYEBERG, 1986). As alterações em processos inflamatórios e alérgicos (asma, rinite, eczema, psoríase, artrite reumatóide e gota) relatados quando da administração de AGPI parecem ser resultado da inibição da formação dos compostos mediadores da inflamação (MASUEV, 1997). Resultados de tratamentos clínicos de psoríase realizados nos EUA e África do Sul indicam que, em alguns casos, o efeito com o tratamento à base de óleo de peixe tem se mostrado superior a outros tratamentos convencionais (BARLOW, 1987). Resultados favoráveis também foram obtidos em pacientes com artrite reumatóide após tratamento com óleo marinho quando comparado ao óleo vegetal (NAVARRO et al., 2000; LARSEN, 2000). As prostaglandinas são liberadas por uma série de estímulos nocivos mecânicos, térmicos, químicos, bacterianos e outros, contribuindo de modo importante para a gênese dos sinais e sintomas da inflamação. Suas propriedades fisiológicas são múltiplas. As PGE2 e PGI2, originárias do ácido araquidônico, exacerbam a formação do edema e a infiltração leucocitária por aumentarem o fluxo sangüíneo na região inflamada. Além

35 17 disso estas substâncias potencializam a atividade das bradicininas e outras aminas vasodilatadoras. Os leucotriênos (LTB4) por sua vez, exercem ações quimiostáticas em relação aos leucócitos polimorfonucleares podendo promover a exudação do plasma por aumento da permeabilidade vascular (HORROBIN, 1992). A prostaglandina G2, prostaglandina H2 e tromboxano A2, produzidos a partir do ácido araquidônico nas plaquetas estimuladas constituem potentes vasoconstritores e agregadores de plaquetas, porém os correspondentes endoperóxidos derivados do EPA, prostaglandina G3, H3 e tromboxano A3 são menos ativos biologicamente (LEAF & WEBER, 1988). A Tabela 3 apresenta as propriedades fisiológicas dos principais eicosanóides derivados do ácido araquidônico e EPA. Tabela 3 Propriedades fisiológicas dos principais eicosanóides. Plaquetas Células endoteliais Ácido Araquidônico (20:4 n-6) TXA2 pró agregatório vasoconstrictora PGI 2 antiagregatório vasodilatadora Ácido Eicosapentaenóico (20:5 n-3) TXA3 não pró agregatório não vasoconstrictora PGI 3 antiagregatório vasodilatadora Granulócitos LTB 4 LTB5 Macrófagos fortemente fracamente Monócitos quimiotáxico quimiotáxico

36 18 A suplementação de óleos de peixe na dieta parece influenciar a relação íntima no metabolismo de eicosanóides. Quando AGPI ω3 são incluídos na dieta, o EPA inibe a síntese do ácido araquidônico por utilizar o mesmo sistema enzimático, inibindo assim a produção de TXA2 pelas plaquetas e resultando na produção de uma pequena quantidade da inativa TXA3. Por sua vez, a síntese de PGI2 nas células endoteliais não é marcadamente inibida, e a atividade de outra PGI3 de ação vasodilatadora originada do EPA é adicionada à PGI2. Isto resulta numa mudança no balanço hemostático o que causa um maior estágio vasodilatador com menor agregação de plaquetas (BORDET et al., 1986). Há também inibição da produção dos potentes leucotriênos B4 (LTB4) originados do ácido araquidônico, diminuindo a resposta inflamatória da aterosclerose (KLOR et al., 1997). Os leucotriênos B5 (LTB5) tem sido citados como agentes benéficos a saúde humana em alguns tipos de reações inflamatórias como a dermatite atópica e artrite reumatóide. O mecanismo parece envolver a substituição do LTB4, que é um dos agentes inflamatórios e quimiostático mais potentes, pelo LTB5 originado do EPA que é menos ativo. Isto então explicaria uma menor reação inflamatória observada com o acréscimo de AGPI ω3 na dieta (KREMER et al., 1987). Com relação à pressão e a coagulação sangüínea, tem sido sugerido que a administração de óleos de peixe promove uma diminuição da pressão sangüínea e um aumento no tempo de coagulação do sangue. Estes fatores são devidos aos metabólitos do EPA, que tem como principal função uma maior vasodilatação e anti-agregação plaquetária. De acordo com HAMBERG (1980), o EPA atua como inibidor plaquetário, competindo com o ácido araquidônico pela cicloxigenase

37 19 plaquetária. A agregação plaquetária é o resultado da alta taxa de tromboxano A2 (TXA2), que é um metabólito do ácido araquidônico produzido pelas plaquetas. Quando o EPA é adicionado na dieta, ocorre uma diminuição da produção de TXA2 e um acréscimo da produção de TXA3, a qual tem um poder de agregação e vasoconstrição inferior ao TXA2. Nas células endoteliais, a produção de prostaglandinas I2 (PGI2) não é marcadamente inibida, e a atividade fisiológica da nova prostaglandina I3 (PGI3) sintetizada a partir do EPA, é somada a PGI2. O resultado final, é uma mudança no balanço homeostático para uma maior vasodilatação e uma menor agregação plaquetária (NORDOY, 1989) Efeitos sobre o padrão de lipídeos e lipoproteínas plasmáticas Desde 1956, sugere-se que o óleo de peixe pode reduzir níveis altos de colesterol no sangue (BRONTE-STEWART et al., 1956). O óleo de peixe, mostrou atuar mais eficientemente na redução do colesterol, do que os óleos de milho e girassol, ricos em AGPI ω6 (KEYS et al., 1957). A ingestão diária de DHA mostrou ser cerca de 6 a 7 vezes mais eficiente do que o ácido linoléico e, 1,4 vezes mais eficaz que o ácido araquidônico (WORNE & SMITH, 1959). É conhecido que a quantidade de colesterol na dieta tem pouca influência na sua concentração plasmática, devido a limitada quantidade de colesterol absorvido e ao mecanismo de controle de síntese deste composto. Os fatores da dieta de maior influência na concentração plasmática de colesterol são as gorduras saturadas, que são capazes de aumentar até 20 vezes o nível de colesterol, enquanto que as gorduras insaturadas são potentes em diminuí-lo. Uma relação de ácido graxo poliinsaturado para ácido graxo saturado (AGPI/AGS) de 0,5 é capaz de estabilizar o colesterol

38 sangüíneo. Uma maior relação diminuiria e uma menor seria capaz de aumentar o nível plasmático de colesterol (GURR, 1984). 20 As diferenças existentes entre os ácidos graxos ω3 e ω6, em relação ao metabolismo de lipídeos, ainda não foram bem estabelecidas. Os estudos realizados têm demonstrado que os AGPI ω3 parecem atuar principalmente na diminuição dos níveis de triacilglicerol plasmáticos, enquanto os AGPI ω6 diminuem a concentração de LDL-colesterol. Outros fatores, como fibras na dieta, antioxidantes, sais minerais e vitaminas também afetam os níveis plasmáticos de lipídeos (KRIS-ETHERTON et al., 1988). É estabelecido que a ingestão de óleo de peixe diminui a concentração de triacilglicerol do plasma em indivíduos normais e hipertrigliceridêmicos (SANDERS et al., 1985). O consumo elevado de óleo de peixe (90-120g/dia) demonstrou reduzir também as concentrações de LDL-colesterol e LDL apoproteína B (apo B). Contudo, o efeito redutor de triacilglicerol plasmático é manifestado mesmo em baixas ingestões de óleo de peixe, na faixa de 10-15g/dia (SIMONS et al., 1985). Os efeitos hipotrigliceridêmicos dos ácidos graxos ω3 de cadeia longa têm sido estudados no homem (HARRIS, 1989 e RAMBJOR et al., 1996), em diferentes espécies de animais (DREVON, 1992) e em culturas de células (RUSTAN et al., 1988). De acordo com SANDERS et al. (1985) os AGPI ω3 de cadeia longa atuam inibindo a síntese hepática de triacilglicerol e reduzindo a síntese de apoproteína B nas VLDL. Esse efeito foi atribuído ao fato destes ácidos serem substratos pobres para as enzimas que sintetizam triacilglicerol. O mecanismo de inibição da secreção de triacilglicerol pelos AGPI ω3 de cadeia longa ocorre, provavelmente, através da redução da via de síntese do triacilglicerol. Foi demonstrado que o EPA pode causar diminuição da

39 21 síntese do triacilglicerol hepático, através da redução da atividade das principais enzimas responsáveis pela síntese de NADPH (enzima málica e desidrogenase 6-fosfato) (NOSSEN et al., 1986). De acordo com HARRIS et al. (1988), a redução na concentração de triacilgliceróis do plasma pode ser atribuída à queda da secreção de lipoproteínas ricas em triacilgliceróis provenientes do fígado (VLDL) ou do intestino delgado (VLDL e Quilomícrons), aumento da taxa de suas remoções, ou uma combinação desses fatores. Alguns dos mecanismos propostos pelos quais isto pode ocorrer se devem a atividade aumentada das enzimas responsáveis pela hidrólise de triacilglicerol, lipase lipoprotéica (LPL) e a lipase hepática de triacilglicerol (LHP) e facilidade de interação entre os quilomícrons e essas enzimas devido a diminuição da concentração de VLDL. Mudanças na composição de ácidos graxos das membranas celulares podem afetar a atividade das enzimas ligadas à membrana. Tal efeito poderia alterar a atividade das enzimas lipolíticas (DREVON, 1992). De acordo com observações clínicas e laboratoriais, dietas contendo gorduras saturadas resultam uma maior lipemia que dietas contendo AGPI. A diminuição da concentração de triacilglicerol no plasma ocorre devido a diminuição do nível de Quilomícrons e VLDL circulantes. AGPI de cadeia longa podem resultar quilomícrons maiores que são metabolizados mais rapidamente que os menores devido ao aumento da susceptibilidade pela lipase lipoproteica (NORUM, 1992). Outros mecanismos, tais como redução de ácidos graxos livres no plasma devido à reduzida lipólise de triacilglicerol nos tecidos adiposos (SINGER et al., 1990) ou aumento da oxidação de ácidos graxos no fígado

40 (LOTTENBERG, 1992) foram propostos para elucidar a diminuição de VLDL frente a dietas ricas em AGPI de cadeia longa. 22 Existem muitos dados disponíveis sobre o abaixamento dos níveis de colesterol em humanos e em animais experimentais decorrentes da ação de AGPI ω6 e ω3 de cadeia longa. As diferenças metabólicas existentes entre os ácidos graxos ω3 e ω6, em relação às suas capacidades redutoras de colesterol, ainda não são bem estabelecidas. Em vários estudos os níveis de lipoproteínas LDL e VLDL foram reduzidos após a ingestão de dieta rica destes AGPI, o que pode ser explicado pelo aumento da remoção ou pela diminuição destas lipoproteínas (NESTEL, 1987; NORUM, 1992). Os efeitos do óleo de peixe podem ser explicados pela inibição da formação de triacilgliceróis (HARRIS et al., 1988), apolipoproteína B VLDL (NESTEL et al., 1984) e de LDL (ILLINGWORTH et al., 1984). Os ácidos graxos ω6 parecem atuar por mecanismos bem parecidos em relação a atuação nas lipoproteínas. Um acréscimo da remoção de VLDL através de tecido periféricos ou pelo fígado e um acréscimo na excreção de bile pelas fezes também tem sido relatados (KRIS-ETHERTON et al., 1988). Em vários estudos, os níveis de HDL (lipoproteína de densidade alta) plasmáticos foram aumentados após a ingestão de dietas ricas em óleos de peixe (DREVON, 1992). Freqüentemente, o aumento da concentração de HDL ocorre simultaneamente com a queda de concentração de LDL e VLDL. Este aumento da concentração de HDL, lipoproteína responsável pelo transporte do colesterol de tecidos periféricos para o fígado onde sofrerá degradação ou biotransformação, pode ser explicado pela redução na concentração de ácidos graxos livres presentes no plasma (SINGER et al., 1990), e em conseqüência uma redução no fluxo de ésteres de colesterol da HDL para LDL e VLDL (ABBEY et al., 1990).

41 23 De acordo com NORUM (1992) os níveis de colesterol são diminuídos através do aumento do catabolismo das LDL e o efeito das gorduras saturadas em aumentar o colesterol plasmático ocorre devido ao aumento da concentração de LDL. O mecanismo proposto parece envolver a atividade de receptores de LDL. Gorduras insaturadas aumentam a atividade de receptores de LDL, enquanto as gorduras saturadas diminuem ou suprimem a atividade prejudicando a remoção de LDL. Receptores de LDL com atividade aumentada são capazes de internalizar para as células maiores quantidades de LDL, reduzindo sua concentração plasmática e consequentemente a síntese de colesterol. Os diversos efeitos dos AGPI ω3 e ω6 no metabolismo de lipoproteínas, síntese de eicosanóides e funcionamento das plaquetas e das paredes dos vasos, os fazem de especial interesse em relação à prevenção do desenvolvimento de aterosclerose e de complicações tromboembólicas. A aterosclerose é uma doença multifatorial de evolução lenta e longa que se inicia pela formação nas artérias de um ateroma. Em geral, a ativação de plaquetas, monócitos e outras células brancas do sangue que se aglomeram nos sítios de injúrias endoteliais estimuladas por fatores quimioatraentes são os eventos característicos do início da formação do ateroma. O trombo formado é capaz de captar lipídeos circulantes por meio de receptores coletores, resultando o acúmulo de colesterol (LEAF & WEBER, 1988). Um dos fatores responsáveis pela prevenção da aterosclerose é a alteração no metabolismo das lipoproteínas, como discutido anteriormente. Os ácidos graxos saturados, quando ingeridos em excesso, tendem a impedir a remoção de LDL. Por sua vez, os AGPI facilitam a remoção de LDL -colesterol tida como subfração aterogênica, que é capaz de se

42 depositar na camada íntima das artérias, responsável pela formação do ateroma (NESTEL, 1987). 24 A diminuição de LDL-colesterol e suas frações e o aumento da concentração de HDL quando são administradas dietas ricas em gorduras insaturadas apresentam benefícios aos indivíduos propensos ao desenvolvimento de doenças cardiovasculares (KRIS-ETHERTON et al., 1988). Observações epidemiológicas sugeriram que a incidência de mortes devido a ocorrência de doenças isquêmicas do coração é inversamente correlacionada ao consumo de peixe (KROMHOUT, 1989). A trombose ocorre geralmente na presença de aterosclerose e a tonificação vascular pode contribuir com o processo de oclusão trombótica vascular. Embora ainda não tenha sido provado que os AGPI influenciam favoravelmente a evolução de doenças cardiovasculares independentemente da redução do consumo de gorduras saturadas, são promissores os seus efeitos sobre a pressão sangüínea no homem (KNAPP & FITZGERALD, 1988) e nas respostas proliferativas vasculares em modelos animais (FITZGERALD et al., 1983). A ação antiarrítmica atribuída aos óleos de peixes ocorre devido à incorporação dos AGPI na estrutura da membrana do miocárdio com conseqüente alteração do estímulo e dos canais de cálcio (NAIR et al., 1997). Estes efeitos em células cardíacas mostraram prevenir ou retardar a isquemia induzida em ratos após administração de AGPI ω3 (KANG & LEAF, 1996). MARCHIOLI et al. (1999) relataram os efeitos clínicos favoráveis após suplementação da dieta com óleo de peixe em pacientes que sofreram infarto de miocárdio.

43 Outros efeitos As investigações mais recentes têm concluído que os AGPI ω3, em especial o DHA, desempenha um papel essencial no desenvolvimento cerebral e visual de crianças. É particularmente importante assegurar suficiente quantidade deste ácido para gestantes, lactentes e crianças, em especial as prematuras (INNIS, 2000). Estudos enfatizam que os AGPI da série ω3 afetam também as funções imunológicas. Estes ácidos apresentam efeito supressor, inibindo a proliferação de linfócitos, a produção de anticorpos, a produção de citocinas pró-inflamatórias e a expressão de moléculas de adesão (CALDER et al., 1998; DE PABLO et al., 2000). Alguns dos efeitos dos AGPI sobre os sistemas imune e inflamatório são independentes da geração de eicosanóides e podem ser devidos, em parte, a alteração no metabolismo de glicose e glutamina (CURI et al., 1999). Embora os mecanismos pelos quais os AGPI afetam a resposta imunológica não sejam completamente conhecidos, existem hoje várias teorias demonstrando que esses ácidos graxos podem regular a resposta imunológica através de alterações estruturais e bioquímicas. As alterações estruturais estão relacionadas à ação ao nível de membrana celular, as quais podem afetar sua fluidez e permeabilidade, e assim o transporte de íons, água e outros nutrientes essenciais. Estas alterações de membrana influenciarão diretamente a função dos receptores presentes envolvidos nos processos de iniciação da resposta imunológica, afetando assim os mecanismos de transdução dos sinais hormonais (OTA et al., 1979; WOOD, 1990). As alterações bioquímicas dizem respeito às modificações na síntese de eicosanóides. Embora estas substâncias possam ser sintetizadas por várias células do sistema imunológico (esplenócitos, timócitos, linfócitos,

44 26 leucócitos), os macrófagos são as principais fontes de prostaglandinas, enquanto os linfócitos geram quantidades limitadas. As prostaglandinas, especialmente as PGE2, inibem vários aspectos da resposta imunológica, incluindo a proliferação dos linfócitos, secreção de linfocinas, síntese de colagenase pelos macrófagos e atividade tumoricida de macrófagos ativados (MARSHALL & JOHNSTON, 1983; WEBB et al., 1980). Os ácidos graxos apresentam uma participação relevante nos processos de carcinogênese de diversos órgãos e tecidos, como o de cólon, fígado, endométrio, próstata, mamário e outros. Um alto consumo de AGPI tem sido associado com a diminuição da incidência, crescimento e dispersão de diversos tumores experimentais (BAGGA et al., 1997). Além dos fatores nutricionais envolvidos no desenvolvimento da carcinogênese humana, os fatores ambientais tais como fumo, álcool, higiene, stress, drogas, clima e poluição também devem ser levados em consideração (HILLS, 1981). NORDOY (1989) relata testes de atividades antitumorais dos AGPI ω3 e ω6 avaliados em ratos como por exemplo: tumor mamário, pancreático e outras desordens neoplásticas. Nesses estudos, segundo o autor, grandes quantidades de óleo de peixe tem sido necessárias para suprimir a oncogênese. As investigações têm concluído que os AGPI ω3 e ω6 atuam de forma diferente no processo de carcinogênese. O aumento na ingestão de AGPI ω3 é capaz de causar uma paralisação ou redução no desenvolvimento do tumor cancerígeno, enquanto a administração de quantidades equivalentes de AGPI ω6 podem resultar no aumento do desenvolvimento do tumor (CAVE, 1996; HARVEI et al., 1997; WHITEHOUSE, et al., 2001). Estudos epidemiológicos tem relacionado o consumo de peixe com a baixa incidência de depressão em alguns países como Japão, Taiwan e

45 27 Coréia (HIBBELN, 1998). Níveis baixos de DHA nos tecidos neurais estão relacionados com níveis baixos de serotoninas cerebrais e ácido hidroxindolacético, as quais estão diretamente relacionadas a tendência a depressão, suicídio e violência Efeitos colaterais A contestação dos efeitos benéficos dos AGPI foram relatados por alguns autores. Dentre as razões atribuídas para explicar a falta de reprodutibilidade desses dados, destacam-se os seguintes: a possibilidade de que os efeitos benéficos em doenças cardiovasculares poderia ser uma variação de um outro fator presente na dieta como a redução de gorduras saturadas, a pobre relação entre as taxas de mortes devido a problemas coronarianos e o consumo de peixe num estudo realizado em sete países (KROMHOUT et al., 1989) e a possibilidade de peroxidação dos AGPI (STEINBERG et al., 1989). Deve-se levar em consideração que o alto nível de poliinsaturação destes ácidos graxos torna-os mais susceptíveis aos processos oxidativos com conseqüente formação de compostos indesejáveis como os radicais livres, peróxidos, hidroperóxidos e outros produtos secundários e terciários da oxidação. STEINBERG et al. (1989) relataram que a peroxidação das LDL pode causar significativas alterações das propriedades físicas e biológicas das LDL no homem. Estas alterações poderiam provocar acúmulo de colesterol nas paredes dos vasos arteriais e conseqüente aumento da aterogenicidade. Considerando também que o consumo destes ácidos por um lado seja desejável, por outro pode levar a um aumento do tempo de coagulação com evental facilidade para sangramento superficial. Esse efeito foi verificado

46 nos Esquimós, onde a taxa de mortalidade por derrame era alta (DYEBERG, 1978) Ingestão e doses recomendadas Não há ainda recomendações específicas de doses para a suplementação com AGPI uma vez que são muitas variáveis que interferem no níveis de AGPI no corpo humano. Recomendações nutricionais indicam que a dieta em lipídeos deve conter AGPI ω6 e ω3 numa provável proporção ótima de 4:1 a 10:1. Assim, se o ácido linoléico representar 6 a 8% da ingestão calórica da dieta usual, será prudente consumir 1% dessas calorias em ω3 (GURR, 1984). É particularmente importante assegurar suficiente quantidade de AGPI ω3 para gestantes, idosos, lactantes e crianças, em especial para prematuras (CARLSON, 1995). Muitos pesquisadores têm recomendado o consumo de AGPI como suplementação dietética com finalidade profilática. Outros autores, tendo em vista os benefícios clínicos documentados do consumo de AGPI nas doenças cardiovasculares e nos processos inflamatórios, realizaram seus estudos envolvendo doses de até 30g de óleo de peixe concentrado por dia, altas o suficiente para determinar resposta farmacológica. Alguns casos de indivíduos com risco aumentado de doença coronária, aterosclerose ou condições inflamatórias podem requerer doses farmacológicas. Uma ingestão de 2,5 a 5g de AGPI (EPA + DHA) de cadeia longa com 20 ou mais átomos de carbono da família ω3 parece ser uma recomendação razoável baseado nas informações disponíveis. Para isto seria requerido a ingestão de g de alimento marinho (DREVON, 1992). As doses mais usadas situam-se entre 1 e 2g de EPA/dia, o que traduz em 10-20g de óleo de peixe/dia para as complicações cardiovasculares (PIGOTT & TUCKER, 1987). Já o efeito antiinflamatório mediado por alterações na série de

47 29 leucotriênos produzidos nos leucócitos, requer ao menos 3g de EPA/dia. Deve-se levar em consideração que uma dosagem ótima pode variar com os hábitos alimentares. A quantidade de peixe consumida no estudo realizado por KROMHOUT (1985), fornecia menos de 1g de AGPI ω3 por semana (cerca de 30g de peixe ao dia), por um período de vários anos (20 anos), mesmo assim foi observada menor incidência de problemas cardíacos. Preparações comerciais em cápsulas contendo AGPI ω3 preparados com óleo de Sardinha ou fígado de bacalhau são disponíveis no Brasil, com os nomes de PROEPA (Prodome), LIPCOR (Carlo Erba), EPA PLUS (Life- Plus) entre outros. Segundo a Portaria n 19/95 ANVISA/MS estas preparações são classificadas como Complemento Nutricional, considerado como produto com a finalidade de complementar a dieta cotidiana de uma pessoa saudável, que deseje compensar um possível déficit de nutrientes, a fim de alcançar os valores da Dose Diária Recomendada. Embora muitas pesquisas clínicas envolvendo AGPI tem demonstrado efeitos terapêuticos consideráveis, a referida Portaria proíbe o uso de qualquer expressão de natureza medicamentosa. A interferência do FDA foi no sentido de que, para ser aprovado como medicamento, o óleo de peixe necessitaria de um número maior de estudos. Podemos constatar que no Brasil ainda são necessários estudos mais aprofundados com relação a importância nutricional e principalmente médica dos AGPI, de modo a regulamentar a comercialização destas substâncias.

48 Peixes marinhos Composição química Os peixes representam uma fonte rica de diversos componentes com significativo valor nutricional. Seu maior componente é a água, cuja proporção, na parte comestível pode variar de 64 a 90%. As proteínas de peixes, que apresentam níveis que variam de 8 a 23%, são de alta digestibilidade devido ao menor teor de tecido conectivo comparado à outras carnes e são fontes ricas em metionina, lisina e outros aminoácidos essenciais (KINSELLA, 1988). O conteúdo de gordura encontrado em diferentes espécies de peixes sofrem variações significativas de 0,5 à 25% (HART & FISHER, 1971). Os peixes contendo teor médio de gordura (bacalhau) apresentam conteúdo de 5 a 10% de lipídeos encontrados principalmente no fígado, e os peixes com elevado teor de gordura, geralmente pigmentados, podem apresentar teores acima de 20% de lipídeos. (PIGOTT & TUCKER, 1987). É característico dos óleos de peixe apresentar grande variedade de ácidos graxos e, em especial ácidos graxos de cadeia longa com 20 a 22 átomos de carbono, altamente insaturados (5 a 6 duplas ligações). Estes ácidos graxos característicos de peixes marinhos têm origem no fitoplâncton unicelular e algas que fazem parte da sua cadeia alimentar (ACKMAN, 1967). Como fontes de AGPI ω3, destacam-se os óleos de armazenamento no músculo de peixes de águas frias, com elevado teor de gordura (arenque, salmão, cavala, e outros). Outras substâncias que ocorrem ou estão associadas aos óleos de peixe incluem hidrocarbonetos, esteróis (colesterol), vitaminas e pigmentos. As vitaminas A e D ocorrem na maioria dos óleos de peixe, sendo que as

49 maiores concentrações encontram-se nos óleos de fígado de determinadas espécies como Atum e Halibut (STANSBY, 1981). 31 Entre os constituintes minoritários dos peixes encontram-se os sais minerais, cujo teor varia de 1 a 2%, os carboidratos que não chegam a representar 1% da sua composição, e as substâncias nitrogenadas não protéicas, que não atingem 0,5% na carne dos peixes frescos (HART & FISHER, 1971) Fitoplâncton e Zooplâncton O plâncton (do grego plágchton, errante) é assim chamado pela sua capacidade natatória reduzida, é levado passivamente pelas correntes e marés. Basicamente constitui-se em fitoplâncton (microalgas) e zooplâncton (animais) (OMORI & IKEDA, 1984). Algumas espécies de zooplâncton têm capacidade de migrar verticalmente, demonstrando ter algum controle na sua ocorrência vertical. Os seres fitoplanctônicos são os principais produtores primários dos oceanos, vivem na zona eufótica e através da fotossíntese são responsáveis pala síntese de mais de 90% da matéria orgânica e contribuem com aproximadamente 95% da renovação anual do oxigênio atmosférico (ARRIGO et al., 1999), sendo quatro classes predominantes: Diatomophyceae (diatomáceas), Dinophyceae (dinoflagelados), Prymnesiophyceae (cocolitoforídeos) e Cryptophyceae (criptomônadas) representando a base da cadeia alimentar dos ecossistemas marinhos, servindo de alimento para os herbívoros do zooplâncton. Pode-se enquadrar praticamente todos os invertebrados marinhos no zooplâncton, porém, divididos em dois grupos: o holoplâncton, a que pertencem todos os seres com todo ciclo de vida planctônico e o

50 32 meroplâncton, contendo os ovos, larvas e juvenis de peixes bentônicos e nectônicos (PARSONS et al., 1984; NIBAKKEN, 1993). Pertencentes ao holoplâncton, os copépodes são o maior grupo da fauna planctônica, sendo o principal elo na passagem da produção fitoplanctônica de nutrientes para os demais níveis tróficos. (CUSHING, 1977). Os peixes são as principais fontes de AGPI ω3, e isto se deve ao plâncton que é a base da cadeia alimentar Biologia de peixes marinhos A massa de água dos oceanos pode ser dividida tanto no sentido horizontal como no vertical. O zoneamento horizontal vai da costa para o mar aberto, a distribuição da fauna e da flora depende essencialmente da temperatura da água e da quantidade de alimento disponível. O zoneamento vertical vai da superfície da água até o fundo do oceano, a distribuição biológica depende fundamentalmente da luz do sol, que pode penetrar no máximo até cem metros de profundidade. Com isso divide-se em três zonas principais: Zona nerítica: está situada acima da plataforma continental, entre a linha de maré alta e a profundidade média de 200 metros. É a região mais próxima da costa, onde ocorre a maior quantidade e variedade de vida, sendo habitada pela maioria dos peixes que conhecemos, aqueles mais importantes para a pesca comercial e esportiva. Zona pelágica: é a faixa situada acima da planície abissal, entre as profundidades de 0 e 200 metros sendo a região mais afastada da costa e os peixes oceânicos que lá vivem são importantes para a pesca comercial e oceânica.

51 33 Zona abissal: é a faixa situada entre as profundidades médias de 200 e metros. Os peixes abissais que vivem nessas grandes profundidades têm pouca ou nenhuma importância para a pesca. O formato do corpo dos peixes é extremamente variável e possui uma íntima relação com seus habitats, hábitos, modo de natação e comportamento geral. Sendo assim os peixes podem ser divididos em três grupos básicos, descritos a seguir: Pelágicos: peixes que nadam continuamente na faixa próximo da superfície da água, não possuindo um local específico de moradia. São normalmente fusiformes, migratórios e grandes nadadores. A maioria vive mais afastada da costa, em mar aberto. Muitos não possuem a bexiga natatória. A coloração do corpo costuma ser brilhante com tons azulados ou esverdeados no dorso e flancos e branca no ventre. Exemplos: dourados, pampos, marlins, enxadas, algumas raias e a maioria dos cações. Nectônicos: peixes que nadam ativamente, porém mantêm uma relação com o substrato marinho, onde alguns fazem sua moradia. São normalmente comprimidos lateralmente e vivem nas águas costeiras. A coloração de seu corpo, que varia muito, usualmente apresenta pintas, manchas ou listras claras ou escuras com um fundo contrastante mais escuro ou mais claro. Alguns possuem um bom mimetismo com fundo onde vivem. Exemplos: meros, salemas, budiões, ciobas, robalos e pescadas. Bentônicos: peixes que habitam e dependem do fundo, em uma estreita relação com o substrato marinho. Não costumam ser bons nadadores. Alguns são comprimidos dorso-ventralmente. A coloração de seu corpo tende a ser escura no dorso e clara no ventre. A maioria apresenta excelente mimetismo com o fundo e alguns são peçonhentos. Exemplo: bagres, linguados, trilhas, mangangás, alguns cações e a maioria das raias.

52 Classificação sistemática de peixes Sistemática é a ciência que estuda a classificação dos seres vivos, conforme suas células, tecidos, órgãos e aparência interna e externa, dividindo-os basicamente em Reinos, Ramos, Classes, Ordens, Famílias, Gêneros e Espécies. Paralelamente, está a Taxonomia que, de acordo com o Código Internacional Zoológico de Nomenclatura (ITZN) regulamenta a designação e alteração dos nomes científicos e de seus sinônimos e tem a função de denominar cientificamente as espécies e definir suas posições sistemáticas. GREENWOOD et al. (1966), NELSON (1994), ESCHMEYER (1990) e ESCHMEYER et al. (1998) são as principais correntes classificadoras de peixes, sendo assim, os dados desses autores foram utilizados para a classificação das espécies aqui estudadas, como é mostrado na Figura 4. As espécies foram identificadas utilizando-se duas chaves para identificação visual de Famílias e Gêneros, que são utilizadas oficialmente pela Confederação Brasileira de Pesca e Desportos Subaquáticos (CBPDS), segundo SZPILMAN (2000) e SUZUKI (1986).

53 35 REINO: Animalia SUB-REINO: Metazoa RAMO ou FILO: Chordata GRUPO: Vertebrata ou Craniata SUB-RAMO: Gnathostomata SUPERCLASSE: Pisces CLASSE: Osteichthyes INFRACLASSE: Teleostei COORTE: Clupeocephala SUPERORDEM: Clupeomorpha ORDEM: Clupeiformes FAMÍLIA: Clupeidae (Sardinha-da-lage, Sardinha brasileira e Savelha) COORTE: Euteleostei SUPERORDEM: Acanthopterygii ORDEM: Perciformes FAMÍLIAS: Serranidae (Badejo-mira), Carangidae (Xerelete e Xixarro), Mugilidae (Tainha), Sciaenidae (Goete), Pomatomidae (Enchova), Trichiuridae (Peixe-espada), Monacanthidae ou Aluteridae (Peixe-porco) e Scombridae ou Thunnidae (Serra, Bonitocachorro, Cavalinha e Atum) Figura 4: Classificação sistemática de peixes.

54 36 4. MATERIAL E MÉTODOS 4.1. Amostras de peixes Foram amostradas e identificadas quinze espécies de peixes marinhos adultos coletados no Litoral do Estado de São Paulo, nas regiões de São Sebastião, Ubatuba, Itanhaém e Santos e duas espécies marinhas Antárticas coletadas próximo à estação brasileira na Baía do Almirantado. Os dados referentes às espécies estudadas estão descritos na Tabela 5. Foram coletados no mesmo dia entre cinco e sete exemplares de cada espécie, procedentes da mesma área de captura. As amostras foram mantidas no gelo desde o manuseio a bordo até o transporte ao laboratório, onde foram armazenadas em freezer à temperatura de 20ºC. Na amostragem, não foram levados em consideração o sexo nem diferentes medidas entre os animais. Estudaram-se as seguintes espécies: Mycteroperca acutirostris (Badejomira), Caranx crysus (Xerelete), Opisthonema oglinum (Sardinha-da-lage), Sardinella brasiliensis (Sardinha brasileira), Trichiurus lepturus (Peixe-espada), Sarda sarda (Serra), Aluterus monoceros (Peixe-porco), Mugil liza (Tainha), Scomber colias (Cavalinha), Brevoortia aurea (Savelha), Auxis thazard thazard (Bonito-cachorro), Trachurus trachurus (Xixarro), Cynoscion jamaicensis (Goete), Pomatomus saltatrix (Enchova), Thunnus thynnus (Atum) e duas espécies de peixes endêmicas do Continente Antártico, Chaenocephalus aceratus (Icefish) e Notothenia neglecta (Rock perch).

55 37 Tabela 5: Dados gerais referentes às espécies estudadas. Nome comum Aquisição Espécie Identificado por Inglês Português local data Mycteroperca acutirostris Valenciennes, 1828 Comb grouper Badejo-mira São Sebastião 21/10/00 Caranx crysus Mitchill, 1815 Blue runner Xerelete São Sebastião 21/10/00 Opisthonema oglinum LeSueur, 1818 Atlantic thread herring Sardinha-da-lage Ubatuba 27/04/01 Sardinella brasiliensis Steindachner, 1879 Brazilian sardinella Sardinha brasileira São Sebastião 02/11/00 Trichiurus lepturus Linnaeus, 1758 Cutlass fish Peixe-espada Ubatuba 27/04/01 Aluterus monoceros Linnaeus, 1758 Unicorn filefish Peixe-porco São Sebastião 02/11/00 Mugil liza Valenciennes, 1836 Lebranche mullet Tainha Santos 23/08/01 Sarda sarda Bloch, 1793 Atlantic bonito Serra Santos 23/08/01 Brevoortia aurea Spix & Agassix, 1829 Brazilian menhaden Savelha Santos 23/08/01 Auxis thazard thazard Lacepède, 1800 Frigate mackerel Bonito-cachorro Ubatuba 27/04/01 Scomber colias Gmelin, 1789 Chub mackerel Cavalinha Santos 23/08/01 Trachurus trachurus Linnaeus, 1758 Horse mackerel Xixarro São Sebastião 03/11/00 Cynoscion jamaicencis Vaillant & Bocourt, 1883 Weakfish Goete Santos 23/08/01 Pomatomus saltatrix Linnaeus, 1766 Bluefish Enchova Itanhaém 24/07/01 Thunnus thynnus Linnaeus, 1758 Bluefin tuna Atum Santos 23/08/01 Notothenia neglecta Nybelin, 1951 Rock perch Cod icefish Antartida Chaenocephalus aceratus Lönnberg, 1906 Icefish Icefish Antartida 13/12/00 08/01/01

56 38 Badejo-mira: (Valenciennes, 1828) São peixes nectônicos costeiros. Alimentam-se de plâncton e pequenos crustáceos. Espécie de Badejo mais encontrado em nosso litoral, sendo encontrado quase que em toda a costa. Sua carne é excelente e de grande valor comercial. Considerado de pequeno porte, é comum encontra-lo com 40cm, pesando 1,3Kg, mas pode atingir 80cm e pesar 6Kg. Mycteroperca acutirostris Xerelete: (Mitchill, 1815) São peixes pelágicos costeiros. Alimentam se de pequenos peixes, camarões e outros invertebrados. Sua carne é considerada razoável, tendo baixo valor comercial, porém é encontrada com freqüência fresca, congelada ou salgada. Ocorrem em praticamente todo o litoral. Podem atingir 70cm de comprimento e pesar 8Kg, mas, são comuns com 35cm e 1,2Kg. Caranx crysos Sardinha-da-lage: (LeSueur, 1818) São peixes pelágicos, vivem não muito longe da costa. Alimentam-se de plâncton. Sua carne de baixa qualidade para consumo possui grande valor na indústria de óleos e adubos. São mais comumente encontrados nas costas do Rio de Janeiro e São Paulo. Podem alcançar 30cm de comprimento. Opisthonema oglinum Figura 5: Características das espécies brasileiras (SZPILMAN, 2000; SUZUKI, 1986).

57 39 Sardinella brasiliensis Sardinha-brasileira: (Steindachner, 1879) São peixes pelágicos costeiros altamente migratórios. Alimentam-se de zooplâncton, principalmente copépodos. Corresponde a 30% do peso pescado anualmente. Constitui-se numa fonte de alimento barato em várias regiões e possui grande interesse na indústria de enlatados a na fabricação de farinha de peixe. Mede 15cm e pesa 80g em média. Trichiurus lepturus Peixe-espada: (Linnaeus, 1758) São peixes bentopelágicos demersais costeiros. Alimentam-se de zooplâncton, crustáceos e pequenos peixes. Sua carne é muito apreciada, principalmente na preparação do sashimi, sendo assim, possui bom valor comercial. Podem atingir até 2,3m de comprimento e pesar 4,1Kg, mas são comumente encontrados com 1m, pesando 900g. Auterus monoceros Peixe-porco: (Linnaeus, 1758) São peixes nectônicos. Mimetizam o ambiente para se camuflar. Alimentam-se de algas e pequenos crustáceos. São peixes de pequeno porte alcançando no máximo 60cm, na média atingem 35cm de comprimento. Ocorrem em todo o litoral brasileiro. São chamados de refugo de pesca, tendo pouco ou nenhum interesse comercial. cont. Figura 5: Características das espécies brasileiras (SZPILMAN, 2000; SUZUKI, 1986).

58 40 Mugil liza Tainha: (Valenciennes, 1836) São peixes pelágicos costeiros. Sua carne é gordurosa, de boa qualidade e de grande valor comercial. Ocorrem em todo nosso litoral permanecendo próximos de estuários, praias e rios. Alimentam-se principalmente de algas. Podem alcançar 1m de comprimento e pesar até 9Kg, são freqüentemente encontrados com 40cm pesando 1,5Kg. Sarda sarda Serra: (Bloch, 1793) Pelágicos costeiros e oceânicos, vivem em águas tropicais, subtropicais e temperadas ao longo de toda costa brasileira. Alimentam-se de pequenos peixes pelágicos e também de lulas e camarões. Por não ser muito apreciada, sua carne possui pouco valor comercial. Pode atingir 91cm de comprimento e pesar até 8,5Kg, mas é comumente encontrado com 50cm de comprimento, pesando 2Kg. Brevoortia aurea Savelha: (Spix & Agassiz, 1829) São peixes pelágicos, encontrados em todo Atlântico Ocidental, na costa brasileira predominam do Rio de Janeiro para o Sul do Brasil. Alimentam-se basicamente de plâncton. Sua carne não é apreciada para consumo, mas possui grande valor comercial para a indústria de óleos e gorduras. Podem alcançar 45cm de comprimento, mas são comuns de 20 a 30cm. cont. Figura 5: Características das espécies brasileiras (SZPILMAN, 2000; SUZUKI, 1986).

59 41 Auxis thazard thazard Bonito-cachorro: (Lacepède, 1800) São peixes pelágicos costeiros. Predadores oportunistas alimentando-se do que estiver na área. Comparando-se a seu primo Atum, é considerado pequeno, pode alcançar 65cm de comprimento e pesar 2Kg, é comum com 40cm, pesando 600g. Possui carne oleosa de grande valor comercial, principalmente para a indústria de enlatados. Scomber colias Cavalinha: (Gmelin, 1789) Pelágicos costeiros de águas relativamente rasas vivem em regiões tropicais e subtropicais temperadas ao longo de toda costa brasileira. Alimentam-se de peixes pelágicos como a sardinha, de lulas, copépodos e outros crustáceos planctônicos. Possui grande importância comercial por sua carne de boa qualidade. Pode atingir 60cm de comprimento, e pesar até 2,9Kg, mas é comum com 30cm pesando 600g. Xixarro: (Linnaeus, 1758) São peixes bentopelágicos oceânicos e costeiros. Aproximam-se da costa para alimentar-se de zooplâncton (copépodos e larvas de gastrópodos) e pequenos crustáceos. Sua carne de boa qualidade tem pouco valor comercial por seu pequeno tamanho. São comuns com 20 a 40cm de comprimento. Trachurus trachurus cont. Figura 5: Características das espécies brasileiras (SZPILMAN, 2000; SUZUKI, 1986).

60 42 Cynoscion jamaicensis Goete: (Vaillant & Bocourt, 1883) Nectônicos costeiros de águas relativamente rasas, ocorrem nas águas tropicais e subtropicais em toda costa brasileira. Alimentam-se de peixes e crustáceos. Sua carne de boa qualidade possui bom valor comercial. Pode alcançar 50cm de comprimento total e pesar até 1Kg, mas é comumente encontrado com 30cm, pesando 400g. Pomatomus saltatrix Enchova: (Linnaeus, 1766) São peixes pelágicos oceânicos e costeiros. Ocorrem em toda a costa. Por sua voracidade alimentam-se de várias espécies de peixes, mesmo maiores. Sua carne é muito saborosa, mas mesmo não sendo de primeira qualidade possui bom valor comercial. Pode atingir 1,2m de comprimento e pesar 14,5Kg, mas é comum com 60cm e 3Kg. Thunnus thynnus Atum: (Linnaeus, 1758) São peixes epipelágicos oceânicos. Ocorrem por toda a costa brasileira, alimentando-se de várias espécies de peixes, crustáceos e lulas. Sua carne escura é de enorme valor comercial e quase toda consumida pelas indústrias de enlatados. São peixes que podem atingir até 4,58m de comprimento e pesar 684Kg, mas são comuns com 2m e 70Kg. cont. Figura 5: Características das espécies brasileiras (SZPILMAN, 2000; SUZUKI, 1986).

61 43 Chaenocephalus aceratus Icefish: (Lönnberg, 1906) Capazes de adaptar-se a temperaturas negativas das águas territoriais do continente Antártico, são endêmicos deste continente. Alimentam-se de krill (crustáceo parecido com o camarão). Pode alcançar 60cm de comprimento. Rock perch: (Nybelin, 1951) São peixes bentopelágicos endêmicos do continente Antártico. Alimentam-se de microalgas, animais bênticos, crustáceos e peixes. Podem atingir 45cm de comprimento. Notothenia neglecta Figura 6: Características das espécies antárticas.

62 Preparação da polpa de peixe Os peixes coletados foram eviscerados e filetados manualmente, sendo o fígado e o coração de cada espécie separados, acondicionados em saquinhos plásticos, identificados e congelados. Foram retiradas também as órbitas oculares de cada indivíduo, procedendo-se da mesma forma. Os terços médios dos filés sem pele, foram colocados em blender para completa trituração das fibras musculares, transformando-se então numa pasta homogênea desses tecidos, que foram então, submetidos à secagem em estufa a 130ºC durante 4,5 horas e moídas para pulverização. Porções de amostra seca e pulverizada foram utilizadas para as determinações da composição centesimal e de ácidos graxos, as quais foram submetidas à seguinte seqüência de análises.

63 45 PEIXE INTEIRO Retirada fígado, coração e olhos Congelamento para estocagem Filetagem Moagem POLPA DE PEIXE Determinação dos teores de umidade, cinzas e proteínas Extração e determinação do teor de lipídeos totais Separação e quantificação das classes de lipídeos (das espécies selecionadas) Determinação da composição de ácidos graxos Figura 7: Seqüência de análises.

64 Composição centesimal Determinação do teor de umidade Foram pesados em balança analítica exatamente cerca de 5g de polpa de peixe em cadinhos de porcelana marcados e pré-tarados. Os ensaios foram feitos em sextuplicata. A seguir foram colocados em estufa com circulação de ar com controle de temperatura eletrônico a 130ºC até atingirem peso constante. Após resfriamento em dessecador a vácuo, os cadinhos com amostra seca foram pesados, sendo a diferença entre os pesos inicial e final, a quantidade em gramas de amostra seca. A partir desse dado, calcula-se a quantidade de água perdida no processo de secagem. O teor de umidade foi expresso em porcentagem (AOAC, 1975) Determinação do resíduo mineral fixo Foram pesados em balança analítica exatamente cerca de 3 a 5g de amostra pulverizada em cadinhos de porcelana pré-tarados. Os ensaios foram realizados em sextuplicata. As amostras foram previamente calcinadas em chapa quente, e então colocados em mufla pré-aquecida a 550ºC até atingirem peso constante. Em seguida os cadinhos contendo cinzas foram resfriados em dessecador a vácuo e pesados, sendo o peso em gramas de resíduo mineral fixo a diferença entre os pesos do cadinho tarado e o mesmo contendo as cinzas. O teor foi expresso em porcentagem. (Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz, 1985).

65 Determinação do teor de lipídeos totais Empregou-se o método de Bligh & Dyer (1959), modificado para extração de lipídeos totais. O método foi executado em triplicata pesando-se em balança analítica exatamente cerca de 3g da amostra seca pulverizada, transferindo-a para tubo de 70mL com tampa rosqueável. Foram adicionados em seguida os solventes: 10mL de clorofórmio, 20mL de metanol e 8mL de água destilada que nestas proporções 1:2:0,8 formam uma mistura homogênea. Os tubos foram agitados por 30min em homogeneizador rotativo e após este período foram adicionados mais 10mL de clorofórmio e 10mL de solução de sulfato de sódio 1,5%, alterando as proporções para 2:2:1,8. Os tubos foram agitados por mais 2 minutos e o conteúdo de cada tubo foi transferido para funil de separação onde foram deixados em repouso para separação das fases. A fase inferior clorofórmica que contém os lipídeos totais, 20mL, foi transferida para tubo de 20mL com tampa rosqueável contendo 1g de sulfato de sódio anidro. Agitou-se vigorosamente para, em seguida, filtrar os lipídeos num béquer usando papel de filtro Whatman n 1 contendo sulfato de sódio anidro para eliminar quaisquer traços de água que por ventura possam ter sido arrastados com o solvente. Uma alíquota de exatamente 5mL foi transferida para béquer de 50mL pré-tarado. Os béqueres foram colocados em estufa com circulação de ar com temperatura de 105 C e permaneceram durante 30min para evaporação do solvente. Em seguida os béqueres foram resfriados em dessecador a vácuo até temperatura ambiente e pesados em balança analítica. A porcentagem de lipídeos foi calculada pela fórmula:

66 48 % Lipídeos p x 4 = x 100 m _(g) Onde: p = peso (g) dos lipídeos contidos na fase clorofórmica; m = peso (g) da amostra seca Determinação de proteínas bruta O método foi realizado em três etapas, digestão, destilação e titulação, de acordo com o descrito por Kjeldahl (AOAC, 1995). Consiste em digerir as proteínas da amostra de tecido com ácido sulfúrico, formando (NH2)2SO4, destilar a amônia da amostra e titular. Os ensaios foram realizados em triplicata Foram pesados exatamente cerca de 50 mg das amostras secas e transferidos para os tubos de Kjeldahl, juntamente com 1,5 g do catalisador (96% K 2 SO 4, 4% CuSO 4.5H 2 0 bem moído e misturado). Foram adicionados aos tubos 16,0 ml de H2SO4. que em seguida foram colocados no aparelho digestor à temperatura de 350ºC até digestão completa das amostras (coloração esverdeada). Após resfriamento dos tubos foram acrescentados 10 ml de H2O destilada, em seguida os tubos foram acoplados ao aparelho destilador, previamente preparado, onde foram adicionados vagarosamente 25 ml de NaOH 40% p/v.

67 49 Frascos erlenmeyer de 250mL receberam 10 ml de uma solução de ácido bórico 2% p/v contendo respectivamente 2 e 3 gotas dos indicadores vermelho de metila 1% e verde de bromocresol 0,1%, e foram posicionados à saída do destilador para receber o NH3 destilado. Foram coletados cerca de 150 ml de volume destilado. Em seguida os frascos erlenmeyer contendo (NH4)3BO3 foram titulados com HCl 0,02 N até que as amostras atingissem o ponto de viragem, passando de cor verde para arroxeada. Os resultados foram obtidos aplicando-se a seguinte fórmula: V HCl x N x F C x PM Nit x 100 % N = P amostra Onde: %N = porcentagem de nitrogênio VHCl = volume em (ml) de HCl gasto na titulação N = normalidade do HCl FC = fator de correção do HCl PMNit = peso molecular do nitrogênio Pamostra = peso da amostra em (g) A porcentagem de nitrogênio foi convertida para proteínas utilizando-se o fator de 6,25

68 Composição de ácidos graxos por cromatografia gasosa: Aproximadamente 100 mg de cada amostra (óleo de peixe) foi transferida para tubo de ensaio com tampa rosqueável e submetida ao processo de saponificação e metilação, reação que ocorre entre o metanol e o grupamento ácido carboxílico dos ácidos graxos e é catalisada pelo agente esterificante BF3, de acordo com o método descrito por METCALFE et al. (1966). Durante as etapas do processo de transesterificação e armazenamento dos ésteres metílicos, foi adicionado nitrogênio gasoso. Os ésteres metílicos foram armazenados em freezer com temperatura de 20ºC. A metilação dos ácidos graxos e as análises cromatográficas foram realizadas no mesmo dia. Os ésteres metílicos dos ácidos graxos foram analisados em cromatógrafo gasoso de marca Chrompack CP9001, equipado com detector de ionização de chama (FID) e coluna capilar de sílica fundida com fase estacionária de cianopropil polisiloxano (50m x 0,25mm x 0,25µm) CPSil 88 Chrompack. As temperaturas do detector e do injetor foram de 280ºC e 250ºC respectivamente. A temperatura de operação da coluna foi programada com temperatura inicial de 80ºC permanecendo por 7min, aumento de 10ºC por minuto até 180ºC permanecendo por 3min, aumento de 3ºC por minuto até 210ºC permanecendo por 15min; resultando numa corrida de 45 minutos. A identificação dos ésteres metílicos de ácidos graxos foi realizada por comparação dos tempos de retenção com os de padrões autênticos de ésteres metílicos de ácidos graxos da Sigma (EUA) e confirmados por cocromatografia. Na identificação de alguns ácidos graxos saturados e monoinsaturados foi usado o método gráfico, no qual os valores do tempo

69 de retenção dos picos são plotados contra o número de átomos de carbono de ácidos graxos de séries homólogas. 51 A quantificação dos ácidos graxos foi efetuada utilizando software integrador processador Mosaic 2.0 acoplado ao cromatógrafo, sendo a quantidade de amostra injetada equivalente à área total dos picos e os resultados expressos em porcentagens relativas dos ácidos graxos encontrados, em relação ao total dos ácidos graxos presentes nos lipídeos. Os valores das porcentagens relativas dos AGPI (EPA e DHA) foram convertidos em valores absolutos, expressos em g/100g de lipídeos utilizando-se os fatores de conversão de 0,9 para peixes de carne escura e 0,7 para peixes de carne branca, conforme relatado por McCANCE & WIDDOWSON, O mesmo procedimento foi adotado na análise da composição de ácidos graxos das cápsulas comerciais de óleo de peixe das marcas LIPCOR, LISACOL, MEGAPLUS, ÓLEO DE PEIXE ÔMEGA-3 e PROEPA Determinação das classes de lipídeos por cromatografia em coluna: As alíquotas de lipídeos totais (0,57 a 0,79g) foram fracionadas em lipídeos neutros e fosfolipídeos por cromatografia em coluna, num tubo cromatográfico de vidro de 20cm de comprimento por 2,0cm de diâmetro interno, contendo 20g de sílica gel 60 ( mesh, MERCK) como adsorvente, de acordo com o método descrito por MAIA (1992). O adsorvente foi submetido a um pré-tratamento que consistiu, inicialmente, de uma lavagem com metanol e, em seguida, com clorofórmio. A relação exata entre o peso do adsorvente e os volumes de solventes não precisava ser fixa, mas do ponto de vista prático, a mistura devia ser de tal ordem, a permitir a fácil agitação em agitador magnético. O tempo de

70 52 agitação foi de uma hora para cada solvente. Findo o período de agitação, os solventes foram removidos por filtração com trompa d'água. O adsorvente lavado com clorofórmio foi colocado em dessecador a vácuo até apresentarse com aspecto bem seco. Vinte gramas do adsorvente pré-tratado foram misturadas com 60mL de clorofórmio. Após o empacotamento, uma camada de 1cm de sulfato de sódio anidro foi colocada no topo e a altura total do leito foi de aproximadamente 12cm. Utilizou-se a seguinte seqüência de eluição para separação das classes de lipídeos na coluna cromatográfica: 1) Fração I: lipídeos neutros - eluída com 200mL de 20% acetona em clorofórmio. 2) Fração II: fosfolipídeos - eluída com 200mL de metanol. O teor de lipídeos de cada fração eluída foi determinado gravimetricamente. O solvente de eluição foi evaporado em rotoevaporador e, com auxílio de um pequeno volume de clorofórmio, o extrato foi transferido para um frasco pré-tarado. O solvente foi parcialmente evaporado com nitrogênio (N2) e a secagem total completada em dessecador a vácuo, até atingir peso constante. As porcentagens de lipídeos neutros e fosfolipídeos foram calculadas em relação ao peso de lipídeos totais adicionado na coluna.

71 53 5. RESULTADOS E DISCUSSÃO 5.1. Composição centesimal dos peixes marinhos brasileiros Na Tabela 6 estão apresentados os resultados dos teores de umidade, cinzas, proteínas e lipídeos totais dos filés das diversas espécies de peixes marinhos analisadas. Em relação à umidade, todos os valores encontrados estiveram dentro da faixa reportada por HART & FISHER (1971) para os peixes marinhos que é de 64 a 90%. As maiores porcentagens foram verificadas nas espécies Tainha (80,04%), Peixe-porco (79,79%), Serra (79,46%), Peixe-espada (78,32%) e Goete (77,96%). Em relação a porcentagem de cinzas, a maioria das amostras apresentou dentro da faixa de 0,9 a 1,2%. A Sardinha brasileira foi a espécie que apresentou o maior teor de sais minerais seguida pela Sardinha da lage. Estes dados estão condizentes com os resultados obtidos por BADOLATO et al. (1994) na análise da Sardinella brasiliensis nas diferentes estações do ano, obtendo resultados que variaram de 1,5% no inverno a 1,8% na primavera. No que concerne às proteínas, a maioria das espécies apresentou seus valores compreendidos na faixa de 13 a 19%, dentro dos limites preconizados por HART & FISHER (1971). As espécies de Badejo-mira e Bonito-cachorro apresentaram teores de 20,31% e 22,87% respectivamente. Uma espécie de peixe Bonito, denominada de Bonito de barriga listrada (katsuwonus pelamys) foi relatada por FRANCO (1997) com 22,80% de proteínas. Do ponto de vista nutricional, os peixes podem ser selecionados por seu alto conteúdo protéico, sendo as espécies Tainha (23 a 25%) Sardinha brasileira (18 a 22%), Enchova (18 a 20%) e Atum (22 a 24%) citadas como os

72 54 peixes com maior teor de proteínas, segundo as diferentes Tabelas de Composição dos Alimentos (FRANCO, 1997; LAJOLO et al., 2000; USDA, 2001; SIZARET & JARDIN, 1977). No que concerne aos lipídeos, os valores encontrados estiveram compreendidos numa faixa bastante variável de 1,5 a 19%. Os peixes Badejo-mira, Peixe-espada, Serra, Peixe-porco, Tainha, Goete e Atum apresentaram teores menores que 5% de lipídeos. Já os peixes Sardinhabrasileira, Cavalinha, Savelha, Bonito-cachorro e Xixarro apresentaram conteúdo de 5 a 10%. Por outro lado a Enchova, a Sardinha-da-lage e o Xerelete apresentaram 18,73%, 13,29%, e 18,79%, respectivamente. Estes dados reforçam a afirmação de que há uma relação inversa entre os conteúdos de umidade e de lipídeos (BHUIYAN et al., 1986). Considerando que o teor de lipídeos é um parâmetro de grande importância para o presente trabalho, estas espécies mostraram-se, em princípio, de interesse especial. As diferenças observadas entre os resultados reportados nos trabalhos anteriores e atual podem ser atribuídas a variáveis como época de coleta, procedência, hábitos alimentares, idade (tamanho), sexo, localização geográfica e estação do ano. BADOLATO et al. (1994) estudaram a composição química das espécies Corvina (Micropogon furnieri), Goete (Cynoscion petranus), Peixe-porco (Balistes carolinensis), Sardinha verdadeira (Sardinella brasiliensis) e Tainha (Mugil spp). Os maiores teores de proteínas foram observados para Tainha, no inverno (23,70%) e os maiores teores de lipídeos foram observados para a Sardinha verdadeira no inverno (3,40%) e primavera (1,40%). Vale ressaltar que embora os autores tenham relatado flutuações sazonais nos valores obtidos, a estação de ano não afetou de forma sistemática e regular os dados da composição centesimal.

73 55 Segundo GONÇALVES & PRENTICE-HERNÁNDEZ (1998), o filé da Enchova (Pomatomus saltatrix) coletado na região do Rio Grande do Sul apresentou as porcentagens médias de umidade, proteína, gordura e cinza de 69,4%, 16,8%, 12,4% e 1,1%, respectivamente. Os teores de umidade, proteína e cinza, estão próximos aos obtidos no presente trabalho, que foram de 70,9%, 13,7% e 0,99%, respectivamente. Entretanto, o teor de lipídeos relatado foi inferior ao teor obtido para a espécie aqui analisada (18,7%) que foi coletada em Itanhaém (SP). A Enchova tem sido considerada um pescado com teor intermediário de gordura. Poucos dados sobre o Xerelete, chamado também de carapau, coletados no Brasil estão disponíneis. SINCLAIR (1983) analisou o gênero Caranx coletado no noroeste da Austrália e obteve 1,8% de lipídeos totais. A Sardinha brasileira tem sido objeto de estudo de alguns autores. Outros gêneros da Sardinha, como por exemplo a Sardinha da lage, não são relatados na literatura, embora apareçam com grande frequência no litoral de São Paulo (SUZUKI, 1986). A comparação dos resultados do presente trabalho com aqueles já publicados por outros autores ficou em parte prejudicada pela não citação, em vários casos, do nome científico e sim do nome vulgar das espécies estudadas, assim como pelo pequeno número de dados disponíveis na literatura sobre a composição de peixes marinhos brasileiros. Vale ressaltar que as espécies analisadas não foram coletadas na mesma época do ano e também em diferentes locais do litoral paulista.

74 56 Tabela 6: Composição centesimal de peixes brasileiros Composição centesimal (%) Nome Comum Umidade a Cinzas b Proteínas c Lipídeos d Badejo-mira 77,51 ± 0,11 0,75 ± 0,16 20,31 ± 2,74 4,97 ± 0,16 Xerelete 72,22 ± 0,27 1,23 ± 0,06 15,93 ± 0,32 18,80 ± 0,21 Sardinha da lage 73,36 ± 0,40 1,50 ± 0,00 16,68 ± 0,08 13,30 ± 0,03 Sardinha brasileira 72,67 ± 0,36 1,60 ± 0,00 17,54 ± 1,65 8,19 ± 0,18 Peixe-espada 78,32 ± 0,26 1,18 ± 0,01 18,03 ± 2,54 2,75 ± 0,18 Serra 79,46 ± 0,26 0,70 ± 0,01 18,40 ± 0,97 2,44 ± 0,15 Peixe-porco 79,79 ± 0,45 1,12 ± 0,00 13,24 ± 1,31 3,59 ± 0,02 Tainha 80,04 ± 0,10 0,99 ± 0,20 16,22 ± 0,28 2,58 ± 0,28 Cavalinha 73,42 ± 0,48 0,92 ± 0,15 19,42 ± 0,33 6,94 ± 0,25 Savelha 70,44 ± 0,53 0,94 ± 0,04 17,24 ± 1,91 9,64 ± 0,08 Bonito-cachorro 72,48 ± 0,29 1,30 ± 0,18 22,87 ± 0,25 6,05 ± 0,43 Xixarro 72,28 ± 0,25 1,25 ± 0,00 19,04 ± 0,03 6,57 ± 0,01 Goete 77,96 ± 0,32 1,12 ± 0,10 18,94 ± 0,24 1,40 ± 0,30 Enchova 70,89 ± 0,12 0,99 ± 0,01 13,73 ± 0,72 18,73 ± 0,07 Atum 73,51 ± 0,46 1,22 ± 0,01 19,11 ± 0,82 4,71 ± 0,02 Os resultados estão expressos em Média e Desvio padrão das medidas realizados em triplicata c, d e sextuplicata a, b

75 Composição centesimal dos peixes marinhos antárticos A Tabela 7 apresenta os resultados da composição centesimal das espécies antárticas, Notothenia neglecta e Chaenocephalus aceratus. Os parâmetros analisados demostraram um padrão muito similar a algumas espécies de peixes brasileiros. Segundo OEHLENSCHLÄGER (1991), amostras de Notothenia neglecta tiveram teores médios de umidade, lipídeos, cinzas e proteínas de 78,4% (77,8% a 79,6%), 1,9% (1,2% a 2,5%), 1,4% (1,3% a 1,4%) e 19,1% (17,9% a 19,8%), respectivamente. A média dos valores obtidos para a espécie Chaenocephalus aceratus foi de 81,2%, 0,9%, 1,2% e 17,3%, respectivamente. Os dados relatados estão próximos aos resultados obtidos no presente trabalho, excetuando o conteúdo de lipídeos, os quais foram superiores aos relatados na literatura. OEHLENSCHLÄGER & REHBEIN (1982) relataram variações de 8,8% a 32,0% no teor de lipídeos do músculo de amostras da espécie Notothenia rossi marmorata, capturadas em Fevereiro e Março no sul das ilhas Shetland. EASTMAN (1988) estudou o sistema de estoque de lipídeos em tecidos de duas espécies Notothenióides de peixes Antárticos (Pleuragramma antarcticum e Dissostichus mawsoni), verificando que os lipídeos encontramse em largos sacos de células adiposas instaladas nos tecidos subcutâneo e intramuscular nas duas espécies, porém no Dissostichus mawsoni estes depósitos representam 4,7% e 4,8% de seu peso corporal, respectivamente.

76 58 Tabela 7: Composição centesimal de peixes antárticos Composição centesimal (%) Nome Comum Umidade a Cinzas b Proteínas c Lipídeos d Rock perch 78,27 ± 0,67 1,00 ± 0,04 19,25 ± 0,88 3,06 ± 0,06 Icefish 76,22 ± 0,13 1,30 ± 0,02 17,29 ± 0,13 3,19 ± 0,11 Os resultados estão expressos em Média e Desvio padrão das medidas realizados em triplicata c, d e sextuplicata a, b

77 Composição de ácidos graxos dos peixes brasileiros e peixes Antárticos As Tabelas 8 e 9 apresentam os resultados da composição de ácidos graxos dos peixes brasileiros e dos peixes antárticos respectivamente. Os cromatogramas estão ilustrados no anexo (Figuras 8 a 24). Foi verificada a presença de uma grande variedade de ácidos graxos de 14 a 22 átomos de carbono. Os principais ácidos graxos saturados identificados foram o palmítico (16:0) e em seguida o esteárico (18:0), sendo que a soma deles para a maioria das amostras foi de 25 à 30% do total de ácidos graxos. A Cavalinha foi a que apresentou as menores porcentagens dos ácidos 16:0 (11,4%) e 18:0 (2,9%). Em contrapartida esta espécie apresentou o maior teor de ácido oléico (18:1ω9), isto é, 33,6g de ácido oléico por 100g de ácidos graxos totais. Em quase todas as espécies, foi constatada a presença de quantidades consideráveis dos ácidos graxos monoinsaturados, em especial do ácido oléico (18:1ω9) e palmitoléico (16:1ω7). Na Cavalinha, Serra e Enchova foram observados 33,6%, 29,6% e 25,2% referentes somente ao ácido oléico, respectivamente. No Peixe-porco (21,5%) Tainha (18,4%) e no Bonitocachorro (15,3%) foram observados os menores teores da soma dos ácidos graxos monoinsaturados. Dentre as espécies analisadas, o Peixe-porco apresentou uma quantidade considerável de ácido docosaenóico (22:1ω9).

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