PN 383/99; Ag.TC Loulé Ag.e: Ag.do: Acordam no Tribunal da Relação de Évora

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Acordam no Tribunal da Relação do Porto

senhoria operou-se no fim do prazo estabelecido (caducidade do contrato); do estabelecimento comercial em causa outro se extinguiu;

urbana da Freguesia de Salvador, Beja, sob o Artº 627º. 2. Alegou em síntese:

1., residente - aquela foi concedida e imediatamente notificada aos AA.

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estrada municipal; insc. mat. art (VP Aguiar).

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(a) A recorrida não concluiu as fracções dentro do prazo acordado; (b) E apenas foi concedida à recorrida a prorrogação do prazo até 03.

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1.2. São os seguintes os factos essenciais alegados pela requerente:

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2. Na contestação foi alegado tratar-se de contrato de conta corrente, com saldo liquidado; por isso a A. litigava de má fé.

Transcrição:

PN 383/99; Ag.TC Loulé Ag.e: Ag.do: Acordam no Tribunal da Relação de Évora 1. O Ag.O intentou, com êxito, contra a Ag.e, providência cautelar de restituição provisória de posse de um pátio fechado (adjacente ao prédio de habitação, sito na ), pertença da requerida e que lho dera de arrendamento, para estacionamento de veículos mediante a contra-partida mensal de PTE: 2 000$00, sem especificação de prazo, alegadamente ocupado entretanto pela senhoria, que contrapôs ter feito cessar o convénio, mas causando-lhe perigo de prejuízos consideráveis, por ser forçado a estacionar os seus veículos [carregados de materiais de construção civil] na via pública, ao alcance de [terceiros] indesejáveis. 2. A Ag.e que aceitou a celebração e vigência do contrato, sustentou porem poder tê- lo livremente denunciado, tanto mais que o Ag.o se comprometera á desocupação, logo que ela lhe comunicasse necessitar do locado, como fez. 3 A restituição provisória do lugar de estacionamento no pátio foi ordenada porque enquanto não for demonstrado que o contrato de arrendamento se extinguiu tem o requerente direito a obter do tribunal a providência necessária para continuar a utilizar o lugar de estacionamento conforme se vinculou a requerida. 4 Concluiu o Ag.e: 1

(a) Ag.e e Ag.o celebraram apenas um acordo verbal para estacionamento de uma viatura de este; (b) ficou acordado que logo que a Ag.e necessitasse do pátio o Ag.o deixaria de lá estacionar a viatura; (c) em meados de 1998, a Ag.e solicitou ao Ag.o que deixasse de estacionar a viatura no pátio; (d) porem o Ag.o não atendeu a tal solicitação e continuou a utilizar o pátio que entretanto fora parcialmente ocupado pela Ag.e (e) veio, mais tarde, o Ag.o requerer a restituição provisória da posse, a qual não tem qualquer razão de ser, por não estarem verificados os seus requisitos: a posse, o esbulho e a violência; (f) ainda que existisse mais do que um acordo verbal, ao caso, aplicar-se-ia o regime geral da colação civil; (g) e tendo a Ag.e notificado quer por escrito, quer verbalmente, o fim do acordo, a posse, direito que o Ag.o se arroga, não existe; (h) porque o contrato caducou; (i) por sua vez, não há esbulho, porque, apesar do contrato ter caducado, o Ag.o continuou a usar o pátio para estacionar a viatura; (j) quanto ao requisito da violência também não se verifica, porque a Ag.e não ameaçou o Ag.o, nem utilizou a força física, nem tomou atitudes impeditivas do estacionamento; (k) deve o recurso ser julgado procedente, para ser revogado o despacho recorrido 5 Concluiu o Ag.o: (a) Ag.e e Ag.o celebraram, em 92/03/15, em simultâneo, um contrato de arrendamento escrito referente a um prédio urbano, propriedade daquela, e um contrato de arrendamento verbal referente ao pátio interior contíguo, para estacionamento de um veículo automóvel; 2

(b) A renda mensal global foi de PTE: 52 000$00, sendo de PTE: 50 000$00 a renda devida pela habitação, e de PTE: 2 000$00 a devida pelo estacionamento; (c) No mês de Junho de 1998, a Ag.e, fazendo tábua rasa do dito contrato verbal, que havia estabelecido com o Ag.o, e referente ao estacionamento/pátio, passou a impedir o acesso do Ag.o ao mesmo, com a colocação de materiais de construção com que parcialmente o obstruiu; (d) Recusou receber a respectiva renda de PTE: 2 000$00 mensais; (E) O Ag.o detinha pois, mediante a outorga do dito contrato de arrendamento verbal, contra a entrega do valor da renda, a posse do referido estacionamento/pátio; (f) Do qual foi abruptamente esbulhado, usando a Ag.e ao mesmo tempo de intimidação física e moral para levar por diante os seus propósitos; (g) De outro passos dois contratos de arrendamento (habitação e estacionamento) estão indelevelmente ligados entre si: (h) Isto é, sempre esteve na mente do Ag.o (foi este o espírito subjacente ao negocio efectuado com a Ag.e) que o arrendamento do estacionamento era parte integrante do arrendamento para habitação; (i) e que se manteria enquanto este durasse; (j) Daí o facto de terem sido ambos celebrados na mesma data; (k) o que aliás ficou devidamente comprovado, e se corrobora em sede de documentação que agora se junta [5 cheques mensais á ordem da Ag.e no montante de PTE: 52 000$00]; (l) donde, o contrato de arrendamento verbal sub Júdice se reger pelas normas aplicáveis ao arrendamento urbano e não, como quer fazer crer a Ag.e pelo regime da locação civil; (m) assim, estão preenchidos os requisitos que permitiam, legal e correctamente, o deferimento da providência, devendo o despacho recorrido ser mantido. 6. Foi dado como provado: 3

(a) Verbalmente, requerente e requerida celebraram um acordo relativo a um pátio pertencente á última; (b) Por este acordo, a requerida autorizou a requerente a estacionar no pátio um automóvel, mediante a contrapartida mensal de PTE: 2 000$00; (c) a dado passo a requerida passou a impedir o acesso ao estacionamento com a colocação de materiais de construção civil a ocuparem parcialmente o pátio; 7. Consta da Acta de inquirição de testemunhas: (1ª) acerca de dois anos, ouviu uma conversa num café entre o e a em que ela o autorizou a estacionar o automóvel dele no pátio, por dois mil escudos por mês (esse pátio fica ao pé da casa onde mora o que é inquilino da ); ficou assente que logo qu a precisasse do pátio deixaria de o utilizar e lhe entregaria o estacionamento (o pátio destinava-se apenas ao estacionamento de um automóvel e não á colocação de materiais de construção); (2ª) apenas sabe que o, por alturas de Junho do corrente [1998] esteve em casa da Adélia a pedir explicações porque é que o automóvel tinha aparecido riscado; a Adélia disse-lhe que não queria o carro no pátio onde o estacionava. 8. Para motivação das respostas 6. (a) e (b) na decisão recorrida, indicaram-se os depoimentos, e para motivação de 6. (c), aquilo que a requerida alegou na oposição, aceitando a ocupação parcial do pátio. 9. O recurso está pronto para julgamento. 10. É-nos permitido, tratando-se de uma providência cautelar, com anotação do discurso oral probatório, fazer a critica da matéria de facto dada como assente, segundo a expressa motivação das respostas. Nesta direcção parece não haver congruência na 4

resposta 6. (c), que afirma ter a Ag.e passado a impedir o acesso ao estacionamento mediante a ocupação parcial do pátio com materiais de construção. Na verdade, o que resulta provado do depoimento da testemunha (1ª), e como ficou fixado na decisão recorrida (vd. 6.2), o acordo celebrado entre as partes restringiu-se á utilização de um espaço no pátio bastante para o estacionamento de um automóvel. Donde aceitando ainda assim a recorrente que ocupou parcialmente o dito pátio com materiais de construção, não pode logicamente adiantar-se que por só isso impediu o acesso ao estacionamento de um veiculo no espaço restante. Em consequência, deve restringir-se o adquirido probatório transcrito em 6.(c), passando a considerar-se apenas o segmento a dado passo a requerida colocou materiais de construção civil com que ocupou parcialmente o pátio. 11. Mas teria competido ao Ag.o fazer a prova do impedimento como não fez. Assim, parece de conceder razão á recorrente: não está caracterizado o esbulho, que o impedimento mediante a ocupação do pátio contra vontade do Ag.o sempre constituiria, esbulho aliás violento. Claudica portanto o elemento chave da agressão ilegal ao direito do arrendatário que a providência cautelar visa reprimir enquanto não houver convencimento. E nem é necessário por isso discutir se houve ou não indiciária cessação do contrato, mas não deixando de dizer-se que nesta direcção também a recorrente não fez prova de matéria essencial, qual seja a do prazo em que procedeu à comunicação ao inquilino do desinteresse na manutenção do convénio, este que decorria pelo período supletivo, e pelas renovações da lei, que operam automaticamente se o tempo da comunicação da cessação não for respeitado. Parece claro no entanto que o contrato se mostra autónomo em relação ao arrendamento habitacional, segundo o depoimento da testemunha (1ª) e no contexto da própria posição do requerente, nada trazendo em contrario a circunstancia de terem sido utilizados como meio de pagamento das rendas cheques no montante de soma das duas: houve duas diferentes manifestações de vontade contratual, uma delas 5

subordinada a um licito regime de livre cessação segundo o interesse do senhorio (arrendamento singular de garagem v.g.ac.rl. 97/12 (17, CJ, V, 131) 12. Atento o exposto, vistos os artsª 393, 394 CPC decidem revogar o despacho agravado julgando improcedente o pedido que o Ag.o formulou na presente providência cautelar de restituição provisória de posse. 13. Custas pelo Ag.o, sucumbente 6