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Cotribuição do fometo do órgão florestal de 367 CONTRIBUIÇÃO DO FOMENTO DO ÓRGÃO FLORESTAL DE MINAS GERAIS NA LUCRATIVIDADE E NA REDUÇÃO DE RISCOS PARA PRODUTORES RURAIS 1 Sidey Araúo Cordeiro 2, Márcio Lopes da Silva 3, Laércio Atôio Goçalves Jacovie 3, Sebastião Reato Valverde 3 e Naisy Silva Soares 2 RESUMO O obetivo deste estudo foi realizar a aálise fiaceira e a simulação de risco de ivestimeto em proetos de reflorestametos com eucalipto visado à produção de carvão e madeira para celulose, com e sem fometo florestal do Istituto Estadual de Florestas (IEF/MG). A aálise fiaceira foi realizada mediate os métodos de avaliação de proetos florestais, e para a aálise de risco utilizou-se a técica de simulação de Mote Carlo, por meio do programa @RISK. Etre os proetos testados, aquele visado à produção de carvão com fometo do IEF obteve melhor desempeho fiaceiro. Verificou-se que os custos de colheita, trasporte e carvoeameto são, utos, resposáveis pela maior parcela do custo total dos proetos. A simulação da aálise de risco idicou que as variáveis que afetaram o Valor Presete Líquido (VPL), os proetos cua produção fial era o carvão, a sua ordem de importâcia (R), foram: preço dos produtos, produtividade da floresta, taxa de uros, custo de colheita e custo de implatação. Já para a produção de madeira a ordem de importâcia foi alterada quado se aalisou o custo de colheita e de implatação, sedo este último mais ifluete, de forma egativa, sobre o VPL do Proeto sem fometo florestal. Palavras-chave: Aálise ecoômica, Fometo florestal e IEF/MG. CONTRIBUTION OF THE PUBLIC PROMOTION OF A FOREST OF MINAS GERAIS IN RETURNS AND RISK REDUCTION FOR RURAL PRODUCERS ABSTRACT - The obective of this study was to carry out the fiacial aalysis ad the risk of ivestmet simulatio i proects for reforestatio with eucalyptus aimig to produce charcoal ad wood, with or without IEF/MG forest fometatio. A fiacial aalysis was performed through the forestry proect evaluatio methods, ad the risk aalysis was carried out through the Mote Carlo simulatio techique by @RISK software. Amog the proects tested, those that aimed for the productio of charcoal with IEF/MG forest fometatio got the best fiacial results. It was verified that the costs of forest crop, trasport, ad charcoal-burig together are resposible for the largest portio of the total cost. The risk aalysis simulatio showed that the variables which affected Net Preset Value (NPV) for the proects whose productio is charcoal, accordig to the rakig of importace (R), were: products price, forest productivity, discout rate, harvestig cost ad cost of implatatio. I terms of the productio of wood, it was observed that the order of importace whe discussig the cost of harvestig ad implatatio, the latter was the most egatively ifluetial of the VPL o the proect without IEF forest fometatio. Keywords: Ecoomic aalysis, Fometatio program ad IEF/MG. 1 Recebido em 15.02.2008 e aceito para publicação em 14.10.2009. 2 Programa de Pós-Graduação em Ciêcia Florestal, Uiversidade Federal de Viçosa, UFV, Brasil. E-mail: <sideyufv@yahoo.com.br> e <aisysilva@yahoo.com.br>. 3 Departameto de Egeharia Florestal, Uiversidade Federal de Viçosa, UFV, Brasil. E-mail: <marlosil@ufv.br>, <acovie@ufv.br> e <valverde@ufv.br>.

368 CORDEIRO, S.A. et al. 1. INTRODUÇÃO O fometo florestal é um istrumeto estratégico que promove a itegração dos produtores rurais à cadeia produtiva e lhes proporcioa vatages ecoômicas, sociais e ambietais. Além da ampliação da base florestal o raio ecoômico de trasporte para suprir a demada de matéria-prima para as idústrias, o fometo florestal, como atividade complemetar a propriedade rural, viabiliza o aproveitameto de áreas degradadas, improdutivas, subutilizadas e iadequadas à agropecuária, propiciado alterativa adicioal de reda ao produtor rural (SIQUEIRA et al., 2004; CANTO et al., 2007). A participação dos pequeos e médios produtores rurais é de fudametal importâcia para a atividade florestal itegrada ao cosumo idustrial, como codição idispesável ao desevolvimeto socioecoômico das comuidades regioais e a sustetabilidade dos empreedimetos florestais e idustriais. Os reflorestametos com eucalipto apresetam viabilidade técica e ecoômica, mostrado-se muito promissores (SOARES et al., 2003). Essa espécie pode ampliar sigificativamete sua participação a composição da reda agropecuária, com vatages adicioais sob a ótica social e ambietal. Os programas de fometo florestal praticados pelo Istituto Estadual de Florestas (IEF) buscam ecotrar uma maeira de ateder a essa demada idustrial e doméstica, respeitado as áreas de preservação permaete e de reserva legal. Os platios são direcioados para as áreas que á foram abertas para pastages e outras atividades, hoe desativadas. É um icetivo à produção de madeira, através do forecimeto de mudas, assistêcia técica e isumos a produtores rurais cadastrados. Os proetos são executados pelos próprios produtores, em suas terras, utilizado mão de obra própria. (IEF, 2007). Este trabalho teve como obetivo verificar quato o fometo do IEF tem cotribuído para aumetar a lucratividade da atividade para o produtor. Especificamete, buscou-se levatar os custos de produção dos proetos de reflorestameto do programa de fometo dessa istituição, realizar a aálise fiaceira dos proetos de reflorestameto visado à produção de madeira para celulose e carvão, com e sem fometo do istituto, realizar aálise de risco de ivestimeto para os proetos em estudo. 2.1. Área de Estudo 2. MATERIAL E MÉTODOS Este trabalho foi realizado com base em iformações forecidas pelos escritórios das regiões admiistrativas do IEF/MG com proprietários rurais cotemplados pelo programa de fometo. A estrutura descetralizada do IEF em Mias Gerais é composta por 13 regiões admiistrativas deomiadas escritórios regioais, com os respectivos úcleos e cetros operacioais (Tabela 1). 2.2. Aálise Ecoômica Os proetos de reflorestameto são os seguites: aqueles executados com e sem fometo do IEF, visado à produção de carvão etregue a siderurgia; e proetos com e sem fometo do IEF, visado à produção de madeira para celulose etregue o pátio da fábrica. Adotou-se um horizote de plaeameto de 14 aos, com corte aos 7 e 14 aos. A aálise fiaceira de todos os sistemas foi embasada os métodos de avaliação de proetos, como visto os tópicos subsequetes. Valor Presete Líquido VPL A viabilidade ecoômica de um proeto, aalisada pelo VPL, é idicada pela difereça positiva etre receitas e custos atualizados a determiada taxa de descoto (REZENDE e OLIVEIRA, 2001; SILVA et al., 2002). O critério de adoção desse método é o seguite: um VPL positivo idica que o proeto é ecoomicamete viável, a uma taxa utilizada. Deve-se aceitar o ivestimeto com maior VPL. R C VPL ( 1 i ) ( 1 i ) 1 1 em que: R = receitas o período ; C = custos o período ; i = taxa de descoto; = período de ocorrêcia de R e C ; e = duração do proeto, em aos, ou em úmero de períodos de tempo. Beefício Periódico Equivalete BPE O Beefício Periódico Equivalete (BPE) é a parcela periódica, costate, ecessária ao pagameto de uma quatia igual ao VPL da opção de ivestimeto em aálise ao logo de sua vida útil. O proeto será cosiderado ecoomicamete viável quato maior for o valor do BPE (REZENDE e OLIVEIRA, 2001; SILVA et al., 2002).

Cotribuição do fometo do órgão florestal de 369 Tabela 1 Regioais do IEF com os respectivos úcleos e cetros operacioais. Table 1 Regioal ad cetral offices of the IEF/MG. Regioais Alto Jequitihoha Alto M. S. Fracisco Alto Paraaíba Cetro Norte Cetro Oeste Cetro Sul Mata Nordeste Noroeste Norte Rio Doce Sul Triâgulo Núcleos Capeliha, Itamaradiba, Serro Jaíba, São Fracisco, São Romão Araxá, Patrocíio, Presidete Olegário Curvelo, Pará de Mias, Pompéu, Sete Lagoas Arcos, Oliveira Belo Horizote, Coselheiro Lafaiete, João Molevade, S. João Del Rei Caragola, Juiz de Fora, Mahuaçú, Muriaé, Viçosa Itambacuri, Jequitihoha, Media, Nauque Arios, João Piheiro, Paracatu Bocaiúva, Jaaúba, Pirapora, Salias Caratiga, Coselheiro Pea, Guahães, Timóteo Caxambu, Lavras, Passos, Possos de Caldas, Pouso Alegre Araguari, Ituiutaba, Iturama, Uberaba Fote: Escritório Cetral do IEF/MG, 2008. Source: Cetral Office of the IEF/MG, 2008. VPL i BPE 1 1 i em que: VPL = valor presete líquido; e = duração do ciclo ou rotação, em aos. Taxa Itera de Retoro TIR A TIR é a taxa de descoto que iguala o valor atual das receitas futuras ao valor atual dos custos futuros do proeto, costituido uma medida relativa que reflete o aumeto o valor do ivestimeto ao logo do tempo, com base os recursos requeridos para produzir o fluxo de receitas (REZENDE e OLIVEIRA, 2001; SILVA et al., 2002). R C 0 (1 TIR) (1 TIR) em que: TIR = taxa itera de retoro; as demais variáveis á foram defiidas. Neste estudo, cosiderou-se uma taxa de uros de 8,75% a.a., que é a taxa de uros de empréstimo de capital adotado pelo programa Propflora do Baco do Brasil e demais bacos credeciados pelo BNDES, para ivestimeto e produção de florestas. Razão Beefício/Custo B/C Este método cosiste em determiar a relação etre o valor presete dos beefícios e o valor presete dos custos, para uma determiada taxa de uros ou descotos. Um proeto é cosiderado viável, ecoomicamete, se B/C > 1. Etre dois ou mais proetos, o mais viável 1 1 é aquele que apresetar o maior valor de B/C (REZENDE e OLIVEIRA, 2001). Quado B/C = 1, resulta em VPL B/C = 0; esse caso, a TIR associada a um proeto pode também ser determiada como sedo a taxa que faz com que B/C = 1. R ( 1i) 0 B/C C ( 1i) 0 em que: R = receita o fial do ao ; C i = custo o fial do ao ; e = duração do proeto, em aos. Custo Médio de Produção CMP Cosiste em dividir o valor atual do custo pela produção total equivalete. Represeta o custo médio para se produzir determiado produto (SILVA et al., 2002). CMP em que: PT = produção total obtida o fial do período ; as demais variáveis á foram defiidas. Valor Esperado da Terra VET 0 0 C(1 i) O VET é um termo florestal usado para represetar o valor presete líquido de uma área de terra ua, a ser utilizada para produção de madeira, calculado com base uma série ifiita de rotações (SILVA et al, 2002). PT 1 i

370 CORDEIRO, S.A. et al. Leuscher (1984) afirmou que o VET também seria para idicar o valor máximo que se pode pagar pela terra para que o empreedimeto sea remuerado a taxa de uros utilizada. t VPL(1 i) VET Custos da atividade florestal t 1 i 1 Os dados de preços e custos das atividades do reflorestameto foram levatados através de pesquisas em literaturas, em sites como Embrapa Florestas e Cetro de Desevolvimeto do Agroegócio (Cedagro), através de profissioais autôomos, Associação das Siderúrgicas para Fometo Florestal (Asiflor) e IEF, visado refletir a realidade da maioria dos produtores rurais que participam de programas de fometo desse istituto. O valor da terra foi cosiderado como de R$ 1.000,00/ há. Assim, tem-se uma taxa aual de arredameto de R$125,00 por hectare, valor este levatado o IEF/MG e com produtores rurais cadastrados os programas de fometo florestal. Cosiderou-se, também, que 30% da área era destiada à Área de Preservação Permaete (APP), Reserva Legal (RL) e befeitorias, com base em estudo realizado por Fotes (2001). Nos proetos, cuo produto fial é o carvão, o custo de carvoeameto foi calculado com base em dados da ASIFLOR, sedo o custo de produção de R$ 30,00/mdc (metro de carvão). O custo de trasporte foi cosiderado para os quatro proetos de reflorestameto, os quais o produto fial é etregue o pátio da idústria ou siderurgia. O valor levatado com relação ao trasporte foi o equivalete a um litro de óleo diesel por quilômetro rodado, e o valor do frete é R$2,00 por quilômetro rodado (PÁDUA, 2006). A distâcia utilizada para os cálculos foi de 100 km. Tabela 2 Custos dos proetos de reflorestameto visado à produção de carvão e madeira. Table 2 Costs commo to reforestatio proects for charcoal ad wood productio. Produção de carvão Atividade Ao de ocorrêcia Custos (R$/há) Com fometo Sem fometo Implatação 1 1229,2 1784,2 Mauteção 2 331,72 728,98 Mauteção 3 238,01 238,01 Mauteção 8 566,86 566,86 Mauteção 9 364,04 364,04 Mauteção 4 a 6 e 10 a 13 195,89 195,89 Colheita e carvoeameto 7 3675 3675 Colheita e carvoeameto 14 3307,5 3307,5 Custo aual da terra 1 a 14 125 125 Produção de madeira Atividade Ao de ocorrêcia Custos (R$/há) Com fometo Sem fometo Implatação 1 1.229,20 1.784,20 Mauteção 2 331,72 728,98 Mauteção 3 238,01 238,01 Mauteção 8 566,86 566,86 Mauteção 9 364,04 364,04 Mauteção 4 a 6 e 10 a 13 195,89 195,89 Colheita 7 1.408,75 1.408,75 Colheita 14 1.267,88 1.267,88 Custo aual da terra 1 a 14 125 125 Fote: Orgaizado pelos autores a partir de dados da Associação das Siderúrgicas para Fometo Florestal (Asiflor), Istituto Estadual de Florestas (IEF), Cetro de Desevolvimeto do Agroegócio (Cedagro) e Embrapa Florestas. Source: Orgaized by the authors usig data from the Steelmakers Associatio for Forest Developmet (Asiflor), State Istitute of Forests (IEF), Ceter for Agribusiess Developmet (Cedagro) ad Embrapa Forests.

Cotribuição do fometo do órgão florestal de 371 Segudo Pádua (2006), o volume de carvão trasportado em camihão truck é de cerca de 70 m de carvão (70 mdc), coforme declarado em otas fiscais de compra e veda. No caso da madeira, o camihão truck trasporta 30 mst por viagem. Assim, o custo de trasporte para os proetos visado à produção de carvão são de R$ 350,00/ha (corte aos 7 aos), e R$ 315,00/ha (corte aos 14 aos). Para os proetos visado à produção de madeira, os custos são de R$ 2.450,00/ha (corte aos 7 aos) e de 2.225,00/ha (corte aos 14 aos). 2.3. Produtividades esperadas e preços dos produtos Levaram-se em cosideração duas rotações com uma produtividade esperada de 245 m 3 /ha o primeiro corte o sétimo ao e de 220,5 m 3 /ha o segudo corte o décimo quarto ao (decréscimo de 10% da produção do primeiro para o segudo corte). O fator de coversão volumétrico de st para m 3 utilizado foi de 1,5, o qual é utilizado por grade parte das empresas do setor (PÁDUA, 2006). Segudo esse autor, a coversão volumétrica de leha para carvão é afetada pelo formato do fuste, pela preseça de galhos fios e pelo diâmetro do fuste. Neste estudo, cosiderou-se um fator de coversão volumétrica de leha para carvão de dois para um (2:1), de acordo com o citado autor. Logo, a produtividade esperada de carvão o primeiro e segudo cortes é de 122,5 mdc/ha e 110,25 mdc/ha. Os preços utilizados para o carvão e a madeira postos a fábrica são de R$ 100,00/mdc e R$ 45,00/m 3, respectivamete. Esses valores foram utilizados por serem mais próximos dos valores reais a ocasião da pesquisa. Mas, devido à flutuação costate de preços o setor florestal, foram realizadas aálises de risco, com variações superior e iferior a 20% dos preços citados ateriormete. Os dados de custos e preços foram levatados o período de setembro a dezembro de 2007. A taxa cambial utilizada foi de US$1.00, igual a R$1,77. 2.4. Aálise de risco De maeira geral, os beefícios e custos associados ao fluxo de caixa de proetos de ivestimeto ormalmete são cosiderados cohecidos, caracterizado o que se cohece como procedimeto de aálise determiística; que, apesar de sua praticidade, leva a uma simplificação e, ou, superestimativa de iformações que em sempre são cohecidas com certeza o mometo da aálise, como preços, quatidades e redimetos, etre outros. Uma forma de miimizar esse problema é adotar uma aálise em codições de risco, em que se utilizam distribuições de probabilidade associadas aos idicadores de desempeho do proeto (BENTES-GAMA, 2005). Na aálise de risco de ivestimeto foram utilizadas as iformações dos quatro proetos em estudo a aálise fiaceira. Os dados foram aalisados por meio do software @RISK (PALISADE CORPORATION, 1995). Esse programa permite a aplicação do método de Mote Carlo para simular valores para as variáveis aleatórias receita e custo e, em decorrêcia dos valores aleatórios gerados, obter valores para a variável lucro (BENTES- GAMA, 2003). Foram defiidas 10.000 iterações e cosideradas como variáveis de etrada (iputs): taxa aual de uros; preço da madeira posta a fábrica; produtividade (m 3 /ha/ao); preço do carvão (R$/mdc); custo de implatação (R$/ha); e custo de colheita (R$/ha). Cosideraram-se, aida, variações etre 20% e + 20 % essas variáveis, com base a distribuição triagular, coforme Gama (2003). O idicador fiaceiro VPL foi tomado como variável de saída (outputs). 3. RESULTADOS E DISCUSSÃO 3.1. Aálise ecoômica dos reflorestametos com e sem fometo do IEF Os proetos de reflorestameto visado tato à produção de carvão quato de madeira, com o auxílio do IEF, por apresetarem meores custos, alcaçaram maiores valores de receitas por hectare, obtedo melhor desempeho fiaceiro. O fluxo de caixa dos proetos de ivestimeto em reflorestameto com eucalipto são apresetados a Tabela 3. Etre os quatro proetos, aquele destiado à produção de carvão, com fometo do IEF, obteve melhor desempeho fiaceiro (Tabela 4). Utilizado uma taxa aual de descoto de 8,75% a.a. o período cosiderado, obteve-se VPL positivo em todos os tratametos, idicado que os proetos de reflorestameto testados são fiaceiramete viáveis, e os proetos obetivado a produção de carvão com fometo e sem fometo do IEF obtiveram maiores valores, sedo R$ 4.007,76/ha e R$ 3.161,51/ha, respectivamete. Nos proetos visado à produção de madeira, aquele com fometo do IEF obteve maior VPL, sedo de R$ 3.124,74/ha, equato o proeto sem fometo coseguiu VPL de R$ 2.278,49/ha.

372 CORDEIRO, S.A. et al. Tabela 3 Fluxo de caixa para os proetos de reflorestameto com eucalipto para produção de carvão etregue a siderurgia e madeira etregue o pátio da fábrica. Table 3 Cash flow for reforestatio proects with Eucaliptus, for charcoal delivered to metallurgy eterprises ad wood productio delivered to factories. Produção de carvão Tempo (ao) Sem fometo Com fometo Custos (R$/há) Receitas (R$/ha) Saldo (R$/ha) Custos (R$/ha) Receitas (R$/ha) Saldo (R$/ha) 1 1784,20 - -1784,20 1229,20 - -1229,20 2 728,98 - -728,98 331,72 - -331,72 3 238,01 - -238,01 238,01 - -238,01 4 195,89 - -195,89 195,89 - -195,89 5 195,89 - -195,89 195,89 - -195,89 6 195,89 - -195,89 195,89 - -195,89 7 4150,00 12250,00 8100,00 4150,00 12250,00 8100,00 8 566,86 - -566,86 566,86 - -566,86 9 364,04 - -364,04 364,04 - -364,04 10 195,89 - -195,89 195,89 - -195,89 11 195,89 - -195,89 195,89 - -195,89 12 195,89 - -195,89 195,89 - -195,89 13 195,89 - -195,89 195,89 - -195,89 14 3747,50 11025,00 7277,50 3747,50 11025,00 7277,50 Produção de madeira Tempo (ao) Sem fometo Com fometo Custos (R$/há) Receitas (R$/ha) Saldo (R$/ha) Custos (R$/ha) Receitas (R$/ha) Saldo (R$/ha) 1 1784,20 - -1784,20 1229,20 - -1229,20 2 728,98 - -728,98 331,72 - -331,72 3 238,01 - -238,01 238,01 - -238,01 4 195,89 - -195,89 195,89 - -195,89 5 195,89 - -195,89 195,89 - -195,89 6 195,89 - -195,89 195,89 - -195,89 7 3983,75 11025,00 7041,25 3983,75 11025,00 7041,25 8 566,86 - -566,86 566,86 - -566,86 9 364,04 - -364,04 364,04 - -364,04 10 195,89 - -195,89 195,89 - -195,89 11 195,89 - -195,89 195,89 - -195,89 12 195,89 - -195,89 195,89 - -195,89 13 195,89 - -195,89 195,89 - -195,89 14 3597,88 9922,50 6324,63 3597,88 9922,50 6324,63 Tabela 4 Aálise fiaceira dos quatro proetos de reflorestameto. Table 4 Fiacial aalysis of four reforestatio proects. Métodos de avaliação Proetos Produção de carvão (mdc) Produção de madeira (m3) Sem fometo Com fometo Gahos com Sem fometo Com fometo Gahos com fometo do IEF fometo do IEF VPL (R$/há) 3.161,51 4.007,76 846,25 26,8% 2.278,49 3.124,74 846,25 37,1% TIR (% a. a.) 21 29 8 38,1% 18 25 7 38,9% BPE (R$/ha/ao) 400,35 507,51 107,16 26,8% 288,53 395,69 107,16 37,1% CMP (R$/MDC) 69,06 60,77-8,29 12,0% 33,85 29,71-4,1 12,1% ou (R$/m3) B/C 1,45 1,65 0,20 13,8% 1,33 1,51 0,18 13,5% VET (R$/há) 6.003,40 4.993,87 1.225,30 20,4% 4.726,06 5.950,78 1.224,72 25,9%

Cotribuição do fometo do órgão florestal de 373 A TIR dos quatro proetos foi maior que a taxa de descoto (8,75% a.a.), idicado a boa retabilidade aual do capital ivestido esses proetos, e as maiores TIR dos proetos obetivam a produção de carvão e madeira com fometo do IEF, sedo de 29% e 25%, respectivamete. O BPE também foi positivo os quatro proetos, sedo maior aquele visado à produção de carvão com fometo do IEF, sedo de R$ 507,51/ha. O proeto de reflorestameto destiado à produção de carvão com fometo do IEF obteve um CMP de R$ 60,77/mdc, sedo meor do que o CMP para o proeto visado à produção de carvão sem fometo, que foi de R$ 69,06/mdc. Diate desses valores, ambos os reflorestametos são lucrativos, pois os CMPs são meores do que o preço de veda do carvão, que este trabalho foi de R$ 100,00/mdc. O proeto de reflorestameto voltado para a produção de madeira com fometo do IEF obteve um CMP de R$ 29,71/m 3, sedo meor que o CMP para aquele direcioado à produção de carvão sem fometo, que foi de R$ 33,85/m 3. Diate desses valores, ambos os proetos foram lucrativos, pois os CMPs foram meores que o preço de veda da madeira, que era de R$ 45,00/m 3. A B/C dos quatros proetos também foi positiva, idicado que as receitas superaram os custos. O proeto que apresetou maior B/C foi o reflorestameto com fometo do IEF destiado à produção de carvão, sedo de 1,65, idicado que as receitas descotadas foram superiores em uma vez em relação aos custos descotados, ou sea, para cada R$ 1,00 ivestido, o retoro fiaceiro esse sistema foi de R$ 1,65. Nos proetos voltados para a produção de carvão, o preço máximo que se pôde pagar por hectare de terra ua foi de R$ 7.228,70 e 6.003,40, para proetos com fometo e sem fometo do IEF, respectivamete. Já para os proetos visado à produção de madeira, o preço máximo que se pôde pagar por hectare de terra ua foi de R$ 5.950,78 e 4.726,06, para proetos com fometo e sem fometo do IEF, respectivamete. Na Tabela 4, ecotram-se também os gahos fiaceiros que os proetos de reflorestameto com fometo do IEF proporcioam quado comparados com os proetos sem fometo. Aalisado, por exemplo, os gahos em relação ao VPL, tem-se que o proeto destiado à produção de carvão com fometo apreseta um gaho de R$ 846,25/ha (26,8%) em relação ao proeto sem fometo, e a mesma aálise deve ser feita para o proeto visado à produção de madeira. O CMP é apresetado com valor egativo, pois represeta a dimiuição deste, por exemplo, para produzir 1 mdc sem fometo florestal do IEF, gastam-se R$8,29 (12%) a mais que o proeto com fometo, equato para se produzir 1 m 3 de madeira esse valor é de R$4,1 (12,1%) a mais do que o proeto com fometo. Aalisado a participação dos custos de implatação, mauteção, custo da terra, colheita/ trasporte/carvoeameto, observou-se que este último é resposável por maior parte do custo total dos proetos de reflorestameto. O custo de implatação dos proetos dimiui cosideravelmete os proetos com fometo do IEF (Figura 1). Tomado como exemplo o proeto para produção de carvão, o sem fometo o custo de implatação respode por 21,6% do custo total, equato o proeto com fometo respode por 16,4% do custo total. 3.2. Aálise de risco de ivestimeto Mediate as simulações feitas pelo @RISK, foram obtidos os resultados fiaceiros e as respectivas probabilidades acumuladas para os quatro proetos de reflorestameto em estudo. Os valores médios do VPL foram de R$ 3.172,89/ha/ao, R$ 4.019,92/ha/ao, R$ 2.297,99/ha/ao e R$ 3.145,02/ha/ao, para o proeto sem fometo direcioado à produção de carvão, para o com fometo obetivado a produção de carvão, para o proeto sem fometo visado à produção de madeira e para o proeto com fometo direcioado à produção de madeira, respectivamete (Tabela 5). Avaliado os resultados da simulação gerados para o VPL dos proetos de reflorestameto que têm fometo do IEF, para o proeto que visa à produção de carvão, a aálise de percetis idicou que 5% dos valores estão abaixo de R$ 2.228,27/ha/ao e 5% acima de R$ 5.957,35/ha/ao, equato para o reflorestameto que obetiva a produção de madeira a aálise idicou que 5% dos valores estão abaixo de R$ 1.608,08/ha/ ao e 5% acima de R$ 4.864,32/ha/ao. Associado esses valores aos valores míimos apresetados pelo método fiaceiro utilizado, pode-se afirmar que esses proetos apresetam elevada viabilidade ecoômica e ausêcia de risco de ivestimeto, cosiderado que seam matidas todas as codições de estabilidade de mercado ao logo do proeto (Tabela 5).

374 CORDEIRO, S.A. et al. 15,9 16,4 14,0 21,6 13,7 54,1 C. de Implatação C. de Mauteção C. de Colheita/trasporte/carvoeameto C. da terra (a) 16,8 47,6 C. de Implatação C. de Mauteção C. de Colheita/trasporte/carvoeameto C. da terra (b) 16,3 16,7 14,3 22,1 14,0 17,1 53,0 46,5 C. de Implatação C. de Colheita/trasporte C. de Implatação C. de Colheita/trasporte C. de Mauteção C. da terra C. de Mauteção C. da terra (c) (d) Figura 1 Percetual de participação dos custos de implatação, mauteção, colheita/trasporte/carvoeameto e custo da terra, os proetos de reflorestameto para produção de carvão com fometo florestal do IEF (a) e sem fometo (b) e para produção de madeira com fometo (c) e sem fometo (d). Figure 1 Percet of the participatio costs of implatatio, maiteace, harvestig costs/trasport/charcoal-burig, ad the cost of lad i reforestatio proects for charcoal productio with IEF fometatio forests (a) ad without fometatio forests (b), ad for wood productio with IEF fometatio forests (c) ad without fometatio forests (d). Tabela 5 Estatísticas da variável de saída (VPL) e de etrada (custos, preço de produtos e taxa de descoto) dos proetos de reflorestameto. Table 5 Statistics of output (NPV) ad iput (costs, prices of products ad discout rates) variables of the reforestatio proects. Variáveis de etrada Variáveis de saída Estatísticas T Pc Pm PR Cc Ci VPL VPL VPL VPL (P1) (P2) (P3) (P4) Míimo 7,03 80,13 36,11 28,09 0,80 0,80-54,00 860,47-512,72 340,46 Máximo 10,49 119,33 53,83 41,94 1,20 1,20 8.152,27 8.985,55 5.736,23 6.607,83 Média 8,74 99,97 45,04 35,01 1,00 1,00 3.172,89 4.019,92 2.297,99 3.145,02 Desvio 0,72 119,58 3,71 2,88 0,08 0,08 1.133,72 1.133,22 983,49 982,00 -padrão Moda 7,55 87,24 41,84 30,05 0,94 0,92 3.839,23 3.952,61 2.927,73 2.466,89 Percetis 5% 7,55 86,29 38,83 30,16 0,86 0,87 1.383,87 2.228,27 757,43 1.608,08 15% 7,97 90,87 40,87 31,80 0,91 0,91 1.977,01 2.822,22 1.273,25 2.125,25 25% 8,24 94,22 42,34 32,93 0,94 0,94 2.356,24 3.200,65 1.584,72 2.430,84 35% 8,47 96,86 43,44 33,88 0,97 0,97 2.685,73 3.530,29 1.871,45 2.720,99 45% 8,66 99,04 44,52 34,65 0,99 0,99 2.987,08 3.831,86 2.134,98 2.976,04 55% 8,84 101,06 45,41 35,39 1,01 1,01 3.272,99 4.115,32 2.377,88 3.226,12 65% 9,03 103,30 46,46 36,19 1,03 1,03 3.580,67 4.420,29 2.655,35 3.504,43 75% 9,23 106,04 47,63 37,13 1,06 1,06 3.921,46 4.764,59 2.954,00 3.792,92 85% 9,56 109,29 49,11 38,16 1,09 1,09 4.372,89 5.226,45 3.323,24 4.170,53 95% 9,95 113,66 51,17 39,71 1,14 1,14 5.115,46 5.957,35 4.009,64 4.864,32 VPL: valor presete líquido (R$/ha); P1: proeto sem fometo do IEF, visado à produção de carvão; P2: proeto com fometo do IEF, visado à produção de carvão; P3: proeto sem fometo do IEF, visado à produção de madeira; P4: proeto com fometo do IEF, visado à produção de madeira; T: taxa aual de uros (%); Pc: preço do carvão; Pm: preço da madeira posta a fábrica; Pr: produtividade (m 3 /ha/ao); Cc: custos de colheita (%); e Ci: custos de implatação (%).

Cotribuição do fometo do órgão florestal de 375 Tabela 6 Aálise de sesibilidade com base as elasticidades das variáveis de etrada (custos, preços e taxa de descoto), de saída (VPL) e ordem de ifluêcia a aálise dos proetos de reflorestameto. Table 6 Sesibility aalyses based o the elasticity of the iput (costs, price ad discout rate), the output (NPV) variables, ad the ifluece order o the aalysis of the reforestatio proects. Produção de carvão Produção de madeira Variáveis de etrada VPL Variáveis de etrada VPL Com Sem R Com R Sem R fometo fometo ometo fometo Preço do carvão (R$/MDC) 0,747 0,746 1 Preço do carvão (R$/MDC) 0,765 1 0,764 1 Produtividade (m3/ha/ao) 0,498 0,497 2 Produtividade (m3/ha/ao) 0,494 2 0,494 2 Taxa de uros (% a.a.) -0,377-0,37 3 Taxa de uros (% a.a.) -0,373 3-0,365 3 Custo de colheita (R$/mdc) -0,22-0,22 4 Custo de colheita (R$/mdc) -0,96 4-0,096 5 Custo de implatação (R$/m3) -0,076-0,112 5 Custo de implatação (R$/m3) -0,84 5-0,126 4 R: ordem de importâcia. Aalisado os resultados da simulação gerados para o VPL dos proetos de reflorestameto sem fometo do IEF, para o proeto que visa à produção de carvão a aálise de percetis idicou que 5% dos valores estão abaixo de R$ 1.383,87/ha/ao e 5% acima de R$ 5.115,46/ ha/ao, equato para o proeto que visa à produção de madeira a aálise idicou que 5% dos valores estavam abaixo de R$ 757,43/ha/ao e 5% acima de R$ 4.009,64/ ha/ao (Tabela 5). Como complemetação da aálise, a fução desidade de probabilidade simulada para esses proetos que determia com precisão um itervalo de cofiaça o qual veham a ocorrer os valores deseados ou procurados (PROTIL, 2003; BENTES-GAMA, 2005) idicou que o risco de que veha a ocorrer um VPL egativo é míimo para o proeto visado à produção de carvão (probabilidade de 0,00%) e quase iexistete para o proeto destiada à produção de madeira (probabilidade de 0,20%). Observado-se a Tabela 6, de acordo com a aálise, os valores positivos das elasticidades mostraram relação direta etre as referidas variáveis, ocorredo efeito iverso quado elas apresetaram valores egativos. Levado em cota, por exemplo, as variações para o VPL do proeto de reflorestameto com fometo do IEF visado à produção de carvão, pode-se afirmar que, caso ocorra aumeto de 10% o preço do carvão, haverá icremeto de 7,47% sobre o seu valor. No etato, elevação de 10% o custo da colheita poderá ocasioar dimiuição de 2,2% o VPL. As variáveis que afetaram o VPL os proetos cua produção fial é o carvão, a sua ordem de importâcia, foram: preço dos produtos, produtividade da floresta, taxa de uros, custo de colheita e custo de implatação. Já a produção de madeira se observou que a ordem de importâcia se altera quado é aalisado o custo de colheita e de implatação, sedo este último mais ifluete de forma egativa sobre o VPL do proeto sem fometo florestal (Tabela 6). 4. CONCLUSÕES - Os proetos de reflorestameto com fometo do IEF apresetaram desempeho fiaceiro superior aos dos proetos de reflorestameto sem fometo do IEF, cotribuido para a geração de reda as propriedades rurais. - Etre os quatro proetos, o que visou à produção de carvão com fometo do IEF obteve melhor desempeho fiaceiro. - Nos proetos direcioados à produção de carvão e madeira, os custos de colheita/trasporte/carvoeameto utos são resposáveis pela maior parcela do custo total. O custo de implatação dos quatro empreedimetos de reflorestameto dimiuiu cosideravelmete os proetos com fometo do IEF. - Para os proetos sem fometo do IEF, o risco de que veha a ocorrer um VPL egativo é míimo aqueles visado à produção de carvão (probabilidade de 0,00%) e quase iexistete aqueles obetivado a produção de madeira (probabilidade de 0,20%). - Os proetos que ão tiveram parceria com o IEF apresetaram-se mais sesíveis à variação de preço, com maior risco de ivestimeto.

376 CORDEIRO, S.A. et al. 5. AGRADECIMENTOS Ao CNPq e à FAPEMIG, pelo apoio fiaceiro; ao IEF/MG e à ASIFLOR, pela dispoibilização dos dados; e à UFV, pela ifraestrutura. 6. REFERÊNCIAS BENTES-GAMA, M. M. et al. Aálise ecoômica de sistemas agroflorestais a Amazôia Ocidetal, Machadiho D Oeste RO. Revista Árvore, v.29,.3, p.401-411, 2005. BENTES-GAMA, M. M. Aálise técica e ecoômica de sistemas agroflorestais em Machadiho d Oeste, Rodôia. 2003. 112f. Tese (Doutorado em Ciêcia Florestal) Uiversidade Federal de Viçosa, Viçosa, MG, 2003. BRITO, J. O. Pricípios de produção e utilização de carvão vegetal de madeira. Piracicaba: 1990. (Documetos Florestais, 1) CANTO, J. L. et al. Avaliação das codições de seguraça do trabalho a colheita e trasporte florestal em propriedades rurais fometadas o estado do Espírito Sato. Revista Árvore, v.31,.3, p.513-520, 2007. CENTRO DE DESENVOLVIMENTO DO AGRONEGÓCIO CEDAGRO. Coeficietes técicos e custos de produção a agricultura do Espírito Sato - Eucalipto. Dispoível em: <http:// www.cedagro.org.br/>. Acesso em: 10 de a. 2008. EMBRAPA FLORESTAS. Produtos e Serviços Plailha de custos de eucalipto. Dispoível em: <http:// www.cpf.embrapa.br/arquivos/ Plailha_Eucalipto.pdf.>. Acesso em: 20 de dez. de 2007. FONTES, A. A. Caracterização das propriedades rurais do muicípio de Viçosa-MG com êfase a atividade florestal. 2001. 115f. Dissertação (Mestrado em Ciêcia Florestal) Uiversidade Federal de Viçosa, Viçosa, MG, 2001. INSTITUTO ESTADUAL DE FLORESTAS IEF/ MG. Fometo florestal. Dispoível em: <http://www.ief.com.br/fometoflorestal> Acesso em: 02 de dez. de 2007. LEUSCHNER, W. A. Itroductio to forest resource maagemet. New York: Joh Wiley, 1984. 304p. PÁDUA, C. T. J. Aálise sócio ecoômica do Programa De Fometo Florestal IEF/ASIFLOR em Mias Gerais. 2006. 135f. Tese (Mestrado em Egeharia Florestal) Uiversidade Federal de Lavras, Lavras, 2006. PALISADE CORPORATION. Risk aalysis ad simulatio add-i for Microsoft Excell or Lotus 1-2-3. New York: Palisade Corporatio, 1995. 402p. REZENDE, J. L. P.; OLIVEIRA, A. D. Aálise ecoômica e social de proetos florestais. Viçosa, MG: Uiversidade Federal de Viçosa, 2001. 389p. SILVA, M. L.; JACOVINE, L. A. G.; VALVERDE, S. L. Ecoomia florestal. Viçosa, MG: Uiversidade Federal de Viçosa, 2002.178p. SIQUEIRA, J. D. P. et al. Estudo ambietal para os programas de fometo florestal da Aracruz Celulose S.A. e extesão florestal do Govero do Estado do Espírito Sato. Revista Floresta, Edição Especial, p.3-67, 2004. SOARES, T. S. et al. Avaliação ecoômica de um povoameto de Eucalyptus gradis destiado a multiprodutos. Revista Árvore, v.27,.5, p.689-694, 2003.