Prevalência de doação de sangue e fatores associados, Pelotas, RS
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- Ian Correia Cabreira
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1 Alethe Zgo Mriângel Freits d Silveir Smuel C Dumith Prevlênci de doção de sngue e ftores ssocidos, Pelots, RS Blood dontion prevlence nd ssocited fctors in Pelots, Southern Brzil RESUMO Progrm de Pós-Grdução em Epidemiologi. Deprtmento de Medicin Socil. Universidde Federl de Pelots. Pelots, RS, Brsil OBJETIVO: Estimr prevlênci de doção de sngue e ftores ssocidos. MÉTODOS: Estudo trnsversl com mostr representtiv de indivíduos com 20 nos ou mis relizdo em Pelots, RS, em Form considerdos três desfechos: doção de sngue lgum vez n vid, doção no último no e doção fidelizd (pelo menos dus doções no último no). Cd desfecho foi nlisdo de cordo com vriáveis demográfics, socioeconômics, de súde, exposição cmpnhs de promoção d doção de sngue e ter prente ou migo dodor. A nálise brut e multivriável foi feit utilizndo-se regressão de Poisson, com juste pr o efeito do desenho mostrl. RESULTADOS: As prevlêncis encontrds de doção de sngue lgum vez n vid, no último no e de doção fidelizd, form, respectivmente, 32%, 7,7% e 3,6%. Tis prevlêncis form miores pr indivíduos do sexo msculino e umentou conforme o nível econômico e utopercepção d súde. A prevlênci de doção n vid foi mior pr o grupo etário de nos; no último no, foi mior entre os mis jovens (20 29 nos); e doção fidelizd foi mior pr o grupo de nos. Cor d pele, situção conjugl, religião, ter prente ou migo dodor e conhecimento sobre cmpnhs não presentrm ssocição com nenhum dos desfechos nlisdos. CONCLUSÕES: A prevlênci de doção de sngue foi mior pr os homens e pr queles com melhor uto-percepção de súde e nível econômico. As cmpnhs de incentivo à doção deverim diversificr o perfil dos dodores, de modo tingir os grupos de pessos menos propenss dor sngue DESCRITORES: Dodores de Sngue. Prevlênci. Ftores Socioeconômicos. Estudos Trnsversis. Correspondênci Correspondence: Alethe Zgo R. Gonçlves Chves, 3657/201B Centro Pelots, RS, Brsil E-mil: lethezgo@yhoo.com.br Recebido: 17/11/2008 Revisdo: 20/4/2009 Aprovdo: 9/7/2009
2 113 ABSTRACT OBJECTIVE: To estimte the prevlence of blood dontion nd fctors ssocited. METHODS: A cross-sectionl study ws crried out with representtive smple of 2,986 individuls, ged 20 or more, in the municiply of Pelots, Southern Brzil, in Three outcomes were considered: ever donting blood, dontion during in the previous yer nd frequent dontion pttern (t lest two dontions in the previous yer). Ech outcome ws nlyzed ccording to demogrphic, socioeconomic nd helth fctors, exposure to blood dontion publicity cmpigns nd whether the donor hd reltive or friend who donted blood. The crude nd multivrible nlyses were performed using Poisson s regression, djusted for smple design effect. RESULTS: Blood dontion prevlence ever, in the previous yer nd frequent dontion pttern were 32%, 7.7% nd 3.6%, respectively. Blood dontion ws more prevlent mong mles nd incresed in ccordnce with the economic level nd helth self-perception. The prevlence of ever donting blood ws higher in the 50 to 65 yers ge group; in the previous yer, it ws higher mong younger people (20 to 29 yers); frequent dontion ws more prevlent in the 30 to 49 group. There ws no ssocition of the outcomes with skin color, mritl sttus, religion, hving reltive or friend who dontes or knowing bout publicity cmpigns. CONCLUSIONS: Blood dontion ws more prevlent in men nd in those who hve better self-perception of helth nd higher economic level. Cmpigns encourging blood dontion should diversify the donor profile for reching those groups of people who re less inclined to donte blood. DESCRIPTORS: Blood Donors. Prevlence. Socioeconomic Fctors. Cross-Sectionl Studies INTRODUÇÃO A doção de sngue é um to que pode slvr vid de milhres de pessos em todo o mundo. N Inglterr, em 2004, um milhão de vids form slvs ou melhords por um trnsfusão de sngue. Nos Estdos Unidos, tmbém em 2004, qutro milhões e meio de mortes form evitds devido esse to. No Brsil, não há ddos disponíveis sobre qunts pessos morrem ou presentm lgum outro tipo de dno devido à flt de sngue ou hemoderivdos. Estimtivs do Ministério d Súde pontm que 1,8% d populção brsileir é dodor voluntári de sngue cd no. b No entnto, Orgnizção Mundil d Súde (OMS) preconiz que 3% 5% d populção deveri dor sngue cd no, sendo ess tx idel pr mnutenção dos estoques de sngue e hemoderivdos regulrizdos de um pís. b A fidelizção de dodores de sngue termo referente pelo menos dus doções por no, segundo Agênci Ncionl de Vigilânci Snitári (Anvis), c é um questão fundmentl, pois, incrementndo seus índices, elevr-se-i o número bsoluto de doções provinds de dodores sbidmente sudáveis e ptos. Em 2005, foi relizdo um grnde estudo ncionl d sobre o perfil dos dodores de sngue brsileiros, incluindo pens locis de doção de sngue. O objetivo do presente estudo foi estimr prevlênci de doção de sngue lgum vez n vid, no último no, doção fidelizd e os ftores ssocidos com cd um desses desfechos. World Helth Orgniztion. World Blood Donor Dy 2005 Report: celebrting your gift of blood ; Disponível em: int/worldblooddonordy/resources/wbdd_report_2005.pdf b Ministério d Súde. Súde incentiv doções de sngue. [citdo 2007 set 15] Disponível em: visulizr_texto.cfm?idtxt=25472 c Agênci Ncionl de Vigilânci Snitári. Cmpnh Ncionl de Doção de Sngue, Súde incentiv doções de sngue. [citdo 2007 set 17] Disponível em: d Agênci Ncionl de Vigilânci Snitári. Pesquis revel perfil de dodores e não-dodores de sngue, 2006 [citdo 2007 set 16]. Disponível em:
3 114 Prevlênci de doção de sngue Zgo A et l MÉTODOS Foi relizdo estudo trnsversl de bse populcionl n cidde de Pelots, RS, de outubro de 2007 jneiro de O estudo integrou projeto mior que vliou súde e exposições comportmentis d populção dult d cidde de Pelots. A mostrgem foi relizd em múltiplos estágios. Dos 404 setores censitários residenciis de Pelots, form sortedos 126, com probbilidde proporcionl o tmnho do setor, ordendos pel rend do chefe d fmíli, conforme ddos do censo do Instituto Brsileiro de Geogrfi e Esttístic (IBGE) de b Como o IBGE estbelece um médi de 2,1 dultos (20 nos ou mis) por domicílio, form previmente seleciondos domicílios, que, divididos pelos 126 setores, resultrm em cerc de 12 domicílios por setor. Pr relizção dos cálculos de tmnho de mostr, foi estimd um prevlênci de doção de sngue no último no de 5%, 3 com um ponto percentul de mrgem de erro, resultndo em mostr de pelo menos dultos com 20 ou mis nos de idde. Apesr de indivíduos com 18 nos de idde já serem ptos pr doção de sngue de cordo com o Ministério d Súde, foi utilizdo como limite inferior de idde 20 nos, por ser est idde de início d fse dult, segundo OMS. Pr o estudo dos ftores ssocidos, o mior vlor encontrdo, referente à vriável situção conjugl, foi de pessos. O número de indivíduos incluídos no estudo, entretnto, ultrpssou o vlor clculdo pr mostr, no intuito de tender demnd de outros estudos que fzim prte do consórcio de pesquis. Pr tods s ssocições foi considerdo um nível de significânci de 95%, efeito de delinemento de 1,25 e créscimo de 10% pr eventuis perds e de 15% pr controle de potenciis ftores de confusão. 7 Form excluídos indivíduos que, por problems mentis, não tinhm cpcidde de responder o questionário, ssim como queles institucionlizdos (mordores de css geriátrics e presídios) no momento d colet de ddos. Pr obtenção de ddos, utilizou-se questionário pdronizdo e previmente testdo, contendo diverss questões sobre súde. Considerrm-se três desfechos: doção de sngue lgum vez n vid, no último no e fidelizd. Os indivíduos com idde superior 65 nos (N= 358) form excluídos ds nálises dos desfechos doção de sngue fidelizd e no último no seguindo orientção do Ministério d Súde, que estbelece fix etári pr doção de sngue de 18 té 65 nos de idde. O desfecho deste estudo foi obtido medinte o uto-relto do respondente sobre doção de sngue, durnte tod su vid e no no (nterior à pesquis). A fidelizção foi obtid por meio d respost à pergunt sobre qunts vezes o indivíduo doou sngue no último no; e definid como pelo menos dus doções no no nterior à entrevist. Em 10% d mostr, seleciond por sorteio, foi plicdo um questionário resumido pr efeito de controle de qulidde ds entrevists. Houve bixo percentul de perds e recuss (6,1%). Form considerds como vriáveis independentes s seguintes: sexo; situção conjugl; idde; cor d pele (observd pel entrevistdor); escolridde (nos completos de educção forml); nível econômico, conforme clssificção d Associção Brsileir de Empress de Pesquis (ABEP, 2007); c ter ou não um religião; ter lgum prente ou migo que houvesse dodo sngue; ter visto ou ouvido cmpnhs de doção de sngue; e uto-percepção de súde. Foi utilizdo o Progrm Epi Info, versão 6.04d, pr dupl digitção dos questionários. A nálise dos ddos foi relizd com o pcote esttístico Stt, versão 9.0. Tnto pr nálise brut como pr multivrid, utilizou-se técnic de regressão de Poisson, com controle pr o efeito de delinemento mostrl. 7 Pr nálise multivrid, elborou-se um modelo hierárquico, conceitul, no qul s vriáveis demográfics se situvm no primeiro nível, s socioeconômics no segundo nível e s demis vriáveis no terceiro nível. A significânci esttístic de cd vriável no modelo foi vlid por meio do teste de Wld pr heterogeneidde ou pr tendênci (qundo proprido). Inicilmente, cd bloco de vriáveis de um determindo nível foi incluído n nálise, tendo sido mntids no modelo tods quels vriáveis com vlor de p 0,20. No modelo, s vriáveis situds em um nível hierrquicmente superior ou no mesmo o d vriável em questão form considerds como potenciis ftores de confusão n relção com o desfecho em estudo. 13 O nível de significânci esttístico considerdo foi de 5%. O estudo foi provdo pelo Comitê de Étic em Pesquis d Fculdde de Medicin d Universidde Federl de Pelots. Todos os prticipntes ssinrm termo de consentimento livre e informdo. RESULTADOS Dos indivíduos elegíveis pr o estudo, form entrevistdos (6,1% de perds e recuss). Excluindo-se queles que não preenchim os critérios de inclusão, mostr finl constituiu-se de Projeto Súde e Comportmento d populção dult d cidde de Pelots, RS, Brsil; , finncido pel Coordenção de Aperfeiçomento do Pessol de Nível Superior. b Instituto Brsileiro de Geogrfi e Esttístic. Censo Demográfico Rio de Jneiro: IBGE; c Associção Brsileir de Empress de Pesquis. Critério Pdrão de Clssificção Econômic Brsil/2008. [citdo 2007 set 17] Disponível em:
4 115 indivíduos, dos quis três não possuím informção sobre doção de sngue. O efeito de delinemento mostrl pr vriável doção no último no foi de 1,15 (índice de correlção intrclsse de 0,005), e o coeficiente kpp foi de 87%. A médi de idde dos entrevistdos foi 45 (desviopdrão, DP= 17) nos. Erm do sexo feminino 56% dos indivíduos estuddos e proximdmente 80% erm de cor brnc. Com relção à situção conjugl, 63,2% dos entrevistdos reltrm ser csdos ou ter compnheiro/união estável. A médi de escolridde foi de 8,7 nos (DP=4,3). Qunto o nível socioeconômico, cerc de 45% pertencim à clsse C. Aproximdmente 80% dos entrevistdos reltrm ter lgum tipo de religião. Mis de 70% conhecim lguém próximo que já hvi dodo sngue e cerc de 25% dos indivíduos considervm seu estdo de súde como excelente ou muito bom. Qunto às cmpnhs sobre doção de sngue, 80% ds pessos firmrm terem visto ou ouvido flr de muits cmpnhs. Pr doção lgum vez n vid, foi encontrd um prevlênci de 32,0% (IC 95%: 30,3; 33,7) (Tbel 1). Após juste pr ftores de confusão, observou-se que doção foi 2,3 vezes mior pr o sexo msculino. Houve tendênci de umento d doção de sngue de cordo com idde (mior pr fix etári de nos), escolridde (nove ou mis nos de estudo) e nível econômico (1,4 vezes mior pr s clsses A e B junts e 1,3 vezes mis pr clsse C). Melhor utopercepção de súde tmbém presentou tendênci de umento d doção de sngue. As demis vriáveis não mostrrm ssocição com doção de sngue lgum vez n vid (Tbel 1). A prevlênci de doção de sngue nos 12 meses que ntecederm entrevist foi de 7,7% (IC 95%: 6,8; 8,7) (Tbel 2). Observou-se que doção de sngue foi 2,5 vezes mior entre os homens, e cerc de dus vezes mior entre os dultos jovens (20 49 nos), com tendênci de diminuição conforme umento d idde. Cor d pele e estdo civil não estiverm ssocids à doção de sngue, tnto n nálise brut qunto n justd (Tbel 2). Qunto à escolridde, nálise brut mostrou tendênci de umento n doção de sngue qunto mior o número de nos de estudo. No entnto, houve perd de significânci n nálise justd. O nível econômico presentou ssocição positiv com doção no último no, sendo prevlênci de doção de sngue no último no quse o dobro ns clsses econômics A e B em comprção às clsses D e E. Ds vriáveis de terceiro nível, pens utopercepção de súde presentou ssocição positiv com doção de sngue: indivíduos que se utopercebim como em excelente ou muito bom estdo de súde dorm 2,3 vezes mis em relção àqueles com percepção de súde regulr ou ruim. A prevlênci de dodores fidelizdos foi de 3,6% (IC 95%: 2,9; 4,3) (Tbel 3). A doção fidelizd foi 3,7 vezes mior entre os homens e 2,0 vezes mior entre os dultos de de nos. Cor d pele, situção conjugl e s vriáveis socioeconômics (escolridde e nível econômico) não se mostrrm significtivmente ssocids à doção fidelizd. A utopercepção de súde mnteve ssocição semelhnte à encontrd pr doção de sngue no último no e lgum vez n vid, tmbém com tendênci liner em relção à ctegori de referênci (utopercepção de súde como regulr ou ruim). Conhecimento sobre cmpnhs de doção de sngue, religião e conhecimento de lguém próximo que já hvi dodo sngue não presentrm ssocição com doção fidelizd (Tbel 3). DISCUSSÃO Um limitção do presente estudo, freqüente em estudos trnsversis, refere-se o viés de recordtório. Contudo, como os ftores ssocidos tiverm resultdos semelhntes pr doção lgum vez n vid e no no (nterior à entrevist), considermos que o viés de recordtório pode não ter fetdo os resultdos. Outro ftor ser considerdo é exclusão ds entrevists de indivíduos de 18 e 19 nos de idde. Embor indivíduos com 18 ou mis nos estejm ptos dor sngue, no estudo Perfil do Dodor de Sngue Brsileiro ess fix etári não presentou um mior prevlênci de desfechos relciondos à doção de sngue. Embor sej um limitção do estudo, provvelmente não tenh ocorrido tl viés. A prevlênci de doção de sngue lgum vez n vid foi de 32%, semelhnte à encontrd em estudo com dultos entre 20 e 60 nos d cidde de Yzd no Irã, seleciondos de form letóri, o qul encontrou um prevlênci de 38%. 6 Zller et l, 14 em estudo com mostr de indivíduos n cidde de Urumqi, n Chin, encontrrm 27,6% de doção de sngue lgum vez n vid. As prevlêncis reltds em outros estudos form menores. 1,4,5,11 A prevlênci de doção de sngue no último no, de 7,7%, é reltivmente lt, se considerrmos que prevlêncis menores form descrits no Brsil como um todo e em comprção com estudo relizdo nos Estdos Unidos, que encontrou prevlêncis entre 4% e 6%. 3 N litertur interncionl, prevlênci de doção de sngue no último no presentou mior vrição, de 4% 11%. 3,4 Esss vrições poderim ser explicds pels diferençs culturis e socioeconômics entre os píses. Agênci Ncionl de Vigilânci Snitári. Pesquis revel perfil de dodores e não-dodores de sngue, 2006 [citdo 2007 set 16]. Disponível em:
5 116 Prevlênci de doção de sngue Zgo A et l Tbel 1. Prevlênci, rzões de prevlênci brut e justd e ftores ssocidos à doção de sngue lgum vez n vid. Pelots, RS, Prevlênci de Análise brut Análise justd Vriável n doção (%) RP (IC 95%) p RP (IC 95%) p Sexo <0,001 <0,001 Msculino ,8 2,39 (2,14;2,68) 2,38 (2,12;2,67) Feminino ,0 1 1 Cor d pele 0,377 0,596 Brnc ,3 1,11 (0,93;1,32) 1,09 (0,92;1,29) Prd ,7 1,16 (0,92;1,46) 1,08 (0,87;1,34) Pret ,2 1 1 Situção conjugl <0,001 0,179 Sem compnheiro ,7 1 1 Com compnheiro ,0 1,40 (1,23;1,59) 1,09 (0,96;1,23) Idde (nos) 0,002 b 0,001 b ,1 0,88 (0,71;1,08) 0,83 (0,68;1,01) ,1 1,43 (1,18;1,74) 1,33 (1,11;1,61) ,3 1,52 (1,26;1,83) 1,45 (1,21;1,73) 66 ou mis ,2 1 1 Escolridde (nos) 0,003 0,050 b , ,6 1,30 (1,12;1,51) 1,25 (1,08;1,44) ,3 1,22 (1,06;1,40) 1,21 (1,05;1,40) Nível econômico c <0,001 b 0,002 b A/B ,7 1,56 (1,30;1,86) 1,37 (1,16;1,62) C ,2 1,32 (1,10;1,58) 1,26 (1,07;1,49) D/E ,6 1 1 Religião 0,515 0,775 Não ,0 1 1 Sim ,7 0,96 (0,85;1,09) 0,98 (0,87;1,11) Prente dodor 0,529 0,723 Não ,5 1 1 Sim ,3 0,96 (0,86;1,08) 0,98 (0,88;1,09) Autopercepção d súde d 0,002 b 0,026 b Excelente/muito bo ,0 1,26 (1,08;1,46) 1,18 (1,02;1,37) Bo ,2 1,19 (1,04;1,37) 1,11 (0,97;1,27) Regulr/ruim ,8 1 1 Cmpnhs doção 0,549 0,723 Nunc viu/ouviu ,6 1 1 Viu/ouviu poucs ,8 1,19 (0,87;1,62) 1,09 (0,83;1,43) Viu/ouviu muits ,0 1,16 (0,87;1,56) 1,03 (0,80;1,34) Totl , Teste de heterogeneidde (Wld); b Teste de tendênci; c Ajustd pr sexo, idde e situção conjugl; d Ajustd pr sexo, idde, situção conjugl e nível econômico. Qunto à fidelizção à doção de sngue, o único estudo trnsversl que nlisou este specto, embor utilizndo metodologi diferente, foi relizdo com estudntes d Universidde de Mstricht, Holnd e encontrou tx de 7% de dodores fiéis, mior do que do presente estudo (3,6%). 8
6 117 Tbel 2. Prevlênci, rzões de prevlênci brut e justd e ftores ssocidos à doção de sngue no último no e ftores ssocidos. Pelots, RS, Prevlênci de Análise brut Análise justd Vriável n doção (%) RP (IC 95%) p RP (IC 95%) p Sexo <0,001 <0,001 Msculino ,8 2,60 (1,97;3,44) 2,53 (1,93;3,33) Feminino ,5 1 1 Cor d pele 0,686 0,574 Brnc ,9 1,19 (0,75;1,91) 1,17 (0,73;1,87) Prd 137 6,8 1,02 (0,49;2,10) 0,89 (0,44;1,82) Pret 348 6,7 1 1 Situção conjugl 0,228 0,190 Sem compnheiro ,9 1 1 Com compnheiro ,2 1,18 (0,90;1,56) 1,20 (0,91;1,58) Idde (nos) 0,001 b <0,001 b ,3 2,16 (1,40;3,33) 2,20 (1,42;3,42) ,9 2,07 (1,47;2,93) 2,02 (1,43;2,87) ,3 1 1 Escolridde (nos) 0,014 b 0,229 b , ,4 1,40 (0,89;2,22) 1,18 (0,73;1,89) ,6 1,64 (1,10;2,46) 1,31 (0,83;2,05) Nível econômico c 0,049 b 0,030 b A/B ,4 1,82 (1,07;3,08) 1,83 (1,11;3,02) C ,0 1,74 (1,04;2,92) 1,68 (1,01;2,79) D/E 471 4,6 1 1 Religião 0,661 0,664 Não 642 8,1 1 1 Sim ,6 0,93 (0,67;1,29) 1,07 (0,78;1,48) Prente dodor 0,174 0,237 Não 880 6,6 1 1 Sim ,1 1,23 (0,91;1,67) 1,20 (0,89;1,63) Autopercepção d súde d <0,001 b <0,001 b Excelente/muito bo ,7 3,11 (2,10;4,62) 2,37 (1,55;3,62) Bo ,9 1,70 (1,12;2,58) 1,35 (0,88;2,10) Regulr/ruim 897 4,1 1 1 Cmpnhs doção 0,391 0,266 b Nunc viu/ouviu 117 5,8 1 1 Viu/ouviu poucs 553 9,1 1,57 (0,60;4,12) 1,12 (0,47;2,64) Viu/ouviu muits ,4 1,28 (0,51;3,22) 0,93 (0,41;2,10) Totl , Teste de heterogeneidde (Wld); b Teste de tendênci; c Ajustd pr sexo, idde e situção conjugl; d Ajustd pr sexo, idde, situção conjugl e nível econômico. Com relção os ftores ssocidos à doção de sngue, est foi mior pr os dodores do sexo msculino ns três vlições, o que está de cordo com litertur, 3,10,12 bem como ssocição positiv com mior nível econômico e escolridde. 2, 3,14 Provvelmente, tis vriáveis não se ssocirm com doção fidelizd devido su
7 118 Prevlênci de doção de sngue Zgo A et l Tbel 3. Prevlênci, rzões de prevlênci brut e justd e ftores ssocidos à doção de sngue fidelizd. Pelots, RS, Prevlênci Análise brut Análise justd Vriável n de doção fidelizd (%) RP (IC 95%) p RP (IC 95%) p Sexo <0,001 <0,001 Msculino ,1 3,68 (2,42;5,60) 3,65 (2,40;5,53) Feminino ,6 1 1 Cor d pele 0,898 0,851 Brnc ,7 1,15 (0,61;2,17) 1,12 (0,59;2,10) Prd 137 3,4 1,06 (0,36;3,13) 0,89 (0,31;2,55) Pret 348 3,2 1 1 Situção conjugl 0,133 0,337 Sem compnheiro ,8 1 1 Com compnheiro ,0 1,43 (0,90;2,27) 1,25 (0,79;1,99) Idde (nos) 0,007 0, ,2 1,50 (0,81;2,80) 1,42 (0,76;2,66) ,7 2,20 (1,32;3,67) 2,12 (1,27;3,53) ,2 1 1 Escolridde (nos) 0,233 0,425 b , ,8 1,81 (0,88;3,73) 1,57 (0,73;3,37) ,9 1,84 (0,89;3,80) 1,55 (0,66;3,63) Nível econômico c 0,281 0,104 b A/B ,1 2,00 (0,85;4,67) 1,98 (0,86;4,56) C ,6 1,74 (0,78;3,88) 1,70 (0,76;3,79) D/E 471 2,1 1 1 Religião d 0,250 0,075 Não 642 2,8 1 1 Sim ,8 1,35 (0,81;2,56) 1,56 (0,95;2,56) Prente dodor d 0,118 0,121 Não 880 2,7 1 1 Sim ,9 1,45 (0,91;2,31) 1,46 (0,90;2,36) Autopercepção d súde d 0,001 b 0,030 b Excelente/muito bo 730 5,0 2,89 (1,55;5,40) 2,10 (1,07;4,11) Bo ,8 2,17 (1,18;4,00) 1,63 (0,88;3,00) Regulr/ruim 897 1,7 1 1 Cmpnhs doção d 0,530 0,093 b Nunc viu/ouviu 117 4,4 1 1 Viu/ouviu poucs 553 4,5 1,03 (0,31;3,38) 0,85 (0,28;2,58) Viu/ouviu muits ,4 0,77 (0,25;2,35) 0,60 (0,22;1,65) Totl , Teste de heterogeneidde; b Teste de tendênci; c Ajustd pr sexo e idde; d Ajustd pr sexo, idde e nível econômico.
8 119 bix prevlênci, o que pode ter comprometido o poder ds nálises. No entnto, mgnitude de efeito encontrd foi mior do que quel obtid pr doção n vid e no último no. A ssocição com idde mostrou-se bstnte diferente nos três tipos de desfechos considerdos. A fix etári de mior idde (50-65 nos) presentou mior prevlênci de doção de sngue lgum vez n vid. Já pr prevlênci no último no, doção foi mior no grupo mis jovem, diminuindo à medid que umentou fix etári. O grupo de idde intermediário (30-49 nos) foi o que mis se ssociou à doção fidelizd. No estudo Perfil do Dodor de Sngue Brsileiro, relizdo em hemocentros de todo o Pís, doção de sngue lgum vez n vid foi mior n fix etári mis jovem. Tmbém no estudo de Godin et l, 4 foi mior pr fix etári de nos. Nos outros dois estudos onde se vliou ssocição com idde, houve mior doção de sngue lgum vez n vid entre os indivíduos com idde considerd intermediári (26 55 nos). 10 As ssocições com idde encontrds em nosso estudo confirmm o esperdo, tendo em vist que os indivíduos n fix etári mis lt tiverm mis oportuniddes pr dor sngue lgum vez n vid. A doção fidelizd foi prevlente num fix etári intermediári. Indivíduos mis jovens tlvez não tenhm dquirido consciênci e/ou mturidde d importânci d doção repetid, embor mis sudáveis e provvelmente mis informdos. Este comportmento pode estr mudndo, pois foi observd mior freqüênci de doção no último no. A utopercepção de súde como excelente/muito bo mostrou forte ssocição com doção de sngue, como previsto, pois os indivíduos que se percebem como mis sudáveis se sentem mis ptos dor sngue e tmbém são menos excluídos n trigem relizd previmente à doção, n qul são questionds s crcterístics de súde do cndidto dodor, fto tmbém encontrdo em estudo relizdo por Godin et l. 4 Ess ssocição se mnteve mesmo pós juste pr nível socioeconômico, que seri um possível confundidor (pessos com mior nível socioeconômico terim melhor utopercepção de súde e serim e dom mis sngue). Com relção às cmpnhs de doção de sngue, no presente estudo, mis de dois terços dos entrevistdos reltrm terem visto ou ouvido muits cmpnhs sobre doção de sngue. No entnto, esse fto não preceu influencir de modo positivo doção de sngue, sugerindo necessidde de melhorr cmpnhs de doção de sngue pr que efetivmente motivem s pessos à doção. O relto por um grnde número de pessos sobre terem visto ou ouvido muits cmpnhs sobre o tem tmbém pode dever-se o fto de que s entrevists estvm sendo relizds tmbém no mês de novembro, qundo há um mior divulgção do tem doção de sngue n mídi, pois o di 25 de novembro é considerdo o Di Ncionl do Dodor de Sngue. Os objetivos do Progrm Ncionl do Dodor de Sngue, do Ministério d Súde, em 2003, b erm lcnçr um prevlênci de 2% d populção como dodor de sngue no no, umentr pr 30% o percentul de prticipção feminin ns doções e tmbém elevr o número de doções de indivíduos jovens (18 29 nos de idde). No presente estudo, foi encontrd um prevlênci de doção de 7,7% no último no, 33% dos dodores erm mulheres e tmbém 33% dos dodores estvm n fix de idde dos 20 os 29 nos. Portnto, n cidde de Pelots, os objetivos do progrm form lcnçdos. No entnto, demnd de sngue e hemocomponentes continu sendo mior do que s doções. O fto de Pelots ser um centro de referênci pr trtmentos como n áre de cncerologi pr muits ciddes de porte menor d região poderi explicr mior demnd, pesr d prevlênci dequd de doção, de cordo com os critérios d OMS. Tlvez pr centros como esse sej necessári um revlição d necessidde rel de dodores n populção pr mnutenção dos estoques dequdos de sngue e derivdos, o que subsidiri ddos pr melhorr qulidde e o lcnce ds cmpnhs. O presente estudo, com bse n consult à litertur científic brsileir, é o primeiro de bse populcionl sobre o tem no Brsil. Espermos que poss servir de bse pr comprções futurs, como n vlição do impcto de medids pr umentr cptção de dodores, principlmente dodores fidelizdos, de crcterístics e grupos sngüíneos conhecidos. Em conclusão, o presente estudo identificou grupos de pessos mis propensos dor sngue voluntrimente e tmbém os menos vulneráveis esse tipo hábito. Muits pessos deixm de dor sngue por receio de se tornrem nêmics e por não sberem o intervlo de tempo e o máximo de doções permitids. Isso indic um necessidde substncil de esclrecimentos e incentivos específicos à fidelizção dos dodores. 9 Como doção de sngue é um titude que demnd inicitiv própri, estudos de bse populcionl poderim vlir melhor os motivos que levm o indivíduo dor sngue e os que não o levm ter ess inicitiv. Agênci Ncionl de Vigilânci Snitári. Pesquis revel perfil de dodores e não-dodores de sngue, 2006 [citdo 2007 set 16]. Disponível em: b Ministério d Súde. Súde incentiv doções de sngue. [citdo 2007 set 15] Disponível em: visulizr_texto.cfm?idtxt=25472
9 120 Prevlênci de doção de sngue Zgo A et l REFERÊNCIAS 1. Androulki Z, Merkouris A, Tsours C, Androulkis M. Knowledge nd ttitude towrds voluntry blood dontion mong smple of students in TEI of Crete, Greece. Nurs Web J. 2005(23): Bettinghus EP, Milkovich MB. Donors nd nondonors: communiction nd informtion. Trnsfusion. 1975;15(2): Gillespie TW, Hillyer C. Blood donors nd fctors impcting the blood dontion decision. Trnsfus Med Rev. 2002;16(2): DOI: / tmrv Godin G, Sheern P, Conner M, Germin M, Blondeu D, Ggné C, et l. Fctors explining the intention to give blood mong the generl popultion. Vox Sng. 2005;89(3): DOI: /j x 5. Hosin GM, Anisuzzmn M, Begum A. Knowledge nd ttitude towrds voluntry blood dontion mong Dhk University students in Bngldesh. Est Afr Med J. 1997;74(9): Jvdzdeh Shhshhni H, Yvri MT, Attr M, Ahmdiyeh MH. Knowledge, ttitude nd prctice study bout blood dontion in the urbn popultion of Yzd, Irn, Trnsfus Med. 2006;16(6): DOI: /j x 7. Kirkwood B. Essentil Medicl Sttistics. 2.ed. Blckwell Science Publiction; Lemmens KP, Abrhm C, Hoekstr T, Ruiter RA, De Kort WL, Brug J, et l. Why don t young people volunteer to give blood? An investigtion of the correltes of dontion intentions mong young nondonors. Trnsfusion. 2005;45(6): DOI: /j x 9. Mthew SM, King MR, Glynn SA, Dietz SK, Cswell SL, Schreiber GB. Opinions bout donting blood mong those who never gve nd those who stopped: focus group ssessment. Trnsfusion. 2007;47(4): DOI: /j x 10. Misje AH, Bosnes V, Gåsdl O, Heier HE. Motivtion, recruitment nd retention of voluntry non-remunerted blood donors: survey-bsed questionnire study. Vox Sng. 2005;89(4): DOI: /j x 11. Smpth S, Rmsrn V, Prsrm S, Mohmmed S, Ltchmn S, Khunj R, et l. Attitudes towrds blood dontion in Trinidd nd Tobgo. Trnsfus Med. 2007;17(2):83-7. DOI: /j x 12. Silv H, Nunes C, Nchtigl G, Pssos S, Primo L, Brum M, et l. Perfil dos dodores de sngue do Hemocentro Regionl de Pelots (RS). Rev Brs Hemtol Hemoter. 2005;27(Supl 2): Victor CG, Huttly SR, Fuchs SC, Olinto MT. The role of conceptul frmeworks in epidemiologicl nlysis: hierrchicl pproch. Int J Epidemiol. 1997;26(1): DOI: /ije/ Zller N, Nelson KE, Ness P, Wen G, Bi X, Shn H. Knowledge, ttitude nd prctice survey regrding blood dontion in Northwestern Chinese city. Trnsfus Med. 2005;15(4): DOI: / j x Artigo bsedo n dissertção de mestrdo de Zgo A, presentd o Progrm de Pós-Grdução em Epidemiologi d Universidde Federl de Pelots (UFPel), em 2008.
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