1. TÍTULO Eu e o outro pensamos diferentes rezamos diferentes.
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- Aníbal Barreiro Figueiredo
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1 1. TÍTULO Eu e o outro pensamos diferentes rezamos diferentes. 2. CICLO OU SÉRIE Primeira etapa do primeiro ciclo ou primeira série 3. ÁREAS DESENVOLVIDAS Ensino Religioso, Artes, Língua Portuguesa, História. 4. AUTOR Júlia Regina T. O. Marchioro juliamarchioro@hyahoo.com.br 5. FUNDAMENTAÇÃO A criança Segundo Vygotski, a criança na faixa etária entre 6 à 8 anos já faz uso de elementos mediadores que permitem a comunicação entre os indivíduos como: a linguagem seja ela qual for, a interpretação dos objetos, eventos e situações que o meio oferece. Os processos mentais, são fornecidos pela cultura, por meio da mediação simbólica, pela reinterpretação de informações, conceitos e significados. Assim, o domínio do sistema complexo de signos fornece novos instrumentos de pensamento, quanto mais se aumenta a capacidade de memória e o registro de informações, mais há diferentes formas de organizar a ação, promovendo modos abstratos de pensar, de se relacionar com os indivíduos e com o conhecimento.
2 Nas séries iniciais do Ensino Fundamental, a criança encontra-se no período das operações concretas, onde inicia-se a construção lógica, e começa a estabelecer relações que permitam a ela a coordenação de pontos de vistas diferentes. Segundo Piaget, está na idade da assimilação, durante a qual ela equilibra suas disposições internas e as exigências do meio. Já é capaz de trabalhar em grupo e de ter autonomia pessoal. Esta autonomia se forma de maneira crescente, a criança passa a organizar seus próprios valores morais. Assim, este projeto respeita a construção dos saberes da criança nesta faixa etária, quando propõem e organiza atividades que ela está apta a realizar,, estabelecendo a relação do tema do projeto no convívio e respeito às diferenças. No período em que a criança encontra-se na fase de alfabetização, constrói os saberes, daí a importância de serem estimuladas com atividades que devem ser variadas como: trabalhos com desenhos, pinturas, colagens, músicas, vídeos, trabalhos concretos utilizando a escrita e também as atividades em grupos, pois é nesta fase que a criança começa a comparar-se com outras da mesma faixa etária. Assim, este projeto foi organizado respeitando o aprendizado das crianças. O artigo 32 da LDB diz que é necessário que a criança compreenda o ambiente em que está inserida para que atue nele como cidadã participante e que entenda que sua vida é influenciada por ele. Aprender a ser cidadão e cidadã é, entre outras coisas, aprender a agir com respeito, solidariedade, responsabilidade, justiça, não violência; aprender a usar o diálogo nas mais diferentes situações e comprometer-se com o que acontece na vida coletiva da comunidade e do país. Esses valores e essas atitudes precisam ser aprendidos e desenvolvidos pelos estudantes e, portanto,, podem e devem ser ensinados na escola. A escola tem um papel muito importante no exercício da cidadania, pois na escola as crianças têm diferentes experiências das de casa, convivem com
3 outras pessoas e outras regras, que a fazem assimilar uma realidade social diferente, cheia de desafios e descobertas. O aluno sofre influência da escola assim como exerce influência sobre ela. Seu comportamento, sua cultura, sua consciência e seus atos, influenciam no desenvolvimento geral da comunidade escolar e familiar. Tudo que o aluno aprende na escola, ele acaba levando para casa e de alguma forma passando para os pais, irmãos etc. Assim como se o aluno vem para a escola desestimulado, sem regras e normas, desconhecendo seus direitos e deveres, acaba por transmitir essa insegurança aos colegas mais próximos. Cabe então ao professor e à escola, introduzir as normas e regras necessárias para o bom desempenho dessa criança, fazendo valer então a idéia de que a escola exerce influência assim como sofre influência do aluno. Se o aluno desconhece seus direitos, pode deixar de exercer coisas importantes na comunidade onde convive com pessoas de todas as raças, idade, religiões e profissões. Também os PCN S apontam que neste período de escolaridade os alunos devem ser capazes de se compreender como cidadãos participantes, social e politicamente, exercendo seus direitos e deveres políticos, civis e sociais, adotando, no dia a dia atitudes de solidariedade, cooperação e repúdio às injustiças, respeitando o outro e exigindo para si o mesmo respeito. Assim, o presente trabalho respeita e valoriza o que aponta o artigo 32 da LDB e os PCNS, quando propõem aos alunos um projeto no qual, o respeito ao outro esta presente, assim como, atitudes de solidariedade e o reconhecimento que é possível a convivência harmoniosa com o diferente. Entendendo que o respeito é fundamental na construção da cidadania, pois o respeito pelos outros nasce do respeito por si mesmo. O tema deste trabalho é importante para desenvolver na criança desta faixa etária, o desenvolvimento de atitudes de respeito aos colegas da turma, ao ambiente, ao professor e a todas as pessoas a qual ela se relaciona, respeitando as diferenças de cada um, suas crenças religiosas e promovendo uma
4 convivência harmoniosa com grupo a que pertence. Este trabalho contribuirá para a formação de valores e da cidadania da criança desta faixa etária. A criança perceberá que se encontra em um mundo no qual nem todos são iguais e não se compartilham as mesmas coisas. Mas, perceberá a convivência harmoniosa com o diferente. Em relação ao Ensino Religioso este projeto mostrará que é possível o convívio e o respeito com as diferentes crenças religiosas, pois através do filme,, das atividades de pesquisa e da apresentação dos símbolos característicos das religiões presentes na turma, o projeto estará trabalhando o respeito e a diversidade entre as crenças religiosas. 6. OBJETIVOS Desenvolver atitudes de respeito as pessoas e suas diferenças. Valorizar as crenças religiosas na construção do sujeito. Compreender o convívio harmonioso com as diferentes religiosidades e a importância de conviver com a diversidade religiosa. Saber compreender características de outras crenças religiosas. 7. RECURSOS DIDÁTICOS. Primeira atividade: Recurso áudio visual: FILME: O Expresso Polar. Segunda atividade: Quadro, giz, lápis, caderno e dicionário. Terceira atividade: Cartolina, papel bobina, giz de cera, cola, lápis de cor, revistas, tesoura, borracha, etc. Quarta atividade: Papel Bobina, cartolina, EVA ( painel de exposições)
5 Quinta atividade: Pesquisa Sexta atividade: Coleta e apresentação do material trazido da pesquisa. 8. ATIVIDADES: Primeira Atividade. Assistir o filme O expresso Polar. Discussão dialogada sobre o filme. Segunda Atividade. Roda de discussão com as crianças sobre as mensagens do filme, refletindo sobre: As diferentes características de cada criança. Se essas diferenças influenciaram no comportamento do grupo. Se todas as crianças do trem acreditavam na existência do Papai Noel. Qual a relação do som do guizo com o acreditar. Porque as pessoas depois de algum tempo deixam de ouvir o som do guizo. Refletir com as crianças sobre o comportamento inicial do menino no filme, onde sua posição é de que tudo na vida é ver para crer. Refletir com o grupo sobre a frase dita pelo condutor do trem: O que existe de mais real no mundo é aquilo que não podemos ver. Escrever as palavras do bilhete de passagem e refletir sobre sua relação com as crianças. Terceira Atividade
6 Após a roda de discussão, será proposto para que cada criança represente de forma criativa através de desenhos, pinturas, colagens como ela comemora o Natal. Quarta Atividade Na seqüência a professora abrirá nova roda de discussão sobre as diferenças e semelhanças de cada comemoração, confeccionando um cartaz com as manifestações. A partir daí, identificará as crenças religiosas presentes na sala. Quinta Atividade A professora pedirá para que cada criança realize uma pesquisa e traga características de sua crença religiosa. Sexta Atividade Será formado grupos conforme as religiões presentes e cada grupo apresentará as características de sua crença religiosa aos demais ( Aqui poderá ser utilizado cartazes, dramatização, desenhos, objetos, músicas, orações, cantigos de acordo com as decisões das crianças ) Conforme o interesse das crianças novas atividades poderão ser elaboradas. 9. AVALIAÇÃO A avaliação será realizada através da participação e da análise das produções dos alunos.
7 10. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: Carmen, G. A Criança. Rio de Janeiro: Edições O Cruzeiro, 1970 Souza, Iracy. Psicologia A Aprendizagem e seus Problemas. Rio de Janeiro: Livraria José Olympio Editôra, 1974 Caderno Temático 1. Ensino Religioso, Referencial Curricular para a Proposta Pedagógica da Escola, 2000 Parâmetros Curriculares Nacionais Volume 10, Temas Transversais. Brasilia: MEC/SEF, 1997 Caderno Pedagógico, Ser Pessoa Humana. São Paulo: Paulus, APROFUNDAMENTO DO CONTEÚDO Um dia, uma porção de pessoas se reuniram. Elas vinham de lugares diferentes e eram, elas mesmas, diferentes entre si. Havia homens e mulheres; suas peles, seus cabelos e seus olhos tinham cores diferentes, assim como diferentes eram o formato de seus corpos e de seus rostos. Vinham de países ricos e pobres, de lugares quentes e frios, Vinham de reinados e de repúblicas. Falavam muitas línguas. Acreditavam em deuses diferentes Alguns dos países que elas representavam tinham acabado de sair de uma guerra terrível, que tinha deixado muitas cidades destruídas, um número enorme de mortos, muita gente sem lar e sem família. Muitas pessoas tinham sido maltratadas e mortas por causa de sua religião, de sua raça e de suas opiniões políticas. O que reunia aquelas pessoas era o desejo de que nunca mais houvesse guerra, de que nunca mais ninguém fosse maltratado e que não se perseguissem mais pessoas que não tinha feito mal a ninguém. Então, eles escreveram um papel. Neste documento, elas fizeram um resumo dos direitos
8 que todos os seres humanos têm e que devem ser respeitados por todos os povos. Este documento é chamado Declaração Universal dos Direitos Humanos e diz o seguinte: Todos os homens nascem livres. Todos os homens nascem iguais e tem, portanto, os mesmos direitos. Todos têm inteligência e compreendem o que se passa ao seu redor. Todos devem agir como se fossem irmãos. Não importa a raça de cada um; tampouco importa que seja homem ou mulher; não importa, ainda, sua língua, religião, opini~]ao política, país, ou a família de que ele venha; não importa ainda que ele seja rico ou pobre, nem que o país de onde ele venha seja uma república ou reinado. Estes direitos devem ser gozados por todos Todas as pessoas têm direito à vida, à liberdade e à segurança pessoal. Ninguém pode ser escravo de ninguém. Não se pode maltratar as pessoas ou castigá-las de maneira cruel e humilhante. As leis devem ser iguais para todos e devem proteger todas as pessoas. Todos os homens têm direito de receber a proteção dos tribunais para que seus direitos não sejam contrariados. Ninguém tem direito de interferir na vida particular das pessoas, na sua família e na sua correspondência. Toda pessoa tem direito de se movimentar dentro das fronteiras de seu país. E tem o direito de sair e voltar ao seu país. Ninguém deve ser privado de sua nacionalidade. Quer dizer, toda pessoa tem o direito de pertencer a alguma nação. E tem o direito de trocar de nacionalidade, por sua vontade. Todos os homens e mulheres, depois de certa idade, não importa sua raça, religião ou nacionalidade, têm o direito de se casar e começar uma família. Um homem e uma mulher só podem se casar se os dois quiserem. Todas as pessoas têm direito à propriedade. E aquilo que uma pessoa possui não deve ser tirado dela a não ser que haja um motivo justo. Todas as pessoas têm o direito de pensar como e o que quiserem.
9 Elas têm o direito de trocar suas idéias e praticar sua fé em público ou em particular e de contar a todos sua opinião. Todas as pessoas têm o direito de se reunir e de se associar, mas ninguém deve ser obrigado a isso. A autoridade do governo vem da vontade do povo. O povo deve mostrar qual é a sua vontade pelo voto. Todas as pessoas têm o direito de votar. Todas as pessoas têm o direito ao tipo de trabalho que preferirem, e a boas condições de trabalho. Todos devem receber remuneração igual, quando fazem o mesmo trabalho, e devem ganhar o suficiente para saúde, alimentação e vestuário. Todo homem tem o direito ao descanso e deve ter um número de horas de trabalho limitado e férias pagas. Todas as crianças têm os mesmos direitos, sejam ou não nascidas de um casamento. Todas as pessoas têm direito a uma escola gratuita. Todas as pessoas têm direito de aprender uma profissão. A escola deve promover o entendimento, a compreensão e a amizade. Todo os homens têm deveres para com o lugar onde vivem e para com as pessoas que ali vivem também. Não se deve usar o que está escrito neste documento para destruir os direitos e deveres estabelecidos. A Declaração Universal dos Direitos Humanos foi aprovada em 10 de dezembro de 1948, pela Assembléia Geral das Nações Unidas (ONU), estando o Brasil entre os países signatários.
Declaração Universal dos Direitos Humanos
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