5 FUNDAMENTAÇÃO PEDAGÓGICA

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1 1 TEMA Kardecistas falam de Deus 2 SÉRIE 3ª série ou 1ª etapa do ciclo II 3 ALUNO Maysa Nogueira da Silva maysa_ns@hotmail.com 4 OBJETIVOS Perceber que o Trascendente têm diferentes representações nas diferentes tradições religiosas Respeitar a representação do Transcendente, segundo os kardecistas Desenvolver o respeito mútuo e a tolerância às diferenças 5 FUNDAMENTAÇÃO PEDAGÓGICA O presente projeto deverá ser aplicado em turmas de 3ª série do ensino fundamental, que em geral têm matriculados alunos na faixa etária de 8 a 9 anos. Nesta idade a criança encontra-se na etapa operatório-concreta, que irá aproximadamente até os 11 anos, e trará grandes modificações nas características da inteligência da criança e no modo como ela irá lidar e conhecer o mundo. Nesta fase a criança fica menos egocêntrica, conseguindo perceber e aceitar outras realidades diferentes da sua. É importante que o professor considere essa característica, auxiliando o aluno a ampliar a sua visão de mundo. A criança, nesta fase, já será capaz de construir hipóteses sobre o que observa ao seu redor, assim proporcionar o contato com informações sobre a diversidade cultural e religiosa que existe em uma sociedade, vai ajudar o aluno a perceber essas diferenças, e através da mediação do professor, compreender que deve respeitá-las. Isso deverá ser feito, através de atividades que permitam aos alunos, refletirem sobre suas próprias crenças e as crenças de outras pessoas, discutindo sobre elas por meio de um diálogo respeitoso, em que todas as opiniões sejam ouvidas e respeitadas. Trabalhos em grupo, atividades práticas e pesquisas, são estratégias que poderão contribuir muito para que se alcance esse propósito.

2 Segundo a LDB 9394/96, artigo 33, o ensino fundamental, do qual faz parte esta série, tem como objetivo a formação básica do cidadão. Para formar um cidadão é preciso dar a ele, instrumentos que possibilitem o acesso às informações do seu mundo. A apropriação da leitura e da escrita dão ao sujeito uma certa autonomia neste acesso, mas é preciso ainda que ele consiga interpretar essas informações, e isso só será possível se ele conhecer a sua realidade. É então, papel do professor, além da família, auxiliar o aluno nessa interpretação, propiciando um conhecimento significativo, fazendo com este se torne um sujeito atuante no meio em que se insere, buscando seus direitos e respeitando os direitos dos outros. E o que é cidadania, se não a participação atuante de uma pessoa em sua sociedade? Para isso é preciso conhecer sua realidade, ter acesso ao conhecimento que essa sociedade produziu. Mais uma razão, para que a criança tenha acesso a informações sobre as diferentes culturas religiosas que existem em seu contexto social. É preciso que a criança compreenda que vivemos em uma sociedade livre, e que cada um tem o direito a escolher a crença religiosa que quer seguir. O ensino religioso, atualmente, tem como um dos seus objetivos despertar nas crianças o respeito pelas diferenças. Então, é papel do professor auxiliar o aluno no conhecimento de diferentes interpretações de fenômenos religiosos, proporcionando não só informações, mas também desenvolvendo em seus alunos atitudes e valores, a noção de respeito e tolerância. É preciso que a criança perceba que conhecer e respeitar outras religiões, não irá de maneira alguma anular o respeito e a crença que ela tem por sua própria religião. 6 PLANO DE TRABALHO 6.1. Aula 1 Iniciar a aula comentando com os alunos sobre as expressões que usamos no dia-a-dia, empregando o nome de Deus, por exemplo: Deus me ajude, vá com Deus, e assim por diante. Produzir coletivamente uma listagem com expressões desse tipo, que os alunos lembrem de já ter usado, ou terem ouvido.

3 Dividir os alunos em grupos de 4 ou 5 alunos, e pedir que produzam uma história em quadrinhos, onde pelo menos um dos personagens utilize algumas das expressões listadas. Solicitar que cada grupo apresente o seu trabalho à turma. Organizar os alunos em círculo, e debater sobre o uso dessas expressões, fazendo o seguinte questionamento: Será que, quando utilizamos essas expressões, estamos realmente estamos pensando em Deus, ou é só um hábito?. Pedir que individualmente os alunos, façam uma pequena entrevista com 6.2. Aula 2 alguém do seu convívio, perguntando sua religião, e qual a visão que sua religião tem de Deus. Organizar uma roda da conversa, onde os alunos possam compartilhar as informações que coletaram na entrevista. Individualmente, os alunos deverão destacar palavras chave da visão de Deus, na religião que pesquisaram. Anotar no quadro, por religião, as palavras chave destacadas por cada aluno. Pedir que, os alunos encontrem palavras, que sejam comuns a mais de uma religião. Construir um mural, fixando pequenos cartazes com os nomes das diferentes 6.3. Aula 3 religiões, e com as palavras encontradas. Apresentar aos alunos um cartaz com a frase: Deus é o criador, causa primária de todas as coisas. Inteligência Suprema do Universo. É eterno, imutável, imaterial, único, todo poderoso, soberanamente justo e bom. (Apostila da Assintec, Curitiba Pr, 2005) Explicar que essa frase é a definição de Deus, segundo os kardecistas, e falar um pouco sobre essa doutrina. Pedir que, cada aluno escolha uma das palavras da frase, e anote em um papel. Organizar grupos, baseando-se na escolha das palavras, de forma que os integrantes de cada grupo tenham escolhido a mesma palavra.

4 Solicitar que cada grupo demonstre como interpretou aquela definição, através de cartazes, que podem ter desenhos, ou frases, ou ainda os dois. Cada grupo deverá apresentar o seu trabalho, comentando sobre a sua conclusão. 6.4 Aula 4 Retomar a explicação sobre o kardecismo, apresentando agora uma frase do livro ABC do espiritismo: A prova da existência de Deus se encontra nas obras da Criação. O Universo existe, logo tem uma causa. Essa causa é Deus. Organizar uma roda da conversa, onde possam ser discutidas interpretações sobre essa frase. Pedir que, cada aluno encontre em revistas, ou ainda que desenhem figuras que representem uma obra, que ele acredite, tenha sido criada por Deus. Construir um mural fixando a frase, e os desenhos produzidos pelos alunos e as figuras encontradas. 7 RECURSOS DIDÁTICOS Quadro de giz Cartolinas Revistas Lápis de cor Canetinhas Mural Tesoura Cola Papel sulfite 8 AVALIAÇÃO A avaliação deverá ocorrer durante todo o desenvolvimento do projeto, verificando: a participação dos alunos nas discussões; a capacidade de trabalhar em grupo;

5 o desenvolvimento das atividades de registro; a compreensão do conteúdo; Este último item é muito importante, porém, mais do que compreender a visão de Deus, segundo os kardecistas, o professor deverá estar atento, para perceber se o projeto auxiliou o seu aluno a desenvolver: a percepção de que podem existir diferentes visões sobre um mesmo assunto; o respeito por essas diferenças; a capacidade de dialogar de forma coerente e tolerante, expondo opiniões e crenças de forma respeitosa. O professor estará assim, se auto-avaliando, pois isso vai depender muito mais da sua mediação e intervenção do que do próprio conteúdo. 9 REFERÊNCIAS ASSOCIAÇÃO INTER-RELIGIOSA DE EDUCAÇÃO. Fora da caridade não há salvação: informações sobre o espiritismo. Curitiba, BRASIL. LDB : Lei de diretrizes e bases da educação nacional: Lei n , de Brasília: Senado Federal, Secretaria Especial de Editoração e Publicação, CARNEIRO, V.R. ABC do espiritismo. Curitiba: Federação Espírita do Paraná, DAVIS, C; OLIVEIRA, Z.M.R. Psicologia na educação. São Paulo: Cortez, FÓRUM NACIONAL PERMANENTE DO ENSINO RELIGIOSO. Ensino religioso: referencial curricular para a proposta pedagógica da escola KARDEC, A. O livro dos espíritos: princípios da doutrina. Rio de Janeiro: Federação Espírita Brasileira, CONTEÚDO O Espiritismo é uma tradição religiosa presente no Brasil. Segundo os seus seguidores, o Espiritismo é, ao mesmo tempo, religião, filosofia e ciência. É religião porque preocupa-se em religar o ser humano com o Transcendente; é filosofia porque analisa, a partir da razão e do pensamento, a sua doutrina; e é

6 ciência porque investiga os fenômenos espíritas com método, buscando uma comprovação científica. O Espiritismo tem como finalidade a transformação moral dos seres humanos, reinterpretando os ensinamentos do Evangelho de Cristo para que sejam aplicados à vida diária. Enfatiza a importância da prática da caridade e da promoção da própria evolução espiritual. Tem como princípios básicos a imortalidade da alma, a pluralidade dos mundos, a reencarnação, que é o processo pelo qual os espíritos ou almas podem retornar à vida para promover sua evolução e corrigir erros de vidas passadas, a comunicabilidade com os espíritos, por meio da psicografia, vidência e outras capacidades mediúnicas. O Espiritismo acredita que Deus, o Transcendente, é um só. Ele é a origem e o fim de todas as coisas no Universo, é a suprema perfeição e a bondade infinita. Quem codificou a doutrina espírita foi um professor francês, Allan Kardec, em Escreveu cinco livros, que contêm a doutrina espírita: Livro dos Espíritos, Livro dos Médiuns, Evangelho Segundo o Espiritismo, Céu e Inferno e a Gênese. Para os seus seguidores, o Espiritismo é também uma forma de ser cristão, já que acreditam em Cristo como um mestre altamente evoluído e buscam viver os seus ensinamentos de amor e caridade. O Espiritismo desenvolve um importante trabalho de ação social no Brasil, ajudando os necessitados e orientando as pessoas a encontrarem a paz, a esperança e o consolo, por meio da fé e da prática dos ensinamentos espirituais.