SINTAXE E SEMÂNTICA NA REFORMULAÇÃO DE ALGUMAS PRESCRIÇÕES GRAMATICAIS
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- Lucca Balsemão Domingos
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1 565 SINTAXE E SEMÂNTICA NA REFORMULAÇÃO DE ALGUMAS PRESCRIÇÕES GRAMATICAIS THE SYNTAX AND THE SEMANTICS IN THE REFORMULATION OF SOME GRAMMATICAL PRESCRIPTION 1 RESUMO: A preente reflexão tem por objetivo apreentar alguma contribuiçõe da Semântica na elucidação de alguma precriçõe da Gramática Tradicional que por divero motivo e motram frágei. Para tanto, utilizar-e-á autore como Gome, Lope, Ilari & Geraldi e Perini bem como exemplo que explicam a fragilidade da norma etabelecida pela maioria da gramática. Palavra-chave: Semântica, Sintaxe, Precriçõe Gramaticai. t r a v e i a e d. 1 0 i n ABSTRACT: Thi tudy ha the aiming to preent ome Semantic contribution about the elucidation of ome precription of Traditional Grammar that for many reaon have gotten fragile. For that, it i going to tudy author like Gome, Ilari & Geraldi and Perini, and alo ue ome example that explain the fragility of the etablihed rule in mot grammar. Key-word: Semantic, Syntax, Grammatical Precription. INTRODUÇÃO A intaxe via a determinar quai combinaçõe de palavra ão bem formada em determinada língua. Já a Semântica invetiga a propriedade do ignificado bem como o etudo do ignificado da expreõe da língua naturai. Entretanto, ea ciência tem cauado debate e controvéria tanto terminológico quanto ubtanciai, obre a natureza do ignificado. Para Gome (2003, p. 14), etudar Semântica paou a er, ante de tudo uma opção metodológica obre a dimenão natural, formal, ou ocial da linguagem. Há diferente linha de pequia da Semântica, dede a época do filóofo até a tendência mai contemporânea, ma nenhuma dea linha coneguiu elucidar ou apreentar uma repota atifatória ao termo ignificado. Como e trata de uma opção metodológica, portanto, o preente artigo objetiva relacionar Sintaxe e Semântica para que e poa entender algun fenômeno linguítico relacionado ao ignificado. 1 Metre em Letra pela Univeridade Etadual do Oete do Paraná UNIOESTE- Campu de Cacavel PR, Área de Concentração em Linguagem e Sociedade Linha de Pequia: Proceo Lexicai, Retórico e Argumentativo. luizanechneider@yahoo.com.br
2 566 SEMÂNTICA NA ELUCIDAÇÃO DE ALGUMAS PRESCRIÇÕES GRAMATICAIS Perini (2005, p. 244) afirma que a decrição da emântica de uma língua apreenta doi apecto principai: a emântica do iten lexicai e a emântica da forma gramaticai. A primeira e ocupa do ignificado individual do iten lexicai e a egunda trata da contribuiçõe da etrutura morfointática à interpretação emântica. Percebe-e que o iten lexicai têm um ignificado próprio, porém de acordo com ua poição intática, podem adquirir novo ignificado. Ilari e Geraldi (1995) no livro Semântica, mai epecificamente no capítulo II, cujo título é A ignificação da contruçõe gramaticai, dicutem a relação entre intaxe e emântica. A partir deta análie feita pelo autore, pode-e depreender alguma conideraçõe importante. Um do ponto tratado por Ilari e Geraldi (1995, p. 8) é a crítica imediata em relação a algun conceito adotado pela Gramática Tradicional no que diz repeito à definição de oração. De acordo com a maioria da Gramática Normativa, a oração é decrita como a junção de um ujeito e de um predicado, incluive é precrito que ujeito e predicado ão termo eenciai da oração. Contudo, oberva-e que ee conceito é inconitente, uma vez que há oração em ujeito como no exemplo (i) e (ii): (i) (ii) Choveu muito. Há muito homen na fila. Perini (1999) também chama a atenção para a concepção gramatical de ujeito. Para a gramática de Cunha (1975), por exemplo, o ujeito é o termo obre o qual e faz uma declaração. Oberve a oração: (iii) Carlinho machucou Camilo. Nea oração, embora Carlinho eja o ujeito, há, em dúvida, uma declaração obre Camilo que não é o ujeito da oração.
3 567 Dea forma, muito conceito precrito pela Gramática Normativa e tornam frágei, no entanto, a relaçõe emântica poibilitam etabelecer uma verão com maior fundamentação em relação à precriçõe gramaticai e ao próprio fato da língua. Outro item fundamental tratado por Ilari e Geraldi (1995) etá relacionado ao verbo de ligação. Para a Gramática Tradicional ee tipo de verbo é um mero componente de ligação, de certa forma, até deprovido de ignificado. Ea concepção pode er revita com o auxílio da Gramática de Port-Royal de Arnauld e Lancelot. Para tanto, Ilari e Geraldi (1995, p. 11) afirmam que a Lógica Cláica entendeu a relação ujeito-predicado como expreão de juízo. Por exemplo: (iv) Pedro é leitor. Nea oração, há um juízo expreo, um entido pleno, poi e ubentende que Pedro lê, i.e., o verbo de ligação exprea que a egunda idéia (é leitor-predicado) convém à primeira (Pedroujeito). Aim, pode-e rever a tamanha importância que o verbo de ligação etabelece. Ele poui um entido batante ignificativo na entença. Ilari e Geraldi (1995, p. 15) recorrem a Frege para explicar ee fenômeno na língua, para ele, a frae têm uma etrutura emântica e não intática. Na frae a eguir percebe-e que ela pouem uma etrutura intática emelhante (ujeito=>predicado), entretanto com valor emântico ditinto. (v) Pedro perde a mala. (vi) Qualquer paageiro da Varig perde a mala. Lope (2003, p. 233) reforça a ideia de que o ignificado de uma entença é o produto tanto do ignificado lexical quanto do gramatical. Dee modo, a análie emântica não pode coniderar apena o item lexical iolado. Ee apecto é perceptível no uo do diminutivo no cotidiano da Língua Portuguea. Por exemplo, o vocábulo vaquinha, iolado, ignifica vaca pequena, porém ea palavra em uma entença como: (vii) Não tinha dinheiro, então, fez-e uma vaquinha entre o amigo para comprar a carne do churraco.
4 568 Nea ituação, vaquinha não é mai vaca pequena (diminutivo), ma adquire outro ignificado: ajuda mútua. Contata-e, portanto, que a palavra em determina entença conegue eclarecer eu entido mai próximo do exato. Da clae gramaticai pode adquirir uma nova verão, diferente da adotada pela Gramática Tradicional e dicionário. A palavra velho, por exemplo, é um adjetivo, ma em determinada ituaçõe, ou melhor, contruçõe intática, pode er claificada como um ubtantivo. (viii) O homem velho acidentou-e. (velho=adjetivo) (ix) O velho acidentou-e. (velho=ubtantivo) Gome (2003) faz uma contatação batante pertinente em relação à ignificação determinada pelo contexto:...o fato de que em toda a língua ocorrem forma ignificante paívei de realizaçõe conceituai ditinta deperta na Semântica Tradicional a preocupação com o contexto. Ou eja, a determinação do ignificado etaria na dependência de ua poívei realizaçõe contextuai... No entanto, por mai flutuante que eja a ignificação de uma palavra ela não e define excluivamente pela ua ituação no contexto; ele omente pode torná-la mai precia. (GOMES, 2003, p.31) Poto io, é importante coniderar vária nuance na língua a fim de que e poa capturar o ignificado precio e não cair em uperficialidade. Quanto mai o pequiador ou até memo o profeor coniderar o ignificado exitente na palavra, por exemplo, vinculado a eu contexto, mai eficaz erão eu reultado no entendimento acerca da língua. Aim, um elemento não pode prejudicar o outro, ma im devem e complementar. CONSIDERAÇÕES FINAIS Como determinada teoria linguítica enfatizam a quetão contextual, não e pode ignorar o fato de que a própria língua poui elemento ignificativo intríneco, o fatore extralinguítico contribuem im para uma melhor definição do ignificado, porém a língua, a partir de ua etrutura morfointática, por exemplo, oferece elemento capaze de identificar
5 569 o ignificado. Como a Semântica é uma quetão metodológica, cabe ao linguita perceber o que lhe interea como objeto de análie e qual a melhor maneira de entender determinado fenômeno linguítico. Enfim, ee texto é apena uma reflexão de alguma precriçõe gramaticai ambientada à luz da Semântica. Realta-e que a língua é algo complexo e como tal precia er focada de maneira mai ampla, coniderando-e fatore importante que por razõe divera a gramática tradicionai não e preocuparam. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS GOMES, C.P. Tendência da Semântica Lingüítica. Ijuí: Unijuí, 2003, 143p. ILARI, R. & GERALDI, J.W. Semântica. São Paulo: Ática, 1995, 96 p. LOPES, E. Fundamento da Lingüítica Contemporânea. São Paulo: Cultrix, 2003, 346 p. PERINI, M. Gramática Decritiva do Portuguê. São Paulo: Ática, 2005, 380 p.. Para uma nova Gramática do Portuguê. São Paulo: Ática, 1999, 94 p.
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