Controladoria-Geral da União Ouvidoria-Geral da União PARECER. Recurso contra decisão denegatória ao pedido de acesso à informação.

Transcrição

1 Controladoria-Geral da União Ouvidoria-Geral da União PARECER Referência: / Assunto: Restrição de acesso: Ementa: Órgão ou entidade recorrido (a): Recorrente: Recurso contra decisão denegatória ao pedido de acesso à informação. Não há restrição de acesso. Cidadã solicita acesso a termo de cooperação técnica Dentro do escopo da LAI Informação já entregue Acata-se a argumentação do recorrido Não conhecimento Recomendações. Indicar a possibilidade de recurso, prazo correlato e autoridade para a qual é dirigido. Departamento de Polícia Rodoviária Federal do Ministério da Justiça - DPRF/MJ. N.V. Senhor Ouvidor-Geral da União, 1. O presente parecer trata de solicitação de acesso à informação com base na Lei nº /2011, conforme resumo descritivo abaixo apresentado: RELATÓRI O Data Pedido 27/10/2014 Resposta Inicial Superior Teor A 8ª SPRF/SC, regional da Polícia Rodoviária Federal firmou acordo de cooperação técnica com os Bombeiros de SC no ano de Deste convênio, faz parte um anexo, onde foram doados pela 8ªSPRF/SC, aos bombeiros de SC vários materiais de APH. Gostaria de ter acesso a este Termo de Cooperação e principalmente o ANEXO onde ocorreram as doações. Em atenção à sua solicitação encaminhamos cópia digital contendo o 31/10/2014 documento emitido pela área responsável, o qual contém a resposta à solicitação de informação demandada. 02/11/2014 A resposta foi incompleta. O extrato repassado não traz o acordo na íntegra e tampouco o ANEXO I, donde consta materiais de APH que a PRF doou aos Bombeiros de SC. O extrato da informação não é a informação completa. Desejo e foi o que solicitei - Acordo de Cooperação na Integra e o ANEXO I na integra. Moro em Florianópolis e posso ir pes- 21

2 Resposta do Superior Máxima Resposta do Máxima CGU 17/11/ /11/ /11/ /11/2014 soalmente na 8SPRF/SC. Informamos que o seu recurso foi deferido. Desta forma, segue anexo cópia digital da orientação nº 047/2014-SIC Setorial PRF e do Despacho nº 189/2014-GAB/DG/PRF. No despacho em que o Gestor da 8SPRF/SC se manifesta em afirmar que os materiais não foram doados, mas sim estão em uso, em nada interfere em responder exatamente quais materiais foram postos a disposição dos bombeiros de SC. Isto porque faltam materiais de APH nos Postos de SC, ninguém da área de APH foi consultada para que pudessem ser postos a uso de outra corporação materiais que são necessários. Ademais, em informação oficiosa, os próprios bombeiros informaram que receberam motocicletas importadas como "para uso", as quais serão pilotadas por bombeiros e estão sendo pintadas da cor dos bombeiros- vermelha, desconfigurando totalmente o fim do "uso". Desta forma, venho novo reclame em SOLICITAR OS MATERIAIS QUE FORAM COLO- CADOS PARA USO NOS BOMBEIROS, UMA VEZ QUE NA PRF FALTAM MATERIAIS DE APH, TANTO PARA USO DIARIO QUANTO PARA INSTRUÇAO. O Ministro da Justiça, signatário da resposta, indeferiu o recurso por considerar que a informação foi devidamente prestada. A 8ªSPRF/SC firmou Acordo de Cooperação Técnica junto ao Corpo de Bombeiros em SC. No acordo está prevista a doação, ou como informou o gestor da PRF em SC, uso de materiais diversos de APH. Como instrutora do DPRF e em conversa com outros instrutores da mesma área, ninguém da corporação foi consultado acerca da necessidades destes materiais que estariam sendo "doados". Desta forma, venho solicitar o acesso ao Anexo deste Termo de Cooperação uma vez que a PRF em SC pode estar "doando" materiais que são necessários à própria corporação. Uma vez doados ou postos em uso por outro órgão, e precisando a PRF sua utilização haverá gasto desnecessário de verba pública. O que estou a pedir é acesso a documentos, qual seja, Anexo do Termo de Cooperação firmado entre PRF e Bombeiros de SC. Análise É o relatório. 2. Registre-se que o Recurso foi apresentado perante a CGU de forma tempestiva, em desacordo com o disposto no caput e 1º do art. 16 da Lei nº /2012, e ao prazo de 10 (dez) dias previsto no art. 23 do Decreto nº 7724/2012, nestes termos: Lei nº /

3 Art. 16. Negado o acesso a informação pelos órgãos ou entidades do Poder Executivo Federal, o requerente poderá recorrer à Controladoria-Geral da União, que deliberará no prazo de 5 (cinco) dias se: (...) 1o O recurso previsto neste artigo somente poderá ser dirigido à Controladoria Geral da União depois de submetido à apreciação de pelo menos uma autoridade hierarquicamente superior àquela que exarou a decisão impugnada, que deliberará no prazo de 5 (cinco) dias. Decreto nº 7724/2012 Art. 23. Desprovido o recurso de que trata o parágrafo único do art. 21 ou infrutífera a reclamação de que trata o art. 22, poderá o requerente apresentar recurso no prazo de dez dias, contado da ciência da decisão, à Controladoria-Geral da União, que deverá se manifestar no prazo de cinco dias, contado do recebimento do recurso. 3. Quanto ao cumprimento do art. 21 do Decreto n.º 7.724/2012, observa-se que não consta da resposta que a autoridade que proferiu a decisão, em primeira instância, era a hierarquicamente superior à que adotou a decisão inicial. Já a autoridade que proferiu a decisão em segunda instância foi o dirigente máximo do órgão. 4. Inicialmente, cabe esclarecer que os recursos sobre os quais a CGU tem competência para se pronunciar devem guardar aderência com uma das hipóteses descritas no art. 16 da LAI, que assim dispõe: Art. 16. Negado o acesso a informação pelos órgãos ou entidades do Poder Executivo Federal, o requerente poderá recorrer à Controladoria-Geral da União, que deliberará no prazo de 5 (cinco) dias se: I - o acesso à informação não classificada como sigilosa for negado; II - a decisão de negativa de acesso à informação total ou parcialmente classificada como sigilosa não indicar a autoridade classificadora ou a hierarquicamente superior a quem possa ser dirigido pedido de acesso ou desclassificação; III - os procedimentos de classificação de informação sigilosa estabelecidos nesta Lei não tiverem sido observados; e IV - estiverem sendo descumpridos prazos ou outros procedimentos previstos nesta Lei. (...) 5. Há que se analisar, portanto, se houve, neste caso, negativa de acesso à informação não classificada como sigilosa por parte do DPRF/MJ. A cidadã solicitou o Termo de Cooperação Técnica firmado entre o órgão recorrido e o Corpo de Bombeiro Militar de Santa Catarina, bem como o seu ANEXO, que traz a relação de materiais disponibilizados pelo DPRF ao Corpo de Bombeiros. Os documentos foram inseridos no e-sic, de modo que o pedido foi atendido. 23

4 Portanto, não houve negativa de acesso à informação, o que impossibilita o conhecimento do recurso, já que não há o que ser revertido pela CGU em sede recursal. 6. A partir do Máxima, a cidadã passa a questionar a disponibilização dos referidos materiais ao Corpo de Bombeiros, já que, na sua visão, os equipamentos seriam necessários à própria Polícia Rodoviária Federal. Verifica-se, assim, que seus recursos de 2ª e 3ª instâncias são, na realidade, reclamações. 7. A Ouvidoria-Geral da União (OGU), órgão integrante da CGU, tem competência para receber, examinar e encaminhar reclamações, denúncias, sugestões e elogios referentes a procedimentos e ações de agentes, órgãos e entidades do Poder Executivo Federal. Uma vez que o pedido contém reclamação de ouvidoria, informa-se que é possível registrá-la em formulário eletrônico próprio, disponível em com vistas a possibilitar o tratamento adequado à presente demanda por parte da Coordenação-Geral de Atendimento ao Cidadão (CGCID), a qual integra a estrutura da OGU. Após a submissão da reclamação pelo formulário, a cidadã receberá protocolo para acompanhamento de sua demanda. Conclusão 8. De todo o exposto, opina-se pelo não conhecimento do recurso interposto, visto que não houve negativa de acesso à informação. 9. Por fim, observa-se que o recorrido descumpriu procedimentos básicos da Lei de Acesso à Informação. Dessa forma, recomenda-se orientar a autoridade de monitoramento do Ministério da Justiça que reavalie os fluxos internos para assegurar o cumprimento das normas relativas ao acesso à informação, de forma eficiente e adequada aos objetivos da Lei de Acesso à Informação, em especial recomenda-se: a) Informar, desde a resposta inicial, a possibilidade de recurso, o prazo para propor o recurso e a autoridade competente para apreciá-lo; b) Que a autoridade responsável pelo julgamento do recurso de primeira instância seja hierarquicamente superior ao servidor que elaborou a resposta inicial. 24

5 MAÍRA LUÍSA MILANI DE LIMA Analista de Finanças e Controle D E C I S Ã O No exercício das atribuições a mim conferidas pela Portaria n da Controladoria- Geral da União, de 22 de agosto de 2013, adoto, como fundamento deste ato, o parecer acima, para decidir pelo não conhecimento do recurso interposto, nos termos do art. 23 do Decreto nº 7.724/2012, no âmbito do pedido de informação nº / , direcionado ao Departamento de Polícia Rodoviária Federal do Ministério da Justiça - DPRF/MJ. JOSÉ EDUARDO ROMÃO Ouvidor-Geral da União 25

6 PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA Controladoria-Geral da União Folha de Assinaturas Documento: PARECER nº 4598 de 01/12/2014 Referência: PROCESSO nº / Assunto: Recurso contra decisão denegatória ao pedido de acesso à informação. Signatário(s): JOSE EDUARDO ELIAS ROMAO Ouvidor Assinado Digitalmente em 01/12/2014 Este despacho foi expedido eletronicamente pelo SGI. O código para verificação da autenticidade deste documento é: 49a46701_8d1db9eb53d65a0