Controladoria-Geral da União Ouvidoria-Geral da União PARECER. Recurso contra decisão denegatória ao pedido de acesso à informação. Sem restrição.

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1 Controladoria-Geral da União Ouvidoria-Geral da União PARECER Referência: /20-27 Assunto: Restrição de acesso: Ementa: Órgão ou entidade recorrido (a): Recorrente: Recurso contra decisão denegatória ao pedido de acesso à informação. Sem restrição. Solicitação de acesso aos valores arrecadados como contribuição sindical. Tributos Interesse social Sigilo Bancário. Sigilo Fiscal Acata-se a alegação do recorrente Perda de objeto Recomendações. Caixa Econômica Federal CEF. I.B.P.T. Senhor Ouvidor-Geral da União, 1. O presente parecer trata de solicitação de acesso à informação com base na Lei nº /2011, conforme resumo descritivo abaixo apresentado: RELATÓRIO Data Teor Pedido 06/04/20 Considerando que a Caixa Econômica Federal é o órgão responsável pela administração da contribuição sindical nos moldes do artigo 586 e 588 da Consolidação das Leis do Trabalho CLT; Considerando que tanto a Caixa Econômica Federal quanto as entidades representativas de classes subordinam-se à Lei de Acesso à Informação (Lei nº /2011) nos termos dos artigos 1º e 2º da referida Lei; 21

2 Considerando que a quantidade arrecadada de contribuição sindical é de interesse geral e coletivo uma vez que se trata de tributo ante a sua natureza compulsória; O Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação - IBPT, para fins de estudos e estatísticas, requer que a Caixa Econômica Federal conceda o total arrecadado de contribuição sindical desde 2010 até hoje. Resposta Inicial 30/03/20 Requer, ainda, que os dados sejam dispostos da seguinte forma: se é entidade sindical dos empregadores ou dos trabalhadores; se é confederação, federação ou sindicado; o nome de cada uma das entidades sindicais; o quanto cada uma das entidades sindicais recebeu em 2010, 2011, 2012, 2013, 2014 e 20; o quanto foi destinado à Conta Especial Emprego e Salário em 2010, 2011, 2012, 2013, 2014 e Conforme solicitação através do E-SIC, site CGU, informamos que: 1.1. A arrecadação da Contribuição Sindical Urbana é gerida por força de lei e por diretrizes do Ministério do Trabalho e Emprego, cabendo à CAIXA arrecadar, processar e creditar os recursos às Entidades Sindicais, de acordo com as Consolidações das Leis do Trabalho As informações acerca de arrecadação e distribuição de Contribuição Sindical Urbana podem ser fornecidas aos entes fiscalizadores, desde que instaurado o devido procedimento administrativo Esclarecemos ainda que as informações referentes aos documentos arrecadados e valores creditados aos envolvidos no processo de arrecadação de Contribuição Sindical Urbana são protegidas pelo Sigilo Bancário considerando que os dados não são públicos, tendo em vista que as Entidades Sindicais não são órgãos públicos Ressalta-se que, muito embora a Lei nº /2011 regule o acesso à informação, a mesma ressalva o sigilo como exceção em seu art. 3º, conforme transcrição a seguir: "Art. 3º Os procedimentos previstos nesta Lei destinam-se a assegurar o direito fundamental de acesso à informação e devem ser executados em conformidade com os princípios básicos da administração pública e com as seguintes diretrizes: I - observância da publicidade como preceito geral e do sigilo como exceção;" 1.4. Dessa forma, entende-se que as informações solicitadas só poderão ser fornecidas pelas próprias Entidades arrecadadoras do referido tributo ou por 22

3 Recurso à Autoridade Superior Resposta do Recurso à Autoridade Superior 09/04/20 14/04/20 meio de determinação judicial, não devendo ser repassadas para terceiros alheios ao processo da arrecadação da Contribuição Sindical Urbana. 2. Por fim, agradecemos o contato e esclarecemos que a CAIXA, na página disponibiliza as informações corporativas em atendimento à Lei / Informamos que a CAIXA mantém SAC para informações, reclamações, cancelamentos, sugestões, serviços e elogios, com atendimento 24 horas por dia 07 dias por semana, pelo DDG e para reclamações não solucionadas no SAC ou denúncias, a CAIXA mantém canal de Ouvidoria com atendimento de segunda a sextafeira, das 08 às 18 horas, pelo DDG A CAIXA coloca-se à disposição através de seus canais de atendimento. Atenciosamente, CAIXA - Serviço de Informações ao Cidadão A entidade recorrente contestou o argumento da CEF segundo o qual sobre as informações solicitadas recai o sigilo bancário. Alegou que a contribuição sindical é um tributo, de modo que sua arrecadação constitui dinheiro público e sobre ele não incide sigilo bancário. Prezado (a) Cidadão (ã), 1. Conforme solicitação através do E-SIC, site CGU, informamos que: 1.1. Ratificamos posicionamento da CAIXA quanto ao fornecimento das informações sobre a Contribuição Sindical Urbana, no exercício da atribuição de arrecadação e distribuição dos valores oriundos da Contribuição Sindical, s.m.j., a CAIXA atua como sujeito passivo indireto da obrigação tributária, estando, portanto, submetida ao sigilo fiscal previsto no art. 198 do Código Tributário Nacional, com a redação alterada pela LC 104/ O Art. 198 do CTN, alterado pela lei complementar, assim assevera: Art Sem prejuízo do disposto na legislação criminal, é vedada a divulgação, por parte da Fazenda Pública ou de seus servidores, de informação obtida em razão do ofício sobre a situação econômica ou financeira do sujeito passivo ou de terceiros e sobre a natureza e o estado de seus negócios ou atividades." " 1º Excetuam-se do disposto neste artigo, além dos casos previstos no art. 199, os 23

4 Recurso à Autoridade Máxima 24/04/20 seguintes:" "I requisição de autoridade judiciária no interesse da justiça;" "II solicitações de autoridade administrativa no interesse da Administração Pública, desde que seja comprovada a instauração regular de processo administrativo, no órgão ou na entidade respectiva, com o objetivo de investigar o sujeito passivo a que se refere a informação, por prática de infração administrativa. "Grifos originais 1.3. Ante o exposto, as informações ora solicitadas, somente podem ser entregues aos entes comprovadamente envolvidos na arrecadação e distribuição dos valores, exceto em caso de determinação judicial Frisamos novamente que as informações referentes aos documentos arrecadados e valores creditados aos envolvidos no processo de arrecadação da Contribuição Sindical Urbana são protegidas pelo Sigilo Bancário, considerando que os dados não são públicos, visto que as Entidades Sindicais não são órgãos públicos. 2. Conforme o disposto no parágrafo único do art.21 do decreto 7.724, de 2012, informa-se que poderá ser apresentado recurso no prazo de 10 dias contado da ciência da decisão, à autoridade máxima para o assunto solicitado. 3. Por fim, agradecemos o contato e esclarecemos que a CAIXA, na página disponibiliza as informações corporativas em atendimento à Lei / Informamos que a CAIXA mantém SAC para informações, reclamações, cancelamentos, sugestões, serviços e elogios, com atendimento 24 horas por dia 07 dias por semana, pelo DDG e para reclamações não solucionadas no SAC ou denúncias, a CAIXA mantém canal de Ouvidoria com atendimento de segunda a sextafeira, das 08 às 18 horas, pelo DDG A CAIXA coloca-se à disposição através de seus canais de atendimento. Atenciosamente, Hélio Shinohara Diretor Executivo em Exercício Banco Corporativo CAIXA - Serviço de Informações ao Cidadão Embora os Sindicatos, Federações e Confederações sejam entidades privadas, pelo fato de receberem dinheiro público (contribuições sindical), eles possuem o 24

5 dever de prestar contas, aos menos, dessa parcela recebida. Tudo nos termos do artigo 2º da Lei de Acesso à Informação: Art. 2º Aplicam-se as disposições desta Lei, no que couber, às entidades privadas sem fins lucrativos que recebam, para realização de ações de interesse público, recursos públicos diretamente do orçamento ou mediante subvenções sociais, contrato de gestão, termo de parceria, convênios, acordo, ajustes ou outros instrumentos congêneres. Parágrafo único. A publicidade a que estão submetidas as entidades citadas no caput refere-se à parcela dos recursos públicos recebidos e à sua destinação, sem prejuízo das prestações de contas a que estejam legalmente obrigadas. Desta forma, não há o que se falar em responsabilização da Caixa Econômica Federal em relação à divulgação de tais informações. Até porque a própria Caixa Econômica Federal também está subordinada às diretrizes da Lei /2011, bem como do Decreto nº 7.724/2012. Ora, se a contribuição sindical é tributo, por certo o fruto dessa arrecadação é sinônimo de dinheiro público e que é distribuído às essas entidades por força de Lei. Se é dinheiro público, não há o que se falar em sigilo bancário. Ademais, tais informações são de total interesse coletivo, portanto também estão abarcadas pela Lei de Acesso à informação (art. 8º da Lei /2011 e art. 7º do Decreto nº 7.724/2012). Ainda, cumpre esclarecer que as informações fornecidas pela Caixa Econômica Federal confere ao cidadão poder de fiscalização, o que lhe permite exercer o seu direito de controle social e que nada mais é do que uma das diretrizes básicas e objetivo primordial da Lei de Acesso à Informação (art. 3º, IV e V da Lei /2011). 25

6 Resposta do Recurso à Autoridade Máxima 04/05/20 Afirma-se isso, pois será possível ao cidadão verificar se as informações repassadas pela Caixa Econômica Federal de fato correspondem com as informações repassadas pelos próprios Sindicatos, Federações e Confederações. Munido dessas informações, os cidadãos representados por esses Sindicatos, Federações e Confederações poderão exigir o retorno devido à sua classe, seja ela trabalhadora ou empregadora. Diante de tudo o que se expos, deve Vossa Senhoria dignar-se em reformar integralmente a decisão anteriormente proferida pelo Diretor Executivo, Senhor Hélio Shinohara por ser questão de direito e justiça! 1. Conforme solicitação através do E-SIC, site CGU, informamos que: 1.1. Ratificamos o posicionamento anterior quanto à impossibilidade de fornecimento das informações solicitadas referente a Contribuição Sindical Urbana, salientando que, no exercício da atribuição de arrecadação e distribuição dos valores oriundos da Contribuição Sindical, s.m.j., a CAIXA atua como sujeito passivo indireto da obrigação tributária estando, portanto, submetida ao sigilo fiscal previsto no art. 198 do Código Tributário Nacional, com a redação alterada pela LC 104/ O Art. 198 do CTN, alterado pela lei complementar, assim assevera: "Art Sem prejuízo do disposto na legislação criminal, é vedada a divulgação, por parte da Fazenda Pública ou de seus servidores, de informação obtida em razão do ofício sobre a situação econômica ou financeira do sujeito passivo ou de terceiros e sobre a natureza e o estado de seus negócios ou atividades." (NR) " 1º Excetuam-se do disposto neste artigo, além dos casos previstos no art. 199, os seguintes:" (NR) "I requisição de autoridade judiciária no interesse da justiça;" (AC) "II solicitações de autoridade administrativa no interesse da Administra- 26

7 Recurso à CGU 14/05/20 ção Pública, desde que seja comprovada a instauração regular de processo administrativo, no órgão ou na entidade respectiva, com o objetivo de investigar o sujeito passivo a que se refere a informação, por prática de infração administrativa." 1.3. Assim, as informações ora solicitadas, somente podem ser entregues aos entes diretamente envolvidos na arrecadação e distribuição dos valores, exceto em caso de determinação judicial. 2. Conforme o disposto no parágrafo único do art.23 do decreto 7.724, de 2012, informa-se que poderá ser apresentado recurso no prazo de 10 dias contado da ciência da decisão, à Controladoria Geral da União. 3. Por fim, agradecemos o contato e esclarecemos que a CAIXA, na página disponibiliza as informações corporativas em atendimento à Lei / Informamos que a CAIXA mantém SAC para informações, reclamações, cancelamentos, sugestões, serviços e elogios, com atendimento 24 horas por dia 07 dias por semana, pelo DDG e para reclamações não solucionadas no SAC ou denúncias, a CAIXA mantém canal de Ouvidoria com atendimento de segunda a sexta-feira, das 08 às 18 horas, pelo DDG A CAIXA coloca-se à disposição através de seus canais de atendimento. Atenciosamente, Antônio Carlos Ferreira Vice Presidência de Corporativo CAIXA - Serviço de Informações ao Cidadão A entidade recorreu nos mesmos termos apresentados anteriormente. 27

8 É o relatório. Análise 2. Registre-se que o Recurso foi apresentado perante a CGU de forma tempestiva e recebido na esteira do disposto no caput e 1º do art. 16 da Lei nº /2011, bem como em respeito ao prazo de 10 (dez) dias previsto no art. 23 do Decreto nº 7724/2012, nestes termos: Lei nº /2011 Art. 16. Negado o acesso a informação pelos órgãos ou entidades do Poder Executivo Federal, o requerente poderá recorrer à Controladoria-Geral da União, que deliberará no prazo de 5 (cinco) dias se: (...) 1º O recurso previsto neste artigo somente poderá ser dirigido à Controladoria Geral da União depois de submetido à apreciação de pelo menos uma autoridade hierarquicamente superior àquela que exarou a decisão impugnada, que deliberará no prazo de 5 (cinco) dias. Decreto nº 7724/2012 Art. 23. Desprovido o recurso de que trata o parágrafo único do art. 21 ou infrutífera a reclamação de que trata o art. 22, poderá o requerente apresentar recurso no prazo de dez dias, contado da ciência da decisão, à Controladoria-Geral da União, que deverá se manifestar no prazo de cinco dias, contado do recebimento do recurso. 3. Quanto ao cumprimento do art. 21 do Decreto n.º 7.724/2012, observa-se que consta da resposta que a autoridade que proferiu a decisão, em primeira instância, era hierarquicamente superior à que adotou a decisão inicial, mas o recurso de segunda instância não foi analisado pelo dirigente máximo da entidade. Registre-se que a CEF não comunicou, em sua resposta inicial, a possibilidade de recurso, o prazo para propor o recurso e a autoridade competente para apreciá-lo (artigo 19, II do Decreto nº 7.724/2012), informações imprescindíveis para a correta orientação ao cidadão quanto ao processo de acesso à informação. 4. As informações pleiteadas neste recurso dizem respeito aos valores arrecadados a título de contribuição sindical de 2010 a 20, com a 28

9 identificação do valor recebido por cada entidade sindical por ano, e com a identificação do valor destinado à Conta Especial Emprego e Salário no mesmo período. 5. A contribuição sindical, prevista nos arts. 578 a 591 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), possui natureza tributária e é recolhida compulsoriamente pelos empregadores no mês de janeiro e pelos trabalhadores no mês de abril de cada ano. Os valores são distribuídos aos sindicatos, federações e confederações a fim de custear suas atividades. Parte do que é arrecadado é destinado à Conta Especial Emprego e Salário, que integra os recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT). 6. Ainda segundo a CLT, a contribuição sindical é recolhida à Caixa Econômica Federal (CEF) ou aos estabelecimentos bancários nacionais integrantes do sistema de arrecadação dos tributos federais, os quais, de acordo com instruções expedidas pelo Conselho Monetário Nacional, repassam à Caixa Econômica Federal as importâncias arrecadadas. A CEF mantém conta corrente intitulada "Depósitos da Arrecadação da Contribuição Sindical", em nome de cada uma das entidades sindicais beneficiadas. O banco deve remeter, mensalmente, a cada entidade sindical, um extrato da respectiva conta corrente, e, quando solicitado, aos órgãos do Ministério do Trabalho (MTE). 7. No que se refere aos dados que devem ser informados pela CEF ao MTE, a Portaria nº 488, de 32/11/2005, do Ministro de Estado do Trabalho e Emprego, dispõe: 6º A CAIXA deverá encaminhar, mensalmente, para as entidades sindicais, para a Secretaria de Relações do Trabalho do MTE e para a Coordenação-Geral de Recursos do FAT - CGFAT, informações relativas ao recolhimento da contribuição sindical urbana, por meio de arquivo eletrônico e de relatório impresso, com informações relativas à arrecadação da contribuição sindical por contribuinte, por categoria, por entidade, por Classificação Nacional de Atividades Econômicas - CNAE e por Unidade da Federação, bem como um relatório anual consolidado. 29

10 8. Durante a instrução do recurso de terceira instância referente ao pedido de acesso à informação nº /20-28, a CEF esclareceu que disponibiliza mensalmente ao MTE relatório e planilha com as informações das Guias de Recolhimento da Contribuição Sindical Urbana (GRCSU) arrecadadas. 9. Quanto à Conta Especial Emprego e Salário, dispõe o artigo 4º da Lei nº 6.386/1976 que a CEF abrirá uma conta corrente especial denominada "Conta Emprego e Salário", na qual será creditada a cota-parte da contribuição sindical prevista na Consolidação das Leis do Trabalho. 10. Ante o exposto, verifica-se que a CEF detém as informações solicitadas no pedido inicial. Trata-se de informações existentes, produzidas e acumuladas por entidade da Administração Pública Federal que se submete à Lei de Acesso à Informação e que, portanto, podem ser obtidas por meio da LAI, conforme o art. 7º, II, desta lei. 11. No entanto, o banco alega que o pedido não pode ser atendido já que sobre as informações recaem duas hipóteses legais de sigilo o bancário e o fiscal. A CEF apresentou a este órgão parecer jurídico contrário ao atendimento do pedido, que deveria, segundo alegado, ser atendido pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). A partir de então, a CGU iniciou um diálogo com o MTE a fim de verificar a possibilidade de publicação, no site daquele Ministério, dos dados solicitados, haja vista tratar-se de informações de interesse coletivo, conforme reconhecido no julgamento do pedido de acesso à informação NUP / A respeito do assunto, a Consultoria Jurídica junto ao Ministério do Trabalho e Emprego se manifestou pela possibilidade jurídica de divulgação dos dados, mediante a Nota nº 093/20/CONJUR-TEM/CGU/AGU, em 09/07/20. Ato contínuo, o Secretário-Executivo do MTE determinou, em 20/07/20, a disponibilização, na internet, no prazo de 30 dias, das informações relativas aos valores arrecadados a título de contribuição sindical, disponibilizados pela CEF nos últimos 10 anos, destacando, no mínimo, o valor anual arrecadado, 210

11 nome e CNPJ do sindicato beneficiário, dentre outras informações relevantes disponíveis. 13. Nesse contexto, como as informações serão disponibilizadas em transparência ativa, constata-se a perda de objeto do presente recurso. Nessa situação, há que se aplicar o art. 52 da Lei nº 9.784/1999, que regula o processo administrativo no âmbito da Administração Pública Federal e faculta ao órgão competente declarar extinto o processo em razão do exaurimento da sua finalidade ou quando o objeto da decisão se tornar inútil ou prejudicado por fato superveniente. Conclusão 14. Diante do exposto, considera-se que a solicitação será atendida a partir da publicação dos dados no site do MTE, até o dia 19/08/20, e opina-se pela perda do objeto do recurso e pela extinção do feito, com fundamento no art. 52 da Lei nº 9.784/ Observamos que a recorrida descumpriu procedimentos básicos da Lei de Acesso à Informação. Nesse sentido, recomenda-se orientar a autoridade de monitoramento competente que reavalie os fluxos internos para assegurar o cumprimento das normas relativas ao acesso à informação, de forma eficiente e adequada aos objetivos legais, em especial recomenda-se: a) Informar em todas as suas respostas ao cidadão a possibilidade de recurso, o prazo para propor o recurso e a autoridade competente para apreciar o recurso; b) Que o agente responsável por decidir o recurso de segunda instância seja o dirigente máximo da entidade. 16. Por fim, sugere-se que cópia deste Parecer seja encaminhada ao Ministério do Trabalho e Emprego. 211

12 MAÍRA LUÍSA MILANI DE LIMA Analista de Finanças e Controle D E C I S Ã O No exercício das atribuições a mim conferidas pela Portaria n da Controladoria-Geral da União, de 22 de agosto de 2013, adoto, como fundamento deste ato, o parecer acima, para decidir pela perda de objeto do recurso interposto, nos termos do art. 23 do Decreto 7.724/2012, no âmbito do pedido de informação nº /20-27, direcionado à Caixa Econômica Federal. LUÍS HENRIQUE FANAN Ouvidor-Geral da União 212

13 PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA Controladoria-Geral da União Folha de Assinaturas Documento: PARECER nº 2342 de 31/07/20 Referência: PROCESSO nº /20-27 Assunto: Recurso contra decisão denegatória ao pedido de acesso à informação. Signatário(s): GILBERTO WALLER JUNIOR Ouvidor Assinado Digitalmente em 31/07/20 Relação de Despachos: aprovo GILBERTO WALLER JUNIOR Ouvidor Assinado Digitalmente em 31/07/20 Este despacho foi expedido eletronicamente pelo SGI. O código para verificação da autenticidade deste documento é: f96216b7_8d299b8d