Controladoria-Geral da União Ouvidoria-Geral da União PARECER. Recurso contra decisão ao pedido de acesso à informação. Informações públicas.

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1 Controladoria-Geral da União Ouvidoria-Geral da União PARECER Referência: Assunto: Restrição de acesso: Ementa: Órgão ou entidade recorrido (a): Recorrente: Recurso contra decisão ao pedido de acesso à informação. Informações públicas. Requer motivação e fundamentação da existência de aviso prevendo penalidade por desacato ao funcionário público e motivação e fundamentação sobre a não fixação de quadros de aviso sobre os deveres, penalidades e proibições ao funcionário público no Hospital Geral do Exército (Fortaleza- Ceará) Interesse Público Informação já disponibilizada Não conhecimento. Ministério da Defesa Estado Maior do Exército R N B R Senhor Ouvidor-Geral da União, 1. O presente parecer trata de solicitação de acesso à informação pública, com base na Lei nº /2011, conforme resumo descritivo abaixo apresentado: RELATÓRIO Data Teor Pedido 23/12/201 Solicito informação via / e-sic/cgu, atinente ao Hospital Geral 3 do Exército (Fortaleza- Ceará), nos quesitos a seguir: 1.Motivação e fundamentação sobre a matéria, em que nas clínicas de atendimento de saúde ao usuário, tem- se observado a exposição em quadros de aviso ao público o constante do artigo 331, do código penal ( desacato a funcionário); 2. Motivação e fundamentação da não colocação/ ausência - por igualdade de deveres e direitos entre o servidor e o cidadão- em igual padrão do item anterior - sobre a não fixação de quadros de aviso sobre os deveres, penalidades, proibições ao funcionário público e/ou equivalente, acerca dos artigos 116, 117 e 127, da lei federal 8112/90, 21

2 Resposta Inicial 13/01/201 bem como os referenciados aos princípios constitucionais da moralidade, informação, eficiência, transparência, etc). A respeito do assunto o SIC-EB informa a V. Sa. que: 1. O Hospital da Geral de Fortaleza (H Ge F) esclarece que a motivação da colocação do aviso público nas clínicas daquele nosocômio sobre o respeito mútuo que deve existir entre usuário e o servidor público, foi em evidenciar o que ocorre na grande maioria dos atendimentos prestados naquela Organização Militar de Saúde (OMS), comprovado pelas pesquisas de satisfação de atendimento e elogios recebidos por meio da Ouvidoria do H Ge F e da Reserva Ativa da Guarnição de Fortaleza. 2. Tais cartazes constituem apenas um aviso aos cidadãos que, da mesma forma, se forem desrespeitados por servidores públicos também devem exigir seus direitos, levando estas questões à Ouvidoria daquele hospital ou à Seção de Comunicação Social do Comando da 10ª Região Militar (10ª RM). 3. Quanto a fundamentação, cabe lembrar que a integridade da Administração Pública é a base da referida tutela penal (Art. 331 do Código Penal). Tutelar a honra funcional, a partir do crime de desacato, é tutelar, por via reflexa, a integridade da Administração Pública. Há uma total correspondência entre a tutela da integridade administrativa e a tutela da honra funcional; protegendo-se a integridade da Administração, protegida estará a honra funcional do agente público e vice-versa.. Dessa forma, ocorrendo o ato de desacato ao funcionário no exercício de sua função ou em razão dela, lhe garante a Constituição Federal o direito de buscar justiça para reparação do dano, pois desacatar é ação de ofender, humilhar, espezinhar, agredir o funcionário. 5. Cabe registrar que o H Ge F tem registro de 02 (duas) ocorrências de ofensa a servidor civil no exercício da função, sendo o primeiro caso julgado na 12ª Unidade dos Juizados Especiais Cíveis e Criminais com decisão judicial de retratação da parte ofensora junto ao servidor civil, ao Chefe da Enfermagem e ao Diretor e no segundo caso de ofensa ao servidor civil, a outra parte não compareceu ao feito judicial. 6. O H G e F informa que está afixado no quadro de avisos dos servidores civis, entre outros assuntos, o Art. 116 do Regime Jurídico Único (RJU) referente aos deveres dos servidores. Além disso, os servidores civis que trabalham no atendimento ao público, participam de cursos e palestras de relações interpessoais e de Marketing Pessoal, 22

3 Recurso à Autoridade Superior Resposta do Recurso à Autoridade Superior Recurso à Autoridade Máxima 15/01/201 30/01/201 21/01/201 como parte da política de admissão e preparação dos servidores civis para atividade laboral de atendimento, o que os capacitam para o cumprimento dos dispositivos legais dos artigos 116, 117 e 127 da Lei nº 8.112/90, e dos princípios constantes do Art. 37 da Constituição Federal. 7. Por fim, cabe ressaltar também, que a participação de servidores civis do H Ge F no Curso regularmente ministrado pela Receita Federal, quanto à elaboração de Processo Administrativo Disciplinar, consolida o entendimento dos artigos supracitados. Com as devidas vênias, não houve motivação e fundamentação, com a devida publicidade aos usuários do sistema de saúde do Exército na organização de saúde requerida, nas clínicas de atendimento, da não colocação/ ausência - por igualdade de deveres e direitos entre o servidor e o cidadão- em igual padrão do item anterior - sobre a não fixação de quadros de aviso sobre os deveres, penalidades, proibições ao funcionário público e/ou equivalente, acerca dos artigos 116, 117 e 127, da lei federal 8112/90, bem como os referenciados aos princípios constitucionais da moralidade, informação, eficiência, transparência, etc). Ao cumprimentá-lo, cordialmente, reportamo-nos ao recurso impetrado por V. Sa, em 1ª instância, ao pedido formulado com protocolo nº Após análise das novas considerações apresentadas, informamos que: 1. Não houve negativa de acesso à informação. A apresentada anteriormente atendeu ao que foi solicitado por V. Sa. 2. O SIC-EB, em consonância com a lei que regula seu funcionamento, informa ao cidadão a partir de dados existentes na instituição a que pertence, sendo do requerente a inteira responsabilidade pela interpretação das informações encaminhadas. 3. Por fim, eventual recurso deve ser dirigido ao Comandante do Exército, no prazo de 10(dez) dias, a contar da data desta decisão. Como cediço ao recurso a quo, com as devidas vênias, não houve motivação e fundamentação, atinente ao equilíbrio de informações sobre deveres, penalidades ao funcionário, nos termos da legislação referenciada. Dessa feita, não se observou na resposta ao cidadão a devida publicidade aos usuários do sistema de saúde do Exército na organização de saúde requerida, nas clínicas de atendimento, atinente a não colocação ou mesmo ausência - por igualdade de deveres e direitos entre o servidor e o cidadão- em igual padrão aos dizeres publicizados sobre a penalidade sobre o tema desacato a funcionário público. 23

4 Resposta do Recurso à Autoridade Máxima Recurso à CGU É o relatório. Análise 25/10/ /01/201 Ainda, não houve motivação e fundamentação, como dito na resposta, sobre a não fixação de quadros de aviso sobre os deveres, penalidades, proibições ao funcionário público e/ou equivalente, acerca dos artigos 116, 117 e 127, da lei federal 8112/90, bem como os referenciados aos princípios constitucionais da moralidade, informação, eficiência, transparência, etc). Ao cumprimentá-lo cordialmente, reportamo-nos ao recurso impetrado por V. Sa, em 2ª instância, ao pedido formulado com protocolo nº Em relação às novas considerações apresentadas por Vossa Senhoria, o SIC-EB informa que: 1. As respostas anteriormente encaminhadas contemplaram plenamente o questionamento apresentado. 2. A apresentação de recurso se fará apenas no caso de negativa de acesso à informação ou de não fornecimento das razões da negativa do acesso (o que não foi o caso deste pedido), conforme o Art. 21 do Decreto 7.72, de 16 de maio de 2012, abaixo transcrito: Art. 21. No caso de negativa de acesso à informação ou de não fornecimento das razões da negativa do acesso, poderá o requerente apresentar recurso no prazo de dez dias, contado da ciência da decisão, à autoridade hierarquicamente superior à que adotou a decisão, que deverá apreciá-lo no prazo de cinco dias, contado da sua apresentação. 3. Desta forma, nada há a acrescentar em relação à resposta anteriormente encaminhada.. Com as devidas vênias, o pedido original contém solicitação de informações sobre a não existência de publicidade em quadros de aviso nas clínicas de atendimento do órgão requerido, de modo similar ao que consta sobre a penalidade atinente ao tipo: " desacato a funcionário público". Portanto, não houve motivação e fundamentação, como dito na resposta ao recurso a quo, sobre a não fixação de quadros de aviso sobre os deveres, penalidades, proibições ao funcionário público e/ou equivalente, acerca dos artigos 116, 117 e 127, da lei federal 8112/90. Tudo isso, como cediço, as devidas referências aos princípios constitucionais da moralidade, informação, eficiência, transparência, etc). 2

5 2. Registre-se que o Recurso foi apresentado perante à CGU de forma tempestiva e recebido na esteira do disposto no caput e 1º do art. 16 da Lei nº /2012, bem como em respeito ao prazo de 10 (dez) dias previsto no art. 23 do Decreto nº 772/2012, in verbis: Lei nº /2012 Art. 16. Negado o acesso a informação pelos órgãos ou entidades do Poder Executivo Federal, o requerente poderá recorrer à Controladoria-Geral da União, que deliberará no prazo de 5 (cinco) dias se: (...) 1o O recurso previsto neste artigo somente poderá ser dirigido à Controladoria Geral da União depois de submetido à apreciação de pelo menos uma autoridade hierarquicamente superior àquela que exarou a decisão impugnada, que deliberará no prazo de 5 (cinco) dias. Decreto nº 772/2012 Art. 23. Desprovido o recurso de que trata o parágrafo único do art. 21 ou infrutífera a reclamação de que trata o art. 22, poderá o requerente apresentar recurso no prazo de dez dias, contado da ciência da decisão, à Controladoria-Geral da União, que deverá se manifestar no prazo de cinco dias, contado do recebimento do recurso. 3. Quanto ao cumprimento do art. 21 do Decreto n.º 7.72/2012, observa-se que consta da resposta que a autoridade que proferiu a decisão, em primeira instância, era a hierarquicamente superior à que adotou a decisão, assim como também consta que a autoridade que proferiu a decisão de provimento, em segunda instância, foi o dirigente máximo do órgão/entidade.. Quanto à análise de mérito, verifica-se que embora o pedido exigisse interpretação, contrariando o disposto no art. 13 do Decreto 7.72/12, o SIC-EB manifestou boa vontade no acolhimento do mesmo, e empreendeu esforços em analisar a situação apresentada e fornecer a informação requerida com o maior nível de detalhamento possível. A questão da motivação para a existência de aviso prevendo penalidade por desacato ao funcionário público foi esclarecida, posto que informado o intuito de estabelecer relações respeitosas entre atendidos e atendentes. Quanto à fundamentação legal o SIC EB informou que a integridade da Administração Pública é a base da referida tutela penal (Art. 331 do Código Penal). Neste contexto ainda foram acrescentadas às ocorrências de ofensa á servidor civil no exercício da função que aconteceram na localidade. Quanto à motivação e fundamentação sobre a não fixação de quadros de aviso sobre os deveres, penalidades e proibições ao funcionário público no Hospital Geral do Exército (Fortaleza- Ceará), o SIC-EB informou o Hospital está afixado no quadro de avisos dos servidores civis, entre outros assuntos, o Art. 116 do Regime Jurídico Único (RJU) referente aos deveres dos servidores. Conclusão 25

6 5. De todo o exposto, opina-se pelo não conhecimento do recurso, uma vez que o Órgão recorrido efetivamente disponibilizou o acesso às informações solicitadas pelo recorrente antes da instrução deste recurso. Fabiola Flor Machado Analista de Finanças e Controle D E C I S Ã O No exercício das atribuições a mim conferidas pela Portaria n da Controladoria-Geral da União, de 22 de agosto de 2013, adoto, como fundamento deste ato, o parecer acima, para decidir pelo não conhecimento do recurso interposto, nos termos do art. 23 do referido Decreto, no âmbito do pedido de informação nº , direcionado ao Ministério da Defesa, Estado-Maior do Exército. JOSÉ EDUARDO ROMÃO Ouvidor-Geral da União 26

7 PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA Controladoria-Geral da União Folha de Assinaturas Documento: PARECER nº 1587 de 08/05/201 Referência: PROCESSO nº / Assunto: Recurso contra decisão ao pedido de acesso à informação. Signatário(s): JOSE EDUARDO ELIAS ROMAO Ouvidor Assinado Digitalmente em 08/05/201 Este despacho foi expedido eletronicamente pelo SGI. O código para verificação da autenticidade deste documento é: 6366f8fd_8d13901a90def5c