PARECER. Recurso contra decisão denegatória ao pedido de acesso à informação.

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1 Controladoria-Geral da União Ouvidoria-Geral da União PARECER Referência: / Assunto: Restrição de acesso: Recurso contra decisão denegatória ao pedido de acesso à informação. Não há restrição de acesso. Ementa: Vestibular. Informação incorreta. Pedido incompreensível. Reclamação. Não conhecimento do recurso. Órgão ou entidade recorrido (a): Recorrente: U. A. B. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira - INEP. Senhor Ouvidor-Geral da União, 1. O presente parecer trata de solicitação de acesso à informação, com base na Lei nº /2011, conforme resumo descritivo abaixo apresentado: RELATÓRIO Data Teor Pedido 06/02/2015 Solicitação nos seguintes termos: (...) Pois no inicio do ano de 2014 eu estava em liberdade, e me escrevi no Enem convencional inscrição sob n , mais no final do ano de 2014 perdi um recurso e comecei a cumprir uma Pena Privativa de Liberdade, e me escrevi para fazer o Enem PPL de 2014, pois seria menos constrangedor ao invés de precisar ser escoltado, mais mesmo assim eu ainda fui escoltado e consegui fazer o Enem convencional, mais o constrangimento me atrapalhou um pouco. Pois a minha inscrição do Enem PPL 2014 foi autorizada pelo MEC, e eu fiz a prova do Enem PPL 2014, com a inscrição sob n Mas não estou conseguido acessar a minha nota, já entrei em contato pelo tel.: varias vezes mais a única resposta foi pra mim acessar no link: no campo login numero do CPF e a senha os seis primeiros n CPF,mais já tentei varias vezes e esta dando CPF invalido ou senha invalida, se possível gostaria que fosse desconsiderado o meu Enem convencional e considerado somente o Enem PPL, ou informações de como acessar a minha nota no Enem PPL de

2 Desde já Agradeço a atenção concedida. Resposta Inicial Autoridade Superior 10/02/ /02/2015 A instituição recorrida apresentou a seguinte resposta: Informamos que sua demanda foi respondida através do protocolo nº: , da Central de Atendimento. Esclarecemos que demandas como esta devem ser solicitadas por meio da Central de Atendimento ( ). Recurso nos seguintes termos: já entrei em contato por no minimo 10 vezes com a central de atendimento pelo telefone ,por este meio não foi possível atender a minha solicitação em demanda. Desde já agradeço muito a atenção concedida. Resposta do Autoridade Superior 19/02/2015 A instituição apresentou a seguinte resposta: Informamos que o participante inscrito no Enem Geral, quando inscrito pelo responsável pedagógico no Enem PPL, realiza o Exame condicionado a análise do Inep. A informação da existência de uma inscrição no Enem é apresentada ao Responsável Pedagógico e o mesmo é devidamente informado sobre a análise. Destacamos o que dispõe o Edital do Enem 2014, item 19.5: Os casos omissos e eventuais dúvidas referentes a este Edital serão resolvidos e esclarecidos pelo Inep. Assim, foi estabelecida uma Comissão para definir as regras de divulgação de resultado para os casos omissos ao Edital. Essa Comissão, levando em consideração a participação voluntária do participante inscrito no Enem Geral e a isonomia entre os demais participantes, definiu que o participante que possui inscrição e presença no Enem Geral e no Enem PPL deve ter o resultado do Enem Geral divulgado, sendo desconsiderada a aplicação do Enem PPL. Autoridade Máxima 23/02/2015 Recurso interposto nos seguintes termos: Primeiramente gostaria de agradecer ao Sr. Dênio Menezes da Silva, Diretor de Gestão e Planejamento do INEP, por sua eficiência e competência, no esclarecimento de qual critério foi utilizado para exclusão do resultado do Enem PPL. PASSO ENTÃO A EXPOR AS RAZÕES E FUNDAMENTOS DO PEDIDO: Conforme a decisão, (anexa), do recurso, realmente foi informado ao responsável pedagógico, no momento em que ele efetuou o pedido de inscrição, que seria feita uma análise pelo INEP, porem foi confirmada a inscrição com n , depois de confirmada a inscrição o responsável pedagógico me informou que teria sido aceito o pedido de inscrição para realizar o Exame do Enem PPL, até mesmo porque o que dispõe o Edital do Enem 2014, item 4.5 Em nenhuma hipótese será permitida a inscrição condicional ou fora do prazo. Com base neste item fui informado pelo responsável pedagógico que o INEP já teria analisado, e teria sido concedida a inscrição n , Não foi informado ao responsável pedagógico e nem ao participante que seria desconsiderado a aplicação do Enem PPL, só obtive esta informação 19/02/2015. Em consideração da participação no Enem Geral, ser realmente voluntaria, porem as circunstancia em que o participante se encontrava no momento da inscrição do Enem Geral, não era a esperada pelo participante, para o dia da prova, do exame do 2

3 Enem Geral. Talvez a comissão, que se reuniu para definir as regras de divulgação dos resultados para casos omissos ao Edital, não sabia que o participante estava preso em ambos os exames. Em consideração a igualdade dos participantes, levando em conta que o participante se encontrava em cumprimento de PPL, em ambos os exames do Enem de 2014, a meu ver o que poderia ter acontecido seria uma desconsideração do Enem Geral, considerando o principio da igualdade, já que para pessoas que está em cumprimento de pena é especifico o Enem PPL. Desde já agradeço a atenção concedida, independente da Decisão, deste Órgão, o meu muito Obrigado. A instituição recorrida reiterou as respostas anteriores e acrescentou o que se segue: Resposta do Autoridade Máxima CGU 02/03/ /03/2015 (...) Ressalto que a definição de regras de divulgação para casos omissos ao Edital Enem 2014 é analisada pela Comissão de Demandas que delibera suas decisões de acordo com a Norma operacional de Apropriação e Divulgação dos Dados do Enem (NO ). Relativamente ao caso ora em tela, informo que a Comissão de Demandas, instituída pela Portaria Inep 174, de 12 de julho de 2012, por meio do ATO 109, decidiu que no caso de dupla participação no Enem, ou seja, Enem e Enem PPL, a regra geral será considerar a nota do Enem. O Enem PPL, neste caso, é considerado uma nova oportunidade para o participante, portanto, deverá ser desconsiderado. A Portaria Inep n o 174, de 12 de julho de 2012, também foi anexada à resposta do órgão. Recurso interposto nos termos abaixo: Venho muito respeitosamente perante vossa Excelência pedir a apreciação das decisões do INEP decisões em (anexo). I- Dos Fatos Fiz o Enem de 2014, em duas modalidades Enem Geral, e Enem PPL, entrei em contato varias vezes pelo telefone , para obter o resultado do Enem PPL, mais só obtive a 1 resposta, após o recurso em 1 instância, decisão anexa, inconformado com a respeitável decisão, apresentei recurso em 2 instância,pedido e decisão (anexa). Venho apresentar as minhas razões, pois especifiquei nos recursos, que eu estava em cumprimento de pena privativa de liberdade em ambos os Exames do Enem 2014, o que dispõe Edital item 1.3 Haverá Edital específico para a realização do Exame para os adultos submetidos a penas privativas de liberdade e os adolescentes sob medidas sócio educativas que incluam privação de liberdade. Este item especifica que para pessoas que estão em cumprimento de PPL, é especifico o Enem PPL. 3

4 O INEP me enviou uma portaria n 174, de 12 de junho de 2012, como justificativa do indeferimento de ambos os recursos, que requeriam a consideração da nota do Enem PPL, peço esclarecimento sobre esta norma jurídica que me foi enviada pelo Inep, pois vai ao contrario da Constituição Federal, Art. 5 um dos Direitos Fundamentais, à igualdade. Já que eu estava em cumprimento de pena em ambos os Exames, não sendo informado que seria desconsiderada a minha nota do Enem PPL. Art.22 XXIV- CF Peço ao nobre Ministro para que a União possa legislar diretrizes, sobre a consideração desta nota do Enem PPL, em consideração ao principio da igualdade. Análise É o relatório. 2. Registre-se que o Recurso foi apresentado perante a CGU de forma tempestiva, em acordo com o disposto no caput e 1º do art. 16 da Lei nº /2012, e ao prazo de 10 (dez) dias previsto no art. 23 do Decreto nº 7724/2012, in verbis: Lei nº /2011 Art. 16. Negado o acesso a informação pelos órgãos ou entidades do Poder Executivo Federal, o requerente poderá recorrer à Controladoria-Geral da União, que deliberará no prazo de 5 (cinco) dias se: (...) 1 o O recurso previsto neste artigo somente poderá ser dirigido à Controladoria Geral da União depois de submetido à apreciação de pelo menos uma autoridade hierarquicamente superior àquela que exarou a decisão impugnada, que deliberará no prazo de 5 (cinco) dias. Decreto nº 7724/2012 Art. 23. Desprovido o recurso de que trata o parágrafo único do art. 21 ou infrutífera a reclamação de que trata o art. 22, poderá o requerente apresentar recurso no prazo de dez dias, contado da ciência da decisão, à Controladoria- Geral da União, que deverá se manifestar no prazo de cinco dias, contado do recebimento do recurso. 3. Quanto ao cumprimento do art. 21 do Decreto nº 7.724/2012, observa-se que consta da resposta que a autoridade que proferiu a decisão, em primeira instância, era hierarquicamente superior à que adotou a resposta inicial, assim 4

5 como consta que o dirigente máximo do órgão/entidade proferiu a decisão em segunda instância. 4. Através do pedido de acesso e dos recursos interpostos, o cidadão explica que realizou as duas modalidades de Enem (Enem Geral e Enem PPL). A solicitação inicial foi pelo acesso à nota do Exame Nacional do Ensino Médio para Pessoas Privadas de Liberdade (Enem PPL), bem como pela desconsideração da nota do Enem Geral. Após a resposta inicial, através da qual o INEP indicou a existência de canal específico para tratar do assunto requisitado pelo solicitante, a instituição passou a indicar o posicionamento de que nos casos de realização das duas modalidades de Enem (Geral e PPL), deve prevalecer o resultado do Enem Geral. O cidadão, no recurso à CGU, contesta o posicionamento do INEP, requer esclarecimentos dessa Controladoria e solicita que a União realize diretriz a respeito dos casos de realização das duas modalidades do Enem. 5. Diante do exposto, verifica-se que o cidadão recorre à CGU para reclamar, sugerir e pedir providências em relação ao atual entendimento do INEP acerca dos casos de realização das duas modalidades do Enem. O solicitante demonstra insatisfação com o fato de que o INEP desconsiderou a sua participação no Enem PPL. É importante esclarecer que a Lei de Acesso à Informação (LAI) não ampara formulações de reclamações, denúncias e pedidos de providências para a Administração Pública Federal. A própria LAI, no inciso I do art. 4 o, expõe a definição de informação: informação: dados, processados ou não, que podem ser utilizados para produção e transmissão de conhecimento, contidos em qualquer meio, suporte ou formato. Assim, a própria Lei fixa a finalidade e o alcance do direito de acesso à informação, que pode também ser compreendido pelos exemplos expostos no art. 7 o, conforme transcrição abaixo: Art. 7 o O acesso à informação de que trata esta Lei compreende, entre outros, os direitos de obter: I - orientação sobre os procedimentos para a consecução de acesso, bem como sobre o local onde poderá ser encontrada ou obtida a informação almejada; 5

6 II - informação contida em registros ou documentos, produzidos ou acumulados por seus órgãos ou entidades, recolhidos ou não a arquivos públicos; III - informação produzida ou custodiada por pessoa física ou entidade privada decorrente de qualquer vínculo com seus órgãos ou entidades, mesmo que esse vínculo já tenha cessado; IV - informação primária, íntegra, autêntica e atualizada; V - informação sobre atividades exercidas pelos órgãos e entidades, inclusive as relativas à sua política, organização e serviços; VI - informação pertinente à administração do patrimônio público, utilização de recursos públicos, licitação, contratos administrativos; e VII - informação relativa: a) à implementação, acompanhamento e resultados dos programas, projetos e ações dos órgãos e entidades públicas, bem como metas e indicadores propostos; b) ao resultado de inspeções, auditorias, prestações e tomadas de contas realizadas pelos órgãos de controle interno e externo, incluindo prestações de contas relativas a exercícios anteriores. 6. Dessa forma, constata-se que o cidadão, no recurso à CGU, não solicita acesso à informação, de modo que o seu pedido não encontra amparo na LAI, sendo o e-sic canal inadequado para tratamento do mesmo. 7. A Ouvidoria-Geral da União (OGU), órgão integrante da CGU, tem competência para receber, examinar e encaminhar reclamações, denúncias, sugestões e elogios referentes a procedimentos e ações de agentes, órgãos e entidades do Poder Executivo Federal. Uma vez que o pedido contém reclamação de ouvidoria, informo que é possível registrá-la em formulário eletrônico próprio, disponível em com vistas a possibilitar o tratamento adequado à presente demanda por parte da Coordenação-Geral de Atendimento ao Cidadão (CGCID), a qual integra a estrutura da OGU. Após a submissão da reclamação pelo formulário, o cidadão receberá protocolo para acompanhamento de sua demanda. Conclusão 8. Diante do exposto, opina-se pelo não conhecimento do recurso, visto que 6

7 o mesmo não diz respeito a pedido de acesso à informação, estando fora da abrangência e da finalidade da LAI. AUGUSTO CÉSAR FEITOSA PINTO FERREIRA Analista de Finanças e Controle D E C I S Ã O No exercício das atribuições a mim conferidas pela Portaria n da Controladoria-Geral da União, de 22 de agosto de 2013, adoto, como fundamento deste ato, o parecer acima, para decidir pelo não conhecimento do recurso interposto, nos termos do art. 23 do Decreto n o 7.724/2012, no âmbito do pedido de informação nº / , direcionado ao Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP). LUÍS HENRIQUE FANAN Ouvidor-Geral da União 7

8 PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA Controladoria-Geral da União Folha de Assinaturas Documento: PARECER nº 558 de 09/03/2015 Referência: PROCESSO nº / Assunto: Recurso de Acesso à Informação Signatário(s): GILBERTO WALLER JUNIOR Ouvidor Assinado Digitalmente em 09/03/2015 Relação de Despachos: aprovo. GILBERTO WALLER JUNIOR Ouvidor Assinado Digitalmente em 09/03/2015 Este despacho foi expedido eletronicamente pelo SGI. O código para verificação da autenticidade deste documento é: b_8d228ad8170ff19