Controladoria-Geral da União Ouvidoria-Geral da União

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1 Controladoria-Geral da União Ouvidoria-Geral da União PARECER Referência: / Assunto: Restrição de acesso: Ementa: Órgão ou entidade recorrido (a): Recorrente: Recurso contra decisão denegatória ao pedido de acesso à informação. Sem restrição Procedimento administrativo Informação incompleta Legitimidade em virtude de informação pessoal Informação pessoal Informação já entregue - Inovação no pedido recursal Não conhecimento Recomendações da CGU: Impossibilidade de se identificar a autoridade responsável / Teor dos s enviados. Comando do Exército CEX A.M.F. Senhor Ouvidor-Geral da União, 1. O presente parecer trata de solicitação de acesso à informação supostamente pública, com base na Lei nº /2011, conforme resumo descritivo abaixo apresentado: RELATÓRIO Data Teor Pedido 10/09/2014 Requisição destinada ao (...) Comandante do HCE em caráter de urgência não repassada após despacho a minha pessoa através de contato telefônico (...) ou através do meu informado no corpo da petição (...) - na qualidade de filho do Coronel de Infantaria Qema A. M. R1 de 78 anos internado na Unidade Coronariana do HCE - Chefe da Unidade Coronariana (...). Boletim de atendimento n. 462/2014. Requisito o inteiro teor do despacho e os fundamentos legais nos termos do art. 37 caput da CRFB/88, ante a negativa por parte da Tenente (...) do Exército Brasileiro lotada na Ouvidoria do HCE respondendo pelo Coronel (...) não presente na unidade. Anexos: 1) Imagem fotográfica de formulário de Atendimento de Ouvidoria/Hospital Central do Exército/RJ, preenchido pelo cidadão, no qual requer a apresentação dos pareceres dos médicos chefes das unidades de urologia e nefrologia a fim de que os familiares pudessem liberar a realização de procedimento médico hospitalar. 2) Cópia digitalizada de Procuração nomeando o cidadão como representante de A.M.. Resposta Inicial 26/09/2014 (...) A respeito do assunto o SIC-EB informa a V. Sa. que: 1. O artigo 60 do Decreto n 7.724, de 16 de maio de 2012, que regulamenta a Lei n (LAI), de 18 de novembro de 2011, que dispõe que o acesso às informações pessoais estará condicionado à comprovação da identidade do requerente. 2. Desta forma, em conformidade com o artigo 17 do Decreto nº 7.724, de 16 de maio 21

2 Recurso à Autoridade Superior 26/09/2014 de 2012, V. Sa. poderá comparecer ao próprio Hospital Central do Exército, munido da documentação que comprove a sua identificação pessoal ou por meio de procurador legalmente constituído, onde será franqueado o acesso à informação de seu interesse. O cidadão salienta que as informações prestadas não correspondem aos acontecimentos ocorridos, uma vez que o requerimento foi apresentado presencialmente. Reclama da limitação temporal imposta pelo HCE/RJ ao instrumento de Procuração, da ausência de identificação do responsável pela resposta, da falta de confirmação de recebimento e de informação dos registros das demandas formalizadas por meio do da Ouvidoria da OMS HCE/RJ e solicita providências urgentes do Comando do Exército em relação aos fatos relatados. Por fim, destaca que, se houver previsão de alta para seu cliente/paciente, esta deverá preceder de Laudo Médico Técnico pela Unidade Coronariana e da Junta Médica convocada para tal fim, atestando o atual quadro clínico do cliente/paciente. Resposta do Recurso à Autoridade Superior 03/10/2014 (...) Em relação à demanda de Vossa Senhoria, e após analisados os argumentos, informamos o que se segue: 1. A ouvidoria do Hospital Central do Exército encaminhou correspondência eletrônica a V. Sa., em 25 de setembro deste ano, tratando do assunto e informando que seu nome foi incluído na relação do sistema hospitalar do HCE como filho do Coronel A.M.. Em decorrência, bastará tão somente dirigir-se ao Setor de Internação daquela Organização Militar de Saúde para solicitar cadastro de acompanhante. 2. O procedimento médico hospitalar, previsto inicialmente para 11 de setembro, não foi realizado por recomendação médica. Posteriormente, com a evolução do quadro clínico do paciente, seu pai, e com autorização de sua irmã, o procedimento médico hospitalar foi realizado. 3. Assim, pode-se inferir que V. Sa. teve a resposta ao recurso de 1ª instância atendida, na medida do que impõe a legislação em vigor. 4. Por fim, eventual recurso deve ser dirigido ao Comandante do Exército, no prazo de 10 (dez) dias, a contar da data desta decisão. Recurso à Autoridade Máxima Resposta do Recurso à Autoridade Máxima 05/10/ /10/2014 Não foram apresentados os Relatórios/laudos médicos dos urologistas; dos nefrologistas; da própria Unidade Coronariana e da Junta Médica da OMS HCE/RJ - item 2 do documento em anexo. Sendo assim, não cumpriram as normas legais em vigor, dentre: a Resolução CFM n / artigos 34 e 39. (...) Em relação às novas considerações apresentadas por Vossa Senhoria, cabem as seguintes considerações: 1. No seu pedido de informação inicial foi identificado o seguinte questionamento: o inteiro teor do despacho e o fundamento legal relativo ao Boletim de Atendimento nº 462/ Diante disso, cabe informar que: a. Não houve negativa de acesso às informações solicitadas. b. A resposta ao pedido inicial indicou o local e os procedimentos previstos na lei para o acesso solicitado. c. Em complemento, no dia 25 de setembro de 2014, foram disponibilizadas a V. Sa. pela Ouvidoria do HCE, via , as solicitações contidas no seu pedido de informação. 3. Quanto aos questionamentos desse recurso de 2ª instância, eles configuram um novo pedido de informação, uma vez que a apresentação de recurso se fará apenas no caso de negativa de acesso à informação ou de não fornecimento das razões da negativa do acesso (o que não foi o caso deste pedido), conforme o Art. 21 do Decreto nº 7.724, de 16 de maio de Cabe registrar que SIC-EB não é o canal adequado à contestação quanto aos procedimentos administrativos ou à discussão sobre conduta médica, limitando-se, assim, aos objetivos estabelecidos pela legislação de acesso à informação. Recurso à CGU 13/10/2014 Documento produzido sem as observações legais dirigidas ao EB MIL - IG Os procedimentos alegados não foram encaminhados, eis que obedecem normas técnicas. Sendo assim, não foram observados os objetivos da LAI e do art. 37 caput da caput, haja vista serem o Comando do Exército e a OMS HCE/RJ órgãos da Administração Pública Direta Federal. É o relatório. Análise 22

3 2. Registre-se que o Recurso foi apresentado perante a CGU de forma tempestiva e recebido na esteira do disposto no caput e 1º do art. 16 da Lei nº /2011, bem como em respeito ao prazo de 10 (dez) dias previsto no art. 23 do Decreto nº 7724/2012, in verbis: Lei nº /2011 Art. 16. Negado o acesso a informação pelos órgãos ou entidades do Poder Executivo Federal, o requerente poderá recorrer à Controladoria-Geral da União, que deliberará no prazo de 5 (cinco) dias se: (...) 1o O recurso previsto neste artigo somente poderá ser dirigido à Controladoria Geral da União depois de submetido à apreciação de pelo menos uma autoridade hierarquicamente superior àquela que exarou a decisão impugnada, que deliberará no prazo de 5 (cinco) dias. Decreto nº 7724/2012 Art. 23. Desprovido o recurso de que trata o parágrafo único do art. 21 ou infrutífera a reclamação de que trata o art. 22, poderá o requerente apresentar recurso no prazo de dez dias, contado da ciência da decisão, à Controladoria-Geral da União, que deverá se manifestar no prazo de cinco dias, contado do recebimento do recurso. 3. Quanto ao cumprimento do art. 21 do Decreto n.º 7.724/2012, observa-se que não consta da resposta que a autoridade que proferiu a decisão, em primeira instância, era a hierarquicamente superior à que adotou a decisão, assim como também não consta que a autoridade que proferiu a decisão, em segunda instância, foi o dirigente máximo do órgão/entidade. 4. Preliminarmente, verifica-se que o pedido trata de solicitação de acesso ao inteiro teor dos despachos proferidos no âmbito de demanda de ouvidoria dirigida ao Hospital Central do Exército HCE/RJ, por meio da qual foram requeridos os pareceres médicos das unidades de urologia e nefrologia do hospital, a fim de que os familiares pudessem liberar a realização de procedimento médico hospitalar. 5. Tendo indicado ao cidadão o canal específico para o tratamento do caso, procedimento justificado pelo fato de os documentos perquiridos conterem informações pessoais, o Comando do Exército CEX atendeu satisfatoriamente ao pleito do cidadão, ainda que as informações remetidas não tenham caráter conclusivo, já que não há notícia do comparecimento do postulante e do efetivo atendimento ao seu requerimento. Contudo, não se verifica a ocorrência de negativa de acesso, requisito de admissibilidade do recurso nos termos do Art. 16 da Lei de Acesso à Informação, a não ser que fosse demonstrada a ineficiência do canal alternativo indicado, conforme posicionamento que vem sendo adotado por esta Controladoria em situações similares: PARECER nº 2639 de 16/10/2013 (Ref. NUP / ) 8. Sendo assim, correta a interpretação do Banco do Brasil, que solicita, na resposta originária, que o cidadão se utilize dos canais de atendimento ao consumidor, e, no recurso de 2ª instância, demanda que o cidadão compareça à agência bancária para que obtenha cópia dos contratos desejados. Percebe-se assim que a instituição bancária não está propriamente denegando acesso às referidas informações, mas, tão-somente, exige que o cidadão se utilize dos meios e procedimentos próprios para obtê-las. PARECER nº 1957 de 31/05/2014 (Ref. NUP / ) 6. Esta Controladoria já entendeu, em outras oportunidades (NUP / e / ), que a disponibilização de canal específico de comunicação entre o órgão/entidade da Administração Pública e os cidadãos obstaculiza o atendimento de demandas via LAI, a não ser que o cidadão comprove a ineficiência do canal específico. Tal entendimento é fundamentado no inciso II do art. 13 do Decreto 7.724/2012, que prescreve que não serão atendidos pedidos de acesso à informação desproporcionais ou desarrazoados. Nesse diapasão, seria desarrazoado impor ao órgão recorrido a obrigação de duplicar esforços no sentido de atender a uma demanda via LAI, com a utilização do SIC, quando este já disponibiliza estruturas físicas e recursos humanos próprios para o atendimento ao público. 23

4 6. Aponte-se, adicionalmente, haver certa confusão quanto ao objeto do presente processo, posto que o cidadão, por ocasião dos recursos, reitera tão somente solicitação de acesso aos pareceres médicos diligenciados na solicitação de ouvidoria e não no pedido de acesso em tela. Nesse ponto, é relevante destacar que o art. 12 do Decreto nº 7.724/2012, em seu inciso III, dispõe que os pedidos de acesso à informação deverão conter especificação, de forma clara e precisa, da informação requerida. Logo, a solicitação de acesso aos pareceres médicos caracteriza-se como uma inovação em sede recursal, não sendo conhecida pelo demandado e razão pela qual entende-se que não deva ser conhecido por esta Controladoria. 7. Por fim, registre-se que, na resposta ao recurso de primeira instância, o CEX faz menção à correspondência eletrônica enviada ao interessado, no dia 25 de setembro de Porém, cópia da mensagem não foi anexada ao e-sic, de forma que o conjunto de informações associadas ao pedido de acesso estivesse completo e refletisse com clareza os acontecimentos concernentes ao seu atendimento. Conclusão 8. De todo o exposto, opina-se pelo não conhecimento recurso, uma vez que não houve negativa de acesso a informações. 9. Ademais, observamos que o recorrido descumpriu procedimentos básicos da Lei de Acesso à Informação. Nesse sentido, recomenda-se orientar a autoridade de monitoramento competente que reavalie os fluxos internos para assegurar o cumprimento das normas relativas ao acesso à informação, de forma eficiente e adequada aos objetivos legais, em especial: a) Registrar no e-sic o teor dos s enviados diretamente ao cidadão; b) Que a Autoridade responsável por decidir o recurso de primeira instância seja diferente e hierarquicamente superior àquele que adotou a decisão inicial; c) Que a Autoridade responsável por decidir o recurso de segunda instância seja o dirigente máximo do órgão/entidade. ISABELLA BRITO Analista Administrativo 24

5 D E C I S Ã O No exercício das atribuições a mim conferidas pela Portaria n da Controladoria-Geral da União, de 22 de agosto de 2013, adoto, como fundamento deste ato, o parecer acima, para decidir pelo não conhecimento do recurso interposto, nos termos do art. 23 do referido Decreto, no âmbito do pedido de informação nº / , direcionado ao Comando do Exército CEX. JOSÉ EDUARDO ROMÃO Ouvidor-Geral da União 25

6 PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA Controladoria-Geral da União Folha de Assinaturas Documento: PARECER nº 4090 de 20/10/2014 Referência: PROCESSO nº / Assunto: Recurso contra decisão denegatória ao pedido de acesso à informação. Signatário(s): JOSE EDUARDO ELIAS ROMAO Ouvidor Assinado Digitalmente em 20/10/2014 Este despacho foi expedido eletronicamente pelo SGI. O código para verificação da autenticidade deste documento é: 76791ee5_8d1baad84d87761