Tribunal de Contas da União

Transcrição

1 Tribunal de Contas da União Dados Materiais: Decisão 243/95 - Primeira Câmara - Ata 36/95 Processo nº TC /94-3 Responsáveis: José Alcides Marques Menezes, Antonio Carlos Menna Barreto Filho, Cléber Vieira Canabarro Lucas, Clóvis Antonio Schwertner, Vulmar Silveira Leite, Celso Fenoy Bins. Unidade: Diretoria Federal da Agricultura, do Abastecimento e da Reforma Agrária no Rio Grande do Sul - DFAARA/RS Vinculação: Ministério da Agricultura, do Abastecimento e da Reforma Agrária Relator: MINISTRO HOMERO SANTOS Representante do Ministério Público: Dr. Marinus Eduardo de Vries Marsico Unidade Técnica: Secretaria de Controle Externo no Estado do Rio Grande do Sul Especificação do quorum: Ministros presentes: Humberto Guimarães Souto (na Presidência), Homero dos Santos (Relator) e os Ministros-Substitutos Bento José Bugarin e José Antonio Barreto de Macedo. Assunto: Tomada de Contas Especial Ementa: Tomada de Contas Especial. Convênio. DFAARA. RS. Associação Sulina de Crédito e Assistência Rural. Recolhimento atrasado de taxa, com ocorrência de dano ao erário. Alegações de defesa rejeitadas. Novo prazo para recolhimento do débito. DOU: 17/10/1995 Página DOU: da Sessão: 03/10/1995

2 Relatório do Ministro Relator: GRUPO II - CLASSE II - 1ª Câmara TC /94-3 Natureza: Tomada de Contas Especial Órgão: Diretoria Federal da Agricultura, do Abastecimento e da Reforma Agrária no Rio Grande do Sul - DFAARA/RS Vinculação: Ministério da Agricultura, do Abastecimento e da Reforma Agrária Responsáveis: José Alcides Marques Menezes, Antonio Carlos Menna Barreto Filho, Cléber Vieira Canabarro Lucas, Clóvis Antonio Schwertner, Vulmar Silveira Leite, Celso Fenoy Bins. Ementa: Tomada de Contas Especial. Rejeição das alegações de defesa e fixação de novo e improrrogável prazo para recolhimento das importâncias devidas. A presente Tomada de Contas Especial foi instaurada em observância ao disposto no item 8.3 da Decisão nº 015/94 - Plenário, em decorrência de danos causados ao erário por atrasos nos recolhimentos da Taxa de Classificação de Produtos Vegetais, por parte da Associação Sulina de Crédito e Assistência Rural - ASCAR ao Ministério da Agricultura, do Abastecimento e da Reforma Agrária - MAARA, na gestão dos responsáveis solidários acima nominados, nos exercícios de 1989 a A Decisão acima foi proferida na Sessão de (TC /93-4), quando da apreciação do Relatório de Auditoria Operacional realizada na Diretoria Federal da Agricultura, do Abastecimento e da Reforma Agrária no Rio Grande do Sul - DFAARA/RS. Inicialmente foram cientificados os responsáveis para, no prazo de 15 dias, apresentarem alegações de defesa ou recolherem os valores devidos com os acréscimos legais. A instrução, a cargo da Unidade Técnica, ao examinar as alegações de defesa dos responsáveis pela DFAARA/RS, no período, José Alcides Marques Menezes (fls. 63/65), Antonio Carlos Menna Barreto Filho (fls. 76/77), Cléber Vieira Canabarro Lucas (fls. 79/86) e Clóvis Antonio Schwertner (fls. 97/106) considerou, em sua maioria, os argumentos desprovidos de inovações em relação aos fatos já anteriormente abordados no Relatório de Auditoria Operacional, com exceção da afirmação do Sr. Cléber de que o débito apontado seria de exclusiva responsabilidade da entidade executora do Convênio. Em conseqüência, concluiu, com a anuência do Sr.

3 Secretário de Controle Externo, preliminarmente por diligência junto à ASCAR - executora do Convênio, solicitando que informasse nome completo, endereço, CPF e período de gestão dos Secretários-Executivos daquela Entidade, a partir de , para que os mesmos fossem responsabilizados solidariamente pelos débitos apontados, visto que não se encontram identificados no processo, bem como junto à DFAARA/RS para que informasse as datas de assinatura, publicação e vigência dos sucessivos Convênios e Termos Aditivos que regularam a atividade de classificação de produtos vegetais, a partir do exercício de 1989, identificando claramente os períodos nos quais a atividade foi executada sem a formalização de instrumento adequado, tendo em vista as alegações de defesa dos diversos responsáveis ouvidos. Em resposta, o Sr. Delegado Federal Substituto da DFAARA/RS, através do Ofício nº /88, datado de , comunica não ter havido qualquer período, a partir de 1989, em que a atividade de classificação tenha sido executada sem a formalização do instrumento adequado, conforme cópias de fls. 132/171, prejudicando-se, assim, a alegação dos ex-diretores, de que os atrasos ocorridos nos recolhimentos teriam sido motivados pela ausência de instrumentos formalizadores do Convênio. A ASCAR também atendeu a diligência, por meio do Ofício nº 431/94, de (fls. 172/174), alegando que a demora nos trâmites para celebração dos Convênios/Contratos/Aditivos e nas aprovações dos orçamentos da União é a causa da inviabilidade de retorno nos prazos estipulados das taxas arrecadadas e, portanto, inviáveis os recolhimentos nos prazos e que os ressarcimentos fora dos prazos tiveram sempre a anuência do Gerente do Convênio e do próprio MAARA. Em face dos argumentos apresentados em atendimento à diligência deste Tribunal, o Analista encarregado da instrução, após exame das peças acostadas aos autos, concluiu propondo: "a) sejam as presentes contas julgadas irregulares, nos termos da alínea "c" do inciso III do art. 16 da Lei nº 8.443/92, e condenados os responsáveis, solidariamente, ao recolhimento dos valores abaixo relacionados aos cofres da União, fixando-lhes o prazo de 15(quinze) dias, a contar da notificação, para comprovarem perante o Tribunal o recolhimento integral dos débitos acrescidos dos encargos legais a partir das datas indicadas, na forma prevista na legislação em vigor:

4 "VULMAR SILVEIRA LEITE (CPF ) e JOSÉ ALCIDES MARQUES MENEZES (CPF ): NCz$ , NCz$ , NCz$ , NCz$ , NCz$ , NCz$ , NCz$ , NCz$ , VULMAR SILVEIRA LEITE (CPF ), JOSÉ ALCIDES MARQUES MENEZES (CPF ) e CLÉBER VIEIRA CANABARRO LUCAS ( ): Cr$ , VULMAR SILVEIRA LEITE (CPF ), ANTÔNIO CARLOS MENNA BARRETO FILHO (CPF ) e CLÉBER VIEIRA CANABARRO LUCAS ( ): Cr$ , VULMAR SILVEIRA LEITE (CPF ) e CLÉBER VIEIRA CANABARRO LUCAS ( ): Cr$ , CELSO FENOY BINS (CPF ) e CLÉBER VIEIRA CANABARRO LUCAS ( ): Cr$ , Cr$ , Cr$ , Cr$ , Cr$ , Cr$ , Cr$ , Cr$ , Cr$ , Cr$ , Cr$ , Cr$ ,

5 Cr$ , Cr$ , CELSO FENOY BINS (CPF ) e CLÓVIS ANTÔNIO SCHWERTNER (CPF ): CR$ , CR$ , CR$ , CR$ , CR$ , CR$ , CR$ , CR$ , CR$ , CR$ , CR$ , b) seja autorizada, desde logo, a cobrança judicial, caso não atendida a intimação, nos termos do inciso II do art. 28 da Lei nº 8.443/92; c) sejam incluídos os nomes dos responsáveis na lista específica prevista no art. 91 da Lei nº 8.443/92, para os fins previstos na Lei Complementar nº 64/90, em seu art. 1º, inciso I, alínea "g"; d) sejam incluídas, em próximos planos de auditoria, levantamentos nas Diretorias Federais da Agricultura, do Abastecimento e a da Reforma Agrária das demais Unidades da Federação, na área de convênios para classificação de produtos de origem vegetal, com vistas a verificar a possibilidade de ocorrência de situações similares à detectada no Estado do Rio Grande do Sul." O Sr. Secretário de Controle Externo sugeriu, antes do pronunciamento de mérito sobre a matéria, a citação dos Senhores Secretários Executivos da ASCAR, acatada pelo eminente Ministro Marcos Vilaça, consoante despacho de fls Promovida a citação dos Srs. Vulmar Silveira Leite (período de gestão de a ) e Celso Fenoy Bins (a partir de ), sobrevieram os documentos de fls. 323 a 598, que são uma repetição dos anteriormente apresentados pela ASCAR. Ante todas as considerações, a Secretária de Controle Externo Substituta acompanha as conclusões da instrução supra, com exceção

6 do item "c", em razão do que determina a Resolução TCU nº 018/94. Por sua vez, o Ministério Público manifesta-se de acordo com a proposta alvitrada pela Sra. Secretária Substituta, aplicando-se, entretanto, o disposto no 1º, artigo 12 da Lei nº 8.443/92 c/c o 2º, do art. 153 do RI/TCU. É o Relatório. Voto do Ministro Relator: Conforme relatório precedente, as razões de defesa apresentadas pelos responsáveis mostraram-se contraditórias e insuficientes para eliminar a irregularidade verificada por ocasião da Auditoria Operacional realizada na Diretoria Federal da Agricultura, do Abastecimento e da Reforma Agrária no Rio Grande do Sul - DFAARA/RS e objeto da presente Tomada de Contas Especial. Restou comprovado nos autos que houve realmente atraso no recolhimento da Taxa de Classificação de Produtos Vegetais, instituída pelo Decreto-lei nº 1.899/81, por parte da Associação Sulina de Crédito e Assistência Rural - ASCAR, executora do Convênio, causando, desse modo, danos ao erário. De acordo com o disposto na Cláusula Quinta, Parágrafo único do Convênio, então celebrado, os valores arrecadados deveriam ser recolhidos até o dia 10 do mês seguinte ao do recolhimento, o que algumas vezes não aconteceu. Ainda, conforme artigo 7º do Decreto-lei nº 1.899/81, "os débitos decorrentes das taxas, não liquidados até o vencimento, serão corrigidos monetariamente, na data do efetivo pagamento". Vale ressaltar, na oportunidade, que, embora constatada a irregularidade, em face do que dispõe o artigo 12, 1º da Lei Orgânica do Tribunal (Lei nº 8.443/92), há que se cientificar os responsáveis da rejeição de suas alegações de defesa, fixando-lhes novo e improrrogável prazo para que recolham as importâncias devidas. Assim sendo, acolho a preliminar suscitada pelo Ministério Público e VOTO por que o Tribunal adote a decisão que ora submeto a esta Egrégia Primeira Câmara. Decisão: A Primeira Câmara, diante das razões expostas pelo Relator, DECIDE, com fundamento no art. 12, 1º, da Lei nº 8.443/92, c/c o disposto no art. 153, 2º do Regimento Interno/TCU, rejeitar as alegações de defesa apresentadas pelos responsáveis solidários,

7 relacionados no item 3 supra, e conceder-lhes novo e improrrogável prazo de 15(quinze) dias para que recolham aos cofres da União as importâncias abaixo, atualizadas monetariamente e acrescidas dos encargos legais calculados a partir das respectivas datas, até a efetivação do recolhimento, e convertidas ao padrão monetário vigente, na forma da legislação em vigor: "VULMAR SILVEIRA LEITE (CPF ) e JOSÉ ALCIDES MARQUES MENEZES (CPF ): NCz$ , NCz$ , NCz$ , NCz$ , NCz$ , NCz$ , NCz$ , NCz$ , VULMAR SILVEIRA LEITE (CPF ), JOSÉ ALCIDES MARQUES MENEZES (CPF ) e CLÉBER VIEIRA CANABARRO LUCAS ( ): Cr$ , VULMAR SILVEIRA LEITE (CPF ), ANTÔNIO CARLOS MENNA BARRETO FILHO (CPF ) e CLÉBER VIEIRA CANABARRO LUCAS ( ): Cr$ , VULMAR SILVEIRA LEITE (CPF ) e CLÉBER VIEIRA CANABARRO LUCAS ( ): Cr$ , CELSO FENOY BINS (CPF ) e CLÉBER VIEIRA CANABARRO LUCAS ( ): Cr$ , Cr$ , Cr$ , Cr$ , Cr$ , Cr$ ,

8 Cr$ , Cr$ , Cr$ , Cr$ , Cr$ , Cr$ , Cr$ , Cr$ , CELSO FENOY BINS (CPF ) e CLÓVIS ANTÔNIO SCHWERTNER (CPF ): CR$ , CR$ , CR$ , CR$ , CR$ , CR$ , CR$ , CR$ , CR$ , CR$ , CR$ , Indexação: Tomada de Contas Especial; Convênio; MAGR; Dano; Cofres Públicos; Recolhimento; Taxa; Administração Direta; RS; DFARA; Prazo; Débito;