INDEXAÇÃO Representação; Licitação; INPI; Concorrência; Edital; Capacidade Técnica; Atestado; Prestação de Serviços; Assistência Médica;

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1 Tribunal de Contas da União Número do documento: DC /00-P Identidade do documento: Decisão 1027/ Plenário Ementa: Representação formulada por licitante. Possíveis irregularidades praticadas pelo INPI. Concorrência. Contratação de serviços de assistência médica e hospitalar mediante Plano de Saúde ou Seguro de Saúde. Não apresentação de atestado fornecido por pessoa jurídica de direito público ou privado comprovando experiência anterior na prestação dos serviços licitados. Conhecimento. Improcedência. Determinação. Grupo/Classe/Colegiado: Grupo II - CLASSE VII - Plenário Processo: / Natureza: Representação. Entidade: Instituto Nacional da Propriedade Industrial - INPI. Interessados: Interessada: Golden Cross Seguradora S/A. Dados materiais: ATA 47/2000 DOU de 15/12/2000 INDEXAÇÃO Representação; Licitação; INPI; Concorrência; Edital; Capacidade Técnica; Atestado; Prestação de Serviços; Assistência Médica; (c/ 04 volumes) Sumário: Representação de empresa licitante, apontando supostas irregularidades em procedimento licitatório promovido pelo INPI. Conhecimento.

2 Improcedência. Verificação pela unidade técnica de irregularidade não indicada na representação. Determinação. Audiência dos responsáveis. Ciência à entidade e à interessada. Relatório: Por meio do expediente de fls. 02/06, a empresa Golden Cross Seguradora S/A traz ao conhecimento deste Tribunal supostas irregularidades em procedimento licitatório promovido pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial - INPI (Concorrência n. 008/98), objetivando a contratação de serviços de assistência médica e hospitalar, mediante Plano de Saúde ou Seguro de Saúde, para seus servidores. 2.Cabe ressaltar que, embora a aludida empresa tenha apresentado o expediente sob a forma de denúncia, determinei, mediante o Despacho de fl. 01, a autuação do presente processo como Representação, a teor do art. 113, 1º, da Lei n /93, porquanto a Golden Cross não pode ser considerada parte legítima para apresentar denúncias a esta Corte, ex vi do disposto no art. 53, caput, da Lei n /92. 3.A instrução a cargo da 7ª Secex (fls. 23/24) assim sintetiza os termos do expediente encaminhado pela referida empresa: "3.A Golden Cross Seguradora S.A., por intermédio de seus Advogados legalmente constituídos alega, em síntese, que habilitou-se, devidamente, ao referido certame, atendendo todas as exigências da Lei e do Edital (fl. 02). 3.1.No entanto, devido a interposição de recurso administrativo por parte da AMIL ASSISTÊNCIA MÉDICA INTERNACIONAL LTDA. contra a sua habilitação, com base no não cumprimento da exigência constante da alínea 'c' do item do Edital (fl. 11), referente à 'apresentação de atestados fornecidos por pessoa jurídica de direito público ou privado que comprovem sua experiência anterior na prestação de serviços licitados', o Representante foi considerado inabilitado do certame por decisão do Presidente do INPI, ficando a concorrer no processo somente aquela Empresa (fls. 02/03). 3.2.Não conformado com o deslinde do fato, o Representante impetrou Mandado de Segurança na 15ª Vara Federal do Rio de Janeiro, sendo deferida, em 16/12/98, liminar garantindo sua participação na licitação (fl. 04). 3.3.Contudo, alega o Interessado que o INPI foi formalmente comunicado da referida decisão judicial em 11 de janeiro do corrente ano, ocasião em que a AMIL já estava oficialmente contratada (assinou contrato em

3 24/12/98), com a publicação do extrato de contrato cinco dias após sua celebração (fl. 05). 3.4.Revela ainda, o Representante, que 'surtiu efeito a pressa do INPI em dar por consumada a contratação da AMIL. Pois obteve o Instituto, do Senhor Presidente do Tribunal Regional Federal da 2ª Região, em 1º de fevereiro último, efeito suspensivo a Agravo que interpôs contra a decisão do juiz' (fls. 05 e 22). 4.Assim, o Interessado requer desta Corte que: seja aplicada, ao responsável, após ouvir suas razões de justificativa, multa prevista no RI/TCU; seja determinada a não prorrogação do contrato com a AMIL, bem como dado início pelo INPI aos preparativos para convocação de novo procedimento licitatório, obedecendo-se efetivamente as cláusulas e condições fixadas em seu edital". 4.Após a promoção de diligências, a 7ª Secex consigna que não houve irregularidade na inabilitação da empresa Golden Cross, salientando que o Mandado de Segurança impetrado pela empresa foi denegado pelo Juiz Federal da 15ª Vara, Seção Judiciária do Rio de Janeiro, Dr. Augusto Guilherme Diefenthaeler, por entender que o ato praticado pelo INPI foi correto, visto que a documentação apresentada pela empresa não atendeu a todos os requisitos editalícios. 5.Todavia, a unidade técnica registra que a empresa contratada, Amil Assistência Médica Internacional Ltda, foi inicialmente desclassificada do certame licitatório, por apresentar preços superiores ao de mercado, bem assim teve não provido pela Comissão de Licitação o recurso por ela interposto. No entanto, a Amil apresentou nova proposta de preço, em face de solicitação formulada pelo INPI, com fundamento no parágrafo único do art. 48 da Lei n /93, que foi acolhida pela Diretoria de Administração da entidade, resultando na assinatura do Contrato n. 52/98, pelo Sr. Jorge Machado, ex-presidente do INPI (fls. 88/104, vol. II). Registra a 7ª Secex que, não obstante a Amil tenha proposto preços inferiores aos ofertados inicialmente, ainda assim mostravam-se superiores àqueles estabelecidos pela Comissão Especial de Licitação como os praticados pelo mercado. 6.Diante disso, a unidade técnica propôs (fl. 43), in verbis: "I - conhecer da representação, formulada nos termos do 1º do art. 113 da Lei n /93, e por preencher os requisitos de admissibilidade previstos no art. 213 do Regimento Interno do TCU, para no mérito considerá-la improcedente;

4 II - determinar ao INPI que evite prorrogar o contrato n. 52/98, celebrado com a Amil Assistência Médica Internacional Ltda., e, na realização de procedimento licitatório para contratação de serviços de assistência médico hospitalar aos seus servidores e dependentes, atente ao princípio da economicidade observando os preços de mercado (item 7, fls. 41 e item 9, fls. 33); III - dar ciência da decisão que vier a ser proferida ao interessado; e IV - arquivar o presente processo". 7.Estando os autos no Gabinete deste Relator, a 7ª Secex teve ciência do início de novo procedimento licitatório para a contratação da prestação de serviços de atendimento ambulatorial (fl. 46), razão por que, em novo parecer (fl. 47), considerou prejudicada a proposta anteriormente formulada no sentido de promover determinação ao INPI para que evitasse prorrogar o Contrato n. 52/98 (inciso II do item 6, supra). 8.O Ministério Público (fl. 48) manifesta-se, no mérito, de acordo com a unidade técnica, ressaltando, contudo, que existem razões suficientes para a manutenção da sugestão anteriormente oferecida pela 7ª Secex, "haja vista a possibilidade de o Pregão n. 1/2000 não ser concluído antes do término do contrato firmado com a Amil Assistência Médica Internacional Ltda., bem como o claro intuito de preservação do interesse público". 9.É o relatório. Voto: Inicialmente, cabe consignar que o expediente encaminhado pela empresa Golden Cross merece ser conhecido por este Tribunal como Representação, porquanto encontra amparo no art. 113, 1º, da Lei n /93. 2.Conforme visto no Relatório precedente, as supostas irregularidades anunciadas pela aludida empresa não se confirmaram, razão por que estou de acordo com a conclusão a que chegaram a unidade técnica e a douta Procuradoria no sentido de que a presente Representação deve ser considerada improcedente. 3.Todavia, ao analisar as peças colhidas em diligência, a 7ª Secex afirmou que o "então Presidente do INPI, Sr. Jorge Machado, assinou, em 24/12/98, o Contrato com essa instituição [a Amil] (fls. 88 a 104 do volume 2), contendo valores inferiores aos ofertados inicialmente, mas ainda assim superiores aos que foram descritos pela Comissão Especial

5 de Licitação como sendo os praticados no mercado e, também, acima dos que haviam sido estimados inicialmente" (fl. 33). 4.Entendo que a situação descrita enquadra-se na hipótese do inciso II do art. 43 da Lei n /92, segundo o qual, havendo o Tribunal verificado "a ocorrência de irregularidade quanto à legitimidade ou economicidade, determinará a audiência do responsável para, no prazo estabelecido no Regimento Interno, apresentar razões de justificativa". 5.Importa, assim, promover a audiência do ex-presidente do INPI, como também do Diretor de Administração Geral, Renato Basto Visco, o qual manifestou-se pela aceitação da proposta formulada pela empresa, conforme documento à fl. 32 do vol Por fim, julgo pertinente promover a determinação originalmente sugerida pela 7ª Secex, ante os argumentos expendidos pelo Parquet. Ante o exposto, voto por que seja adotada a decisão que ora submeto a este E. Plenário. T.C.U., Sala das Sessões, em 29 de novembro de JOSÉ ANTONIO B. DE MACEDO Relator Assunto: VII - Representação de empresa licitante, com base no art. 113, 1º, da Lei n /93. Relator: JOSÉ ANTONIO B. DE MACEDO Representante do Ministério Público: MARINUS EDUARDO Unidade técnica: 7ª SECEX Quórum: Ministros presentes: Humberto Guimarães Souto (na Presidência), Adhemar Paladini Ghisi, Marcos Vinicios Rodrigues Vilaça, Valmir Campelo, Adylson Motta, Walton Alencar Rodrigues, Guilherme Palmeira e o Ministro-Substituto José Antonio Barreto de Macedo (Relator).

6 Sessão: T.C.U., Sala de Sessões, em 29 de novembro de 2000 Decisão: O Tribunal Pleno, diante das razões expostas pelo Relator, DECIDE: conhecer do expediente encaminhado pela empresa Golden Cross Seguradora S/A., como Representação, com fundamento no art. 113, 1º, da Lei n /93, para considerá-la, no mérito, improcedente, tendo em vista que as supostas irregularidades anunciadas pela aludida empresa não se confirmaram; determinar ao Instituto Nacional da Propriedade Industrial - INPI, não obstante, que se abstenha de prorrogar o Contrato n. 52/98, celebrado com a Amil Assistência Médica, bem assim atente, na realização de procedimento licitatório para a contratação de serviços de assistência médica hospitalar a seus servidores e dependentes, para o princípio da economicidade, observando os preços praticados no mercado; ouvir em audiência, com fundamento no art. 43, II, da Lei n /92, o Sr. Jorge Machado, ex-presidente do INPI, bem como o Sr. Renato Basto Visco, Diretor de Administração Geral dessa entidade, para que apresentem razões de justificativa quanto ao acolhimento dos preços propostos pela empresa Amil na Concorrência n. 008/98, e a conseqüente celebração do Contrato n. 52/98, com valores superiores aos praticados pelo mercado, de conformidade com o levantamento promovido pela Comissão Especial de Licitação; encaminhar cópia desta Decisão, bem como do Relatório e do Voto que a fundamentam, ao INPI e à interessada.