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PN 3618.07-5; Ap: TC Porto, 4ª V ( Ap.e: Apºs: os mesmos3 Em Conferência no Tribunal da Relação do Porto I. INTRODUÇÃO: (1) Discordam os recorrentes da sentença de 1ª instância que julgou par cialmente procedente a acção movida pelo Hospital contra a Seguradora, condenando-a a pagar-lhe 20 386, 28 do dispêndio com o sinistrado rodoviário, afecto a apólice tomada por (2) Da sentença recorrida: 1 Advª: Drª. 2 Adv: Dr 3 Advªs: Drª. (a) Não temos de nos situar no campo do DL 218/99 e termos do artº 9/1 deste diploma legal: independentemente do apuramento do responsável, as instituições e serviços integrados do SNS poderão exigir das companhias de seguros o pagamento dos encargos decorrentes dos cuidados de saúde prestados a vítimas de acidentes de viação abrangidos pelo seguro obrigatório de responsabilidade civil, válido e eficaz até ao limite de pte 1 000 000$00 por acidente e lesado: o pedido ultrapassa este montante, de sorte que aqui está afastado o regime. (b) teremos, então, quanto ao ónus da prova, de ter em conta o regime que deriva do artº 5/1 cit: o legislador afastou-se daquela solução e deixou que valessem as regras gerais, contudo, com particularidades que se constatam na última das normas invocadas: incumbe ao credor a 1

alegação do facto gerador da responsabilidade e a prova da prestação de cuidados de saúde. (c) Assim, era à seguradora que cabia a demo nstração de factos que afastassem a culpa do condutor segurado4 quer dizer: o artº 5, DL, 218/99, não obriga os serviços integrados no SNS a alegar e provar as circunstâncias concretas do acidente, desi adamente que o segurado agiu com culpa, cabendo-lhe, sim, alegar e provar a prestação dos cuidados de saúde e o facto gerador da responsabilidade por esses encargos, mas à seguradora demandada cabendo alegar a carência da culpa do segurado, com inversão do ónus probatório, portanto. (d) Portanto, a questão em debate traduz-se em saber se dos factos provados resulta a culpa do sinistrado a quem foi prestada assistência pela A. e temos: de um lado o peão sinistrado infringiu a regra do artº 101/1 CE, do outro, o condutor do veículo pertencente à segurada da R. infringiu os artºs 26/1 e 25/1c CE, cada uma das condutas causa jurídica relevante (causa em abstracto adequada ou apropriada à produção do atropelamento) para a verificação do sinistro. (e) E a censura que deve ser feita ao automobilista é de grau mais elevado: o excesso de velocidade traduz-se numa maior contribuição para o resultado danoso: 75% - a seguradora é responsável solidária enquanto e na medida da repartição das culpas. (f) Entretanto, a prestação reclamada pelo A. de serviços médicohospitalares prestados à vítima ascende a 30 5, 43, com juros devidos a partir da citação: procede, parcialmente o pedido, condenada a R. ao pagamento à parte contrária do montante de 20 386, 28. II. MATÉRIA ASSE NTE: 4 Cit. Ac STJ 03.09.30 (Cons. Reis Figueira) www.dgsi.pt ; Ac RC 03.11.25 (Des Fernand o Simões); Ac RP 03.02.24 (Des. Couto Pereira); Ac RL, 02.03.14 (Des Urbano Dias); Ac RL 05.05.19 (Des João Bernardo); Todos in www.dgsi.pt. 2

(a) Em 05.06.30, 20h10, ocorreu um acidente de viação na Ru a das Fontainhas: o veículo ligeiro de passageiros.., pertença da IUR D, conduzido por atropelou A.. (b) Nesse dia e hora, efectuava este a travessia da faixa de rodagem naquele local, no sentido Este-Oeste. (c) A Rua das Fontainhas tem um sentido único. (d) foi embatid o pela frente esquerda do, que circulava na mencionada faixa de rodagem. (e) O condutor do guinou para a esquerda, onde embateu em. (f) Havia no local uma recta com cerca de 9,10 de largura. (g) circulava na faixa de rodagem esquerda. (h) No dia e hora do acidente de viação em causa o estado do tempo era bom e o piso encontrava-se em bom estado de conservação. (i) À data, também o proprietário do tinha a responsabilidade civil emergente de acidentes de viação com o veículo transferida para a R.: ap. Nº (j) O A. prestou assistência a durante todo o período compreendido entre 30/06 e 05.07.28. (k) em consequência directa e necessária do atropelamento, sofreu lesões, as quais deram origem à assistência prestada pelo A. (l) Tinha iniciado a travessia da faixa de rodagem e quando já se encontrava a terminá-la foi embatido pelo que circulava a 70 Km/h. (m) A uma distância não concretamente apurada do local onde veio a ter lugar o atropelamento, o condutor do apercebeu-se de, quando se encontrava a atravessar a faixa de rodagem, mais concretamente, no lado direito, atendendo ao sentido de marcha do veículo. (n) Após ter avistado, prosseguiu a marcha pela metade esquerda da faixa de rodagem. (o) Na faixa de rodagem direita não circulava qu alquer veículo. (p) Quando estava a cerca de 50 m de, tinha este já percorrido meia faixa de rodagem direita, atento sempre o sentido de marcha do veículo, e já estava a atravessar a outra faixa de rodagem para o lado esquerdo. (q) o condutor do travou e encostou-se ainda mais para esquerda para evitar o atropelamento. 3

(r) deixou marcas de resto de travagem no pavimento que se iniciaram a 1, 40 m do limite esquerdo da faixa de rodagem e terminaram a 0,30 m desse mesmo limite. (s) O embate do em ocorreu durante a referida trav agem. (t) O veículo imobilizou-se junto ao limite esquerdo da faixa de rodagem, estando a parte lateral esquerda de a 0, 20 e 0,30 cm do limite esquerdo da via, respectivamente: parte da frente e parte de trás, respectivamente. (u) O condutor do é pastor evangélico da IURD e circulava com destino a Viana do Castelo, onde tem o seu munus, auferindo uma remuneração de montante não apurado. (v) Sá efectuava a travessia da faixa de rodagem com uma taxa de alcoolemia de 250 ml/dl. (w) Em consequ ência da assistência ministrada pelo A. a, o preço dos cuidados médicos ascendeu a 30 5,43. III. CLS/ALEGAÇÕE S (HSA): (1) O recorrente discorda da sentença quando se funda na circunstância de o peão poder e dever ter previsto o tempo de atravessamento da via, concatenandoo com a distância e velocidade do veículo em ordem a não correr riscos de vir r a ser punido, artº 101/1 CE. (2) Do mesmo modo, discorda do argumento de ter sido a conduta do peão causa juridicamente relevante da produção do sinistro. (3) Ora, não se provou que tivesse ou não verificado, antes de iniciar a travessia da rua, se alguma viatura se aproximava e como bem menciona a sentença recorrida, competia à R. seguradora a demonstração de todos os factos que afastassem a culpa exclusiva do condutor atropelante: não o conseguiu. (4) Este condutor, apesar de ter avistado o peão e saber que circulava a uma velocidade excessiva, nada fez para evitar o acidente, mantendo a velocidade e a trajectória do veículo: é o único responsável pelo atropelamento. (5) Entretanto, o facto de conduzir acarreta em si mesma a acção de que aquilo que se passa na condução do veículo, desi adamente as infracções às regras gerais do trânsito ou da mera prudência, tudo deriva de uma acção ou omissão 4

dependentes da vontade: presunção judicial que a lei admite como meio de prova5 (6) E inequivocamente, ficou evidenciada uma tal imputação em exclusivo ao condutor. (7) Com certeza, que as contravenções cometidas pelo condutor do automóvel se destinam a evitar o risco da circulação em geral e dos peões. (8) E, segundo o âmbito de previsão destas normas, acaso se não interpuser outra circunstância que interrompa o nexo causal e seja por si só motivo bastante da ocorrência do acidente ou da concorrência do mesmo, vale a primeira hipóteses explicativa. (9) Ora, no presente caso, o tribunal recorrido considerou que o peão assistido foi também culpado, como acima se referiu, apontando, no entanto, provad o para conduta negligente e exclusiva causa do sinistro por parte do condutor. (10) Na verdade, o peão agiu como qualquer outro peão que se tivesse certificado da existência da viatura, pois é previsível segundo a experiência comum que os automóveis diminuam a marcha mal os condutores avistem os peões. (11) E era-lhe impossível prever o contrário, que o condutor do não se desviasse de di p ara a faixa da direita que se encontrava livre, ao que acresce não lhe ser possível, como a qualquer homem médio, calcular a verdadeira velocidade imprimida ao automóvel que se aproxima e muito mais rapidamente do que o previsível, aos 40 km/h da prudência da circulação rodoviária em cidades. (12) Não contribuiu, pois, de fo rma alguma para a ocorrência do atropelamento; não foi a conduta do peão que contribuiu para o acidente, n em da matéria provada pode tirar-se uma tal ilação. (13) Como também não é causa adequada do sinistro estar o peão influenciado pelo álcool: tal circunstância em nada contribuiu para o resultado. (14) Por fim, nem sequer é legítimo ao jogador, como resulta do artº 349 CC, presumir terem existido outras causas que motivaram o acidente, para além da matéria-assente e tal como fez ao referido: Não está provado que o sinistrado estivesse a atravessar a passagem própria para peões. 5 Cit em abono Ac RP 78.06.29, CJ (1978) p. 896; Ac STJ 74.05.28, BMJ 277/231, Oliveira Matos, Código da Estrada, p. 340. 5

(15) Esta matéria nem sequer foi alegada e não pode ser suprida contra o ónus de a seguradora alegar e provar a culpa do sinistrado. (16) Deste modo, tendo a decisão recorrida fix ado em 25% a medida da contribuição da culpa do assistido, infringiu os artºs 349, 351, 483, 487 e 570 CC e ainda os artº 264 e 563 CPC: deve ser revogada para condenação integral da R. no pedido. IV.CLS/ALEGAÇÕES ( : (1) o condutor do avistou o peão a mais de 50 m de distância e, como qualquer outro condutor, colocado na sua posição, convenceu -se de ter sido visto, tanto mais que a probabilidade de ele, peão ter melhores condições de visibilidade é manifesta, atendendo que era de noite e o automóvel circulava com os faróis acesos. (2) Resulta, por conseguinte, na matéria assente que o peão iniciou a travessia da faixa de rodagem destinada aos veículos e prosseguiu sem cuidar de verificar, antes e durante, se a podia fazer sem perigo. (3) Lançou-se, aliás, à faixa de rodagem com uma taxa de alcoolemia elevada, sem se preocupar e sem olhar para o lado de onde vinha o. (4) O condutor deste automóvel não estava obrigado, no entanto, a prever que o peão violasse de modo tão flagrante e grosseiro o disposto nos artºs 899 e 101 CE: quando se apercebeu de estar a curta distância do peão e de que este continuava a atrav essar a faixa, fez o qu e devia, travou e flectiu p ara esquerda, na tentativa de evitar o embate. (5) Entretanto, o circulava, segundo os dados objectivos da causa (12,80 m de imobilização; Opel Corsa com cerca de 10 anos) a velocidade inferior a 50 Km/h e não como o tribunal deu como provado a cer ca de 70 km/h. (6) Enfim, da prova produzida resulta claro e manifesto que o acidente só ocorreu porquanto o peão assistido não resp eitou o disposto nos comandos estradais do atravessamento e, ao invés, não se assegurou de que o poderia fazer sem perigo, lançando-se nele sem cuidar da aproximação do, que antes de iniciar, quer durante a travessia. 6

(7) Logo, a sentença recorrida deve ser alterada por acórd ão que considere da exclusiva responsabilidade do peão a ocorrência do sinistro e as suas consequências. (8) Mas se porventura tiver de ser entendido que o condutor do também teve uma parcela de responsabilidade, deverá ser medida em não mais de 25%. V. CONTRA-ALEGAÇÕE S ( ): reproduziu as alegações e conclusões. VI. RECURSO: Pronto para julgamento, nos termos do artº 705 CPC. VI. SEQUÊNCIA: (1) As partes amb as defendem pontos de vista contrários, no fito de convencerem da culpa da adversária na produção do sinistro e dos danos: o, argumentou que não convenceu de contravenção ou imprudência e desleixo do peão; a seguradora a afirmar que o desenho dos factos deduz a inteira responsabilidade do assistido. (2) Mas, na verdade, competia à seguradora demonstrar que o peão, pelo seu comportamento, deu azo a ter sido atropelado, intento em que sucumbiu quando não pôde ir à matéria-assente a falta de cuidado no início da travessia. (3) Com efeito, o não provado ao quesito de formulação negativa sobre a atenção preliminar ao trânsito não quer dizer que esses cuidados não tenham existido, mas que do material mobilizado para o convencimento do tribunal não pôde retirar-se a certeza de o peão não ter tido os cuidados standard, na circunstância de decidir atravessar. (4) Por conseguinte, a matéria-assente não serve à qualificação da culpa do peão na neutralidade de uma simples descrição do trajecto que este fez na via, sem mais. (5) E, correndo o ónus probatório por, então, teremos de aceitar o valimento da minuta de : o sinistro deveu-se, pura e simplesmente, ou tem de ser tido como ocorrência derivada da conduta infraccional do automobilista. (6) É que, tendo embatido um peão que atravessava a rua e não tendo conseguido demonstrar que o atropelado atravessou temerariamente ou contra a regra, foi determinado ou de todo ocorreu um incidente de trânsito que o automobilista 7

deveria ter prevenido segundo as regras gerais (que, todavia, tamb ém, não provou ter respeitado estritamente). (7) Não pode, deste modo, concordar-se com a sentença de 1ª instância quando repartiu a responsabilidade pela produção do sinistro e dos dados por ambos os intervenientes: o automobilista é inteiro responsável. (8) Sob esta perspectiva, procede antes o recurso de, já não o da seguradora; em suma: provado o atropelamento dur ante a travessia da via, mas desconhecida a conduta prévia do peão, competindo à seguradora caracterizá-la como irregular, a matéria comprovada apenas pode ser pensada do ponto de vista de um incidente de tráfego que o condutor do veículo do segurado de devia ter evitado, se tivesse cumprido as normas comuns de segurança rodoviária. (9) Ora, tratando-se d e comissário, presume a lei n ão ter tido esse comportamento indemne, desde que não tenha provado a origem do incidente no feito da vítima, ou o ponto por ponto de ter ele cumprido a lei e respeitado a prudên cia. (10) Logo, vai alterada a sentença recorrida, visto o disposto nos artºs 5/1 e 9/5, DL 194/92, 08.09 e 503/3 CC, no sentido da procedência total do pedido. VII. CUSTAS: pela R., que sucumbiu. 8