Análise Complexa e Equações Diferenciais Guia 8 João Pedro Boavida. 16 a 23 de Novembro

Tamanho: px
Começar a partir da página:

Download "Análise Complexa e Equações Diferenciais Guia 8 João Pedro Boavida. 16 a 23 de Novembro"

Transcrição

1 Análise Complexa e Equações Diferenciais Guia 8 Este guia explica como resolver os problemas do guia 7 Explica também vários aspectos mais técnicos sobre equações lineares em R n, com os quais eu prefiro não gastar muito tempo das aulas (Ou seja, este guia é mais detalhado para podermos usar mais tempo das aulas para fazer exemplos) João 16 a 23 de Novembro Nas últimas aulas temos visto como lidar com equações exactas e redutíveis a exactas No dia 16, vimos que as equações lineares têm um factor integrante relativamente simples, que nos permite resolvê-las de forma sistemática Podem ler essa discussão na secção Equações lineares de primeira ordem (neste guia) e podem encontrar exemplos (bem como uma explicação alternativa) na secção 53 do livro Nas aulas de 16 a 21 vamos falar sobre equações diferenciais lineares em R n Eu explico algumas das ideias na secção Exponenciais de matrizes e equações lineares em R n abaixo Leiam também as secções 54 e 55 do livro (mesmo que saltem as demonstrações) para mais detalhes sobre a exponencial de matrizes Para perceberem melhor a forma canónica de Jordan, leiam o artigo Down with determinants!, de Sheldon Axler (disponível em e listado na bibliografia principal de ACED no fénix), especialmente as secções 2, 3 e 6 (mesmo que pareça um pouco teórico, vale a pena fazerem um esforço) AS PERGUNTAS DO DIA 16 podem ser resolvidas até terça dia 22, às 17:00 AS PERGUNTAS DO DIA 18 podem ser resolvidas até quinta dia 24, às 17:00 EXERCÍCIOS PARA A PRÁTICA DE DIAS 21 A 23: 52, Algumas respostas No guia 7 deixámos algumas perguntas em aberto É altura de lhes respondermos Tínhamos a equação diferencial 2x 2 y y 2xy 2 + e x = 0 }{{}}{{} Q P com condição inicial y(1) = 2 Queremos encontrar uma função Φ cujo gradiente ( Φ x, Φ seja (P, Q) Para isso consideramos Φ x = 2xy2 + e x Φ = x 2 y 2 + e x + (função de y) Φ = 2x2 y Φ = x 2 y 2 + (função de x) ) 1/12

2 Análise Complexa e Equações Diferenciais Guia 8 A escolha Φ = x 2 y 2 + e x é compatível com ambas as condições Como Φ(1, 2) = e 4 (de onde vêm o 1 e o 2?), concluímos que a solução satisfaz a equação x 2 y 2 + e x = e 4 Resolvendo em ordem a y, obtemos e y = ± x e + 4 x 2 Só o sinal positivo é compatível com a condição inicial; essa é a fórmula para a solução Vejamos o que podemos dizer sobre as outras quatro equações exactas Para 2xyy + y 2 = 4x 3, y(1) = 1, obtemos xy 2 x 4 = 0 Assim, concluímos que y = x 3/2 (ignoramos o sinal negativo, porque seria incompatível com a condição inicial) Para a segunda equação do grupo, x 4 y + 4x 3 y + 1 = 2xyy + y 2 + y, y(1) = 2, obtemos x 4 y + x xy 2 y = 3 Resolvendo em ordem a y, somos levados a y = 1 x4 ± (x 4 1) 2 + 4x(x + 3) 2x Para que o resultado seja compatível com a condição inicial, precisamos de escolher o sinal negativo antes da raíz quadrada A equação seguinte (a terceira do grupo) era πy sin(πx) + y = x 2 y + 2xy + y cos(πx), y(2) = 1 Tendo cuidado ao calcular as primitivas, depois de integrar e determinar a constante, obtemos y cos(πx) + y x 2 y = 4 Ou seja, a solução é y = 4/ ( cos(πx) 1 + x 2) Finalmente, a quarta equação nesse grupo era 4x 3 + xy + 2yy + y + 9 = 2x 2 y + 3x 2 + 4xy + 4x, y(0) = 3 Depois de integrar e determinar a constante, chegamos a x 4 +xy+y 2 +9x 2x 2 y x 3 2x 2 = 9 Resolvendo em ordem a y, (desta vez temos que escolher o sinal positivo antes da raíz quadrada) e simplificando, obtemos simplesmente y = 2x2 x + 3 (x 2) 2 2 = x 2 2x + 3 (Notem que, ao simplificar a raíz quadrada, obtemos (x 2) 2 = 2 x, pois queremos a raíz positiva e estamos numa vizinhança de x = 0!) Depois de discutir as equações exactas, falámos sobre equações redutíveis a exactas Por exemplo, considerámos a equação x 4 y 2 y + 4x 3 y 3 = 2y 3 y, y(0) = 4, 2/12

3 Análise Complexa e Equações Diferenciais Guia 8 e dissemos que os seus factores integrantes da forma µ(y) eram soluções de µ Q x = dµ dy P + µ P Assim, µ(y) = y 2 é um factor integrante (Conseguem, sem quaisquer contas, indicar outros factores integrantes?) Multiplicando-o na equação original, obtemos x 4 y + 4x 3 y 2yy = 0, y(0) = 4, cuja integração leva a x 4 y y 2 = 16 Resolvendo em ordem a y, obtemos y = x4 x (reparem que escolhemos o sinal negativo, pois só esse é compatível com y(0) = 4), confirmando que y(2) = Em seguida, falámos de como a fórmula µ = Q x P u x Q u P ( ) nos permite verificar rapidamente se µ(u) é um factor integrante, onde u é uma expressão envolvendo x e y Vejamos como funciona com a equação x 5 y + x 4 yy + 4x 4 y + 4x 3 y 2 = 2x 2 yy + 2xy 2 y + xy 2 + y 3, y(1) = 2 Como P = 4x 4 y + 4x 3 y 2 xy 2 y 3 e Q = x 5 + x 4 y 2x 2 y 2xy 2, a fórmula ( ) fica Se escolhermos u = x + y, temos u x segue: µ = 4x 3 y 2xy + y 2 x4 u x Q u P = u = 1 e podemos simplificar a fórmula como se µ = x 4 4x 3 y 2xy + y 2 x 5 3x 4 y 2x 2 y xy 2 4x 3 y 2 + y 3 Se existe um factor integrante que dependa apenas de u = x + y, devíamos ser capazes de simplificar esta expressão de forma a depender apenas de u A tarefa não parece prometedora, mas se for possível, o x 4 de cima devia (junto com o resto do numerador) conseguir cancelar parte do denominador, de forma a obter uma expressão com x + y Assim, um palpite razoável neste caso é: será que o denominador é apenas x + y multiplicado pelo numerador? Experimentemos: (x + y)(x 4 4x 3 y 2xy + y 2 ) = x 5 4x 4 y 2x 2 y + xy 2 + x 4 y 4x 3 y 2 2xy 2 + y 3 É realmente o denominador Assim, concluímos que µ = 1 x + y = 1 u 3/12

4 Análise Complexa e Equações Diferenciais Guia 8 Uma solução desta equação é µ(u) = u 1, mostrando que 1/(x + y) é um factor integrante Dito de outra forma, devemos conseguir pôr (x + y) em evidência na equação original x 5 y + x 4 yy + 4x 4 y + 4x 3 y 2 = 2x 2 yy + 2xy 2 y + xy 2 + y 3, y(1) = 2 Tentemos: (x + y)x 4 y + 4(x + y)x 3 y = 2(x + y)xyy + (x + y)y 2 Realmente é verdade Dividindo tudo por x + y obtemos então a equação exacta x 4 y + 4x 3 y 2xyy y 2 = 0, y(1) = 2, que, por integração, nos leva a x 4 y xy 2 = 2 condição inicial para decidir o sinal, chegamos a Resolvendo em ordem a y e usando a y = x4 + x 8 + 8x 2x Confirma-se que y(2) = Finalmente, tínhamos quatro equações redutíveis a exactas, das quais se dizia apenas que os factores de integração eram dos tipos µ(x), µ(y) ou µ(y/x) A primeira (escrevendo tudo do lado esquerdo e separando o P e o Q) era y + x 2 ye x +(x }{{}} 2 e {{ x + x } )y = 0, y(1) = e + 1 P Q A fórmula ( ) para o factor integrante fica então { Q x }} { { }} { µ = ( 2xe x + x 2 e x + 1) ( 1 + x 2 e x ) u x Q u P = 2xex + 2 u x Q u P Ora, se u = x, temos u x = 1, u = 0, e µ = + 2 2xex = 2xex + 2 Q x 2 e x + x = + 1) 2(xex x(xe x + 1) = 2 x P Vemos portanto (como?) Usando-o, obtemos que µ(x) = x 2 é um factor integrante para a equação original y x 2 + yex + e x y + xy = 0, y(1) = e + 1 x2 Integrando e usando a condição inicial, chegamos a A segunda equação desse grupo era ye x + y x = (e + 1)2 y = 2xy 2 y + 2y 3 = 4x 2 y, y(1) = 1 (e + 1)2 e x + 1/x 4/12

5 Análise Complexa e Equações Diferenciais Guia 8 A fórmula ( ) desta equação fica (depois de simplificada) Se u = x, obteríamos µ = 4y 2 + 4x 2 u x 2xy2 u (2y3 4x 2 y) µ = 4y2 + 4x 2 2xy 2 Vêem alguma forma de simplificar isto de forma a eliminar o y? Eu também não Com u = y, teríamos µ = 4y2 + 4x 2 2y 3 + 4x 2 y Infelizmente, por pouco (bastava que fosse um 4 em vez de um 2), também não conseguimos livrar-nos do x Resta-nos considerar u = y/x, com u x = y/x2 e u = 1/x Nesse caso, a equação para µ fica µ = 4y 2 + 4x 2 y 2xy2 x 2 2y3 4x 2 y x = 4x 2 (y 2 x 2 ) 2xy 3 x(2y 3 4x 2 y) = 4x2 (y 2 x 2 ) 4xy(y 2 x 2 ) = x y Ou seja, µ = 1 u Assim, µ(u) = u 1 = x/y é um factor integrante (verifiquem, e tenham cuidado com as coincidências) Multiplicando a equação original pelo factor integrante, obtemos 2x 2 yy + 2xy 2 4x 3 = 0, y(1) = 1 Integrando, obtemos x 2 y 2 x 4 = 0, que tem duas soluções diferenciáveis (verifiquem!): y = x e y = x Destas, só y = x é compatível com a condição inicial A penúltima equação do guia era y 2 cos(x) + yy sin(x) = 0, ( π 2 ) = 2 Podíamos usar a equação ( ) Mas neste caso, é mais prático prosseguir por tentativa e erro Com efeito, dividindo tudo por y (isto é, usando µ = 1/y), obtemos a equação exacta y cos(x) + y sin(x) = 0, ( π 2 ) = 2, cuja solução é y sin(x) = 2, ou y = 2/ sin x (Também podíamos ter usado µ = 2 sin x) A última equação do guia era 2x 2 y 2 y + xy 3 + y 3xyy y 2 = 0, y(1) = 1 Multiplicando tudo por y (isto é, usando µ = y), obtemos 2x 2 y 3 y + xy 4 + yy 3xy 2 y y 3 = 0, y(1) = 1 Integrando, concluímos que 1 2 x2 y y2 xy 3 = 0 Multiplicando por 2 e factorizando, vemos que essa equação tem duas soluções: y = 0 e y = 1/x Só a segunda é compatível com a condição inicial 5/12

6 Análise Complexa e Equações Diferenciais Guia 8 Equações lineares de primeira ordem Uma equação diferencial diz-se linear se corresponde a um problema linear (homogéneo ou não-homogéneo) Em particular, no caso homogéneo, o espaço das soluções é um espaço vectorial A equação diz-se de primeira ordem se envolver apenas a primeira derivada Assim, a equação (nesta secção vamos usar t como variável independente) y + ty = 0 é linear, pois a transformação T (do espaço das funções C 1 com derivada contínua para o espaço das transformações C 0 contínuas) dada por T (y) = y + t y é linear (sim?) e a equação original corresponde ao sistema (homogéneo) T (y) = 0 Mais geralmente, uma equação linear de primeira ordem pode ser escrita na forma y (t) = a(t) y(t) + b(t) e é sempre redutível a exacta Como habitualmente, abreviamo-la assim: a(t) y b(t) + }{{}}{{} 1 y = 0 P Q u Usando a equação ( ) com u = t, t = 1, e u t, e não x, como variável independente) Q t {}}{ {}}{ µ = 0 a(t) 1 Q 0 P = a(t) = 0, obtemos (recordem que estamos a usar Nitidamente, o lado direito depende apenas de t, pelo que existe um factor integrante da forma µ(t) Resolvendo a equação, obtemos log µ(t) = a(t) dt P Assim, podemos escolher µ(t) = e a(t) dt como factor integrante Se tivermos uma condição inicial em t = t 0, será preferível escolher uma primitiva mais específica: µ(t) = e t a(s) ds 0 (reparem que tivemos que mudar a variável de integração vêem porquê?) Por forma a simplificar as contas que se seguem, observamos desde já que (t) = a(t) µ(t) Multiplicando µ(t) na equação original, ficamos com µ(t) y µ(t) a(t) y = µ(t) b(t) 6/12

7 Análise Complexa e Equações Diferenciais Guia 8 Mas isto é equivalente (verifiquem!) a ( µ(t) y) = µ(t) b(t), cuja solução é µ(t) y = µ(t) b(t) dt Se tivermos uma condição inicial y(t 0 ) = y 0, podemos ser mais específicos e dizer que µ(t) y(t) µ(t 0 ) y 0 = t 0 µ(r) b(r) dr (de novo, precisámos de mudar a variável de integração) chegamos a (verifiquem!) Resolvendo em ordem a y(t), t a(s) ds y(t) = e 0 y0 + t 0 e r a(s) ds b(r) dr Esta é a fórmula de variação das constantes Se olharem para uma equação diferencial e reconhecerem que é linear, podem usar esta fórmula directamente, sem ter que perder tempo à procura de um factor integrante À primeira vista, a fórmula de variação das constantes parece não ter um padrão simples Por isso, vale a pena explicar um pouco como traduzi-la em intuições sobre a passagem do tempo Com efeito, podemos pensar que a função e r a(s) ds codifica o efeito da passagem do tempo entre o instante r e o instante t Chamemos-lhe por isso passagem t r Recordemos que a equação original era y = a(t) y + b(t), y(t 0 ) = y 0 Intuitivamente, isto indica que a variação de y tem uma componente que depende do próprio y (e portanto, deveria envolver uma exponencial e a condição inicial daí passagem t r envolver a exponencial) bem como uma contribuição adicional em cada instante r anterior a t, controlada por b(r) Isto é, a contribuição de y 0 vê o tempo passar de t 0 a t, enquanto que cada contribuição b(r) vê o tempo passar de r a t Assim, o resultado deveria ser y(t) = passagem t t0 y 0 + t 0 passagem t r b(r) dr Se compararem com a fórmula de variação das constantes, vêem que é exactamente isso o que ela diz Embora esta mnemónica possa parecer pouco fiável, a verdade é que há um conceito muito geral de exponencial que codifica esta ideia de passagem do tempo Por exemplo, a exponencial habitual (na recta real ou no plano complexo) corresponde a passagem t r = e t r As propriedades da exponencial que provámos no guia 3 correspondem a propriedades da passagem do tempo: dizer e t t = 1 é dizer passagem t t = 1, e dizer e t s e s r = e t r é dizer passagem t s passagem s r = passagem t r (ou seja, é dizer que fazer o tempo passar de r a s e depois de s a t é equivalente a fazê-lo passar de r a t) 7/12

8 Análise Complexa e Equações Diferenciais Guia 8 Exponenciais de matrizes e equações lineares em R n Queremos usar técnicas semelhantes para resolver equações da forma y (t) = A y(t) + b(t) Aqui, y(t) e b(t) são vectores em R n e A é uma matriz n n (Vamos limitar-nos ao caso em que a matriz A não depende de t) Vamos também considerar equações da forma Y (t) = A Y (t) + B(t), onde Y (t) e B(t) são matrizes n m e A é uma matriz n n Se chamarmos y 1 (t),, y m (t) às colunas de Y (t) e b 1 (t),, b m (t) às de B(t), essa equação é equivalente às m equações y 1 (t) = A y 1 (t) + b 1(t),, y m (t) = A y m (t) + b m(t) Desta forma, a notação matricial permite-nos representar várias equações simultaneamente Omiteremos por vezes a variável t em y(t) ou Y (t), escrevendo apenas y ou Y Vamos chamar exponencial de A (ou de At) à única solução M de M (t) = A M(t), M(0) = Id (O teorema de Picard Lindelöf garante que uma tal solução existe e é única Conseguem verificar os detalhes?) Então a derivada de Y (t) = M(t) Y 0 é Y (t) = M (t) Y 0 = A M(t) Y 0 = A Y (t), mostrando que essa Y (t) é a única solução de novo por Picard Lindelöf de Y (t) = A Y (t), Y (0) = Y 0 Sabendo isso, podemos verificar que (considerando s constante) M(t) M(s) = M(t + s), pois (verifiquem!) ambas as expressões são (a única) solução de Y (t) = A Y (t), Y (0) = M(s) Por essa razão, podemos concluir que M(t) M( t) = M(0) = Id Ou seja, M(t) é uma matriz invertível e a sua inversa é M( t) Da mesma forma, podemos ver que M(t) A A M(t) = 0, pois (verifiquem também aqui) ambas as expressões são (a única) solução de Y (t) = A Y (t), Y (0) = 0 8/12

9 Análise Complexa e Equações Diferenciais Guia 8 Concluímos portanto que M(t) A = A M(t), isto é, a exponencial de A comuta com A A um nível mais profundo, a matriz M(t) descreve o efeito da passagem do tempo O facto de M(t) comutar com A está relacionado com M(t) M(s) = M(t + s) (que poderia traduzir-se por a passagem de tempo s seguida da passagem de tempo t é equivalente à passagem de tempo t + s ) Ambos são cruciais para que uma abordagem simplificada às equações em R n seja possível (Daí restringirmo-nos apenas ao caso em que A é constante) Resumindo tudo isto: usando a notação e At em vez de M(t), acabámos de mostrar que e At Y 0 é a única solução de Y (t) = A Y (t) com condição inicial Y (0) = Y 0 Mostrámos também as identidades e A(t+s) = e At e As, (e At ) 1 = e At, e e At A = A e At = (e At ) Mudando agora para a notação de exponencial Se A e B comutam, então e At B = B e At e e At e Bt = e (A+B)t O raciocínio é o mesmo que antes: mostrar que ambos os lados de cada equação são (a única) solução de uma mesma equação diferencial Conseguem fazê-lo? A FÓRMULA DE VARIAÇÃO DAS CONSTANTES para matrizes n m pode ser obtida com um raciocínio semelhante ao da secção anterior Um factor integrante (se nos permitirmos usar tal designação neste caso) para a equação Y (t) = A Y (t) + B(t) é e At multiplicado à esquerda, pois a equação torna-se que é equivalente (verifiquem!) a e At Y (t) e At A Y (t) = e At B(t), ( e At Y (t)) = e At B(t) Se tivermos uma condição inicial em t = t 0, podemos integrar e obter e At Y (t) e At0 Y (t 0 ) = t 0 e Ar B(r) dr Tal como no caso n = 1, resolvemos em ordem a Y (t) e chegamos a Y (t) = e A(t t 0) Y (t 0 ) + e A(t r) B(r) dr t 0 E tal como antes, podemos interpretar isto como Y (t) = passagem t t0 Y (t 0 ) + passagem t r B(r) dr t 0 9/12

10 Análise Complexa e Equações Diferenciais Guia 8 HÁ VÁRIAS ESTRATÉGIAS PARA CALCULAR e At Começamos por observar que se Y (t) é uma solução de Y (t) = A Y (t), então Y (t) = e At Y (0) permite-nos concluir que Y (t) é invertível exactamente quando Y (0) o for (e portanto, quando qualquer outra Y (t 0 ) o for) Assim, suponhamos que A é uma matriz n n e que temos n soluções y 1 (t),, y n (t) de y (t) = A y(t) Então a matriz Y (t) com colunas y 1 (t),, y n (t) é uma solução de Y (t) = A Y (t), logo é da forma Y (t) = e A(t t 0) Y (t 0 ) Se os vectores y 1 (t),, y n (t), para algum t fixo, forem linearmente independentes, a matriz Y (t) será invertível E vimos há pouco que nesse caso a matriz Y (t 0 ) é invertível Somos assim levados a concluir que e A(t t 0) = Y (t) Y (t 0 ) 1 Esta construção de e At corresponde à matriz Wronskiana Se Z(t) for uma solução de Z (t) = A Z(t), podemos escrever Z(t) = e A(t t 0) Z(t 0 ) = Y (t) Y (t 0 ) 1 Z(t 0 ) EXPONENCIAL DE MATRIZ DIAGONAL Voltemos então a um exemplo do guia 2 encontrar todas as soluções do sistema [ y 7 0 = A y, onde A = 0 6 Queremos Neste caso, é fácil ver que v 1 = [ 1 0 gera os vectores próprios com λ = 7 e que v2 = [ 0 1 gera os vectores próprios com λ = 6 Se v é um vector próprio de A com valor próprio λ, então y = e λt v é uma solução de y = A y Com efeito, temos y = ( e λt v ) ( = e λt ) v = e λt }{{} λv = e λt Av = A e λt v = A y Av No caso da nossa equação, temos então duas soluções (que são linearmente independentes pois os próprios vectores v 1 e v 2 o são): [ [ y 1 (t) = e 7t e 7t v 1 = e y 0 2 (t) = e 6t 0 v 2 = e 6t Com estes dois vectores, podemos construir a matriz [ [ Y (t) = y 1 (t) y 2 (t) = e 7t 0 0 e 6t Como neste caso Y (0) = Id, vemos que e At = Y (t) Y (0) 1 = Y (t) Ou seja, a matriz exponencial associada a uma matriz diagonal é também ela uma matriz diagonal: cada valor próprio λ é substituído por e λt 10/12

11 Análise Complexa e Equações Diferenciais Guia 8 EXPONENCIAL DE BLOCO DE JORDAN Suponham agora que temos [ y 0 1 = A y, onde A = 0 0 (Na aula vamos ver exemplos de como chegar à forma de Jordan O artigo do Axler explica a teoria de uma forma mais simples que o habitual) Para esta matriz A, temos apenas um vector próprio independente: v 1 = [ 1 0 Pelo raciocínio que fizemos há pouco, sabemos que y 1 (t) = e 0t v 1 = v 1 é uma solução da equação Como a solução também é dada pela exponencial, obtemos e At v 1 = v 1 Temos A v 2 = 0v 2 + v 1 Queremos calcular y 2 (t) = e At v 2 Mas y 2 (t) = ( e At v 2 ) = e At A v 2 }{{} v 1 = e At v 1 = v 1 Integrando ambos os lados da equação entre 0 e t, obtemos y 2 (t) = y 2 (0) + tv 1 ou seja, e At v 2 = v 2 + tv 1 Se construirmos uma matriz com colunas y 1 (t), y 2 (t), [ [ Y (t) = y 1 (t) y 2 (t) = 1 t 0 1 temos, mais uma vez, Y (0) = Id Portanto, e At = Y (t) Y (0) 1 = Y (t) É razoável perguntar o que acontece quando o valor próprio não é 0 consideremos [ 7 1 B = 0 7 Mas nesse caso A = B 7 Id tem valor próprio 0, por isso [ [ e Bt e 7t = e Bt e 7 Id t = e (B 7 Id)t = e At 1 t =, logo e Bt = e 7t 0 1 Cconsideremos agora o bloco de Jordan n n com valor próprio λ = N = , Por exemplo, 1 t 0 1 Se chamarmos e 1, e 5 aos vectores da base canónica, podemos ver que N e k = e k 1 quando k > 1 e N e 1 = 0 Como é que isso ajuda? Escrevendo y k (t) = e Nt e k, já vimos que y 1 (t) = e 1 e y 2 (t) = e 2 + te 1 Temos ainda y k (t) = ( e Nt e k ) = e Nt N e k = e Nt (0e k + e k 1 ) = e Nt e k 1 = y k 1 (t) 11/12

12 Análise Complexa e Equações Diferenciais Guia 8 Assim, temos y 3 (t) = y 2 (t) = e 2 + te 1 Primitivando e usando y 3 (0) = e 3, chegamos a y 3 (t) = e 3 + te 2 + t2 2 e 1 Com o mesmo género de raciocínio, obtemos ainda y 4 (t) = e 4 + te 3 + t2 2 e 2 + t3 3! e 1; y 5 (t) = e 5 + te 4 + t2 2 e 3 + t3 3! e 2 + t4 4! e 1 Construímos agora uma matriz a partir dos y k (t): [ Y (t) = y 1 (t) y 2 (t) y 3 (t) y 4 (t) y 5 (t) = 1 t t 2 2! t 3 3! 0 1 t t 2 2! t 4 4! t 3 3! t t 2 2! t Como Y (0) = Id, concluímos que e Nt = Y (t) Y (0) 1 = Y (t) Se quisermos considerar o caso geral de J = λ λ λ λ λ, podemos observar que J λ Id = N Portanto, e Jt = e (λ Id +N)t = e λ Id t e Nt = e λt 1 t t 2 2! t 3 3! 0 1 t t 2 2! t 4 4! t 3 3! t t 2 2! t Resta a pergunta: e como fazemos quando a matriz não é diagonal bem um bloco de Jordan? Podemos ter a sorte de encontrar soluções suficientes para usar a matriz Wronskiana: e At = Y (t) Y (0) 1 Ou podemos tentar encontrar a forma de Jordan, e aproveitar o que já sabemos sobre exponenciais de matrizes diagonais e de blocos de Jordan Felizmente, na prática a questão é bastante menos técnica do que esta longa discussão poderia fazer suspeitar Na aula vamos ver vários exemplos 12/12

Análise Complexa e Equações Diferenciais Guia 9 João Pedro Boavida. 23 a 30 de Novembro

Análise Complexa e Equações Diferenciais Guia 9 João Pedro Boavida. 23 a 30 de Novembro Análise Complexa e Equações Diferenciais Guia 9 24 de Novembro de 2 Este guia explica vários exemplos de determinação de formas de Jordan e cálculo de exponenciais de matrizes, bem como alguns outros exemplos

Leia mais

Copyright c 2014, João Pedro Boavida. Versão atual disponível em JOÃO PEDRO BOAVIDA

Copyright c 2014, João Pedro Boavida. Versão atual disponível em  JOÃO PEDRO BOAVIDA Copyright c 4, João Pedro Boavida Versão atual disponível em http://webtecnicoulisboapt/joaoboavida/4/aced/ EPISÓDIOS DE EQUAÇÕES DIFERENCIAIS, 4 JOÃO PEDRO BOAVIDA EPISÓDIOS DE EQUAÇÕES DIFERENCIAIS,

Leia mais

Secção 2. Equações diferenciais de primeira ordem

Secção 2. Equações diferenciais de primeira ordem . Equações diferenciais de primeira ordem Secção. Equações diferenciais de primeira ordem (Farlow: Sec..,.) Vamos nesta secção analisar como podem ser resolvidos diferentes tipos de EDOs de primeira ordem.

Leia mais

xy + y = 0. (1) Portanto a solução geral de (1) é a família de hipérboles y = C x,

xy + y = 0. (1) Portanto a solução geral de (1) é a família de hipérboles y = C x, Seção 4: Equações Exatas Fator Integrante Introduzimos a idéia de equação exata, através de dois exemplos simples. Note que nesses dois exemplos, além de exata, a EDO também é separável, podendo alternativamente

Leia mais

Ficha de Exercícios nº 3

Ficha de Exercícios nº 3 Nova School of Business and Economics Álgebra Linear Ficha de Exercícios nº 3 Transformações Lineares, Valores e Vectores Próprios e Formas Quadráticas 1 Qual das seguintes aplicações não é uma transformação

Leia mais

d [xy] = x cos x. dx y = sin x + cos x + C, x

d [xy] = x cos x. dx y = sin x + cos x + C, x Instituto de Matemática e Estatística da USP MAT2455 - Cálculo Diferencial e Integral IV para Engenharia 3a. Prova - 2o. Semestre 2011-21/11/2011 Turma A Questão 1. a) (1,0 ponto) Determine a solução geral

Leia mais

d [xy] = x arcsin x. dx + 4x

d [xy] = x arcsin x. dx + 4x Instituto de Matemática e Estatística da USP MAT456 - Cálculo Diferencial e Integral IV para Engenharia 3a. Prova - o. Semestre 01-6/11/01 Turma A Questão 1. a (1,0 ponto Determine a solução geral da equação

Leia mais

Álgebra Linear. Transformações Lineares

Álgebra Linear. Transformações Lineares Álgebra Linear Transformações Lineares Fórmulas e Resumo Teórico Para fins gerais, considere V um espaço vetorial e uma transformação T: V W. Propriedades de Transformações Lineares - T é linear se: Para

Leia mais

Equações Diferenciais Ordinárias de 1 a ordem - II AM3D

Equações Diferenciais Ordinárias de 1 a ordem - II AM3D 20 2 Equações Diferenciais Ordinárias de a ordem - II AM3D EDOs de a ordem lineares Definição Uma equação diferencial ordinária de a ordem diz-se linear se for da forma y (x)+p(x)y(x) = b(x). Se p(x) =

Leia mais

Cálculo Diferencial e Integral 2 Formas Quadráticas

Cálculo Diferencial e Integral 2 Formas Quadráticas Instituto Superior Técnico Departamento de Matemática Secção de Álgebra e Análise Cálculo Diferencial e Integral 2 Formas Quadráticas 1 Formas quadráticas Uma forma quadrática em R n é um polinómio do

Leia mais

de Coeficientes Constantes

de Coeficientes Constantes Seção 12: Equações Diferenciais Lineares não Homogêneas de Coeficientes Constantes O objetivo desta seção é estudar as equações lineares não homogêneas de coeficientes constantes No entanto, a versão do

Leia mais

1 Diferenciabilidade e derivadas direcionais

1 Diferenciabilidade e derivadas direcionais UFPR - Universidade Federal do Paraná Setor de Ciências Exatas Departamento de Matemática CM048 - Cálculo II - Matemática Diurno Prof. Zeca Eidam Nosso objetivo nestas notas é provar alguns resultados

Leia mais

depende apenas da variável y então a função ṽ(y) = e R R(y) dy

depende apenas da variável y então a função ṽ(y) = e R R(y) dy Formulario Equações Diferenciais Ordinárias de 1 a Ordem Equações Exactas. Factor Integrante. Dada uma equação diferencial não exacta M(x, y) dx + N(x, y) dy = 0. ( ) 1. Se R = 1 M N y N x depende apenas

Leia mais

Análise Matemática 2 FACULDADE DE ENGENHARIA DA UNIVERSIDADE DO PORTO. Mestrado Integrado em Engenharia Electrotécnica e de Computadores

Análise Matemática 2 FACULDADE DE ENGENHARIA DA UNIVERSIDADE DO PORTO. Mestrado Integrado em Engenharia Electrotécnica e de Computadores FAULDADE DE ENGENHARIA DA UNIVERSIDADE DO PORTO Mestrado Integrado em Engenharia Electrotécnica e de omputadores Análise Matemática 2 Apontamentos das aulas teóricas - Integrais de Linha 29/21 Maria do

Leia mais

3xy +y 2 +(x 2 +xy) dy dx = 0 (1)

3xy +y 2 +(x 2 +xy) dy dx = 0 (1) 2. Determine um factor integrante da forma µ(x). 3xy +y 2 +(x 2 +xy) dy (1) 3. Determine a solução da equação que verifica y(1) = 1. Sendo tem-se M(x,y) = 3xy +y 2 e N(x,y) = x 2 +xy M/ y = 3x+2y e N/

Leia mais

Álgebra Linear Semana 04

Álgebra Linear Semana 04 Álgebra Linear Semana 04 Diego Marcon 17 de Abril de 2017 Conteúdo 1 Produto de matrizes 1 11 Exemplos 2 12 Uma interpretação para resolução de sistemas lineares 3 2 Matriz transposta 4 3 Matriz inversa

Leia mais

ALGA I. Operadores auto-adjuntos (simétricos e hermitianos). Teorema espectral

ALGA I. Operadores auto-adjuntos (simétricos e hermitianos). Teorema espectral Módulo 9 ALGA I. Operadores auto-adjuntos (simétricos e hermitianos). Teorema espectral Contents 9.1 Operadores auto-adjuntos (simétricos e hermitianos) 136 9. Teorema espectral para operadores auto-adjuntos...........

Leia mais

Sistemas de Equações Diferenciais Lineares

Sistemas de Equações Diferenciais Lineares Capítulo 9 Sistemas de Equações Diferenciais Lineares Agora, estamos interessados em estudar sistemas de equações diferenciais lineares de primeira ordem: Definição 36. Um sistema da linear da forma x

Leia mais

1 Congruências e aritmética modular

1 Congruências e aritmética modular 1 Congruências e aritmética modular Vamos considerar alguns exemplos de problemas sobre números inteiros como motivação para o que se segue. 1. O que podemos dizer sobre a imagem da função f : Z Z, f(x)

Leia mais

Instituto Universitário de Lisboa

Instituto Universitário de Lisboa Instituto Universitário de Lisboa Departamento de Matemática Exercícios de Equações Diferenciais Ordinárias 1 Exercícios 1.1 EDO de Variáveis Separáveis Diz-se que uma equação diferencial ordinária (EDO)

Leia mais

Derivadas 1 DEFINIÇÃO. A derivada é a inclinação da reta tangente a um ponto de uma determinada curva, essa reta é obtida a partir de um limite.

Derivadas 1 DEFINIÇÃO. A derivada é a inclinação da reta tangente a um ponto de uma determinada curva, essa reta é obtida a partir de um limite. Derivadas 1 DEFINIÇÃO A partir das noções de limite, é possível chegarmos a uma definição importantíssima para o Cálculo, esta é a derivada. Por definição: A derivada é a inclinação da reta tangente a

Leia mais

Material Teórico - Módulo Matrizes e Sistemas Lineares. Sistemas Lineares - Parte 2. Terceiro Ano do Ensino Médio

Material Teórico - Módulo Matrizes e Sistemas Lineares. Sistemas Lineares - Parte 2. Terceiro Ano do Ensino Médio Material Teórico - Módulo Matrizes e Sistemas Lineares Sistemas Lineares - Parte 2 Terceiro Ano do Ensino Médio Autor: Prof Fabrício Siqueira Benevides Revisor: Prof Antonio Caminha M Neto 1 A representação

Leia mais

TEMA 2 PROPRIEDADES DE ORDEM NO CONJUNTO DOS NÚMEROS REAIS

TEMA 2 PROPRIEDADES DE ORDEM NO CONJUNTO DOS NÚMEROS REAIS TEMA 2 PROPRIEDADES DE ORDEM NO CONJUNTO DOS NÚMEROS REAIS O conjunto dos números reais,, que possui as seguintes propriedades:, possui uma relação menor ou igual, denotada por O1: Propriedade Reflexiva:

Leia mais

= 2 sen(x) (cos(x) (b) (7 pontos) Pelo item anterior, temos as k desigualdades. sen 2 (2x) sen(4x) ( 3/2) 3

= 2 sen(x) (cos(x) (b) (7 pontos) Pelo item anterior, temos as k desigualdades. sen 2 (2x) sen(4x) ( 3/2) 3 Problema (a) (3 pontos) Sendo f(x) = sen 2 (x) sen(2x), uma função π-periódica, temos que f (x) = 2 sen(x) cos(x) sen(2x) + sen 2 (x) 2 cos(2x) = 2 sen(x) (cos(x) sen(2x) + sen(x) cos(2x) ) = 2 sen(x)

Leia mais

ALGA I. Representação matricial das aplicações lineares

ALGA I. Representação matricial das aplicações lineares Módulo 6 ALGA I Representação matricial das aplicações lineares Contents 61 Matriz de uma aplicação linear 76 62 Cálculo do núcleo e imagem 77 63 Matriz da composta 78 64 GL(n Pontos de vista passivo e

Leia mais

Sistemas de equações lineares

Sistemas de equações lineares Matemática II - / - Sistemas de Equações Lineares Sistemas de equações lineares Introdução Uma equação linear nas incógnitas ou variáveis x ; x ; :::; x n é uma expressão da forma: a x + a x + ::: + a

Leia mais

III Números reais - módulo e raízes Módulo ou valor absoluto Definição e exemplos... 17

III Números reais - módulo e raízes Módulo ou valor absoluto Definição e exemplos... 17 UFF/GMA - Matemática Básica I - Parte III Notas de aula - Marlene - 010-16 Sumário III Números reais - módulo e raízes 17 3.1 Módulo valor absoluto...................................... 17 3.1.1 Definição

Leia mais

Conceitos Básicos. Capítulo 1 EQUAÇÕES DIFERENCIAIS. Uma equação diferencial é uma equação que envolve uma função incógnita e suas derivadas.

Conceitos Básicos. Capítulo 1 EQUAÇÕES DIFERENCIAIS. Uma equação diferencial é uma equação que envolve uma função incógnita e suas derivadas. Capítulo 1 Conceitos Básicos EQUAÇÕES DIFERENCIAIS Uma equação diferencial é uma equação que envolve uma função incógnita e suas derivadas. Exemplo 1.1 Algumas equações diferenciais envolvendo a função

Leia mais

Resolvendo sistemas. Nas aulas anteriores aprendemos a resolver

Resolvendo sistemas. Nas aulas anteriores aprendemos a resolver A UA UL LA Resolvendo sistemas Introdução Nas aulas anteriores aprendemos a resolver equações de 1º grau. Cada equação tinha uma incógnita, em geral representada pela letra x. Vimos também que qualquer

Leia mais

w 1 = v 1 + v 2 + v 3 w 2 = 2v 2 + v 3 (1) w 3 = v 1 + 3v 2 + 3v 3 também são linearmente independentes. T =

w 1 = v 1 + v 2 + v 3 w 2 = 2v 2 + v 3 (1) w 3 = v 1 + 3v 2 + 3v 3 também são linearmente independentes. T = Independência e dependência linear ) a) Sejam v, v e v vectores linearmente independentes de um espaço linear S. Prove que os vectores também são linearmente independentes. Resolução Seja V a expansão

Leia mais

Exponencial de uma matriz

Exponencial de uma matriz Exponencial de uma matriz Ulysses Sodré Londrina-PR, 21 de Agosto de 2001; Arquivo: expa.tex Conteúdo 1 Introdução à exponencial de uma matriz 2 2 Polinômio característico, autovalores e autovetores 2

Leia mais

z = y 1 n. (3) Conclusão. A equação de Bernoulli (1) se transforma em uma equação linear através da 1 n, y = 1 1 n z 1

z = y 1 n. (3) Conclusão. A equação de Bernoulli (1) se transforma em uma equação linear através da 1 n, y = 1 1 n z 1 Seção 6: Equação de Bernoulli Definição. Uma equação de Bernoulli é uma equação diferencial ordinária de a ordem da forma y + fx) y = gx) y n, ) onde n é um número real não precisa ser inteiro nem positivo).

Leia mais

MESTRADO PROFISSIONAL EM MATEMÁTICA EM REDE NACIONAL. ENQ Gabarito

MESTRADO PROFISSIONAL EM MATEMÁTICA EM REDE NACIONAL. ENQ Gabarito MESTRADO PROFISSIONAL EM MATEMÁTICA EM REDE NACIONAL ENQ 016. Gabarito Questão 01 [ 1,00 ] A secretaria de educação de um município recebeu uma certa quantidade de livros para distribuir entre as escolas

Leia mais

FOLHAS DE PROBLEMAS DE MATEMÁTICA II CURSO DE ERGONOMIA PEDRO FREITAS

FOLHAS DE PROBLEMAS DE MATEMÁTICA II CURSO DE ERGONOMIA PEDRO FREITAS FOLHAS DE PROBLEMAS DE MATEMÁTICA II CURSO DE ERGONOMIA PEDRO FREITAS Maio 12, 2008 2 Contents 1. Complementos de Álgebra Linear 3 1.1. Determinantes 3 1.2. Valores e vectores próprios 5 2. Análise em

Leia mais

Material Teórico - Módulo Equações do Segundo Grau. Equações de Segundo Grau: outros resultados importantes. Nono Ano do Ensino Funcamental

Material Teórico - Módulo Equações do Segundo Grau. Equações de Segundo Grau: outros resultados importantes. Nono Ano do Ensino Funcamental Material Teórico - Módulo Equações do Segundo Grau Equações de Segundo Grau: outros resultados importantes Nono Ano do Ensino Funcamental Autor: Prof. Fabrício Siqueira Benevides Revisor: Prof. Antonio

Leia mais

(2008/2009) Espaços vectoriais. Matemática 1º Ano - 1º Semestre 2008/2009. Mafalda Johannsen

(2008/2009) Espaços vectoriais. Matemática 1º Ano - 1º Semestre 2008/2009. Mafalda Johannsen Espaços vectoriais Matemática 1º Ano 1º Semestre 2008/2009 Capítulos Características de um Espaço Vectorial Dimensão do Espaço Subespaço Vectorial Combinação Linear de Vectores Representação de Vectores

Leia mais

- identificar operadores ortogonais e unitários e conhecer as suas propriedades;

- identificar operadores ortogonais e unitários e conhecer as suas propriedades; DISCIPLINA: ELEMENTOS DE MATEMÁTICA AVANÇADA UNIDADE 3: ÁLGEBRA LINEAR. OPERADORES OBJETIVOS: Ao final desta unidade você deverá: - identificar operadores ortogonais e unitários e conhecer as suas propriedades;

Leia mais

Definição (6.1): Definimos equação diferencial como uma qualquer relação entre uma função e as suas derivadas.

Definição (6.1): Definimos equação diferencial como uma qualquer relação entre uma função e as suas derivadas. Capítulo 6 Definição (6.1): Definimos equação diferencial como uma qualquer relação entre uma função e as suas derivadas. Definição (6.2): Seja e uma função real incógnita definida num intervalo aberto.

Leia mais

1 A Equação Fundamental Áreas Primeiras definições Uma questão importante... 7

1 A Equação Fundamental Áreas Primeiras definições Uma questão importante... 7 Conteúdo 1 4 1.1- Áreas............................. 4 1.2 Primeiras definições...................... 6 1.3 - Uma questão importante.................. 7 1 EDA Aula 1 Objetivos Apresentar as equações diferenciais

Leia mais

Cálculo com expressões que envolvem radicais

Cálculo com expressões que envolvem radicais Escola Secundária de Aljustrel Material de apoio para o 11. o Ano Ano Lectivo 00/003 Cálculo com expressões que envolvem radicais José Paulo Coelho Abril de 003 ... Índice... 1 Radicais: definição e propriedades.

Leia mais

Elementos de Matemática Finita ( ) Exercícios resolvidos

Elementos de Matemática Finita ( ) Exercícios resolvidos Elementos de Matemática Finita (2016-2017) Exercícios resolvidos Ficha 3-2. Em que classes de congruência mod 8 estão os quadrados perfeitos? 4926834923 poderá ser a soma de dois quadrados perfeitos? Resolução:

Leia mais

Antiderivadas e Integrais Indefinidas

Antiderivadas e Integrais Indefinidas UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE SINOP FACULDADE DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLÓGICAS CURSO DE ENGENHARIA CIVIL DISCIPLINA: CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL I Antiderivadas e Integrais

Leia mais

Polinômio Mínimo e Operadores Nilpotentes

Polinômio Mínimo e Operadores Nilpotentes Capítulo 9 Polinômio Mínimo e Operadores Nilpotentes Curso: Licenciatura em Matemática Professor-autor: Danilo Felizardo Barboza Wilberclay Gonçalves Melo Disciplina: Álgebra Linear II Unidade II Aula

Leia mais

A Derivada. Derivadas Aula 16. Alexandre Nolasco de Carvalho Universidade de São Paulo São Carlos SP, Brazil

A Derivada. Derivadas Aula 16. Alexandre Nolasco de Carvalho Universidade de São Paulo São Carlos SP, Brazil Derivadas Aula 16 Alexandre Nolasco de Carvalho Universidade de São Paulo São Carlos SP, Brazil 04 de Abril de 2014 Primeiro Semestre de 2014 Turma 2014104 - Engenharia Mecânica A Derivada Seja x = f(t)

Leia mais

Lista 6: transformações lineares.

Lista 6: transformações lineares. Lista 6: transformações lineares. 1) Diga, justificando, quais das seguintes funções constituem transformações lineares. a) T : R 2 R 2 tal que T (x 1, x 2 ) = (x 1 + x 2, 3x 1 x 2 ) b) T : R 2 R 2 tal

Leia mais

Bases Matemáticas - Turma A3 1 a Avaliação (resolvida) - Prof. Armando Caputi

Bases Matemáticas - Turma A3 1 a Avaliação (resolvida) - Prof. Armando Caputi Bases Matemáticas - Turma A3 1 a Avaliação (resolvida) - Prof. Armando Caputi IMPORTANTE A resolução apresentada aqui vai além de um mero gabarito. Além de cumprir esse papel de referência para as respostas,

Leia mais

UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA PROGRAMA DE EDUCAÇÃO TUTORIAL APOSTILA DE CÁLCULO. Realização:

UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA PROGRAMA DE EDUCAÇÃO TUTORIAL APOSTILA DE CÁLCULO. Realização: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA PROGRAMA DE EDUCAÇÃO TUTORIAL APOSTILA DE CÁLCULO Realização: Fortaleza, Fevereiro/2010 1. LIMITES 1.1. Definição Geral Se os valores de f(x) puderem

Leia mais

Álgebra Linear. Determinantes, Valores e Vectores Próprios. Jorge Orestes Cerdeira Instituto Superior de Agronomia

Álgebra Linear. Determinantes, Valores e Vectores Próprios. Jorge Orestes Cerdeira Instituto Superior de Agronomia Álgebra Linear Determinantes, Valores e Vectores Próprios Jorge Orestes Cerdeira Instituto Superior de Agronomia - 200 - ISA/UTL Álgebra Linear 200/ 2 Conteúdo Determinantes 5 2 Valores e vectores próprios

Leia mais

Matrizes Semelhantes e Matrizes Diagonalizáveis

Matrizes Semelhantes e Matrizes Diagonalizáveis Diagonalização Matrizes Semelhantes e Matrizes Diagonalizáveis Nosso objetivo neste capítulo é estudar aquelas transformações lineares de R n para as quais existe pelo menos uma base em que elas são representadas

Leia mais

Equações Diferenciais Ordinárias de Ordem Superior a Um

Equações Diferenciais Ordinárias de Ordem Superior a Um Capítulo 2 Equações Diferenciais Ordinárias de Ordem Superior a Um 2.1 EDOs lineares homogéneas de ordem dois. Redução de ordem. Exercício 2.1.1 As seguintes equações diferenciais de 2 a ordem podem ser

Leia mais

ALGA I. Bases, coordenadas e dimensão

ALGA I. Bases, coordenadas e dimensão Módulo 5 ALGA I. Bases, coordenadas e dimensão Contents 5.1 Bases, coordenadas e dimensão............. 58 5.2 Cálculos com coordenadas. Problemas......... 65 5.3 Mudanças de base e de coordenadas..........

Leia mais

Matrizes de uma aplicação linear relativamente a referenciais diferentes

Matrizes de uma aplicação linear relativamente a referenciais diferentes 5 a : aula (h) 8/0/00 Representação matricial de uma apl linear (/) 5- Instituto Superior Técnico 00/ o semestre Álgebra Linear o ano das Lics em Engenharia Informática e de Computadores Matrizes de uma

Leia mais

Provas. As notas da primeira e segunda prova já foram digitadas no Minha UFMG. Caso você não veja sua nota, entre em contato com o professor.

Provas. As notas da primeira e segunda prova já foram digitadas no Minha UFMG. Caso você não veja sua nota, entre em contato com o professor. Provas As notas da primeira e segunda prova já foram digitadas no Minha UFMG. Caso você não veja sua nota, entre em contato com o professor. Terceira prova. Sábado, 15/junho, 10:00-12:00 horas, ICEx. Diagonalização

Leia mais

Aula 12. Ângulo entre duas retas no espaço. Definição 1. O ângulo (r1, r2 ) entre duas retas r1 e r2 se define da seguinte maneira:

Aula 12. Ângulo entre duas retas no espaço. Definição 1. O ângulo (r1, r2 ) entre duas retas r1 e r2 se define da seguinte maneira: Aula 1 1. Ângulo entre duas retas no espaço Definição 1 O ângulo (r1, r ) entre duas retas r1 e r se define da seguinte maneira: (r1, r ) 0o se r1 e r são coincidentes, Se as retas são concorrentes, isto

Leia mais

Respostas Aula 1 (POTI) = Produtos Notáveis

Respostas Aula 1 (POTI) = Produtos Notáveis Respostas Aula 1 (POTI) = Produtos Notáveis 01. CPM 010. Alternativa B. (a b) +(a+b) a (a+b) (a b) (a+b) = a ab+b +a +ab+b a b a +ab+b a +b = ab+b = b b (a+b) = b a+b 0. Ora: (x + xy + y ) = (x + y) =

Leia mais

Álgebra Linear Exercícios Resolvidos

Álgebra Linear Exercícios Resolvidos Álgebra Linear Exercícios Resolvidos Agosto de 001 Sumário 1 Exercícios Resolvidos Uma Revisão 5 Mais Exercícios Resolvidos Sobre Transformações Lineares 13 3 4 SUMA RIO Capítulo 1 Exercícios Resolvidos

Leia mais

Frações Parciais e Crescimento Logístico

Frações Parciais e Crescimento Logístico UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE SINOP FACULDADE DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLÓGICAS CURSO DE ENGENHARIA CIVIL DISCIPLINA: CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL I Frações Parciais e

Leia mais

INTEGRAÇÃO DE FUNÇÕES RACIONAIS

INTEGRAÇÃO DE FUNÇÕES RACIONAIS Cálculo Volume Dois - 40 INTEGRAÇÃO DE FUNÇÕES RACIONAIS Quando uma função racional da forma N()/D() for tal que o grau do polinômio do numerador for maior do que o do denominador, podemos obter sua integral

Leia mais

CDI-II. Resumo das Aulas Teóricas (Semana 5) 1 Extremos de Funções Escalares. Exemplos

CDI-II. Resumo das Aulas Teóricas (Semana 5) 1 Extremos de Funções Escalares. Exemplos Instituto Superior Técnico Departamento de Matemática Secção de Álgebra e Análise Prof. Gabriel Pires CDI-II Resumo das Aulas Teóricas (Semana 5) 1 Etremos de Funções Escalares. Eemplos Nos eemplos seguintes

Leia mais

Resolvendo Integrais pelo Método de

Resolvendo Integrais pelo Método de Capítulo Resolvendo Integrais pelo Método de Substituição. Métodos da substituição em integrais indefinidas O teorema fundamental do cálculo permite que se resolva rapidamente a integral b a f(x) dx, desde

Leia mais

A forma canônica de Jordan

A forma canônica de Jordan A forma canônica de Jordan 1 Matrizes e espaços vetoriais Definição: Sejam A e B matrizes quadradas de orden n sobre um corpo arbitrário X. Dizemos que A é semelhante a B em X (A B) se existe uma matriz

Leia mais

Derivadas. Derivadas. ( e )

Derivadas. Derivadas. ( e ) Derivadas (24-03-2009 e 31-03-2009) Recta Tangente Seja C uma curva de equação y = f(x). Para determinar a recta tangente a C no ponto P de coordenadas (a,f(a)), i.e, P(a, f(a)), começamos por considerar

Leia mais

Técnicas de. Integração

Técnicas de. Integração Técnicas de Capítulo 7 Integração TÉCNICAS DE INTEGRAÇÃO 7.4 Integração de Funções Racionais por Frações Parciais Nessa seção, vamos aprender como integrar funções racionais reduzindo-as a uma soma de

Leia mais

Determinantes. det A 6 ( 4) a a a. a a a. det A a a a. a a a

Determinantes. det A 6 ( 4) a a a. a a a. det A a a a. a a a Determinantes 1 Introdução Até agora nós estudamos vários tipos de matrizes e suas mais diversas ordens Em especial, vimos a matriz quadrada, que tinha o mesmo número de linhas e colunas Toda matriz quadrada

Leia mais

MAT 1202 ÁLGEBRA LINEAR II SUBESPACCOS FUNDAMENTAIS E TRANSF. LINEARES 23/08/12 Profs. Christine e Pedro

MAT 1202 ÁLGEBRA LINEAR II SUBESPACCOS FUNDAMENTAIS E TRANSF. LINEARES 23/08/12 Profs. Christine e Pedro MAT 1202 ÁLGEBRA LINEAR II 2012.2 SUBESPACCOS FUNDAMENTAIS E TRANSF. LINEARES 23/08/12 Profs. Christine e Pedro 1. Subespaços Fundamentais de uma Matriz (1.1) Definição. Seja A uma matriz retangular m

Leia mais

Teorema de Green Curvas Simples Fechadas e Integral de

Teorema de Green Curvas Simples Fechadas e Integral de Cálculo III Departamento de Matemática - ICEx - UFMG Marcelo Terra Cunha Teorema de Green Agora chegamos a mais um teorema da família do Teorema Fundamental do Cálculo, mas dessa vez envolvendo integral

Leia mais

AULA 4: EQUIVALÊNCIA DE TAXAS

AULA 4: EQUIVALÊNCIA DE TAXAS MATEMÁTICA FINANCEIRA PROF. ELISSON DE ANDRADE Blog: www.profelisson.com.br AULA 4: EQUIVALÊNCIA DE TAXAS Exercícios resolvidos e comentados Proibida reprodução e/ou venda não autorizada. REVISÃO: COMO

Leia mais

Objetivos. em termos de produtos internos de vetores.

Objetivos. em termos de produtos internos de vetores. Aula 5 Produto interno - Aplicações MÓDULO 1 - AULA 5 Objetivos Calcular áreas de paralelogramos e triângulos. Calcular a distância de um ponto a uma reta e entre duas retas. Determinar as bissetrizes

Leia mais

Lista de exercícios 7 Independência Linear.

Lista de exercícios 7 Independência Linear. Universidade Federal do Paraná semestre 6. Algebra Linear Olivier Brahic Lista de exercícios 7 Independência Linear. Exercício : Determine se os seguintes vetores são linearmente independentes em R : (

Leia mais

Faculdade de Engenharia Optimização. Prof. Doutor Engº Jorge Nhambiu

Faculdade de Engenharia Optimização. Prof. Doutor Engº Jorge Nhambiu Programação Não Linear Aula 7: Programação Não-Linear - Funções de Várias variáveis Vector Gradiente; Matriz Hessiana; Conveidade de Funções e de Conjuntos; Condições óptimas de funções irrestritas; Método

Leia mais

Instituto Superior Técnico Departamento de Matemática Última actualização: 3/Dez/2003 ÁLGEBRA LINEAR A

Instituto Superior Técnico Departamento de Matemática Última actualização: 3/Dez/2003 ÁLGEBRA LINEAR A Instituto uperior Técnico Departamento de Matemática ecção de Álgebra e Análise Última actualização: 3/Dez/2003 ÁLGEBRA LINEAR A REVIÃO DA PARTE IV Parte IV - Diagonalização Conceitos: valor próprio, vector

Leia mais

13 Fórmula de Taylor

13 Fórmula de Taylor 13 Quando estudamos a diferencial vimos que poderíamos calcular o valor aproimado de uma função usando a sua reta tangente. Isto pode ser feito encontrandose a equação da reta tangente a uma função y =

Leia mais

Capítulo Diferenciabilidade de uma função

Capítulo Diferenciabilidade de uma função Cálculo - Capítulo.6 - Diferenciabilidade de uma função 1 Capítulo.6 - Diferenciabilidade de uma função.6.1 - Introdução.6.4 - Diferenciabilidade e continuidade.6. - Diferenciabilidade.6.5 - Generalização

Leia mais

Substituição Simples.

Substituição Simples. MÓDULO - AULA 17 Aula 17 Técnicas de Integração Substituição Simples. Objetivo Mostrar como usar a técnica de integração chamada substituição simples. Motivação - O Teorema Fundamental, mais uma vez...

Leia mais

Os números reais. Capítulo O conjunto I

Os números reais. Capítulo O conjunto I Capítulo 4 Os números reais De todos os conjuntos numéricos que estudamos agora, a transição de um para outro sempre era construída de forma elementar A passagem do conjunto dos números racionais aos reais

Leia mais

por Partes Objetivo Dividir para conquistar! Aprender a técnica de integração por partes.

por Partes Objetivo Dividir para conquistar! Aprender a técnica de integração por partes. MÓDULO 2 - AULA 9 Aula 9 Técnicas de Integração Integração por Partes Objetivo Aprender a técnica de integração por partes. Dividir para conquistar! Júlio César Nas duas últimas aulas, você aprendeu a

Leia mais

Teoremas e Propriedades Operatórias

Teoremas e Propriedades Operatórias Capítulo 10 Teoremas e Propriedades Operatórias Como vimos no capítulo anterior, mesmo que nossa habilidade no cálculo de ites seja bastante boa, utilizar diretamente a definição para calcular derivadas

Leia mais

Pode-se mostrar que da matriz A, pode-se tomar pelo menos uma submatriz quadrada de ordem dois cujo determinante é diferente de zero. Então P(A) = P(A

Pode-se mostrar que da matriz A, pode-se tomar pelo menos uma submatriz quadrada de ordem dois cujo determinante é diferente de zero. Então P(A) = P(A MATEMÁTICA PARA ADMINISTRADORES AULA 03: ÁLGEBRA LINEAR E SISTEMAS DE EQUAÇÕES LINEARES TÓPICO 02: SISTEMA DE EQUAÇÕES LINEARES Considere o sistema linear de m equações e n incógnitas: O sistema S pode

Leia mais

Aula 1 Autovetores e Autovalores de Matrizes Aula 2 Autovetores e Autovalores de Matrizes Casos Especiais 17

Aula 1 Autovetores e Autovalores de Matrizes Aula 2 Autovetores e Autovalores de Matrizes Casos Especiais 17 Sumário Aula 1 Autovetores e Autovalores de Matrizes.......... 8 Aula 2 Autovetores e Autovalores de Matrizes Casos Especiais 17 Aula 3 Polinômio Característico................. 25 Aula 4 Cálculo de Autovalores

Leia mais

Esmeralda Sousa Dias. (a) (b) (c) Figura 1: Ajuste de curvas a um conjunto de pontos

Esmeralda Sousa Dias. (a) (b) (c) Figura 1: Ajuste de curvas a um conjunto de pontos Mínimos quadrados Esmeralda Sousa Dias É frequente ser necessário determinar uma curva bem ajustada a um conjunto de dados obtidos experimentalmente. Por exemplo, suponha que como resultado de uma certa

Leia mais

PARTE 10 REGRA DA CADEIA

PARTE 10 REGRA DA CADEIA PARTE 10 REGRA DA CADEIA 10.1 Introdução Em Cálculo 1A, quando queríamos derivar a função h(x = (x 2 3x + 2 37, fazíamos uso da regra da cadeia, que é uma das mais importantes regras de derivação e nos

Leia mais

Derivadas Parciais Capítulo 14

Derivadas Parciais Capítulo 14 Derivadas Parciais Capítulo 14 DERIVADAS PARCIAIS Como vimos no Capítulo 4, no Volume I, um dos principais usos da derivada ordinária é na determinação dos valores máximo e mínimo. DERIVADAS PARCIAIS 14.7

Leia mais

Dízimas e intervalos encaixados.

Dízimas e intervalos encaixados. Dízimas e intervalos encaixados. Recorde que uma dízima com n casas decimais é um número racional da forma a 0.a a 2...a n = a 0 + a 0 + a 2 0 2 + + a n n 0 n = a j 0 j em que a 0,a,...,a n são inteiros

Leia mais

Integrais. ( e 12/ )

Integrais. ( e 12/ ) Integrais (21-04-2009 e 12/19-05-2009) Já estudámos a determinação da derivada de uma função. Revertamos agora o processo de derivação, isto é, suponhamos que nos é dada uma função F e que pretendemos

Leia mais

Geometria Analítica II - Aula 4 82

Geometria Analítica II - Aula 4 82 Geometria Analítica II - Aula 4 8 IM-UFF K. Frensel - J. Delgado Aula 5 Esferas Iniciaremos o nosso estudo sobre superfícies com a esfera, que já nos é familiar. A esfera S de centro no ponto A e raio

Leia mais

1 Definição de uma equação diferencial linear de ordem n

1 Definição de uma equação diferencial linear de ordem n Equações diferenciais lineares de ordem superior 1 1 Definição de uma equação diferencial linear de ordem n Equação diferencial linear de ordem n é uma equação da forma: a n (x) dn y dx n + a n 1(x) dn

Leia mais

Aula: Equações diferenciais lineares de ordem superior

Aula: Equações diferenciais lineares de ordem superior Aula: Equações diferenciais lineares de ordem superior Profa. Ariane Piovezan Entringer DMA - UFV Problema de Valor Inicial - EDO de ordem n Problema de Valor Inicial - EDO de ordem n a n (x) d n y dx

Leia mais

Derivada de ordem n. Equação da recta tangente e da recta normal. Polinómio de Taylor

Derivada de ordem n. Equação da recta tangente e da recta normal. Polinómio de Taylor Equação da recta tangente e da recta normal Como já vimos este ano a equação de uma recta na forma reduzida édadapor y y 0 = m(x x 0 ) Também sabemos que o declive da recta tangente ao gráfico de f no

Leia mais

Sistemas de equações lineares

Sistemas de equações lineares ALGA- / - Sistemas de Equações Lineares Sistemas de equações lineares Introdução Uma equação linear nas incógnitas ou variáveis x ; x ; :::; x n é uma expressão da forma: a x + a x + ::: + a n x n = b

Leia mais

EQUAÇÕES DIFERENCIAIS ORDINÁRIAS - Lista I

EQUAÇÕES DIFERENCIAIS ORDINÁRIAS - Lista I EQUAÇÕES DIFERENCIAIS ORDINÁRIAS - Lista I 1. Desenhe um campo de direções para a equação diferencial dada. Determine o comportamento de y quando t +. Se esse comportamento depender do valor inicial de

Leia mais

Aula 5 - Produto Vetorial

Aula 5 - Produto Vetorial Aula 5 - Produto Vetorial Antes de iniciar o conceito de produto vetorial, precisamos recordar como se calculam os determinantes. Mas o que é um Determinante? Determinante é uma função matricial que associa

Leia mais

Material Teórico - Módulo de Geometria Anaĺıtica 2. Áreas de Poĺıgonos. Terceiro Ano - Médio

Material Teórico - Módulo de Geometria Anaĺıtica 2. Áreas de Poĺıgonos. Terceiro Ano - Médio Material Teórico - Módulo de Geometria naĺıtica Áreas de Poĺıgonos Terceiro no - Médio utor: Prof ngelo Papa Neto Revisor: Prof ntonio Caminha M Neto 1 Área de um triângulo Na aula Equação da Reta Módulo

Leia mais

a = bq + r e 0 r < b.

a = bq + r e 0 r < b. 1 Aritmética dos Inteiros 1.1 Lema da Divisão e o Algoritmo de Euclides Recorde-se que a, o módulo ou valor absoluto de a, designa a se a N a = a se a / N Dados a, b, c Z denotamos por a b : a divide b

Leia mais

O problema da velocidade instantânea

O problema da velocidade instantânea Universidade de Brasília Departamento de Matemática Cálculo O problema da velocidade instantânea Supona que um carro move-se com velocidade constante e igual a 60 km/. Se no instante t = 0 ele estava no

Leia mais

ANÁLISE MATEMÁTICA IV FICHA SUPLEMENTAR 3. Determine a solução geral da seguinte equação diferencial: dy. dt + et y = 0 ẏ

ANÁLISE MATEMÁTICA IV FICHA SUPLEMENTAR 3. Determine a solução geral da seguinte equação diferencial: dy. dt + et y = 0 ẏ Instituto Superior Técnico Departamento de Matemática Secção de Álgebra e Análise ANÁLISE MATEMÁTICA IV FICHA SUPLEMENTAR 3 EQUAÇÕES DIFERENCIAIS ESCALARES DE PRIMEIRA ORDEM Equações Lineares Homogéneas

Leia mais

Integração por partes

Integração por partes Universidade de Brasília Departamento de Matemática Cálculo 1 Integração por partes Vimos nos textos anteriores que a técnica de mudança de variáveis é muito útil no cálculo de algumas primitivas. Porém,

Leia mais

Notas em Álgebra Linear

Notas em Álgebra Linear Notas em Álgebra Linear 1 Pedro Rafael Lopes Fernandes Definições básicas Uma equação linear, nas variáveis é uma equação que pode ser escrita na forma: onde e os coeficientes são números reais ou complexos,

Leia mais

Da figura, sendo a reta contendo e B tangente à curva no ponto tem-se: é a distância orientada PQ do ponto P ao ponto Q; enquanto que pois o triângulo

Da figura, sendo a reta contendo e B tangente à curva no ponto tem-se: é a distância orientada PQ do ponto P ao ponto Q; enquanto que pois o triângulo CÁLCULO DIFERENCIAL INTEGRAL AULA 09: INTEGRAL INDEFINIDA E APLICAÇÕES TÓPICO 01: INTEGRAL INDEFINIDA E FÓRMULAS DE INTEGRAÇÃO Como foi visto no tópico 2 da aula 4 a derivada de uma função f representa

Leia mais

Universidade de Aveiro Departamento de Electrónica, Telecomunicações e Informática. Transformações 2D

Universidade de Aveiro Departamento de Electrónica, Telecomunicações e Informática. Transformações 2D Universidade de Aveiro Departamento de Electrónica, Telecomunicações e Informática Transformações 2D Computação Visual Beatriz Sousa Santos, Joaquim Madeira Transformações 2D Posicionar, orientar e escalar

Leia mais