Sistemas de Equações Diferenciais no Plano

Tamanho: px
Começar a partir da página:

Download "Sistemas de Equações Diferenciais no Plano"

Transcrição

1 Sistemas de Equações Diferenciais no Plano Sistemas autônomos Queremos estudar o comportamento das soluções do sistema escrito na seguinte forma: { = f(, y) y (1) = g(, y) onde = (t) e y = y(t). Tal sistema é chamado de sistema autônomo, ou seja, a variável independente t não aparece eplicitamente no lado direito das equações. Uma solução desse sistema possui a seguinte forma: ( ) (t) X(t) = (2) y(t) Além disso, podemos provar que: Lema 1: Se (t) e y(t), com a < t < b, é uma solução do sistema (1), então para qualquer número real k as funções também são soluções do sistema (1). 1 (t) = (t + k) e y 1 (t) = y(t + k) Demonstração: Aplicando a regra da cadeia temos 1 = (t + k) = f((t + k), y(t + k)) = f( 1, y 1 ) y 1 = y (t + k) = g((t + k), y(t + k)) = g( 1, y 1 ) Portanto, 1 e y 1 são soluções de (1), as quais estão definidas em a k < t < b k. O vetor solução X(t) nos diz como o ponto (, y) se move no plano-y de acordo com a variação do tempo t. O movimento do ponto (, y) determina uma curva, chamada de trajetória da solução X(t), como mostra a Figura 1. Observe que pelo Teorema de Eistência e Unicidade podemos concluir que: Lema 2: Por qualquer ponto do plano-y passa no máimo uma trajetória do sistema (1). Em outras palavras, duas trajetórias do sistema (1) não se interceptam. 1

2 y X(t) Figura 1: Trajetória da solução X(t) Demonstração: Considere duas trajetórias distintas C 1 e C 2 com um ponto em comum ( 0, y 0 ) e representadas, respectivamente, por ( 1, y 1 ) e ( 2, y 2 ). Sendo assim, eistem t 1 e t 2 tais que ( 1 (t 1 ), y 1 (t 1 )) = ( 0, y 0 ) ( 2 (t 2 ), y 2 (t 2 )) = ( 0, y 0 ) Pelo Teorema de Eistência e Unicidade temos que t 1 t 2, pois caso contrário a unicidade de soluções seria contrariada. Agora pelo Lema 1, temos que (t) = 1 (t + t 1 t 2 ) é uma solução do sistema (1). Agora observe que y(t) = y 1 (t + t 1 t 2 ) ou seja, ((t 2 ), y(t 2 )) = ( 1 (t 1 ), y 1 (t 1 )) = ( 0, y 0 ) ((t 2 ), y(t 2 )) = ( 0, y 0 ) ( 2 (t 2 ), y 2 (t 2 )) = ( 0, y 0 ) Portanto, pelo Teorema de Eistência e Unicidade temos que ((t), y(t)) = ( 2 (t), y 2 (t)) para todo t, pois caso contrário a unicidade de soluções seria contrariada. Logo, C 1 e C 2 devem ser a mesma trajetória. Também, podemos pensar na derivada de uma solução ( ) X (t) = (t) y (t) como representante do vetor velocidade do ponto (, y) que se move de acordo com a solução (2). Dessa forma, podemos interpretar geometricamente o sistema (1) como um 2

3 y Figura 2: Campo de Velocidades campo de velocidade onde para cada ponto ( 0, y 0 ) no plano-y esta associado um vetor velocidade tendo sua calda em ( 0, y 0 ), como mostra a Figura 2. Como uma solução do sistema (1) é um ponto movendo no plano-y temos que em cada ponto da sua trajetória, ele possui a velocidade descrita pelo campo de velocidades, como mostra a Figura 1. y X(t) Figura 3: Trajetória no campo de velocidades 3

4 Classificação de Sistemas Lineares Hiperbólicos no Plano Sistemas lineares autônomos Queremos estudar o comportamento das soluções do sistema linear escrito na seguinte forma: { = a + by y (3) = c + dy onde = (t) e y = y(t). Tal sistema é chamado de sistema autônomo, ou seja, a variável independente t não aparece eplicitamente no lado direito das equações. Podemos reescrever o sistema (3) na forma matricial, ou seja, X = AX onde [ a b A = c d ] e X = ( y ) Autovalores e Autovetores Como já foi estudado anteriormente, λ se diz um autovalor da matriz A = eiste um vetor não nulo v R 2 tal que [ a b c d ] se Av = λv (4) Neste caso, o vetor v é chamado de autovetor e podemos escrever a equação (4) como (A λi 2 )v = 0 (5) Como v = (0, 0) satisfaz a equação (4) para todo λ, estaremos interessados em v (0, 0) que satisfaça tal equação. Em outras palavras, a matriz A deve ser não inversível, ou seja, det(a λi 2 ) = 0 Calculando o referido determinante encontramos a equação do segundo grau a seguir, a qual é chamada de polinômio característico, λ 2 (a + d)λ + (ad bc) = 0 4

5 Observe que tr(a) = a + d e que o det(a) = ad bc, ou seja, o polinômio característico pode ser reescrito como λ 2 tr(a)λ + det(a) = 0 Além disso, observe que se λ 1 e λ 2 são raízes do polinômio característico, então λ 2 tr(a)λ + det(a) = (λ λ 1 )(λ λ 2 ) = λ 2 (λ 1 + λ 2 )λ + λ 1 λ 2 ou seja, tr(a) = λ 1 + λ 2 det(a) = λ 1 λ 2 Na sequência enuciaremos o próimo teorema o qual não demonstraremos. Teorema 3: Seja A uma matriz quadrada 2 2 e denote o discriminante da matriz A por: = [ tr(a) ] 2 4det(A) Sendo assim, eistem três possibilidades para os autovalores da matriz A, que podem ser descritas em termos do discriminante: a) Se > 0, então os autovalores são reais e distintos. b) Se < 0, então os autovalores são um par de compleos conjugados. c) Se = 0, então os autovalores são reais e iguais. Classificação dos sistemas lineares hiperbólicos no plano Definição 1: Seja o sistema X = AX, os pontos (, y) R 2 para os quais AX = são chamados de pontos de equilíbrio do sistema. Admitindo que det(a) 0, então A é inversível. Logo X = (0, 0) é o único ponto de equilíbrio do sistema X = AX. Definição 2: O sistema de equações diferenciais X = AX é um Poço se os autovalores da matriz A têm ambos parte real negativa. O sistema X = AX de equações diferenciais é uma Fonte se os autovalores da matriz A têm ambos parte real positiva e uma Sela se os autovalores da matriz A forem reais sendo um positivo e o outro negativo. Teorema 4: Se os autovalores de A tiverem parte real negativa, então a origem é um ponto de equilíbrio assimptoticamente estável para X = AX. Definição 3: O sistema X = AX de equações diferenciais diz-se hiperbólico se todos os autovalores de A têm parte real não nula. ( 0 0 ) 5

6 Sendo X = AX, podemos usar o determinante, o traço e o discriminante da matriz A para classificar os sistemas lineares hiperbólicos no plano, nas proimidades da origem. Vejamos: (1) det(a) = 0: A matriz A tem pelo menos um autovalor real igual a zero, sendo o sistema não hiperbólico. (2) det(a) < 0: A matriz A tem um autovalor positivo e outro negativo, sendo a origem, o ponto de equilíbrio, uma Sela como mostra a Figura 4. Por eemplo, considere o seguinte sistema X = [ ] X (6) Observe que det(a) = 8 < 0 e que os autovalores são λ 1 = 4 e λ 2 = 2. y v2 v1 Figura 4: Plano de fase do sistema (6) (3) det(a) > 0: A matriz A tem dois autovalores reais com o mesmo sinal ou um par de autovalores compleos conjugados. (a) det(a) > 0 e tr(a) = 0: Então os autovalores são compleos conjugados imaginários puros, sendo o sistema não hiperbólico. (b) det(a) > 0 e tr(a) < 0: Como o traço de A é a soma dos autovalores, se tr(a) é negativo obtemos um Poço. É o caso do sistema (7), onde det(a) = 2 > 0 e tr(a) = 3 e do sistema (8) onde det(a) = 26 > 0 e tr(a) = 2. X = X = [ [ ] X (7) ] X (8) 6

7 Os dois sistemas (7) e (8) distinguem-se analisando, de acordo com o Teorema 3, o discriminante = [ tr(a) ] 2 4 det(a). (*) > 0: Os autovalores da matriz A são reais distintos e ambos negativos, como é o caso do eemplo (7) em que = 1. Neste caso, temos um Nó (estável), como mostra a Figura 5. y v2 v1 Figura 5: Plano de fase do sistema (7) (*) < 0: É o caso de (8), em que = 100, sendo os autovalores compleos conjugados com parte real negativa. Assim, a origem designa-se por Poço espiral, como mostra a Figura 6. y Figura 6: Plano de fase do sistema (8) (*) = 0: Os autovalores de A são reais e iguais, sendo necessário analisar se a matriz é múltipla da identidade ou não. 7

8 A é multipla da identidade: Neste caso a origem é um Foco (estável), pois eistem dois autovetores linearmente independentes, como mostra a Figura 7. Este é o caso do eemplo (9) a seguir, onde temos que det(a) = 4, tr(a) = 4 e = 0, e os autovalores são λ 1 = λ 2 = 2. X = [ ] X (9) y v2 v1 Figura 7: Plano de fase do sistema (9) A não é multipla da identidade: Neste caso a origem é um Nó impróprio (estável), eistindo só um autovetor linearmente independente, como mostra a Figura 8. Este é o caso do eemplo (10) a seguir, onde temos que det(a) = 4, tr(a) = 4 e = 0, e os autovalores são λ 1 = λ 2 = 2. [ ] 1 1 X = X (10) 9 5 Note-se que em ambos os eemplos (9) e (10) se tem det(a) = 4, tr(a) = 4 e = 0. O que os distingue é o fato de A ser ou não múltipla da identidade. (c) tr(a) > 0: Neste caso a classificação é semelhante ao caso (b). A única diferença é que aqui os sistemas são instáveis. Os diagramas de fase são idênticos aos do (b), mas as setas estão invertidas. Sendo assim, se: (*) > 0: Os autovalores da matriz A são reais distintos e ambos positivos e, portanto, temos um Nó (instável). (*) < 0: Sendo os autovalores compleos conjugados com parte real positiva, a origem designa-se por Fonte espiral. (*) = 0: Os autovalores de A são reais e iguais, sendo necessário analisar se a matriz é múltipla da identidade ou não. 8

9 y v1 Figura 8: Plano de fase do sistema (10) A é multipla da identidade: Neste caso a origem é um Foco (instável). A não é multipla da identidade: Neste caso a origem é um Nó impróprio (instável). Esta classificação dos sistemas lineares hiperbólicos no plano pode ser resumida no seguinte (veja Figura 9): (1) det(a) = 0: Sistema não hiperbólico. (2) det(a) < 0: Ponto de Sela, pois os autovalores são reais de sinais contrários. (3) det(a) > 0: Dois autovalores reais de mesmo sinal ou um par de compleos conjugados. (a) tr(a) = 0: Sistema não hiperbólico, pois os autovalores são compleos imaginários puros. (b) tr(a) < 0: Autovalores com parte real negativa. (*) = 0: A é multipla de I 2 : Foco estável. A não é multipla de I 2 : Nó impróprio estável. (*) < 0: Espiral estável. (*) > 0: Nó estável. (c) tr(a) > 0: Autovalores com parte real positiva. (*) = 0: A é multipla de I 2 : Foco instável. A não é multipla de I 2 : Nó impróprio instável. (*) < 0: Espiral instável. (*) > 0: Nó instável. 9

10 Figura 9: Classificação de sistemas lineares hiperbólicos no plano em coordenadas (tr(a), det(a)). 10

11 Sistemas não-lineares Autônomos, Retrato de Fase, Ciclos Limite, Teorema de Poincaré-Bendison e Equações de Lienard Sistemas não-lineares autônomos e retrato de fase Queremos estudar o comportamento das soluções do sistema não-linear escrito na seguinte forma: { = f(, y) y (11) = g(, y) onde = (t) e y = y(t). Antes de pensarmos como desenhar o comportamento das soluções de um sistema da forma (11), precisamos primeiro pensar em pontos de equilíbrio, também chamados de pontos críticos ou pontos estacionários. Definição 4: Um ponto ( 0, y 0 ) é um ponto de equilíbrio para o sistema { = f(, y) y = g(, y) se { f(0, y 0 ) = 0 g( 0, y 0 ) = 0 Em outras palavras, para encontrarmos os pontos de equilíbrio do sistema acima, basta resolver o seguinte sistema { f(, y) = 0 g(, y) = 0 Estamos interessados aqui em discutir um sistema 2 2 autônomo de modo geral, ou seja, não-linear. Então suponhamos que o sistema (11) é não-linear. Para estudarmos este tipo de sistema podemos pensá-lo como um sistema linear da forma X 1 = AX 1 11

12 nas próimidades dos pontos de equilíbrio, ou seja, a linearização do sistema (11) em torno de ( 0, y 0 ). Em geral, e principalmente quando eistem vários pontos de equilíbrio ou quando as funções f(, y) e g(, y) não são simples, para encontrar o sistema linearizado, ou fazer a linearização do sistema, usamos a matriz Jacobiana dada por J(, y) = f(, y) f(, y) O resultado é que nas proimidades do ponto de equilíbrio ( 0, y 0 ), a linearização do sistema { = f(, y) y = g(, y) é 1 = y 1 = f(, y) f(, y) y 1 y 1 ou na forma matricial X 1 = AX 1 onde X 1 = ( 1 y 1 ) e A = J( 0, y 0 ) 12

13 Retrato de fase A seguir apresentamos um procedimento geral para desenhar, do ponto de vista qualitativo, as trajetórias de um sistema não-linear autônomo { = f(, y) y = g(, y) Em outras palavras, apresentamos um procedimento para esboçar o retrado de fase do sistema não-linear dado. 1. Encontre todos os pontos de equilíbrio resolvendo o seguinte sistema: { f(, y) = 0 g(, y) = 0 2. Para cada ponto de equilíbrio ( 0, y 0 ) encontre a matriz A do sitema linearizado, ou seja, aplique a matriz Jacobiana no ponto ( 0, y 0 ). f(, y) f(, y) ( 0, y 0 ) ( 0, y 0 ) A = J( 0, y 0 ) = ( 0, y 0 ) ( 0, y 0 ) 3. Determine o tipo geométrico de cada ponto de equilíbrio do sistema linearizado, ou seja, se são pontos de sela, nós ou espirais estáveis ou instáveis. 4. No plano-y, marque os pontos de equilíbrio e desenhe as trajetórias nas proimidades dos pontos de equilíbrio ( 0, y 0 ), incluindo a direção do movimento. 5. Finalmente, para finalizar o desenho, desenhe algumas trajetórias compatíveis com o comportamento das trajetórias que foram desenhadas no passo anterior. Se foi cometido algum erro na análise anterior em qualquer ponto de equilíbrio, ele vai aparecer agora. Em outras palavras, será impossível desenhar de forma plausível qualquer trajetória que complete o desenho. Eercício 1: Para cada sistema a seguir, a origem é claramente um ponto de equilíbrio. Dê o tipo, a estabilidade, e apresente o comportamento de algumas trajetórias (plano de fase) do sistema em torno de tal ponto. { { = y + y = y 2. 2 y 2 = 3 2y y y = 2y + 3 Eercício 2: Para cada sistema a seguir, encontre os pontos de equilíbrio de cada sistema, e faça o plano de fase em torno de cada ponto e adicione algumas trajetórias compatíveis com as as outras que você desenhou. 1. { = 1 y y = 2 y 2 2. { = 2 y y = 3y y 2y 2 13

14 Ciclos limite Até agora, nossa análise dos sistemas não-lineares no plano-y se resumiu em encontrar os pontos de equilíbrio do sistema e analizar as trajetórias nas proimidades de cada um destes pontos. Isto nos dá uma ideia de como as outras trajetórias se comportam, pelo menos aquelas que passar nas proimidades dos pontos de equilíbrio. Uma outra possibilidade importante, a qual pode influenciar no comportamento das trajetórias é se uma destas trajetórias for uma curva fechada C. Se isto acontecer, a solução associada X(t) será geometricamente determinada por um ponto que vai e volta sobre a curva C com um certo período T. Isto é, a solução X(t) = ((t), y(t)) será um par de funções periódicas com período T, ou seja, (t + T ) = (t) e y(t + T ) = y(t), para todo t Se tal curva (trajetória) fechada eistir, as trajetórias nas suas proimidades devem se comportar de maneira parecida com C. Assim temos as seguintes possibilidades: nas proimidades de C as curvas podem ser espirais se aproimnando de C, elas podem ser espirais se afatando de C, ou elas podem ser também curvas fechadas, como mostra a figura a seguir. Se o último caso não acontece, ou seja, a curva C é uma curva isolada, então C é chamada de ciclo limite, o qual pode ser estável, instável ou semi-estável, respectivamente, se as curvas espirais se aproimam de C, ou se afastam de C, ou ambas. C C C C Ciclo limite estavel Ciclo limite instavel Ciclo limite semi estavel Neutro Centro estavel Figura 10: Classificação dos ciclos limite O ciclo limite mais importante é o ciclo limite estável, onde nas suas proimidades as curvas (trajetórias) espirais aproimam de C de ambos os lados. Processos periódicos na natureza podem frequentemente ser representados como ciclos limite estáveis, assim eiste um grande interesse em encontrar tais trajetórias se elas eistem. Infelizmente, pouco se sabe sobre como fazer isto, ou como mostrar que um sistema não possui ciclos limite. 14

15 Eistência de ciclos limite A principal ferramenta que vem sendo historicamente usada para mostrar que sistemas da forma { = f(, y) y (12) = g(, y) possui ciclo limite estável é o seguinte: Teorema 5 [Teorema de Poincaré-Bendison]: Suponha que R é uma região finita do plano entre duas curvas simples fechada D 1 e D 2, e que F é campo de velocidades para o sistema (12). Se (i) se em cada pode de D 1 e D 2, o campo F aponta para o interior da região R, e (ii) R não contém nenhum ponto de equilíbrio, então o sistema (12) possui uma trajetória fechada (ciclo limite) contido em R. Não daremos uma demonstração formal deste teorema, mas de certa forma tal teorema é intuitivo. De fato, se começarmos em uma das curvas de contorno D 1 ou D 2, a solução entrará na região R, pois, os vetores velocidades apontar para o interior de R. De acordo com o avançar do tempo, a solução não pode nunca deiar R, pois quando a solução se aproima de uma de contorno, tentando sair de R, os vetores velocidade sempre apontam para dentro de R, forçando a solução a ficar dentro de R. Desde que a solução não pode sair de R, a única coisa que a solução pode fazer quando t é ou se aproimar de um ponto de equilíbrio - mas não eiste nenhum em R por hipótese - ou se aproimar em forma de espiral em direção a uma trajetória fechada. Logo, eiste uma trajetória fechada (ciclo limite) em R, o qual não pode ser instável, ou seja, pode ser qualquer uma das outras três possibilidades. D1 D2 Figura 11: Teorema de Poincaré-Bendison 15

16 Não-Eistência de ciclos limite Vejamos agora o outro lado da moeda. Aqui apresentamos dois resultados que são usados para mostrar que um ciclo limite não eiste. f(, y) Teorema 6 [Critério de Bendison]: Se e R a qual é simplesmente conea (isto é, sem buracos), e são contínuas em uma região f(, y) + 0 em todo ponto de R, então o sistema { = f(, y) y = g(, y) não possui trajetórias fechadas dentro de R, ou seja, não possui ciclos limite. Demonstração: Suponhamos por contradição que eiste um ciclo limite C em R. Denote por S o interior da curva fechada C. Vamos calcular a integral de linha no sentido positivo (o interior da curva C fica sempre à esquerda), ou seja, vamos aplicar o Teorema de Green no plano, que é: ( f f(, y)dy g(, y)d = + g ) ddy C Observe que o lado direito da igualdade é diferente de zero por hipótese. podemos obter d f(, y) = ou f(, y)dy = g(, y)d dy g(, y) S Do sitema Logo, a integral do lado esquerdo da igualdade anterior deve ser igual a zero, o que nos leva a uma contradição. Note que o teorema não nos leva a concluir nada se f(, y) + = 0 Eemplo 1: O sistema { = + y 2 y = 2 y 2 possui ciclos limite? Solução: Observe que (, y) f(, y) f(, y) = 1 e + = 1 3y 2 < 0. Portanto, pelo Critério de Bendison, o sistema não possui ciclos limite. = 3y 2. Sendo assim, para todo 16

17 { = Eemplo 2: O sistema 2 + y y = 2 y 3 possui ciclos limite? Solução: Observe que f(, y) = 2 e = 2y. Portanto, f(, y) + = 2 2y = 0 se, e somente se, = y. y =y? Sem ciclo limite Sem ciclo limite Figura 12: Teorema de Poincaré-Bendison Como vimos antes, o teorema de Poincaré-Bendison diz que qualquer trajetória descrita por um sistema não-linear que entra ou está contida e nunca sai de uma região fechada e limitada sem a eistência de um estado de equilíbrio, é um ciclo limite ou está se aproimando de um. Considerando uma região S delimitada pelo ciclo limite, sem a eclusão de pontos de equilíbrio, pode-se concluir a partir o teorema de Poincaré-Bendison que uma condição necessária para eistência de um ciclo limite é que N = S + 1 onde N é o número de espirais, nós ou centros, e S é o número de pontos de sela. Como corolário do teorema de Poincaré-Bendison temos o seguinte: 17

18 Teorema 7 [Critério do Ponto de Equilíbrio]: Um ciclo limite envolve pelo menos um ponto de equilíbrio. Demonstração: Se S = 0, então N = 1. Ou seja, um ciclo limite envolve necessariamente pelo menos um ponto de equilíbrio. Note que de acordo com esse critério, se uma região R do plano não contém pontos de equilíbrios, então R não contém ciclos limite. Eemplo 3: Olhando novamente o Eemplo 2, vemos que 2 + y para todo (, y), ou seja, o sistema não possui pontos de equilíbrio. Portanto, o sistema não possui ciclos limite. Eemplo 4: Para quais valores de a e d o sitema fechadas? { = a + by y = c + dy possui trajetórias Solução: É fácil verificar que Pelo critério de Bendison, f(, y) = a e = d. f(, y) + = a + d 0 implica a não eistência de trajetórias fechadas. Se a+d = 0 o critério de Bendison não nos diz nada. Então, o que acontece se a+d = 0? Como o sistema dado é linear podemos escrever sua equação característica que é Agora assumindo que a + d = 0, temos que: λ 2 (a + d)λ + (ad bc) = 0 1. se ad bc < 0 então os autovalores serão reais distintos, como sinas opostos, e o sistema é um ponto de sela. 2. se ad bc > 0 então os autovalores são compleos, imaginários puros, e o sistema é um centro, os quais são trajetórias fechadas. Portanto, o sistema possui trajetórias fechadas se, e somente se, a + d = 0 e ad bc > 0. Eercício 3: Considere sistema { = y + (1 2 y 2 ) y = + y(1 2 y 2 ). 1. Mostre que o ponto (0, 0) é o único ponto de equilíbrio do sistema. (Sugestão: mostre que se (, y) é um ponto de equilíbrio não nulo, então y = e derive uma contradição) y 2. Mostre que (cos(t), sen(t)) é uma solução do sistema e que ela é periódica. Qual é a sua trajetória? 18

19 Eercício 4: Mostre que cada um dos sistemas a seguir não possui trajetórias fechadas na região R, que é todo o plano-y, eceto o terceiro no qual a região R é considerada como a região do plano-y onde < 1. No quarto, encontre as condições que as seis constantes devem satisfazer para o sistema não possuir trajetórias fechadas no plano-y. { { = y 3 = 2 + y = y y y 2 y = 2 y 2 { { = y 2 = a + b y cy + dy 2 = 1 + y y = e + f 2 2by + cy 2 Equação de Lienard A Equação de Lienard é dada por + f() + g() = 0. As equações de Lienard modelam o sistema físico de um circuito elétrico RLC, ou seja, um circuito elétrico consistindo de um resistor (R), um indutor (L), e um capacitor (C), conectados em série ou em paralelo. Fazendo y = + F (), onde f() = F () podemos reescrever a Equação de Lienard como o sistema de primeira ordem { = y F () y = g() o qual é chamado de Sistema de Lienard. O Teorema de Poincaré-Bendison é usualmente utilizado para estabelecer a eistência de trajetórias fechadas de certos sistemas. Um problema muito mais delicado é determinar o número eato de ciclos limite de um certo sistema ou de uma certa classe de sistemas dependendo de parâmetros. Em 1928, Lienard provou que, para F e g satisfazendo certas condições, o sistema de Lienard possui um único ciclo limite, como podemos ver no teorema a seguir. Teorema 8 [Teorema de Lienard]: Suponhamos que (1) as funções F e g são de classe C 1 em R, ou seja, possui derivada primeira contínua; (2) as funções F e g são ímpares, ou seja, F ( ) = F () e g( ) = g(); (3) g() > 0 para todo 0; (4) F (0) < 0; (5) F possui zeros somente em 0 e em = ±a, com a R; (6) F é monótona crescente para infinito para a, quando. Então o sistema de Lienard (13) tem eatamente um ciclo limite o qual é estável. 19 (13)

20 Omitiremos a prova deste teorema, pois, além de ser longa é difícil e requer conhecimentos em análise. Eemplo 5: Considere a equação de van der Pol + k( 2 1) + = 0 a qual é um caso particular da Equação de Lienard. Observe que ( ) 3 F () = k 3 e g() =. De fato, F () = k( 2 1). Portanto, o sistema de Lienard, neste caso, é dado por ( ) 3 = y k 3 y = Solução: Claramente as funções F e g são ímpares e de classe C 1 em R. Além do mais, g() = 2 > 0 para todo 0. Temos também que F (0) = 1 < 0 Além disso, F (0) = 0 e para a = ± 3 temos que F (a) = 0. Para 3 F é monótona e cresce para o infinito quando. Assim, as hipóteses do Teorema de Lienard são satisfeitas para estas funções e, portanto, para todo k > 0, a equação de van der Pol dada anteriormente tem um único ciclo limite estável. Eercício 5: Suponha que as funções F e g no sistema (13) sejam dadas por F () = e g() = e vefique se tais funções satisfazem as condições do Teorema de Lineard. Eercício 6: Mostre que o sistema de Lienard { = y y = v() u()y não possui soluções periódicas (trajetórias fechadas) se acontece uma das seguintes: 1. u() > 0 para todo. 2. v() > 0 para todo. 20

21 O sistema presa-predador: o modelo Lotka-Volterra Suponhamos que representa a densidade da presa e que y representa a densidade do predador. Sendo assim temos o seguinte sistema de equações presa-predador de Lotka- Volterra: { = a by onde r, a, c e d são constantes positivas e: 1. a: taa de crescimentos de presas; y = cy + dy 2. b : taa de mortalidade das presas devido a interação da presa com o predador; 3. c: taa de mortalidade de predadores; 4. d: taa de conversão de biomassa de presas capturadas em predadores. Além disso, o termo a implica que as presas crescerão de modo eponencial na ausência de predadores. Por sua vez, o segundo termo da primeira equação, by, está relacionado à redução das presas por ação dos predadores. Na segunda equação, o termo cy indica que a população de predadores decai eponencialmente na ausência de presas, e dy indica que a perda de presas leva à produção de novos predadores. Eercício 7: Encontre os pontos de equilíbrio do sistema de equações presa-predador de Lotka-Volterra: { = + y y = y y 21

Sistemas de EDOs: Respostas, Soluções e Dicas para os Problemas

Sistemas de EDOs: Respostas, Soluções e Dicas para os Problemas Sistemas de EDOs: Respostas, Soluções e Dicas para os Problemas ) a) (t) = e t (t) = e t b) c) (t) = e t ( cos t + sin t) (t) = e t cos t (t) = + 9t (t) = 6t ) Substitua (t) e (t) na equação e resolva

Leia mais

Retratos de Fase de Sistemas Lineares Homogêneos 2 2

Retratos de Fase de Sistemas Lineares Homogêneos 2 2 Retratos de Fase de Sistemas Lineares Homogêneos 2 2 Reginaldo J Santos Departamento de Matemática-ICE Universidade Federal de Minas Gerais http://wwwmatufmgbr/~regi 2 de novembro de 20 2 Eemplo Considere

Leia mais

1 Equações Diferenciais Ordinárias: Sistemas de Equações

1 Equações Diferenciais Ordinárias: Sistemas de Equações Equações Diferenciais Ordinárias: Sistemas de Equações O sistema geral de duas equações diferenciais pode ser escrito como: ẋ = F x,y,t ẏ = Gx,y,t Uma Solução de é um par x t e y t de funções de t tais

Leia mais

Exercício: Identifique e faça um esboço do conjunto solução da. 3x xy + y 2 + 2x 2 3y = 0

Exercício: Identifique e faça um esboço do conjunto solução da. 3x xy + y 2 + 2x 2 3y = 0 Motivação Exercício: Identifique e faça um esboço do conjunto solução da equação 3x 2 + 2 3xy + y 2 + 2x 2 3y = 0 Motivação Exercício: Identifique e faça um esboço do conjunto solução da equação 3x 2 +

Leia mais

Capítulo 4 ESPAÇO DE ESTADOS. 1

Capítulo 4 ESPAÇO DE ESTADOS. 1 Capítulo 4 EPAÇO DE ETADO FCTUC/MEngBiomedica/MCPF/DBF/2007/@ADC Eemplo No modelo do músculo da rã suspenso (Cap. 3) obteve-se a equação diferencial de 2ª ordem My+ B y+ Ky = u B y Pode-se reduzir a duas

Leia mais

Forma Canônica de Matrizes 2 2

Forma Canônica de Matrizes 2 2 Forma Canônica de Matrizes Slvie Olison Kamphorst Departamento de Matemática - ICE - UFMG Versão. - Novembro 5 a b Seja A c d induzida por A uma matriz real e seja T a transformação operador linear de

Leia mais

Sistemas Dinâmicos. Ferramentas e Aplicações

Sistemas Dinâmicos. Ferramentas e Aplicações Sistemas Dinâmicos Ferramentas e Aplicações y()= 3 Discreto 4 Discreto 5 Contínuo 6 Contínuo 7 8 9 Campos: modelos espaço-temporais 0 Sistemas Lineares Este sistema é linear? u(t) S y(t)=s(u) 3 4 Sistemas

Leia mais

13 Fórmula de Taylor

13 Fórmula de Taylor 13 Quando estudamos a diferencial vimos que poderíamos calcular o valor aproimado de uma função usando a sua reta tangente. Isto pode ser feito encontrandose a equação da reta tangente a uma função y =

Leia mais

1 Diagonalização de Matrizes 2 2. Sistemas de Equações Diferenciais Lineares

1 Diagonalização de Matrizes 2 2. Sistemas de Equações Diferenciais Lineares Diagonalização de Matrizes e Sistemas de Equações Diferenciais Lineares Reginaldo J Santos Departamento de Matemática-ICE Universidade Federal de Minas Gerais http://wwwmatufmgbr/~regi 3 de setembro de

Leia mais

GABARITO P MAT1154. PUC Que Pariu!

GABARITO P MAT1154. PUC Que Pariu! GABARITO P2 2012.2 - MAT1154 PUC Que Pariu! Questão 1: a Utilizaremos cálculo funcional para calcularmos A n : A n = α n A + β n Isto é válido se e somente se: λ n = α n.λ + β n I nλ n 1 = α n Onde λ é

Leia mais

MAT2458 ÁLGEBRA LINEAR PARA ENGENHARIA II 2 a Prova - 2 o semestre de T ( p(x) ) = p(x + 1) p(x), (a) 8, (b) 5, (c) 0, (d) 3, (e) 4.

MAT2458 ÁLGEBRA LINEAR PARA ENGENHARIA II 2 a Prova - 2 o semestre de T ( p(x) ) = p(x + 1) p(x), (a) 8, (b) 5, (c) 0, (d) 3, (e) 4. MAT2458 ÁLGEBRA LINEAR PARA ENGENHARIA II 2 a Prova - 2 o semestre de 218 Q1. Considere a transformação linear T : P 3 (R) P 2 (R), dada por T ( p(x) ) = p(x + 1) p(x), para todo p(x) P 3 (R), e seja A

Leia mais

Lista 3 Prof. Diego Marcon

Lista 3 Prof. Diego Marcon Lista 3 Prof. Diego Marcon Métodos Aplicados de Matemática I 9 de Maio de 7 Lista de eercícios referente ao restante da primeira área da nossa disciplina: Equações lineares de ordem mais alta Sistemas

Leia mais

CÁLCULO I. Apresentar e aplicar a Regra de L'Hospital.

CÁLCULO I. Apresentar e aplicar a Regra de L'Hospital. CÁLCULO I Prof. Edilson Neri Júnior Prof. André Almeida Aula n o : Limites Innitos e no Innito. Assíntotas. Regra de L'Hospital Objetivos da Aula Denir ite no innito e ites innitos; Apresentar alguns tipos

Leia mais

Álgebra Linear I - Lista 11. Autovalores e autovetores. Respostas. 1) Calcule os autovalores e autovetores das matrizes abaixo.

Álgebra Linear I - Lista 11. Autovalores e autovetores. Respostas. 1) Calcule os autovalores e autovetores das matrizes abaixo. Álgebra Linear I - Lista 11 Autovalores e autovetores Respostas 1 Calcule os autovalores e autovetores das matrizes abaixo. (a ( 4 1 1, (b ( 1 1, (c ( 5 6 3 4, (d 1 1 3 1 6 6, (e 3 5 1, (f 1 1 1 1 1 1

Leia mais

Limites: Noção intuitiva e geométrica

Limites: Noção intuitiva e geométrica Eemplo : f : R {} R, f sen a Gráfico de f b Ampliação do gráfico de f perto da origem Limites: Noção intuitiva e geométrica f Apesar de f não estar definida em, faz sentido questionar o que acontece com

Leia mais

Modelagem em Sistemas Complexos

Modelagem em Sistemas Complexos Modelagem em Sistemas Complexos Bifurcação local de campos vetoriais Marcone C. Pereira Escola de Artes, Ciências e Humanidades Universidade de São Paulo São Paulo - Brasil Abril de 2012 Nesta aula discutiremos

Leia mais

Modelos Biomatemáticos - aulas Teórico-Práticas

Modelos Biomatemáticos - aulas Teórico-Práticas Modelos Biomatemáticos - aulas Teórico-Práticas 5/6 Capítulo Nulclinas, equilíbrios e campos vectoriais. Determine as nulclinas e os equilíbrios dos seguintes sistemas de equações diferenciais = a) = =

Leia mais

Módulo 1 Limites. 1. Introdução

Módulo 1 Limites. 1. Introdução Módulo 1 Limites 1. Introdução Nesta disciplina você vai estudar o cálculo diferencial e integral e suas aplicações em diversos problemas relacionados à Economia. O conceito de limite é conceito mais básico

Leia mais

(b) A não será diagonalizável sobre C e A será diagonalizável sobre R se, e

(b) A não será diagonalizável sobre C e A será diagonalizável sobre R se, e Q1. Sejam A M 6 (R) uma matriz real e T : R 6 R 6 o operador linear tal que [T ] can = A, em que can denota a base canônica de R 6. Se o polinômio característico de T for então poderemos afirmar que: p

Leia mais

Estabilidade Interna. 1. Estabilidade Interna. 2. Análise de Estabilidade Segundo Lyapunov. 3. Teorema de Lyapunov

Estabilidade Interna. 1. Estabilidade Interna. 2. Análise de Estabilidade Segundo Lyapunov. 3. Teorema de Lyapunov Estabilidade Interna 1. Estabilidade Interna 2. Análise de Estabilidade Segundo Lyapunov 3. Teorema de Lyapunov 4. Teorema de Lyapunov Caso Discreto pag.1 Teoria de Sistemas Lineares Aula 13 Estabilidade

Leia mais

CÁLCULO I. 1 Aproximações Lineares. Objetivos da Aula. Aula n o 16: Aproximações Lineares e Diferenciais. Regra de L'Hôspital.

CÁLCULO I. 1 Aproximações Lineares. Objetivos da Aula. Aula n o 16: Aproximações Lineares e Diferenciais. Regra de L'Hôspital. CÁLCULO I Prof Marcos Diniz Prof André Almeida Prof Edilson Neri Júnior Prof Emerson Veiga Prof Tiago Coelho Aula n o 6: Aproimações Lineares e Diferenciais Regra de L'Hôspital Objetivos da Aula Denir

Leia mais

Provas. As notas da primeira e segunda prova já foram digitadas no Minha UFMG. Caso você não veja sua nota, entre em contato com o professor.

Provas. As notas da primeira e segunda prova já foram digitadas no Minha UFMG. Caso você não veja sua nota, entre em contato com o professor. Provas As notas da primeira e segunda prova já foram digitadas no Minha UFMG. Caso você não veja sua nota, entre em contato com o professor. Terceira prova. Sábado, 15/junho, 10:00-12:00 horas, ICEx. Diagonalização

Leia mais

A Segunda Derivada: Análise da Variação de Uma Função

A Segunda Derivada: Análise da Variação de Uma Função A Segunda Derivada: Análise da Variação de Uma Função Suponhamos que a função y = f() possua derivada em um segmento [a, b] do eio-. Os valores da derivada f () também dependem de, ou seja, a derivada

Leia mais

(versão preliminar) exceto possivelmente para x = a. Dizemos que o limite de f(x) quando x tende para x = a é um numero L, e escrevemos

(versão preliminar) exceto possivelmente para x = a. Dizemos que o limite de f(x) quando x tende para x = a é um numero L, e escrevemos LIMITE DE FUNÇÕES REAIS JOSÉ ANTÔNIO G. MIRANDA versão preinar). Revisão: Limite e Funções Continuas Definição Limite de Seqüências). Dizemos que uma seqüência de números reais n convergente para um número

Leia mais

Interbits SuperPro Web

Interbits SuperPro Web 1 (Ita 018) Uma progressão aritmética (a 1, a,, a n) satisfaz a propriedade: para cada n, a soma da progressão é igual a n 5n Nessas condições, o determinante da matriz a1 a a a4 a5 a 6 a a a 7 8 9 a)

Leia mais

Aula 16. Máximos e Mínimos Locais

Aula 16. Máximos e Mínimos Locais Aula 16 Máximos e Mínimos Locais Seja f, y) uma função de 2 variáveis diferenciável em R 2 (ou num domínio aberto). Para estudar a função f, y), começamos por identificar os pontos de Máximo local e Mínimo

Leia mais

INSTITUTO DE MATEMÁTICA E ESTATÍSTICA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

INSTITUTO DE MATEMÁTICA E ESTATÍSTICA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO INSTITUTO DE MATEMÁTICA E ESTATÍSTICA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO MAT-458 Álgebra Linear para Engenharia II Terceira Lista de Eercícios - Professor: Equipe da Disciplina EXERCÍCIOS 1. Seja V um espaço vetorial

Leia mais

Modelos Biomatemáticos

Modelos Biomatemáticos Modelos Biomatemáticos Alessandro Margheri Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa Modelos Biomatemáticos p. 1 Até agora... Modelo de Lotka-Volterra para a competição entre duas espécies: ( x =

Leia mais

Unidade 5 Diferenciação Incremento e taxa média de variação

Unidade 5 Diferenciação Incremento e taxa média de variação Unidade 5 Diferenciação Incremento e taa média de variação Consideremos uma função f dada por y f ( ) Quando varia de um valor inicial de para um valor final de, temos o incremento em O símbolo matemático

Leia mais

NOTAS DE AULA. Cláudio Martins Mendes

NOTAS DE AULA. Cláudio Martins Mendes NOTAS DE AULA TRANSFORMAÇÕES Cláudio Martins Mendes Segundo Semestre de 2005 Sumário 1 Transformações 2 1.1 Transformações................................... 2 1.1.1 Campos Vetoriais..............................

Leia mais

EES-20: Sistemas de Controle II

EES-20: Sistemas de Controle II EES-: Sistemas de Controle II 14 Agosto 17 1 / 49 Recapitulando: Estabilidade interna assintótica Modelo no espaço de estados: Equação de estado: ẋ = Ax + Bu Equação de saída: y = Cx + Du Diz-se que o

Leia mais

SMA333 8a. Lista - séries de Taylor 07/06/2013

SMA333 8a. Lista - séries de Taylor 07/06/2013 SMA333 8a Lista - séries de Taylor 7/6/213 Definição Para qualquer n = 1, 2, 3,, se uma função f tiver todas as derivadas até ordem n em algum intervalo contendo a como ponto interior, então o polinômio

Leia mais

Álgebra Linear I - Aula Autovetores e autovalores de uma transformação

Álgebra Linear I - Aula Autovetores e autovalores de uma transformação Álgebra Linear I - Aula 18 1. Autovalores e autovetores. 2. Cálculo dos autovetores e autovalores. Polinômio característico. Roteiro 1 Autovetores e autovalores de uma transformação linear Considere uma

Leia mais

G3 de Álgebra Linear I

G3 de Álgebra Linear I G3 de Álgebra Linear I 11.1 Gabarito 1) Seja A : R 3 R 3 uma transformação linear cuja matriz na base canônica é 4 [A] = 4. 4 (a) Determine todos os autovalores de A. (b) Determine, se possível, uma forma

Leia mais

A (u + iv) = (a + ib) (u + iv) = (au bv) + i (av + bu).

A (u + iv) = (a + ib) (u + iv) = (au bv) + i (av + bu). DICAS E RESPOSTAS DA LISTA DE EXERCÍCIOS 4 EDO II - MAP 036 PROF: PEDRO T P LOPES WWWIMEUSPBR/ PPLOPES/EDO Os exercícios a seguir foram selecionados dos livros dos autores Claus Doering-Artur Lopes e Jorge

Leia mais

Capítulo 5 COMPORTAMENTO DOS SISTEMAS NÃO LINEARES E CAÓTICOS. 1

Capítulo 5 COMPORTAMENTO DOS SISTEMAS NÃO LINEARES E CAÓTICOS. 1 Capítulo 5 COMPORTAMENTO DOS SISTEMAS NÃO LINEARES E CAÓTICOS FCTUC/MEngBiomedica/MCPF/DSBF/7/@ADC y y y y v y Estados de equilíbrio de sistemas lineares ' = - + u u = y ' = - y + u ' = v v ' = - (k +

Leia mais

LIMITE. Para uma melhor compreensão de limite, vamos considerar a função f dada por =

LIMITE. Para uma melhor compreensão de limite, vamos considerar a função f dada por = LIMITE Aparentemente, a idéia de se aproimar o máimo possível de um ponto ou valor, sem nunca alcançá-lo, é algo estranho. Mas, conceitos do tipo ite são usados com bastante freqüência. A produtividade

Leia mais

Álgebra Linear I - Lista 12. Matrizes semelhantes. Diagonalização. Respostas

Álgebra Linear I - Lista 12. Matrizes semelhantes. Diagonalização. Respostas Álgebra Linear I - Lista 12 Matrizes semelhantes. Diagonalização Respostas 1) Determine quais das matrizes a seguir são diagonalizáveis. Nos caso afirmativos encontre uma base de autovetores e uma forma

Leia mais

Introdução às Equações Diferenciais e Ordinárias

Introdução às Equações Diferenciais e Ordinárias Introdução às Equações Diferenciais e Ordinárias - 017. Lista - EDOs lineares de ordem superior e sistemas de EDOs de primeira ordem 1 São dadas trincas de funções que são, em cada caso, soluções de alguma

Leia mais

Matrizes Semelhantes e Matrizes Diagonalizáveis

Matrizes Semelhantes e Matrizes Diagonalizáveis Diagonalização Matrizes Semelhantes e Matrizes Diagonalizáveis Nosso objetivo neste capítulo é estudar aquelas transformações lineares de R n para as quais existe pelo menos uma base em que elas são representadas

Leia mais

ESPAÇO DE ESTADOS. Capítulo 4. Objectivos do capítulo. Espaço de estados Plano de fase Estabilidade. Sistemas não lineares.

ESPAÇO DE ESTADOS. Capítulo 4. Objectivos do capítulo. Espaço de estados Plano de fase Estabilidade. Sistemas não lineares. Capítulo 4 EPAÇO DE ETADO Objectivos do capítulo Espaço de estados Plano de fase Estabilidade valores próprios istemas não lineares linearização Indice 4. Exemplos 4. Caso Geral 4.3 Plano de fase 4.4 Resolução

Leia mais

CAP. 2 ZEROS REAIS DE FUNÇÕES REAIS

CAP. 2 ZEROS REAIS DE FUNÇÕES REAIS 5 CAP. ZEROS REAIS DE FUNÇÕES REAIS OBJETIVO: Estudo de métodos iterativos para resolução de equações não lineares. DEFINIÇÃO : Um nº real é um zero da função f() ou raiz da equação f() = 0 se f( )=0.

Leia mais

Álgebra Linear - 2 a lista de exercícios Prof. - Juliana Coelho

Álgebra Linear - 2 a lista de exercícios Prof. - Juliana Coelho Álgebra Linear - 2 a lista de exercícios Prof. - Juliana Coelho 1 - Verifique que os conjuntos V abaixo com as operações dadas não são espaços vetoriais explicitando a falha em alguma das propriedades.

Leia mais

Derivadas e suas Aplicações

Derivadas e suas Aplicações Capítulo 4 Derivadas e suas Aplicações Ao final deste capítulo você deverá: Compreender taa média de variação; Enunciar a definição de derivada de uma função interpretar seu significado geométrico; Calcular

Leia mais

Aula 1 Autovetores e Autovalores de Matrizes Aula 2 Autovetores e Autovalores de Matrizes Casos Especiais 17

Aula 1 Autovetores e Autovalores de Matrizes Aula 2 Autovetores e Autovalores de Matrizes Casos Especiais 17 Sumário Aula 1 Autovetores e Autovalores de Matrizes.......... 8 Aula 2 Autovetores e Autovalores de Matrizes Casos Especiais 17 Aula 3 Polinômio Característico................. 25 Aula 4 Cálculo de Autovalores

Leia mais

Universidade Federal Fluminense. Matemática I. Professora Maria Emilia Neves Cardoso

Universidade Federal Fluminense. Matemática I. Professora Maria Emilia Neves Cardoso Universidade Federal Fluminense Matemática I Professora Maria Emilia Neves Cardoso Notas de Aula / º semestre de Capítulo : Limite de uma função real O conceito de ite é o ponto de partida para definir

Leia mais

Álgebra Linear I - Aula 20

Álgebra Linear I - Aula 20 Álgebra Linear I - Aula 20 1 Matrizes diagonalizáveis Exemplos 2 Forma diagonal de uma matriz diagonalizável 1 Matrizes diagonalizáveis Exemplos Lembramos que matriz quadrada a 1,1 a 1,2 a 1,n a 2,1 a

Leia mais

AUTOVALORES E AUTOVETORES

AUTOVALORES E AUTOVETORES AUTOVALORES E AUTOVETORES Prof a Simone Aparecida Miloca Definição 1 Uma tranformação linear T : V V é chamada de operador linear. Definição Seja T : V V um operador linear. existirem vetores não-nulos

Leia mais

Material Teórico - Inequações Produto e Quociente de Primeiro Grau. Inequações Quociente. Primeiro Ano do Ensino Médio

Material Teórico - Inequações Produto e Quociente de Primeiro Grau. Inequações Quociente. Primeiro Ano do Ensino Médio Material Teórico - Inequações Produto e Quociente de Primeiro Grau Inequações Quociente Primeiro Ano do Ensino Médio Autor: Prof. Fabrício Siqueira Benevides Revisor: Prof. Antonio Caminha M. Neto 27 de

Leia mais

1 Auto vetores e autovalores

1 Auto vetores e autovalores Auto vetores e autovalores Os autovalores de uma matriz de uma matriz n n são os n números que resumem as propriedades essenciais daquela matriz. Como esses n números realmente caracterizam a matriz sendo

Leia mais

ÁLGEBRA LINEAR I - MAT0032

ÁLGEBRA LINEAR I - MAT0032 UNIVERSIDADE FEDERAL DA INTEGRAÇÃO LATINO-AMERICANA Instituto Latino-Americano de Ciências da Vida e Da Natureza Centro Interdisciplinar de Ciências da Natureza ÁLGEBRA LINEAR I - MAT0032 11 a Lista de

Leia mais

. (1) Se S é o espaço vetorial gerado pelos vetores 1 e,0,1

. (1) Se S é o espaço vetorial gerado pelos vetores 1 e,0,1 QUESTÕES ANPEC ÁLGEBRA LINEAR QUESTÃO 0 Assinale V (verdadeiro) ou F (falso): (0) Os vetores (,, ) (,,) e (, 0,) formam uma base de,, o espaço vetorial gerado por,, e,, passa pela origem na direção de,,

Leia mais

Sistemas de EDOs Lineares de Primeira Ordem

Sistemas de EDOs Lineares de Primeira Ordem L Sistemas de EDOs Lineares de Primeira Ordem Introdução O objetivo destas notas de aula é discutir e resolver sistemas de EDOs lineares onde há duas funções que queremos descobrir, todas elas funções

Leia mais

4 Cálculo Diferencial

4 Cálculo Diferencial 4 Cálculo Diferencial 1. (Eercício IV.1 de [1]) Calcule as derivadas das funções: a) tg, b) +cos 1 sen, c) e arctg, d) e log2, e) sen cos tg, f) 2 (1 + log ), g) cos(arcsen ) h) (log ), i) sen 2. 2. Derive:

Leia mais

3 a Avaliação Parcial - Álgebra Linear

3 a Avaliação Parcial - Álgebra Linear 3 a Avaliação Parcial - Álgebra Linear - 016.1 1. Considere a função T : R 3 R 3 dada por T(x, y, z) = (x y z, x y + z, x y z) e as bases de R 3 B = (1, 1, 1), (1, 0, 1), ( 1,, 0)} (a) Encontre [T] B B.

Leia mais

CÁLCULO NUMÉRICO. Profa. Dra. Yara de Souza Tadano

CÁLCULO NUMÉRICO. Profa. Dra. Yara de Souza Tadano CÁLCULO NUMÉRICO Profa. Dra. Yara de Souza Tadano yaratadano@utfpr.edu.br Aula 4 Zeros reais de funções Parte 1 Objetivo Determinar valores aproimados para as soluções (raízes) de equações da forma: f

Leia mais

Aula 3 Propriedades de limites. Limites laterais.

Aula 3 Propriedades de limites. Limites laterais. Propriedades de ites. Limites laterais. MÓDULO - AULA 3 Aula 3 Propriedades de ites. Limites laterais. Objetivos Estudar propriedades elementares de ites, tais como: soma, produto, quociente e confronto.

Leia mais

Na aula anterior vimos a noção de derivada de uma função. Suponha que uma variável y seja dada como uma função f de uma outra variável x,

Na aula anterior vimos a noção de derivada de uma função. Suponha que uma variável y seja dada como uma função f de uma outra variável x, Elementos de Cálculo Dierencial Na aula anterior vimos a noção de derivada de uma unção. Supona que uma variável y seja dada como uma unção de uma outra variável, y ( ). Por eemplo, a variável y pode ser

Leia mais

Polinômios e Funções Racionais

Polinômios e Funções Racionais Capítulo 7 Polinômios e Funções Racionais 7. Polinômios Ao iniciarmos nosso estudo sobre funções, consideramos o problema de construir uma caia sem tampa a partir de um pedaço quadrado de plástico maleável

Leia mais

Álgebra Linear I - Lista 10. Transfromações inversas. Matriz inversa. Respostas. c d a c. c d A = g h. e C = a c

Álgebra Linear I - Lista 10. Transfromações inversas. Matriz inversa. Respostas. c d a c. c d A = g h. e C = a c Álgebra Linear I - Lista 0 Transfromações inversas. Matriz inversa Respostas Estude se existe uma matriz A tal que ( ( a b b d A = c d a c para todos os valores de a, b, c e d. Resposta: Seja e dadas B

Leia mais

Controle Não Linear. CEFET/RJ Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca Rio de Janeiro

Controle Não Linear. CEFET/RJ Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca Rio de Janeiro Controle Não Linear CEFET/RJ Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca Rio de Janeiro 1 Fundamentos da Teoría de Lyapunov Dadas as características dos sistemas não-lineares características,

Leia mais

Controle Não LInear. CEFET/RJ Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca Rio de Janeiro

Controle Não LInear. CEFET/RJ Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca Rio de Janeiro Controle Não LInear CEFET/RJ Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca Rio de Janeiro 1 2. SISTEMAS DE 2ª ORDEM 2.1. INTRODUÇÃO 2.2. ANÁLISE QUALITATIVA DOS SISTEMAS LINEARES 2.2.1.

Leia mais

Acadêmico(a) Turma: Capítulo 7: Limites

Acadêmico(a) Turma: Capítulo 7: Limites Acadêmico(a) Turma: Capítulo 7: Limites 7.1. Noção Intuitiva de ite Considere a função f(), em que f() = 2 + 1. Para valores de que se aproima de 1, por valores maiores que 1 (Direita) e por valores menores

Leia mais

Funções ortogonais e problemas de Sturm-Liouville. Prof. Rodrigo M. S. de Oliveira UFPA / PPGEE

Funções ortogonais e problemas de Sturm-Liouville. Prof. Rodrigo M. S. de Oliveira UFPA / PPGEE Funções ortogonais e problemas de Sturm-Liouville Prof. Rodrigo M. S. de Oliveira UFPA / PPGEE Série de Fourier Soma de funções ortogonais entre si Perguntas: -existem outras bases ortogonais que podem

Leia mais

4 Cálculo Diferencial

4 Cálculo Diferencial 4 Cálculo Diferencial 1 (Eercício IV1 de [1]) Calcule as derivadas das funções: a) tg, b) +cos 1 sen, c) e arctg, d) e log, e) sen cos tg, f) (1 + log ), g) cos(arcsen ) h) (log ), i) sen Derive: a) arctg

Leia mais

Capítulo 5 COMPORTAMENTO DE SISTEMAS NÃO LINEARES. Equilibrio de sistemas lineares. 5.2 Sistemas Não Lineares

Capítulo 5 COMPORTAMENTO DE SISTEMAS NÃO LINEARES. Equilibrio de sistemas lineares. 5.2 Sistemas Não Lineares Capítulo 5 COMPORTAMENTO DE ITEMA NÃO LINEARE Indice 5. istemas Lineares Equilibrio de sistemas lineares 5. istemas Não Lineares Estabilidade Local Dependencia de condições iniciais 5.3 Linearização 5.4

Leia mais

Synergismus Scyentifica UTFPR. XIII ERMAC Mini Curso. Diferenciais

Synergismus Scyentifica UTFPR. XIII ERMAC Mini Curso. Diferenciais Synergismus Scyentifica UTFPR Mini Curso Aplicações da Álgebra Linear a Equações Diferenciais Gilson Tumelero Marieli Musial Colegiado de Matemática - FAFIUV Pato Branco, setembro de 2009 Sumário Introdução

Leia mais

Limites, derivadas e máximos e mínimos

Limites, derivadas e máximos e mínimos Limites, derivadas e máimos e mínimos Psicologia eperimental Definição lim a f ( ) b Eemplo: Seja f()=5-3. Mostre que o limite de f() quando tende a 1 é igual a 2. Propriedades dos Limites Se L, M, a,

Leia mais

Forma Canônica de Jordan para Operadores Lineares do Plano - Matrizes Reais 2 2

Forma Canônica de Jordan para Operadores Lineares do Plano - Matrizes Reais 2 2 Forma Canônica de Jordan para Operadores Lineares do Plano - Matrizes Reais Sylvie Olison Kamphorst Departamento de Matemática - ICE - UFMG Versão 5. - Agosto Resumo O Teorema da Forma Canônica de Jordan

Leia mais

Álgebra Linear I - Aula 19

Álgebra Linear I - Aula 19 Álgebra Linear I - Aula 19 1. Matrizes diagonalizáveis. 2. Matrizes diagonalizáveis. Exemplos. 3. Forma diagonal de uma matriz diagonalizável. 1 Matrizes diagonalizáveis Uma matriz quadrada T = a 1,1 a

Leia mais

Funções de Green. Prof. Rodrigo M. S. de Oliveira UFPA / PPGEE

Funções de Green. Prof. Rodrigo M. S. de Oliveira UFPA / PPGEE Funções de Green Prof. Rodrigo M. S. de Oliveira UFPA / PPGEE Funções de Green Suponha que queremos resolver a equação não-homogênea no intervalo a x b, onde f (x) é uma função conhecida. As condições

Leia mais

Autovetor e Autovalor de um Operador Linear

Autovetor e Autovalor de um Operador Linear Autovetor e Autovalor de um Operador Linear Definição Seja T : V V um operador linear. Um vetor v V, v 0, é dito um autovetor de T se existe um número real λ tal que T (v) = λv. O número real λ acima é

Leia mais

CONTINUIDADE DE FUNÇÕES REAIS DE UMA VARIÁVEL

CONTINUIDADE DE FUNÇÕES REAIS DE UMA VARIÁVEL BÁRBARA DENICOL DO AMARAL RODRIGUEZ CINTHYA MARIA SCHNEIDER MENEGHETTI CRISTIANA ANDRADE POFFAL CONTINUIDADE DE FUNÇÕES REAIS DE UMA VARIÁVEL a Edição Rio Grande Editora da FURG 206 Universidade Federal

Leia mais

Para ilustrar o conceito de limite, vamos supor que estejamos interessados em saber o que acontece à

Para ilustrar o conceito de limite, vamos supor que estejamos interessados em saber o que acontece à Limite I) Noção intuitiva de Limite Os limites aparecem em um grande número de situações da vida real: - O zero absoluto, por eemplo, a temperatura T C na qual toda a agitação molecular cessa, é a temperatura

Leia mais

UFRJ - Instituto de Matemática

UFRJ - Instituto de Matemática UFRJ - Instituto de Matemática Programa de Pós-Graduação em Ensino de Matemática www.pg.im.ufrj.br/pemat Mestrado em Ensino de Matemática Seleção 9 Etapa Questão. Determine se as afirmações abaio são verdadeiras

Leia mais

Matrizes e Linearidade

Matrizes e Linearidade Matrizes e Linearidade 1. Revisitando Matrizes 1.1. Traço, Simetria, Determinante 1.. Inversa. Sistema de Equações Lineares. Equação Característica.1. Autovalor & Autovetor 4. Polinômios Coprimos 5. Função

Leia mais

Espaços Euclidianos. Espaços R n. O conjunto R n é definido como o conjunto de todas as n-uplas ordenadas de números reais:

Espaços Euclidianos. Espaços R n. O conjunto R n é definido como o conjunto de todas as n-uplas ordenadas de números reais: Espaços Euclidianos Espaços R n O conjunto R n é definido como o conjunto de todas as n-uplas ordenadas de números reais: R n = {(x 1,..., x n ) : x 1,..., x n R}. R 1 é simplesmente o conjunto R dos números

Leia mais

Álgebra Linear I - Aula Forma diagonal de uma matriz diagonalizável

Álgebra Linear I - Aula Forma diagonal de uma matriz diagonalizável Álgebra Linear I - Aula 18 1 Forma diagonal de uma matriz diagonalizável 2 Matrizes ortogonais Roteiro 1 Forma diagonal de uma matriz diagonalizável Sejam A uma transformação linear diagonalizável, β =

Leia mais

CÁLCULO NUMÉRICO. Profa. Dra. Yara de Souza Tadano.

CÁLCULO NUMÉRICO. Profa. Dra. Yara de Souza Tadano. CÁLCULO NUMÉRICO Profa. Dra. Yara de Souza Tadano yaratadano@utfpr.edu.br Aula 4 09/2014 Zeros reais de funções Parte 1 Objetivo Determinar valores aproimados para as soluções (raízes) de equações da forma:

Leia mais

11. Ciclos limite e dinâmica populacional

11. Ciclos limite e dinâmica populacional 11. Ciclos limite e dinâmica populacional A aranha caranguejo é um predador que consegue mudar a sua cor para camuflar-se das suas presas. Na fotografia, uma aranha caranguejo, pousada numa flor, apanha

Leia mais

LTDA APES PROF. RANILDO LOPES SITE:

LTDA APES PROF. RANILDO LOPES SITE: Matemática Aplicada - https://ranildolopes.wordpress.com/ - Prof. Ranildo Lopes - FACET 1 Faculdade de Ciências e Tecnologia de Teresina Associação Piauiense de Ensino Superior LTDA APES PROF. RANILDO

Leia mais

FUNDAMENTOS DE CONTROLE - EEL 7531

FUNDAMENTOS DE CONTROLE - EEL 7531 14 de maio de 2015 Introdução a sistemas não-lineares Embora modelos lineares sejam muito usados, sistemas reais apresentam algum tipo de não-linearidade Em muitos casos a faixa de operação limitada faz

Leia mais

Sistemas de Equações Diferenciais Lineares

Sistemas de Equações Diferenciais Lineares Capítulo 9 Sistemas de Equações Diferenciais Lineares Agora, estamos interessados em estudar sistemas de equações diferenciais lineares de primeira ordem: Definição 36. Um sistema da linear da forma x

Leia mais

Exemplo 1. Consideremos a equação diferencial. y = x 2 + y 2. (1)

Exemplo 1. Consideremos a equação diferencial. y = x 2 + y 2. (1) Seção : Interpretação Geométrica Campo de Direções Definição. Dizemos que uma EDO de a ordem está em forma normal se y está isolado, ou seja, se a equação for da forma y = F(, y), onde F(, y) é uma função

Leia mais

ANÁLISE COMPLEXA E EQUAÇÕES DIFERENCIAIS. Apresente e justifique todos os cálculos

ANÁLISE COMPLEXA E EQUAÇÕES DIFERENCIAIS. Apresente e justifique todos os cálculos Instituto Superior Técnico Departamento de Matemática Secção de Álgebra e Análise ANÁLISE COMPLEXA E EQUAÇÕES DIFERENCIAIS TESTES DE RECUPERAÇÃO A - 6 DE JUNHO DE 9 - DAS H ÀS :3H Teste Apresente e justifique

Leia mais

Seção 9: EDO s lineares de 2 a ordem

Seção 9: EDO s lineares de 2 a ordem Seção 9: EDO s lineares de a ordem Equações Homogêneas Definição. Uma equação diferencial linear de segunda ordem é uma equação da forma onde fx, gx e rx são funções definidas em um intervalo. y + fx y

Leia mais

Exercícios sobre Polinômios

Exercícios sobre Polinômios uff Universidade Federal Fluminense Campus do Valonguinho Instituto de Matemática e Estatística Departamento de Matemática Aplicada - GMA Eercícios sobre Polinômios Prof Saponga Rua Mário Santos Braga

Leia mais

Mini-teste 1 (Licenciatura em Matemática) 12/01/2007 Duração: 15 mn (Sem consulta)

Mini-teste 1 (Licenciatura em Matemática) 12/01/2007 Duração: 15 mn (Sem consulta) Mini-teste 1 (Licenciatura em Matemática) 12/01/2007 1. O campo de direcções (na região rectangular [ 4, 4] [ 4, 4]) representado na figura 1 corresponde à equação diferencial Figure 1: y = t(1 y) ; y

Leia mais

A primeira coisa a fazer é saber quais são as equações das curvas quando elas já se encontram na melhor

A primeira coisa a fazer é saber quais são as equações das curvas quando elas já se encontram na melhor Identificação de Cônicas Uma equação do segundo grau ax + bxy + cy + dx + ey + f = 0 define de maneira implícita uma curva no plano xy: o conjunto dos pontos (x, y) que satisfazem a equação. Por exemplo,

Leia mais

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS (UFMG) ADÉLIO DANIEL DE SOUSA FREITAS

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS (UFMG) ADÉLIO DANIEL DE SOUSA FREITAS UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS (UFMG) ADÉLIO DANIEL DE SOUSA FREITAS O ESTUDO DA DIAGONALIZAÇÃO DE MATRIZES SIMETRICAS DE 2º ORDEM. BELO HORIZONTE 2012 ADÉLIO DANIEL DE SOUSA FREITAS O ESTUDO DA

Leia mais

Álgebra Linear I - Aula 22

Álgebra Linear I - Aula 22 Álgebra Linear I - Aula 1. Bases Ortonormais.. Matrizes Ortogonais. 3. Exemplos. 1 Bases Ortonormais Lembre que uma base β é ortogonal se está formada por vetores ortogonais entre si: para todo par de

Leia mais

Cálculo I (2015/1) IM UFRJ Lista 2: Limites e Continuidade Prof. Milton Lopes e Prof. Marco Cabral Versão Exercícios de Limite

Cálculo I (2015/1) IM UFRJ Lista 2: Limites e Continuidade Prof. Milton Lopes e Prof. Marco Cabral Versão Exercícios de Limite Eercícios de Limite. Eercícios de Fiação Cálculo I (05/) IM UFRJ Lista : Limites e Continuidade Prof. Milton Lopes e Prof. Marco Cabral Versão 30.03.05 Fi.: Considere o gráco de = f() esboçada no gráco

Leia mais

MATRIZES POSITIVAS DEFINIDAS

MATRIZES POSITIVAS DEFINIDAS MATRIZES POSITIVAS DEFINIDAS Álgebra Linear (MAT-27) Ronaldo Rodrigues Pelá IEFF-ITA 7 de novembro de 2011 Roteiro 1 2 3 Roteiro 1 2 3 Por que saber se uma matriz é definida positiva? Importância do sinal

Leia mais

CÁLCULO NUMÉRICO. Profa. Dra. Yara de Souza Tadano.

CÁLCULO NUMÉRICO. Profa. Dra. Yara de Souza Tadano. CÁLCULO NUMÉRICO Profa. Dra. Yara de Souza Tadano yaratadano@utfpr.edu.br Aula 4 Zeros reais de funções Parte 1 Objetivo Determinar valores aproimados para as soluções (raízes) de equações da forma: f

Leia mais

5.1 Noção de derivada. Interpretação geométrica de derivada.

5.1 Noção de derivada. Interpretação geométrica de derivada. Capítulo V Derivação 5 Noção de derivada Interpretação geométrica de derivada Seja uma unção real de variável real Deinição: Chama-se taa de variação média de uma unção entre os pontos a e b ao quociente:

Leia mais

ANÁLISE MATEMÁTICA 3 PARTE B

ANÁLISE MATEMÁTICA 3 PARTE B ANÁLISE MATEMÁTICA 3 PARTE B EQUAÇÕES DIFERENCIAIS Maria do Rosário de Pinho e Maria Margarida Ferreira Agosto 004 Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto Licenciatura em Engenharia Electrotécnica

Leia mais

Resolução do efólio B

Resolução do efólio B Resolução do efólio B Álgebra Linear I Código: 21002 I. Questões de escolha múltipla. Em cada questão de escolha múltipla apenas uma das afirmações a), b), c), d) é verdadeira. Indique-a marcando no quadrado

Leia mais

Algebra Linear. 1. Revisitando autovalores e autovetores. 2. Forma Diagonal e Forma de Jordan. 2.1 Autovalores distintos. 2.2 Autovalores complexos

Algebra Linear. 1. Revisitando autovalores e autovetores. 2. Forma Diagonal e Forma de Jordan. 2.1 Autovalores distintos. 2.2 Autovalores complexos Algebra Linear 1. Revisitando autovalores e autovetores 2. Forma Diagonal e Forma de Jordan 2.1 Autovalores distintos 2.2 Autovalores complexos 2.3 Nem todos autovalores distintos 3. Autovalores e autovetores

Leia mais