LEITE BOLETIM DO SETEMBRO

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1 BOLETIM DO LEITE Uma publicação do CEPEA ESALQ/USP Ano 23 nº 268 Setembro 2017 Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada ESALQ/USP SETEMBRO 2017

2 LEITE AO PRODUTOR Por Natália S. Grigol O Queda de 8 centavos no litro leva preço ao menor patamar desde abril/16 movimento de queda no preço do leite recebido por produtores, neste ano iniciado precocemente em junho, se intensifi cou em agosto. Segundo cálculos do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, na média Brasil (inclui BA, GO, MG, SP, PR, SC, RS), o preço líquido (que não considera frete nem impostos) recuou 8 centavos/litro (ou 6,38%) frente a julho, fechando a R$ 1,1555/litro. Este é o menor patamar, em termos reais, desde abril/16 (quando foi de R$ 1,1538/ litro) dados defl acionados pelo IPCA de agosto/17. Se comparado com agosto/16, a baixa é de 23,34%, também em termos reais. O recuo na cotação do leite no campo continua ocorrendo em razão da demanda enfraquecida por lácteos na ponta fi nal da cadeia. Uma vez que o consumo de lácteos está diretamente relacionado ao aumento da renda, o menor poder de compra do consumidor brasileiro segue desaquecendo o mercado. De acordo com pesquisas do Cepea que monitoram os preços dos lácteos negociados entre indústria e atacado no Brasil, promoções têm sido frequentes para tentar manter o fl uxo de vendas e evitar formação de estoques. Dessa forma, os preços do leite UHT e da muçarela, os derivados mais consumidos no País, se desvalorizaram 5,46% e 3,20% de julho para agosto, respectivamente (dados obtidos por meio da pesquisa diária de derivados, realizada pelo Cepea com o apoio fi nanceiro da Organização das Cooperativas do Brasil OCB e defl acionados pelo IPCA de agosto/17). Além do baixo consumo, o aumento da oferta também infl uenciou a diminuição dos preços no campo. A captação de leite pelas indústrias se elevou em 4,42% de junho para julho, de acordo com o Índice de Captação de Leite (ICAPL). Todos os estados, com exceção de Goiás, apresentaram alta, devido às condições climáticas não muito adversas e aos patamares atrativos dos preços da silagem, o que favorece a produção. Para setembro, 74,8% dos agentes consultados pelo Cepea (que representaram 76,9% do volume amostrado) continuam apostando em queda nos preços. Por outro lado, a parcela de colaboradores do Cepea que esperam alta se elevou, chegando a 13,8% (ou 19,4% do volume amostrado). Os que acreditam em estabilidade responderam por 11,4% da amostra (ou 3,7% do volume). Segundo pesquisadores do Cepea, os preços no campo nos próximos meses vão depender, principalmente, da demanda e das condições climáticas. O recuo da taxa de desemprego no trimestre terminado em junho, ainda que de apenas 0,2%, dá sinais de uma possível reação do consumo. De acordo com dados do IBGE, o mercado de trabalho vem se recuperando, mesmo que apoiado na geração de empregos informais. Já no que diz respeito às condições climáticas, o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) apontou águas mais frias no Oceano Pacífi co e a possibilidade de o fenômeno La Niña atingir o Brasil nos próximos meses. A ocorrência do fenômeno dependerá das correntes de vento daqui para frente. De acordo com as projeções EXPEDIENTE Equipe Leite: Natália Salaro Grigol Pesquisadora do Projeto Leite Equipe de Apoio: Wagner Hiroshi Yanaguizawa, Lucas Henrique Ribeiro, Maximilian Rizzardo, Aline Figueiró dos Santos, Aline Pires e Bianca Ferraz Teixeira Editora Executiva: Natália Salaro Grigol Pesquisadora do Projeto Leite Jornalista Responsável: Alessandra da Paz Mtb: Editores Científicos: Prof. Geraldo Sant Ana de Camargo Barros e Prof. Sergio De Zen do Inmet, se houver La Niña, as chuvas devem retornar mais tarde neste ano, apenas no fi nal de outubro, e com mais irregularidade. Para o pecuarista, a estiagem diminuiria a qualidade das pastagens e afetaria a produção. Ao mesmo tempo, para o agricultor, o plantio do milho é prejudicado, o que pode, consequentemente, infl uenciar na precifi cação da ração do gado, resultando em menor produção leiteira. Gráfico 1 ICAPL/Cepea Índice de Captação de Leite JULHO/17 (Base 100 = Junho/2004) Gráfico 2 Série de preços médios recebidos pelo produtor defl acionada pelo IPCA Impressão: Gráfi ca Riopedrense Editora Contato: (19) leicepea@usp.br Endereço para correspondência: Av. Centenário, 1080 Cep: Piracicaba/SP O Boletim do Leite pertence ao CEPEA Centro de Estudos Avançados Equipe Grãos: Lucilio Alves Pesquisador Projeto Grãos em Economia Aplicada ESALQ/USP Revisão: Equipe de Apoio: 2André Sanches, Débora Kelen Pereira da Silva, Bruna Sampaio Mtb: A reprodução de conteúdos publicados neste informativo é permitida Laís Rasera Ferreira, Ketlyn Accorsi, Isabela Rossi, Isabella Garcia e CEPEA Flávia CENTRO Gutierrez DE Mtb: ESTUDOS AVANÇADOS EM ECONOMIA desde que citados APLICADA os nomes dos ESALQ/USP autores, a fonte Boletim do Leite/Cepea Beatriz Massola Nádia Zanirato Mtb: e a devida data de publicação.

3 Tabela 1 Preços pagos pelos laticínios (brutos) e recebidos pelos produtores (líquido) em AGOSTO/17 referentes ao leite entregue em JULHO/17 1,4157 1,3309 1,3967 1,4109 1,2874 1,3889 1,3795 1,3629 1,3078 1,4192 1,3771 1,5575 1,4037 1,4665 1,4264 1,4129 1,4081 1,3422 1,7096 1,2369 1,4359 1,3315 1,3480 1,3360 1,3229 1,5164 1,4937 1,0669 1,0316 1,0394 1,0455 0,9188 1,0367 1,2060 1,1793 1,1783 1,1207 1,1827 1,0483 1,2856 1,3911 1,1433 1,1197 1,0299 1,0148 0,9471 0,9763 1,0564 1,0672 0,9849 1,0201 1,0809 1,0505 1,1376 1,2563 1,2367 1,2323 1,2428 1,1623 1,2335 1,3124 1,2917 1,2883 1,2412 1,2837 1,4175 1,3754 1,4263 1,3441 1,2680 1,3057 1,2034 1,3182 1,1277 1,2671 1,1783 1,1935 1,1872 1,2202 1,2146 1,2950 1,3041 1,2552 1,3015 1,3065 1,1497 1,2804 1,3465 1,2601 1,1632 1,2968 1,2751 1,4453 1,2922 1,3954 1,3355 1,2940 1,3104 1,1993 1,5817 1,1578 1,3233 1,2064 1,2312 1,2146 1,1954 1,3908 1,3490 1,0425 0,9618 1,0088 0,9493 0,7893 0,9361 1,1771 1,0806 1,0290 1,0050 1,0846 0,9347 1,2122 1,3238 1,0611 1,0028 0,9394 0,8792 0,8363 0,9031 0,9508 0,9313 0,8761 0,9001 0,9588 0,9353 1,0008 1,1298 1,1593 1,1274 1,1422 1,0274 1,1285 1,2810 1,1919 1,1437 1,1228 1,1842 1,3401 1,2469 1,3607 1,2593 1,1517 1,2094 1,0634 1,1990 1,0401 1,1570 1,0585 1,0800 1,0704 1,0950 1,0973 1,1553 dez/jan 7,15% 3,42% 6,73% 6,62% 7,97% 6,97% 2,41% 8,77% 2,98% 6,53% 6,30% 0,69% 4,30% 1,47% 4,07% 7,74% 7,53% 7,02% 6,00% 5,15% 6,84% 6,54% 6,90% 7,01% 0,52% 1,08% 0,39% dez/jan 8,15% 2,73% 6,91% 7,06% 9,37% 7,39% 2,42% 9,36% 3,22% 6,98% 6,67% 2,78% 4,80% 1,25% 4,14% 8,21% 7,78% 7,55% 6,30% 5,43% 7,21% 4,76% 6,16% 6,21% 0,57% 2,82% 0,78% LEITE AO PRODUTOR 1,4040 1,0764 1,2608 1,2974 0,9859 1,1555 6,25% 6,38% Tabela 2 Preços em estados que não estão incluídos na média Brasil RJ, MS, ES e CE 1,5288 1,3036 1,3591 1,3363 1,3680 1,2967 1,2308 1,2745 1,4435 1,4652 1,3818 1,3497 1,0972 1,2478 1,1201 0,9055 1,0982 1,0100 1,0747 1,0233 1,1756 1,1842 1,1800 1,1430 1,3232 1,2754 1,2463 1,2121 1,2325 1,1807 1,1289 1,1586 1,3301 1,4288 1,2450 1,2521 1,4409 1,0628 1,2587 1,1445 1,2053 1,1306 1,2241 1,2062 1,3991 1,3677 1,3481 1,2954 1,0194 1,0504 1,0324 0,7235 0,9416 0,8503 1,0684 0,9592 1,1372 1,0935 1,1516 1,0920 1,2411 1,0582 1,1531 1,0231 1,0729 1,0172 1,1222 1,1073 1,2882 1,3322 1,2149 1,1993 2,96% 4,78% 4,01% 6,78% 8,82% 8,68% 6,92% 8,26% 0,54% 0,90% 1,37% 1,15% 3,48% 4,91% 3,76% 9,72% 9,89% 10,35% 6,91% 6,39% 0,50% 1,43% 1,50% 1,25% MÉDIA GERAL 1,3993 1,0767 1,2580 1,2933 0,9863 1,1537 6,20% 2,94% 3

4 Por Wagner H. Yanaguizawa Poder de compra do produtor de SP diminui após oito meses de altas Com os custos de produção estáveis e os preços do leite recebidos pelos produtores em queda, o poder de compra do pecuarista paulista diminuiu, considerandose a maioria dos grupos de insumos acompanhados pelo Cepea, após oito meses de altas consecutivas. Os dados de agosto mostram que foi necessário produzir 589,3 litros de leite para comprar uma tonelada de ração com 22% de Proteína Bruta (PB). Na comparação com o mês anterior, a piora é de 4,3%. Em relação a dezembro de 2016, quando as quedas começaram, o recuo chega a 20,2%. O preço líquido médio do leite no fechamento de agosto foi de R$ 1,2593/litro no estado de São Paulo, baixa de 4,1% em relação ao mês anterior e de 4,9% se comparado a junho, período anterior ao início das quedas. Pecuaristas já esperam sucessivas quedas nas receitas para os próximos meses nos principais estados produtores, devido ao início da safra do leite. As baixas devem resultar em impactos negativos também para o poder de compra. CUSTOS E RECEITA As consecutivas elevações no poder de compra do pecuarista foram refl exo dos elevados patamares de preço do leite pago ao produtor e das safras recordes de milho e de soja, que reduziram de forma expressiva os valores dos concentrados. Assim, essa inversão no poder de compra ocorreu apenas no terceiro mês de recuo nas cotações do leite. 567,2 litros/tonelada 564,9 litros/tonelada 589,3 litros/tonelada Neste cenário, cabe ao produtor elaborar um planejamento estratégico, visando o melhor momento para compra de insumos, para, assim, maximizar as margens, em um período em que as receitas tendem a diminuir. 828,0 litros/tonelada 845,6 litros/tonelada 882,1 litros/tonelada 9,6 litros/frasco 50 ml 9,7 litros/frasco 50 ml 10,2 litros/frasco 50 ml 4,6 litros/frasco 10 ml 4,6 litros/frasco 10 ml 4,8 litros/frasco 10 ml Sal Mineral (130g de Fósforo) 63,4 litros/sc 25 kg 63,1 litros/sc 25 kg 65,8 litros/sc 25 kg 34,3 litros/litro de herbicida 34,0 litros/litro de herbicida 35,5 litros/litro de herbicida Nota: As relações de troca referemse ao estado de São Paulo. e CNA (2017) 4

5 Por Bianca F. Teixeira e Lucas H. Ribeiro Importação enfraquece e déficit da balança comercial recua 12% em agosto O défi cit da balança comercial de lácteos diminuiu 12% entre julho e agosto e fechou com saldo negativo de US$ 41,07 milhões. As importações do setor totalizaram US$ 48,26 milhões no oitavo mês do ano, recuo de 10,17% frente ao mês anterior; enquanto as exportações aumentaram 3,05%, com US$ 7,19 milhões em embarques, de acordo com dados da Secex. No acumulado do ano, entre janeiro e agosto, o défi cit da balança comercial de lácteos foi de US$ 876 milhões, defasagem 17% menor que o mesmo período do ano passado. O resultado está atrelado aos menores volumes importados em 2017, na comparação com o ano passado, devido à demanda enfraquecida do mercado doméstico e à maior produção de leite no campo. Em termos de quantidade, foram internalizados pelo Brasil 103,74 milhões de litros em equivalenteleite de derivados lácteos, queda de 11,16% frente a julho. O menor volume adquirido neste mês devese, principalmente, à redução nas compras de leites em pó e manteiga, que caíram 19,43% e 25,94%, respectivamente. Houve diminuição de vendas nos principais países exportadores de leite em pó ao Brasil, à Argentina e ao Uruguai. Os queijos, por sua vez, tiveram aumento de 6,95% no volume importado em relação ao mês anterior, entrando no Brasil 35,8 milhões de litros em equivalente leite. Já em relação às exportações, houve leve alta de 0,25% de julho para agosto, totalizando 7,08 milhões de litros de equivalenteleite. O leite condensado e os queijos foram os principais lácteos exportados pelo Brasil, correspondendo a 60,06% e a 29,08%, respectivamente, do total de lácteos vendido pelo País em agosto. No acumulado de janeiro a agosto de 2017, o Brasil vendeu 32,42 milhões de litros de leite condensado em equivalente leite, o que corresponde a US$ 31,23 milhões e representa 36,09% da receita total dos lácteos exportados no período. O volume é 42,56% maior que o total embarcado no mesmo intervalo de O preço médio do leite condensado exportado também se elevou. No acumulado de janeiro a agosto, o valor médio de venda do produto foi de US$ 2,23/kg, 41% maior que o mesmo período de O aumento das exportações de lácteos de maior valor agregado contribuiu para elevação do faturamento e para a diminuição do défi cit da balança comercial em dólares. Tabela 1 Volume importado de lácteos (em equivalente leite)¹ Agosto/17 Julho/17 Agosto/17 (%) Participação no total importado em Ago/17 Ago/17 Ago/16 (%) Total Leite em pó (integral e desnatado) Queijos Manteiga ,63% 19,43% 6,95% 25,94% 63,81% 34,58% 0,70% 46,17% 55,29% 15,19% 27,97% Total acumulado JanAgo/2017 frente ao mesmo período de 2016: 19,02% Notas: (1) Consideramse os produtos do Capítulo 4 da NCM mais leite modificado e doce de leite; (2) O soro de leite é medido em quilos, não sendo convertido em litros. Fonte: Secex / Elaboração: CepeaEsalq/USP MERCADO INTERNACIONAL Tabela 2 Volume exportado de lácteos (em equivalente leite)¹ Agosto/17 Julho/17 Agosto/17 (%) Participação no total exportado em Ago/17 Ago/17 Ago/16 (%) Total Leite em pó (integral e desnatado) Leite Condensado Queijos Leite Modificado ,25% 107,59% 64,47% 78,20% 99,32% Leite Fluido ,92% Total acumulado JanAgo/2017 frente ao mesmo período de 2016: 35,08% Notas: (1) Consideramse os produtos do Capítulo 4 da NCM mais leite modifi cado e doce de leite. Fonte: Secex / Elaboração: CepeaEsalq/USP 0,76% 60,06% 29,08% 0,09% 9,61% 73,96% 99,67% 26,84% 8,50% 99,52 45,67% ¹A categoria leites em pó considera os seguintes NCM defi nidos pela Secex: ; ; ²A categoria queijos considera os seguintes NCM defi nidos pela Secex: ; ; ; ; ; ; ; ;

6 Demanda fraca pressiona cotação do UHT em quase 33% ao longo de 2017 Por Aline Figueiró dos Santos e Aline Pires Em agosto, o preço do leite UHT no mercado atacadista do estado de São Paulo continuou em queda, fechando o mês com média de R$ 2,22/litro, recuo de 6,9% frente ao mês anterior e de 32,92% em comparação ao mesmo período do ano passado. Este cenário, segundo colaboradores do Cepea, deve continuar, devido à demanda ainda enfraquecida. Desta maneira, para aumentar o volume de negociações, os atacadistas tendem a realizar promoções. Em agosto, o queijo muçarela registrou queda de 4,26% pelo terceiro mês consecutivo, com média mensal foi de R$ 14,67/kg. Esse valor é 31,68% menor do que o registrado em agosto de De acordo com pesquisa quinzenal de derivados, as cotações dos produtos lácteos caíram em agosto (Tabela 2 Na Médio Brasil (composta por SP, MG, GO, PR e RS), o leite pasteurizado foi cotado a R$ 2,17/litro; o leite UHT, a R$ 2,11/litro; o leite em pó (sachê de 400 gramas), a R$ 15,42/kg; o queijo prato, a R$ 17,09/quilo; o queijo muçarela, a R$ 15,87/quilo e a manteiga (pote de 200 gramas), a R$ 24,36/kg. O mercado não apresenta estoques excessivos, uma vez que as empresas conseguem vender grande parte do que é produzido, segundo colaboradores do Cepea. Há, ainda, expectativa de que a demanda melhore nos próximos meses, visto que a tendência é de redução de preços tanto no campo quanto nos derivados. A pesquisa diária de preços é realizada pelo Cepea e tem apoio fi nanceiro da OCB (Organização das Cooperativas Brasileiras). DERIVADOS Variações em termos reais (deflacionamento pelo IPCA de Agosto/2017) Média de preços em agosto/17 R$ 2,22/litro R$ 14,67/kg e OCB Nota: Médias mensais obtidas de cotações diárias. Nota: Valores reais, defl acionados pelo IPCA de agosto/2017. Cotação diária atacado do Estado de São Paulo Variação (%) em relação a agosto/16 32,92% 31,68% Variação (%) em relação a julho/17 6,90% 4,26% Preços médios (R$/litro ou R$/kg) praticados no mercado atacadista e as variações no mês de agosto em relação a julho de 2017 Produto GO MG PR RS SP Média Brasil Jul Ago (%) Jul Ago (%) Jul Ago (%) Jul Ago (%) Jul Ago (%) Jul Jul (%) Leite Pasteurizado Leite UHT 2,32 2,41 2,18 2,15 5,96% 10,89% 2,15 2,27 2,10 2,16 2,36% 4,92% 2,25 2,15 2,22 1,98 1,74% 8,03% 2,31 2,18 5,97% 2,23 2,22 2,19 2,08 2,10% 6,55% 2,24 2,27 2,17 2,11 2,17 2,11 Queijo Prato Leite em pó int. (400g) Manteiga (200g) Queijo Muçarela 16,07 15,22 26,85 16,33 15,59 14,54 26,66 15,43 3,01% 4,47% 0,69% 5,50% 20,41 19,98 16,93 16,80 25,07 24,48 19,02 18,19 2,10% 0,78% 2,34% 4,37% 16,78 16,00 14,68 15,39 23,12 23,48 15,60 14,68 4,64% 4,82% 1,56% 5,90% 17,45 16,61 15,94 15,69 25,22 24,05 16,38 15,96 4,82% 1,57% 4,64% 2,59% 17,59 17,24 15,12 14,70 23,86 23,15 15,85 15,10 1,99% 2,80% 2,95% 4,71% 17,66 17,09 15,58 15,42 24,82 24,36 16,64 15,87 17,09 15,42 24,36 15,87 Evoluímos a linha de produtos para que sua produção de leite também evolua. Conheça a nova linha Bovigold

7 Com melhora nos indicadores econômicos, brasileiro pode aumentar compra de lácteos Por Aline Figueiró dos Santos e Natália S. Grigol A elevação do Produto Interno Bruto (PIB) em 0,2% no segundo trimestre deste ano, puxada, principalmente, pelo aumento de 1,4% no consumo das famílias, segundo o Instituto Brasileiro de Geografi a e Estatística (IBGE), aponta para expectativa de recuperação da economia, bem como do poder de compra do brasileiro. Os indicadores sinalizam para uma possível melhora na procura por alguns produtos, inclusive os lácteos, que apresentam maior elasticidaderenda. De acordo com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), este cenário está atrelado à estabilização do mercado de trabalho, devido à retomada dos rendimentos reais e níveis de ocupação, à redução da taxa de juros e ao recuo da infl ação no período. Pesquisas realizadas pelo Cepea, da Esalq/USP, indicam que, neste ano, o maior desafi o do setor tem sido manter o ritmo das vendas de lácteos, devido ao menor poder de compra dos brasileiros. Dessa forma, a prática de promoções tem sido comum entre laticínios, atacado e varejo, cenário que reduziu, substancialmente, as cotações. A crise políticoeconômica que o Brasil vivencia desde meados de 2015 têm afetado vários setores, ao reduzir o nível de confi ança e, consequentemente, de investimentos. Para o setor lácteo, a diminuição no poder de compra dos consumidores é o fator mais agravante visto que os lácteos não são produtos considerados essenciais na dieta do brasileiro. De acordo com Hoffman (2010), a demanda pela maior parte dos lácteos é bastante sensível às variações de renda do consumidor, ou seja, à medida que a renda aumenta, o consumo se eleva. Com base nos últimos dados da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) de 2008/2009, o pesquisador apontou que os queijos são os lácteos com maior elasticidaderenda (de 0,842 para o prato e de 0,843 para a muçarela, por exemplo), seguido pelos iogurtes (0,628), leite condensado (0,628) e manteiga (0,661). No caso do leite UHT, a elasticidaderenda é menor que a dos outros derivados (de 0,746), pois é o lácteo mais consumido no País e sua demanda varia menos frente às alterações no poder de compra. Por outro lado, o leite em pó é o lácteo menos elástico à renda (0,108), sendo considerado um bem inferior. A tendência é de que com a elevação da renda, o consumo deste derivado caia. Com a renda comprometida, o consumo de lácteos cai, o que pressiona todos os elos da cadeia a baixar os preços inclusive para o produtor em plena entressafra da produção. Assim, da mesma forma que o consumo de lácteos depende da renda, alterações na sua precifi cação também impactam no consumo. Para alguns colaboradores do Cepea, com as quedas ocorridas nos últimos meses, é possível que os preços estejam próximos à patamares que estimulem a demanda por lácteos, de modo que o consumo possa reagir gradativamente no decorrer do ano. Referência: HOFFMAN, Rodolfo. Estimativas das elasticidadesrenda de várias categorias de despesa e de consumo, especialmente alimentos, no Brasil, com base na POF de Revista de Economia Agrícola, São Paulo, v. 57, n. 2, p.4962, jul./dez Disponível em: < rea/2010/rea pdf>. Acesso em: 01 set PANORAMA 7

8 MILHO E FARELO DE SOJA MILHO: Retração vendedora e demanda firme elevam preços Por Ketlyn Hevelise Accorsi A retração de vendedores e a fi rme demanda interna elevaram as cotações do milho na maioria das regiões acompanhadas pelo Cepea. Após fi nalizar a colheita, produtores se afastaram do mercado, restringindo a disponibilidade do produto, cenário que fez com que compradores, com necessidade de aquisição imediata, cedessem nas negociações. As exportações aquecidas e os fretes elevados também contribuíram para valorização do cereal. Nesse cenário, o Indicador ESALQ/BM&FBovespa (Campinas/SP) registrou alta de 7,3% frente a julho, indo a R$ 27,30 no dia 31. Na média mensal de agosto, o cereal foi comercializado a R$ 26,67/sc, 1,3% acima da média de julho a primeira alta desde fevereiro/17. No acumulado do ano, entretanto, o Indicador caiu 28,5%. Nos mercados de balcão (preço pago ao produtor) e disponível (negociações entre empresas), o milho se valorizou 5,6% e 6,3%, respectivamente. Na BM&FBovespa, os contratos futuros do milho brasileiro aumentaram signifi cativamente, acompanhando a valorização do cereal no mercado físico. O contrato Set/17 fechou com alta de 5,6% e o Nov/17, de 4,8%, indo a R$ R$ 27,62/sc e R$ 29,48/sc no dia 31, na mesma comparação. jan/17 35,92 fev/17 36,21 abr/17 28,32 mai/17 27,76 26,75 26,33 26,67 Preço médio em Campinas (SP) FARELO DE SOJA: Oferta maior que demanda pressiona cotação em 5,1% Por Débora Kelen Pereira da Silva Os preços de farelo de soja recuaram 5,1% entre julho e agosto deste ano. Em agosto, 15 das principais regiões pesquisadas pelo Cepea registraram a menor média, em termos nominais, desde abril/17. Mesmo com alta nas exportações em agosto, a oferta global de farelo de soja tem sobressaído à demanda, devido ao alto excedente. A procura por óleo de soja seguiu, relativamente, fi rme em agosto, cenário que pressionou os valores de farelo de soja. Com isso, a margem de lucro das indústrias esteve apertada, com chance de algumas delas pararem a fábrica para manutenção. Caso este cenário se confi rme e a demanda se eleve, os estoques devem se reduzir, aumentando os preços. Compradores, entretanto, não demonstram grandes preocupações, visto que sinalizam estar abastecidos para, ao menos, um mês. Os embarques de farelo de soja totalizaram 1,22 milhão de toneladas em agosto, 6,1% a mais que em julho e 12,2% acima do exportado em agosto/16, de acordo com a Secex. Na parcial do ano (de janeiro a agosto), os embarques do farelo estão 9% menores que no mesmo período de A receita obtida com as vendas deste derivado foi de R$ 1.094,32/t, valor 1,8% menor que a de julho. Milho (R$/sc de 60 kg) mar/17 33,77 Farelo de soja (R$/tonelada) jan/ ,14 fev/ ,71 mar/17 975,62 abr/17 918,78 mai/17 987,29 969,40 970,20 927,14 Preço médio em Campinas (SP) ENVIE SUAS DÚVIDAS E SUGESTÕES: PARA RECEBER O BOLETIM DO LEITE DIGITAL: Contato: leicepea@usp.br Encaminhenos um para Acompanhe mais informações CEPEA sobre o CENTRO mercado DE de ESTUDOS leite AVANÇADOS EM leicepea@usp.br ECONOMIA APLICADA com os seguintes ESALQ/USPdados: em nosso site: nome, para cadastro, endereço completo e telefone 8 Uso dos Correios Mala Direta Postal Básica DR/SPI FEALQ CORREIOS Av. Centenário, 1080 CEP: Piracicaba/SP