PREÇO AO PRODUTOR RECUA NO MÊS E ESTÁ 6,5% MENOR QUE HÁ UM ANO

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1 Uma publicação do CEPEA - ESALQ/USP Ano 20 nº 235 Novembro 2014 Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada - ESALQ/USP PREÇO AO PRODUTOR RECUA NO MÊS E ESTÁ 6,5% MENOR QUE HÁ UM ANO Os estoques elevados de leite nas indústrias, o aumento da captação e também a demanda enfraquecida no atacado e varejo pressionaram os valores pagos ao produtor em todas as regiões que compõem a média Brasil (MG, RS, SP, PR, GO, BA e SC) do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada) da Esalq/USP em outubro. O preço médio bruto (inclui frete e impostos) recuou 1,94% e o líquido, 2,12%, indo para R$ 1,0685 e R$ 0,9824/litro respectivamente. Isso significa que o valor bruto está 8,16% abaixo da média deflacionada (IPCA de setembro/14) de outubro de 2013 e que a perda real da média líquida é de 6,4%. oferta de leite sulista no mercado paulista e ao aumento da produção no próprio estado, com o início das chuvas em algumas regiões. Em outubro (até o dia 30), o leite UHT teve média de R$ 2,02/litro e o queijo muçarela, de R$ 11,53/kg, quedas de 12,32% e 6,57%, respectivamente, em relação a setembro. Esta pesquisa de derivados do Cepea é realizada diariamente com laticínios e atacadistas e tem o apoio financeiro da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) e da Confederação Brasileira de Cooperativas de Laticínios (CBCL). ICAP-L/Cepea - Índice de Captação de Leite SETEMBRO/14. (Base 100=Junho/2004) De setembro para outubro, Santa Catarina e Goiás foram os estados que apresentaram as maiores quedas mensais nos preços médios líquidos de 5,86% e 3,41%, respectivamente, indo para R$ 0,9092/litro e a R$ 1,0105/litro. O menor preço do concentrado nos últimos meses e o início das chuvas no Sul e em parte do Sudeste em setembro favoreceram a maior produção de leite. O volume captado pelas indústrias no mês aumentou em todos os estados analisados que compõem a média Brasil. O Índice de Captação de Leite do Cepea (ICAP-L/Cepea) teve elevação de 3,2% na comparação com agosto. Minas Gerais teve a maior alta no volume captado, de 4,7%, seguida de Santa Catarina (4,08%), Goiás (3,44%), Rio Grande do Sul (3,40%), São Paulo (1,96%), Bahia (0,71%) e Paraná (0,27%). Para o próximo mês, a expectativa de grande parte dos representantes de laticínios e cooperativas consultados pelo Cepea é de queda nos preços. Entre os entrevistados, 89,5%, que representam 95,9% do leite amostrado, acreditam que ocorrerá uma nova redução nos preços em novembro. Por outro lado, apenas 10,5% dos compradores, que representam 4,1% do volume amostrado, indicam estabilidade. Essa previsão ainda reflete a manutenção do quadro atual de estoques elevados, captação em alta e demanda enfraquecida. Os derivados também se desvalorizaram no atacado do estado de São Paulo. Grande parte dos atacadistas atribui a diminuição nos preços à maior CUSTOS pág. 04 Poder de compra de pecuarista leiteiro é menor se comparado a outubro/13 Exportações de lácteos mais que dobram em outubro/14 SP: Cotações do UHT e da muçarela mantêm queda em outubro NACIONAL: Mesmo com maior captação, parte dos derivados se sustenta MERCADO DE MILHO E FARELO DE SOJA

2 OUTUBRO/14 SETEMBRO/14 Sul / Sudoeste de Minas 1,0674 1,1877 1,0784 1,0719 1,1079 1,0744 1,2002 1,0964 1,2069 1,1273 1,1319 1,1086 1,2312 1,1820 1,1787 1,2682 0,9926 1,3436 1,4328 0,9645 1,2080 1,2056 1,2526 1,2033 1,0962 1,2080 1,1620 1,1578 0,8498 0,8307 0,8475 0,8765 0,8326 0,8721 1,1033 0,9995 0,6727 0,8942 0,9726 0,9055 1,0872 1,0662 0,9760 1,0358 0,7846 1,0351 0,8482 0,8299 0,9383 0,9709 0,9138 0,9379 0,9954 1,0856 1,0149 0,9275 0,9763 1,0587 0,9862 0,9995 0,9423 0,9917 1,1475 1,0524 0,9968 1,0636 1,0747 1,0006 1,1602 1,1279 1,1021 1,1775 0,9071 1,2167 1,1681 0,9060 1,0969 1,1323 1,1405 1,1152 1,0404 1,1607 1,1115 1,0685 0,9845 1,0781 0,9961 0,9923 0,9923 0,9894 1,1297 1,0150 1,0871 1,0310 1,0437 1,0428 1,1400 1,1124 1,0976 1,1733 0,9235 1,2376 1,3259 0,8878 1,1194 1,1036 1,1312 1,0885 1,0178 1,1235 1,0899 1,0689 0,7717 0,7292 0,7704 0,8014 0,7238 0,7937 1,0349 0,9218 0,5648 0,8032 0,8884 0,8374 0,9992 0,9984 0,8977 0,9603 0,7159 0,9360 0,7543 0,7562 0,8589 0,8942 0,8329 0,8531 0,9189 1,0038 0,9459 0,8477 0,8954 0,9520 0,9056 0,9216 0,8304 0,9092 1,0782 0,9736 0,8816 0,9688 0,9882 0,9304 1,0705 1,0585 1,0213 1,0894 0,8328 1,1135 1,0670 0,8306 1,0109 1,0265 1,0388 1,0105 0,9639 1,0772 1,0407 0,9824 out/set -1,90% -1,39% -1,73% -5,21% -6,94% -5,50% -1,67% -2,23% -1,67% -2,08% -1,76% -0,64% 0,11% -2,14% -0,61% -2,12% -1,95% 0,78% -0,76% -2,47% -1,48% -4,27% -4,06% -3,21% 0,22% -0,96% -0,44% -1,94% out/set -1,97% -1,74% -1,86% -5,62% -7,96% -5,86% -1,86% -2,20% -2,18% -2,01% -1,78% -0,36% 0,14% -2,30% -0,67% -2,22% -2,87% 0,51% -0,77% -3,59% -1,76% -4,84% -4,19% -3,41% 0,01% -0,96% -0,50% -2,12% 1,3560 1,2893 1,2317 1,0596 1,1967 1,1174 1,2033 1,1793 1,2660 1,0015 1,2547 1,1266 0,7992 1,2200 0,9964 0,8123 0,8889 0,8575 1,0813 0,9785 0,9907 0,8704 0,9986 0,9195 1,1284 1,2609 1,1187 0,9990 1,0767 1,0322 1,1443 1,0813 1,1972 0,9524 1,0976 1,0402 1,2893 1,2073 1,1602 0,9382 1,0787 0,9955 1,1028 1,0916 1,1881 0,9433 1,1789 1,0490 0,7589 1,1396 0,9337 0,6965 0,7778 0,7415 0,9836 0,8961 0,9190 0,8178 0,9285 0,8455 1,0807 1,1795 1,0532 0,8791 0,9614 0,9122 1,0451 0,9951 1,1208 0,8943 1,0253 0,9638-2,49% 2,08% 0,44% -3,03% -4,44% -3,82% -3,04% 0,09% -1,92% -0,03% -0,70% -1,29% -2,50% 2,01% -0,37% -2,68% -5,88% -4,48% -3,26% 0,39% -2,16% -0,21% -0,78% -1,45% Equipe Leite: Wagner Hiroshi Yanaguizawa - Pesquisador Projeto Leite Isadora Vieira, Marianne Tufani Batista, Natália Salaro Grigol, Pedro Silvestre de Lima e Vitória Guereschi Lucas Equipe Grãos: Lucilio Alves - Pesquisador Projeto Grãos Ana Amélia Zinsly, André Sanches, Bárbara Oliveira, Camila Tolotti, Caroliny G. Rodrigues, Débora Kelen P. da Silva, Deise Soares de Souza e Rafaela Moretti Vieira Wagner Hiroshi Yanaguizawa Pesquisador Projeto Leite Flávia Romanelli - Mtb: 27540

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4 PODER DE COMPRA DE PECUARISTA LEITEIRO É MENOR SE COMPARADO A OUTUBRO/13 Por Pedro Silvestre de Lima e Marianne Tufani O poder de compra do pecuarista de leite na média Brasil (BA, GO, MG, PR, RS, SC e SP) recuou em outubro deste ano frente ao mesmo período de A piora está atrelada ao aumento de 5,76% no preço pago pelo litro de leite, além da alta nos custos de produção. A relação de troca do litro de leite por sal mineral com 80 gramas de fósforo foi desfavorável para o produtor na média Brasil em outubro. O destaque fica para produtores de Minas Gerais que, no mês passado, precisaram de 45,11 litros de leite para comprar uma saca de 30 kg do sal mineral, enquanto em outubro/13, precisavam de 37,72 litros. Na média dos estados analisados pelo Cepea, esta relação aumentou 11,49% em um ano. O poder de compra do pecuarista caiu também frente ao salário mínimo, devido ao reajuste no início do ano e à queda no preço pago pelo leite. Santa Catarina registrou a queda mais expressiva, de 16,29%, em 12 meses. Os outros estados acompanhados pelo Cepea também apresentaram baixa de cerca de 10%, com exceção da Bahia, onde o recuo foi de apenas 0,87%. Nesse estado, apesar de os custos com a mão de obra terem aumentado, foi a única região em que o preço do leite pago ao produtor também teve elevação. Na Bahia, a mão de obra representa 40,4% do COE (custo operacional efetivo). Já com relação à ureia e ao supersimples, a relação de troca de um litro do leite por uma tonelada de adubo teve elevação de 10,11% na média dos estados acompanhados pelo Cepea. Goiás, Paraná e Santa Catarina apresentaram alta superior a 20% mas, por outro lado, a Bahia registrou recuo de 24,53%. Esta queda é explicada pelo aumento do preço pago pelo leite na Bahia e pela baixa na cotação do supersimples (15%) nos últimos 12 meses. Fonte: Cepea/Esalq-USP e CNA (2014). 564,4 litros/tonelada 1351,9 litros/tonelada 11,7 litros/frasco 50 ml 552,4 litros/tonelada 1390,5 litros/tonelada 11,7 litros/frasco 50 ml 577,6 litros/tonelada 1517,7 litros/tonelada 11,7 litros/frasco 50 ml (130g de Fósforo) 7,9 litros/frasco 10 ml 71,8 litros/sc 25 kg 44,1 litros/litro de herbicida 8,0 litros/frasco 10 ml 72,6 litros/sc 25 kg 45,1 litros/litro de herbicida 8,0 litros/frasco 10 ml 75,7 litros/sc 25 kg 48,2 litros/litro de herbicida

5 EXPORTAÇÕES DE LÁCTEOS MAIS QUE DOBRAM EM OUTUBRO/14 Por Natália Salaro Grigol, analista de mercado da equipe Leite Cepea Em outubro, as exportações brasileiras de lácteos tiveram elevação de 115% na comparação com o mês anterior. De acordo com dados da Secex, foram embarcados 43,7 milhões de litros em equivalente leite em outubro, frente a 20,3 milhões de litros em setembro. Além disso, volume atual é quase seis vezes superior ao de outubro/2013 (7,5 milhões de l) e o maior montante mensal dos últimos seis meses. A alta nos embarques esteve atrelada ao incremento nas vendas de leite em pó, que dobraram na comparação com setembro. Foram embarcados 33,283 milhões de litros em equivalente leite do produto, que representaram 76% do total de lácteos exportados em outubro. A Venezuela foi o destino de praticamente todo o leite em pó brasileiro, negociado à média de US$ 5,72/kg. Apesar da relativa estabilidade (-0,1%) na cotação deste derivado em relação a setembro, o valor continua alto quando comparado ao produto negociado na Oceania e na Europa (tabela 1). Além disso, também houve acréscimo de 64% nas vendas de leite condensado nesse período, representando 15% do total exportado. Queijos e manteiga também registraram altas de 59% e 109%, respectivamente. As importações de lácteos em outubro igualmente se elevaram em relação ao mês anterior. Segundo dados da Secex, foram adquiridos 71,334 milhões de litros em equivalente leite, aumento de 21% frente a setembro. Em comparação com outubro/13, contudo, o volume é 30% menor. O leite em pó continuou sendo o principal lácteo adquirido, participando com 69,3% das importações. No total, foram comprados 49,421 milhões de litros em equivalente leite do produto, incremento de 20% frente ao mês passado. A Argentina forneceu 54,9% do total de leite em pó comprado neste mês, enquanto 45,1% vieram do Uruguai. O preço do leite em pó integral importado pelo Brasil em outubro caiu 6,7%, registrando média de US$ 4,02/kg valor 49,4% superior à cotação média do produto na Oceania e 32,7% à da Europa (figura 1). Também merece destaque a alta de 23% na aquisição de queijos, que representaram 29,6% do total das compras de lácteos em outubro. Manteiga, leite modificado, leite fluido e soro de leite tiveram altas de 41%, 16%, 85% e 87% respectivamente. Somente as compras de doce de leite recuaram no período, 44%. Mercado Internacional A produção de leite na Nova Zelândia e na Austrália atingiu pico sazonal, com volumes de produção superiores aos registrados na temporada passada, segundo dados do USDA (Departamento de Agricultura Norte-Americano). Algumas cooperativas australianas já reduziram suas perspectivas de lucro financeiro para a temporada de 2014/15 diante da expansão da oferta global de leite, dos preços mais baixos dos produtos lácteos e da maior incerteza do mercado. Já na Europa, a captação leiteira vem caindo semanalmente. Contudo, a produção na maioria dos países já supera a de anos anteriores. Apesar dos preços negociados terem recuado, ainda estão em níveis rentáveis. Ainda de acordo com o USDA, Polônia e Finlândia aumentaram suas exportações de leite em pó desnatado para a China em setembro. IPE-L/Cepea A valorização de 5% do dólar frente ao Real em outubro (média de R$ 2,45/US$) e os maiores preços negociados para iogurtes (+22,5%), queijos (+14,8%), manteiga (+10,4%), leite condensado (+ 2,5%) e doce de leite (+9,3%) em comparação com setembro impulsionaram a alta do Índice de Preços de Exportação de Lácteos do Cepea (IPE-L) no mês. O IPEL-L teve média de US$ 4,95/kg, 4,9% acima do registrado no mês anterior (em Reais, a média foi de R$ 12,12/kg, alta de 10% na mesma comparação). As cotações de leite em pó se mantiveram praticamente estáveis (-0,1%), enquanto as de soro de leite recuaram 25,6% na mesma comparação. US$ US$ Tabela US$ US$ % -40% US$ US$ US$ US$ % -38% Os dados se referem à média entre 5 e 25 de agosto de 2014; para 2013, foi considerado período semelhante Tabela 2 - Volume exportado de lácteos (em equivalente leite)¹ Set/14- (%) Participação no total exp. em Out/13- (%) 115% 140% 438-2% -45% Total de janeiro a outubro/14 frente ao mesmo período de 2013: 295% Notas: (1) Consideram-se os produtos do Capítulo 4 da NCM mais leite modificado e doce de leite; (2) O soro de leite é medido em quilos, não sendo convertido em litros. 64% 59% - 76% 15% 7% 481,8% 4957% 80% 7% -45% ² Tabela 3 - Volume importado de lácteos (em equivalente leite)¹ Set/14- (%) Participação no total imp. em Out/13- (%) 21% 20% 23% 85% 87% Total de janeiro a outubro/14 frente ao mesmo período de 2013: -37,5% - 69,3% 29,6% 0,6% Notas: (1) Consideram-se os produtos do Capítulo 4 da NCM mais leite modificado e doce de leite; (2) O soro de leite é medido em quilos, não sendo convertido em litro % -28% -34% -27% 74%

6 SP: COTAÇÕES DO UHT E DA MUÇARELA MANTÊM QUEDA EM OUTUBRO Por Vitória Guereschi Lucas, graduanda em Gestão Ambiental. O preço médio do leite UHT no atacado do estado de São Paulo foi de R$ 2,12/litro em outubro, recuo de 10,45% em relação a setembro/14, em termos reais. Na comparação com outubro/13, a queda é ainda maior, de 14,03% em termos reais. A desvalorização do UHT é resultado dos altos estoques e do enfraquecimento da demanda. Além disso, o leite UHT vindo do Sul a valores menores continuou pressionando as cotações no atacado paulista. Com esse cenário, atacadistas intensificaram as promoções a fim de escoar os estoques, o que acirrou a concorrência e pressionou ainda mais as cotações do derivado. Mesmo diante de preços mais baixos, os consumidores não conseguiram absorver a maior oferta do UHT e as vendas permaneceram fracas durante o mês de outubro. Em relação ao mercado de queijo muçarela, o maior volume de matéria-prima e a forte concorrência entre os agentes ocasionaram fortes desvalorizações. O valor médio negociado no atacado paulista foi de R$ 11,87/kg em outubro, 6,17% inferior ao de setembro/14 e 14,89% abaixo do de outubro/13, em termos reais. Esta pesquisa é diária e tem apoio da OCB (Organização das Cooperativas Brasileiras) e da CBCL (Confederação Brasileira de Cooperativas de Laticínios). Tabela 1. Preços médios do leite UHT e da muçarela em setembro no atacado paulista em Set/14 Out/13 R$ 2,1238/litro R$ 11,8726/kg -10,45% -6,17% -14,03% -14,89% Fonte: Cepea OCB/CBCL. Nota: Variação em termos nominais, ou seja, sem considerar a inflação do período. NACIONAL: MESMO COM MAIOR CAPTAÇÃO, PARTE DOS DERIVADOS SE SUSTENTA Por Isadora Trouva Vieira, graduanda em Ciências Econômicas. As cotações dos derivados lácteos apresentaram comportamentos distintos em setembro. A queda no preço do leite ao produtor, na média Brasil pressionou as cotações de alguns produtos (UHT, queijo prato e leite pasteurizado). Porém, mesmo com o aumento da captação (maior oferta de matéria-prima) e a demanda pouco aquecida, os preços dos demais se sustentaram ou subiram. Além disso, muitas indústrias e laticínios escoaram seus estoques, que vinham sendo formados desde agosto, o que pode ter estimulado o consumo por alguns produtos. O queijo prato apresentou a maior queda em setembro, de R$ 0,39 (2,5%) em relação ao mês anterior, seguido do leite UHT (2,2%) e do leite pasteurizado (0,49%) na mesma comparação. Já o queijo muçarela e o leite em pó integral (400g) se mantiveram praticamente estáveis em setembro, com ligeiras altas de 0,2% e 0,1% respectivamente. Somente a manteiga teve alta, de R$ 0,24 (1,9%) na média nacional (que considera os estados de GO, MG, PR, RS e SP). Preços médios dos derivados praticados em SETEMBRO e as variações em relação ao mês anterior 1,74 2,19 14,47 13,84 12,55 15,52-0,8% -0,1% -3,3% -1,1% -1,3% -0,7% 1,68 2,13 16,71 16,19 13,66 14,10-1,5% -3,2% -0,9% 4,7% 2,5% 0,4% 1,63 2,13 13,69 12,49 12,60 13,33 2,4% -0,5% -6,1% -3,5% 0,8% -0,1% 1,70 2,07 14,46 15,38 12,34 13,35-3,5% -5,0% -0,6% 0,3% 8,1% -0,5% 1,85 2,24 16,19 13,41 12,87 13,76 1,1% -2,3% -1,9% -0,4% 0,0% 1,4% 1,72 2,15 15,10 14,26 12,81 14,01-0,49% -2,2% -2,5% 0,2% 1,9% 0,1% Fonte: Cepea/ESALQ-USP

7 REDUÇÃO DO NITROGÊNIO UREICO MELHORA QUALIDADE DO LEITE E SUSTENTABILIDADE DA CADEIA Por Vitória Guereschi Lucas, graduanda em Gestão Ambiental A pecuária brasileira, tanto de corte quanto de leite, é vista como uma atividade de forte impacto ambiental. Nesse contexto, a adoção de estratégias que minimizem os efeitos negativos da cadeia leiteira sobre o meio ambiente tem cada vez mais importância para o setor e para a sociedade em geral. Uma dessas ações é o monitoramento do teor de nitrogênio ureico no leite. Esse monitoramento é eficiente tanto para melhorar a qualidade do produto final (leite) quanto para reduzir a emissão de nitrogênio no ambiente, o que pode causar desequilíbrios nos ciclos ecológicos. Os níveis de nitrogênio ureico no leite também podem ajudar a identificar problemas alimentares e de manejo dos animais, relacionados ao excesso de proteína da dieta. Quando não é capturada na forma de proteína láctea, é excretada pelos animais na forma de nitrogênio, como composto da ureia presente nas fezes e urina, e também no leite. A melhoraria da nutrição das vacas é uma medida importante para assegurar o bem-estar animal, além de racionalizar os custos com alimentação, garantir maior captação leiteira e qualidade do leite. Assim, os benefícios do monitoramento do nitrogênio ureico no leite e dos esforços para a sua diminuição refletem diretamente num produto de maior qualidade para os consumidores e para uma gestão mais efetiva das propriedades, com possíveis ganhos nos três pilares em que se apoia a sustentabilidade social, ambiental e econômico (Figura 1). Vale destacar que o pilar social refere-se ao elemento humano e a forma de melhorar a vida dos cidadãos de forma geral, tanto dos trabalhadores das fazendas produtoras de leite quanto dos consumidores, por meio da qualidade do produto. Ainda que seja um desafio, a busca pela sustentabilidade também é uma oportunidade dentro da cadeia leiteira e deve ser encarada como um investimento de longo prazo. Como em outros setores, a demanda por produtos e serviços sustentáveis vem crescendo entre os consumidores, de modo que as práticas que permitam esse cenário também se tornam estratégicas e um diferencial competitivo, focadas num nicho cada vez mais exigente de mercado. Figura 1. Os três pilares da sustentabilidade para a gestão sustentável.

8 MERCADO DE MILHO E FARELO DE SOJA Ana Amélia Zinsly Trevizam e Débora Kelen Pereira da Silva MILHO: Exportações e clima desfavorável elevam com força preços do cereal No mês de outubro, a valorização do dólar frente ao Real juntamente com a retração vendedora impulsionaram as cotações nos mercados interno e externo. O clima seco na maior parte do Brasil preocupou os agentes quanto à oferta da safra 2014/15 e acabou influenciando no movimento de alta nos preços do milho. Com exceção do Sul do País, o tempo desfavorável poderia atrasar a temporada de verão e o cultivo de soja, o que, por sua vez, prejudicaria as atividades envolvendo o milho de segunda safra. Essa valorização refletiu o bom desempenho das exportações, em linha com a alta nos preços internacionais e com a maior taxa de câmbio em outubro. Segundo a Secex, o Brasil exportou 3,18 milhões de toneladas no mês, volume 18,4% superior ao embarcado em setembro (2,68 milhões de t), mas ainda está abaixo das 3,95 milhões de toneladas enviadas em outubro/13. O Indicador ESALQ/BM&FBovespa, que se refere à região de Campinas (SP), subiu expressivos 19,7% em outubro, fechando a R$ 26,21/saca de 60 kg no dia 31. Se considerados os negócios na mesma região, mas cujos prazos de pagamento são descontados pela taxa NPR, o preço médio à vista foi de R$ 25,80/sc de 60 kg no dia 31, também com forte reação de 19,2%. Na média das regiões pesquisadas pelo Cepea, houve alta de 10% no mercado de balcão (ao produtor) e de 12,7% no de lotes (negociação entre empresas). FARELO DE SOJA: Com demanda firme, valorização chega a 15% no mês Os preços de farelo deram um salto em outubro nos mercados interno e externo, sustentados pela demanda firme no Brasil e no mercado internacional. O aumento das compras de farelo e milho é resultado da necessidade de reforço na dieta de animais, já que, segundo pesquisadores do Cepea, a oferta mundial de carnes está relativamente baixa e as cotações, remuneradoras aos produtores. Em setembro, os preços de farelo de soja atingiram os menores patamares em mais de um ano no Brasil (desde maio/13) e nos EUA (desde maio/12). Isso porque grandes indústrias brasileiras estavam paradas para manutenção e/ou reduzindo a moagem, já que a margem estava baixa ou até mesmo nula. A retomada do esmagamento em outubro, num contexto de demanda fortemente aquecida, mudou o cenário de preços. Na média das regiões acompanhadas pelo Cepea, o preço do farelo de soja registrou significativo aumento de 15,2% entre 30 de setembro e 31 de outubro. Nos Estados Unidos, os problemas logísticos para a entrega do complexo da soja também impulsionaram os valores. Com o atraso nas entregas, demandantes aumentaram as aquisições. Na CME Group (Bolsa de Chicago), o contrato Dez/14 avançou significativos 30% no mesmo período. SP 2014 Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho Julho Agosto Setembro Outubro 26,83 30,62 32,84 31,18 28,75 26,38 23,66 22,91 22,02 23, , , , , ,90 994,63 970,46 995,56 967,76 978,15 Para receber o Boletim do Leite digital, encaminhe-nos um para leicepea@usp.br com os seguintes dados: nome, , endereço completo e telefone Contato: leicepea@usp.br Acompanhe mais informações sobre o mercado de leite em nosso site: