BOLETIM DO LEITE. Uma publicação do CEPEA - ESALQ/USP Ano 23 nº 263 Abril Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada - ESALQ/USP ABRIL

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1 BOLETIM DO LEITE Uma publicação do CEPEA - ESALQ/USP Ano 23 nº 263 Abril Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada - ESALQ/USP ABRIL 2017

2 Por Wagner H. Yanaguizawa BOLETIM DO LEITE ABRIL DE ANO 23 - Nº 263 Entressafra eleva preço ao produtor, mas fraca demanda limita alta LEITE AO PRODUTOR O avanço da entressafra elevou, pelo segundo mês consecutivo, o preço do leite recebido por produtores em março (que é referente ao produto entregue em fevereiro). A demanda enfraquecida, no entanto, limitou a alta no valor, que foi de apenas 1,4%, ou de 1,7 centavo/litro, considerandose a média Brasil (GO, MG, PR, RS, SC, SP e BA), que é calculada pelo Cepea, da Esalq/USP. Em março, o preço médio líquido (sem frete e impostos) foi de R$ 1,2326/litro, 13,4% superior ao de março/16, em termos reais (valores foram defl acionados pelo IPCA fevereiro/17). O preço bruto médio do leite (considerando-se frete e impostos) foi de R$ 1,3405/litro, alta de 1,4% frente a fevereiro/17 e de 12,6% em relação a março/16, em termos reais. Segundo pesquisadores do Cepea, a captação de leite continuou em baixa em todos os estados acompanhados. De janeiro para fevereiro, o Índice de Captação de Leite do Cepea (ICAP-L/ Cepea) diminuiu 3,1%, sendo o terceiro mês consecutivo de queda. Minas Gerais e Santa Catarina tiveram as baixas mais signifi cativas no período, de 5,05% e de 3,98%, respectivamente. A menor produção no campo acirrou a competição entre indústrias e laticínios para compra de matéria-prima em algumas regiões, o que infl uenciou a alta dos preços ao produtor. No geral, o desafi o do setor se concentra no menor poder de compra de consumidores. Mesmo com o fi m das férias escolares, a demanda não tem aumentado conforme as expectativas de agentes. Além disso, com a matéria-prima se valorizando no campo, o repasse desse aumento ao consumidor difi culta as vendas. Assim, os estoques de alguns derivados, têm aumentado. No mercado atacadista do estado de São Paulo, agentes de mercado sinalizaram preocupações em relação ao aumento dos estoques de queijo muçarela, mas a ligeira melhora nas vendas deste derivado no fi nal do mês elevou as expectativas de aumento de preços em abril. Os preços médios do leite UHT e do queijo muçarela negociados em março foram de R$ 2,59/litro e de R$ 15,16/kg, respectivamente, aumentos de 4,8% e 1,9% em relação a fevereiro. A pesquisa de derivados do Cepea é realizada diariamente com laticínios e atacadistas e tem o apoio fi nanceiro da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB). Para abril, representantes de laticínios/cooperativas consultados pelo Cepea apontam novo aumento nos preços do leite recebidos pelo produtor; porém, as possibilidades de estabilidade no curto e médio prazos ganham força, devido à demanda enfraquecida. A maioria dos agentes entrevistados (63,2%), que representa 39,8% do leite amostrado, indica novas altas nos preços. Outros 34,2%, que representam 60,2% do volume amostrado, já acreditam em estabilidade. Apenas 2,6% dos colaboradores acreditam em possível queda nas cotações. Gráfico 1 - ICAP-L/Cepea - Índice de Captação de Leite - FEVEREIRO/17 (Base 100=Junho/2004) Gráfico 2 - Série de preços médios pagos ao produtor - defl acionada pelo IPCA EXPEDIENTE Equipe Leite: Wagner Hiroshi Yanaguizawa - Pesquisador Projeto Leite Equipe de Apoio Natália Salaro Grigol, Aline Figueiró dos Santos, Juliana Cristina Santos, Lucas Henrique Ribeiro e Bianca Ferraz Teixeira Editor Executivo: Wagner Hiroshi Yanaguizawa Pesquisador Projeto Leite Jornalista Responsável: Alessandra da Paz - Mtb: Editores Científicos: Prof. Geraldo Sant Ana de Camargo Barros e Prof. Sergio De Zen Equipe Grãos: Lucilio Alves - Pesquisador Projeto Grãos Revisão: Equipe de Apoio André 2 Sanches, Camila Pissinato, Débora Kelen Bruna Sampaio - Mtb: Pereira da Silva, Yasmin Pascoal Butinhão, Ketlyn Accorsi, Isabela Rossi CEPEA Flávia - CENTRO Gutierrez DE - Mtb: ESTUDOS AVANÇADOS EM ECONOMIA desde que citados APLICADA os nomes - dos ESALQ/USP autores, a fonte Boletim do Leite/Cepea e Stefane Moura e a devida data de publicação. Nádia Zanirato - Mtb: Paola Garcia Ribeiro Miori - Mtb: Impressão: Gráfi ca Riopedrense Editora Contato: (19) leicepea@usp.br Endereço para correspondência: Av. Centenário, 1080 Cep: Piracicaba/SP O Boletim do Leite pertence ao CEPEA - Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada - ESALQ/USP A reprodução de conteúdos publicados neste informativo é permitida

3 Tabela 1 - Preços pagos pelos laticínios (brutos) e recebidos pelos produtores (líquido) em MARÇO/17 referentes ao leite entregue em FEVEREIRO/17 1,5567 1,4272 1,5198 1,5222 1,3833 1,4927 1,3707 1,4380 1,3400 1,4985 1,4279 1,5376 1,4340 1,5281 1,4651 1,5608 1,5570 1,4491 1,8415 1,3696 1,5681 1,4289 1,4174 1,4083 1,2753 1,5238 1,4618 1,1759 1,0712 1,1378 1,1428 1,0307 1,1401 1,1578 1,1845 1,2450 1,1987 1,2053 1,1154 1,3401 1,3770 1,1970 1,2453 1,1704 1,0980 0,9006 1,1266 1,1337 1,1643 1,0613 1,1012 1,0951 1,1286 1,1594 1,3815 1,3289 1,3440 1,3445 1,2255 1,3281 1,2845 1,3272 1,3148 1,3434 1,3260 1,3252 1,3854 1,4559 1,3614 1,4065 1,4033 1,3099 1,3640 1,2454 1,3630 1,3080 1,2997 1,2936 1,1855 1,2763 1,2806 1,4323 1,3345 1,4126 1,4153 1,2544 1,3830 1,3358 1,3208 1,1881 1,3717 1,3209 1,4350 1,3430 1,4590 1,3689 1,4197 1,4576 1,2778 1,7102 1,2844 1,4463 1,2990 1,2983 1,2851 1,1687 1,3692 1,3153 1,0599 0,9862 1,0394 1,0445 0,9097 1,0383 1,1275 1,0730 1,0278 1,0787 1,0991 1,0228 1,2522 1,3094 1,1065 1,1108 1,0786 1,0307 0,7904 1,0469 1,0300 1,0375 0,9500 0,9840 0,9921 1,0307 1,0437 1,2610 1,2350 1,2406 1,2416 1,1001 1,2221 1,2516 1,2126 1,1630 1,2202 1,2213 1,2276 1,2975 1,3839 1,2687 1,2687 1,3157 1,1813 1,2433 1,1546 1,2499 1,1800 1,1837 1,1730 1,0815 1,1604 1,1551 dez/jan 2,25% 0,39% 1,62% 2,58% 3,22% 2,44% -3,01% 0,50% -3,06% 1,66% 0,40% 0,20% 1,43% 1,47% 1,46% 0,71% 2,41% 1,59% 4,93% -0,90% 1,68% 0,79% 1,75% 0,78% 0,02% 3,82% 2,72% dez/jan 2,46% 0,15% 1,72% 2,64% 3,60% 2,53% -3,04% 0,48% -4,42% 1,89% 0,37% 0,38% 1,53% 1,56% 1,65% 0,50% 2,62% 1,46% 4,76% -1,32% 1,56% 0,62% 1,66% 0,60% 0,03% 3,82% 2,80% LEITE AO PRODUTOR 1,4970 1,1485 1,3409 1,3832 1,0453 1,2326 1,44% 1,43% Tabela 2 - Preços em estados que não estão incluídos na média Brasil RJ, MS, ES e CE 1,5490 1,4399 1,3791 1,2470 1,3336 1,2829 1,2350 1,3433 1,5210 1,5492 1,4958 1,4057 1,0069 1,3634 1,1393 1,0084 0,9454 0,9801 1,1075 1,0759 1,2824 1,3157 1,2588 1,2107 1,2391 1,4001 1,2491 1,1497 1,1654 1,1556 1,1921 1,2310 1,4034 1,4523 1,3379 1,3008 1,4872 1,3194 1,2999 1,1392 1,1860 1,1515 1,1479 1,2401 1,4803 1,4760 1,4605 1,3448 0,9574 1,2445 1,0647 0,9059 0,8064 0,8554 1,0152 0,9760 1,2472 1,2478 1,2291 1,1530 1,1843 1,2805 1,1739 1,0477 1,0222 1,0284 1,1002 1,1281 1,3654 1,3813 1,3063 1,2415 4,58% 1,15% 2,01% 0,59% 0,58% 1,04% 0,37% 2,01% 0,62% 0,00% 0,55% 1,29% 5,09% 1,10% 1,67% 0,76% 0,71% 1,22% 0,36% 1,47% 0,66% 0,07% 0,61% 1,37% MÉDIA GERAL 1,4890 1,1464 1,3340 1,3765 1,0440 1,1118 1,47% 1,06% 3

4 Custos de produção recuam 3% no 1 trimestre Por Wagner H. Yanaguizawa e Natália S. Grigol Os custos de produção da pecuária leiteira caíram em março pelo sétimo mês consecutivo. Na média Brasil (MG, SP, GO, BA, PR, SC e RS), o custo operacional efetivo (COE), que considera os gastos correntes da propriedade, recuou 1,9% em relação a fevereiro, acumulando queda de 3% no primeiro trimestre e de 6% desde setembro/16. Segundo pesquisadores do Cepea, os resultados são explicados pelos menores gastos com a compra do concentrado, insumo que representou 44,2% do COE de março (Figura 1). No acumulado de janeiro a março, os custos com concentrado caíram 7,4%. Esse cenário tem favorecido a relação de troca do pecuarista. Para o produtor paulista, em março, foram necessários 664,3 litros de leite para adquirir uma tonelada do concentrado de 22% de PB, 4,5% a menos que em fevereiro e 26% a menos que no mesmo período do ano passado. CUSTOS E RECEITA 725,7 litros/tonelada 695,8 litros/tonelada 664,3 litros/tonelada 1028,0 litros/tonelada 1012,2 litros/tonelada 966,9 litros/tonelada 10,4 litros/frasco 50 ml 10,4 litros/frasco 50 ml 9,9 litros/frasco 50 ml Sal Mineral (130g de Fósforo) 4,6 litros/frasco 10 ml 4,3 litros/frasco 10 ml 4,5 litros/frasco 10 ml 68,9 litros/sc 25 kg 68,1 litros/sc 25 kg 65,5 litros/sc 25 kg 36,2 litros/litro de herbicida 35,4 litros/litro de herbicida 35,6 litros/litro de herbicida Nota: As relações de troca referem-se ao estado de São Paulo. e CNA (2016) 4

5 Menores importações reduzem déficit comercial pelo segundo mês Por Juliana C. dos Santos e Aline F. dos Santos As importações brasileiras de lácteos caíram pelo segundo mês consecutivo em março, mantendo em queda o défi cit da balança comercial. O saldo foi negativo em US$ 38,5 milhões ou 101,6 milhões de litros em equivalente leite, respectivas reduções de 1,1% e 10,5%, em relação a fevereiro, conforme números da Secex. De fevereiro para março, as compras externas de lácteos caíram 12,3%, totalizando 116,2 milhões de litros em equivalente leite. A queda esteve atrelada principalmente à redução de 17,9% nas compras de leite em pó, principal produto da pauta de importações. A quantidade de leite em pó argentino caiu 22,5% em relação ao mês anterior, ao mesmo tempo em que as compras do produto uruguaio foram reduzidas em 9,7%. A menor produção de leite na Argentina e Uruguai limitou a aquisição brasileira. Por outro lado, as compras de manteiga cresceram fortemente em março, chamando a atenção do setor. Foram adquiridos 23,6 milhões de litros em equivalente leite, expressiva alta de 92,6% em relação a fevereiro. O Uruguai foi o maior fornecedor do produto, representando 73% das compras. De acordo com pesquisas do Cepea, o aumento das importações de manteiga está atrelado à falta do creme (matéria-prima utilizada para produção do lácteo) no mercado interno. As exportações brasileiras de lácteos também caíram em março, em 23,2% sobre fevereiro, totalizando 14,6 milhões de litros em equivalente leite. A queda refl etiu a interrupção das vendas de leite em pó para a Venezuela apenas 13 mil litros de leite em pó em equivalente leite foram vendidos para a Bolívia. Em contrapartida, os embarques nacionais de leite condensado, leite modifi cado e queijos aumentaram em março, elevando a participação desses derivados sobre o total exportado pelo País. As vendas de leite condensado brasileiro mais que dobraram em relação a fevereiro, atingindo 8,3 milhões de litros em equivalente leite e tendo como principais destinos Arábia Saudita, Colômbia e Estados Unidos. As exportações do produto representaram 57% do total embarcado pelo Brasil. Na sequência, destacaram-se as vendas de leite modifi cado, que subiram 36% em igual comparativo, a 2,82 milhões de litros em equivalente leite e respondendo por 19,4% do total exportado. A Colômbia e a Argentina foram os principais compradores do produto. Por fi m, as negociações de queijos no mercado externo registraram elevação de 14,5%, somando 2,8 milhões de litros em equivalente leite, ou seja, 19,3% do total. Rússia e Chile foram os principais destinos dos queijos. Tabela 1 - Volume importado de lácteos (em equivalente leite)¹ Mar/17 Fev/17 Mar/17 (%) Participação no total importado em Mar/17 Mar/17 - Mar/16 (%) Total Leite em pó (integral e desnatado) Queijos Manteiga ,3% -17,9% 12,0% 92,6% - 77,7% 20,4% 0,8% -16,3% -16,2% -21,0% 38,3% Total de março/2017 frente ao mesmo período de 2016: -16,3% Notas: (1) Consideram-se os produtos do Capítulo 4 da NCM mais leite modificado e doce de leite; (2) O soro de leite é medido em quilos, não sendo convertido em litros. Fonte: Secex / Elaboração: Cepea MERCADO INTERNACIONAL Tabela 2 - Volume exportado de lácteos (em equivalente leite)¹ Mar/17 Fev/17 Mar/17 (%) Participação no total exportado em Mar/17 Mar/17 - Mar/16 (%) Total Leite em pó (integral e desnatado) Leite Condensado Queijos Leite Modificado ,2% -99,9% 158,4% 14,5% 36,0% Leite Fluido ,3% Total de março/2017 frente ao mesmo período de 2016: 87,5% Notas: (1) Consideram-se os produtos do Capítulo 4 da NCM mais leite modifi cado e doce de leite. Fonte: Secex / Elaboração: Cepea - 0,1% 57,0% 19,2% 19,4% 4,1% 87,5% -88,3% 105,1% 72,2% 90,6% 31,1% ¹A categoria leites em pó considera os seguintes NCM defi nidos pela Secex: ; ; ²A categoria queijos considera os seguintes NCM defi nidos pela Secex: ; ; ; ; ; ; ; ;

6 Fraca demanda por lácteos pode limitar altas de preços na entressafra Por Aline Figueiró dos Santos e Bianca Ferraz Teixeira Os preços dos derivados lácteos acompanhados pelo Cepea tiveram novas altas em março, impulsionados pela menor oferta de matéria-prima nesse período de entressafra. Para os próximos meses, a baixa disponibilidade deve continuar dando suporte ao movimento altista, segundo colaboradores do Cepea. Por outro lado, a demanda enfraquecida pode limitar os aumentos. Em março, o leite UHT foi negociado na média de R$ 2,5937/ litro no atacado do estado de São Paulo, 4,84% maior que o valor médio de fevereiro, mas ainda 5,87% inferior ao de março/16, em termos reais (defl acionamento pelo IPCA de fevereiro/17). Entre os demais derivados, os valores médios da primeira quinzena de março foram de R$ 17,49/kg para o queijo prato, de R$ 16,38/kg para o leite em pó (sachê 400 gramas) e de R$ 22,55/kg para manteiga (pote 200 gramas), considerando-se a média Brasil (SP, MG, GO, PR e RS). O leite pasteurizado foi cotado a R$ 2,15/l e o leite cru integral (spot), a R$ 1,37/l. A pesquisa de preços dos derivados lácteos do Cepea é diária e realizada com o apoio da OCB (Organização das Cooperativas Brasileiras). Quanto ao queijo muçarela, também negociado no atacado paulista, houve alta de 1,56% no comparativo mensal e baixa de 2,46% no anual, a R$ 15,11/kg em março/17. DERIVADOS Variações em termos reais (deflacionamento pelo IPCA de fevereiro/2017) Cotação diária - atacado do Estado de São Paulo Média de preços em R$ 2,59/litro R$ 15,11/kg Fonte: Cepea-OCB Nota: Médias mensais obtidas de cotações diárias. Variação em termos nominais, ou seja, sem considerar a infl ação do período. Variação (%) em relação a mar/16-5,87% -2,46% Variação (%) em relação a 4,84% 1,56% Preços médios (R$/litro ou R$/kg) praticados em FEVEREIRO e as variações em relação ao mês anterior Produto GO MG PR RS SP Leite Pasteurizado Leite UHT Queijo Prato Queijo Muçarela Manteiga (200g) Leite em pó int. (400g) 2,15 2,36 16,40 15,68 24,99 16,56-1,0% -1,4% 2,8% 2,1% 3,5% -3,8% 2,11 2,25 19,31 17,27 23,43 17,75 0,6% 4,4% -2,0% 4,2% 4,5% -1,4% 2,16 2,34 16,14 16,05 19,43 14,57-1,1% 10,6% 0,5% 3,2% -1,3% 0,0% 2,16 2,42 17,37 16,45 20,70 17,52 7,5% 6,8% 4,6% -1,8% 4,6% 9,0% 2,15 2,34 17,54 15,26 21,57 15,89-0,5% 4,7% 5,7% 2,2% -1,0% 0,6% Média Nacional 2,14 1,01% 2,34 4,9% 17,35 2,1% 16,14 2,0% 22,02 2,2% 16,46 0,8% 6

7 Produção no Sul cresce e responde por 35% da nacional Por Aline Figueiró dos Santos e Juliana Haddad Tognon A produção de leite no Sul do Brasil vem crescendo nos últimos anos, com a região se destacando no cenário nacional da pecuária leiteira. Do volume total produzido no País em 2015 (últimos dados disponíveis do IBGE para a pesquisa Produção da Pecuária Municipal PPM), 35,2% corresponderam à área sulista, ante os 31,3% registrados em Essa maior participação refl ete investimentos crescentes em produtividade somados à vantagem da região em manter um rebanho de vacas holandesas e dispor de forrageiras anuais. De 2010 a 2015, a produção brasileira de leite cresceu 13,9%, com destaque para o aumento de 28% do Sul. Com essa alta, a região ultrapassou o Sudeste a partir de Entre os estados, o Paraná ultrapassou o Rio Grande do Sul, assumindo a posição de segundo maior produtor de leite brasileiro, atrás apenas de Minas Gerais. Do total produzido em 2015, MG respondeu por 26,1%, seguido por Paraná (13,3%), Rio Grande do Sul (13,1%), Goiás (10,1%) e Santa Catarina (8,7%). No que diz respeito à produtividade, Santa Catarina e Rio Grande do Sul disputam o posto de líder nacional. De 2006 a 2010, o estado catarinense apresentou as maiores médias, mas, desde 2011, o RS tem registrado a produtividade nacional mais elevada. Entre 2006 e 2015, a produtividade média foi de litros/vaca/ano em SC e de litros/vaca/ano no RS. Minas Gerais, por sua vez, mesmo tendo a maior produção de leite entre os estados brasileiros, apresenta produtividade razoavelmente menor, com litros/ vaca/ano, o que pode ser explicado pela alta diversidade de sistemas de produção e grande variedade de raças utilizadas na região. PANORAMA 7

8 MILHO E FARELO DE SOJA MILHO: Incertezas sobre demanda e ampla oferta pressionam cotação para níveis de 2015 Por Ketlyn Hevelise Accorsi Em março, os preços internos do milho seguiram em queda. Pelo lado da oferta, o avanço da safra verão continuou proporcionando uma maior disponibilidade do produto no mercado doméstico, ao mesmo tempo em que as expectativas para a segunda safra melhoraram diante do clima favorável. Segundo dados da Conab divulgados em abril, a produção total de milho pode chegar a 91,47 milhões de toneladas. Do lado da demanda, a operação Carne Fraca gerou incertezas quanto aos principais consumidores internos do grão: o setor de proteína animal, reforçando a pressão compradora na segunda metade de março. Em Campinas-SP (base do Indicador Esalq/BM&FBovespa), região onde se observava certa resistência às quedas até fevereiro, a desvalorização veio com força. No dia 31 de março, o Indicador fechou a R$ 30,12/saca de 60 quilos, acumulando baixa de 16,6% em relação ao encerramento do mês anterior. A média mensal foi de R$ 33,77/sc, a menor desde agosto de 2015, em termos reais (defl acionamento pelo IGP-DI de ). Na média das regiões acompanhadas pelo Cepea, o recuo no acumulado de março foi de 15,8% no mercado de balcão (preço pago ao produtor) e de 13,7% no de lotes (negociação entre empresas). Na BM&FBovespa, os contratos futuros de milho tiveram fortes recuos, acompanhando o movimento do físico. Os vencimentos Mai/17 e Set/17 se desvalorizaram 7,8% e 6,4% no mês, fechando a R$ 28,53/sc e R$ 27,79/sc, respectivamente, no dia ,92 36,21 33,77 Preço médio em Campinas (SP) FARELO DE SOJA: Oferta se sobressai à demanda e preços seguem em queda Por Débora Kelen Pereira da Silva A baixa demanda (interna e externa) por farelo de soja brasileiro manteve a pressão sobre os valores do derivado em março. Além disso, com o aumento do uso de biodiesel na mistura do óleo diesel nacional, a oferta de farelo pode se elevar. Se isso coincidir com a redução da demanda doméstica, os embarques do derivado precisariam crescer. Como a Argentina, maior exportadora mundial de farelo, deve ter relativa estabilidade na produção deste ano e a demanda global está aquecida, talvez o Brasil consiga embarcar volumes maiores em 2017, aliviando a pressão interna. Mas os negócios precisam começar a se intensifi car. No primeiro trimestre de 2017, as vendas externas de farelo de soja estiveram enfraquecidas, diante do prêmio de exportação mais atrativo na Argentina. Foram enviadas ao exterior 3,26 milhões de toneladas, 7,4% abaixo do registrado nos três primeiros meses de 2016 (3,5 milhões de toneladas). Em março, especifi camente, os embarques foram de 1,15 milhão de toneladas, aumento de 62,9% em relação a fevereiro, mas queda de 22,6% frente a março/16. Embora a quantidade exportada tenha recuado em um ano, o preço recebido pelas vendas subiu 11,7% no comparativo mensal e 0,8% no anual, para R$ 1.171,76/tonelada em março, conforme a Secex. O mercado está atento, ainda, aos possíveis impactos da operação Carne Fraca, da Polícia Federal. Segundo dados do Sindirações, metade do farelo produzido no Brasil fi ca no mercado interno e a outra metade é destinada às exportações. Considerando-se o consumo interno, cerca de 50% são alocados para aves de corte e 25%, para suínos o restante é destinado para outros animais. Assim, caso a produção de frangos e suínos se reduza nos próximos meses, certamente haverá maior excedente interno. Na média das praças acompanhadas pelo Cepea, os preços de farelo de soja caíram 5% entre fevereiro e março. Milho (R$/sc de 60 kg) Farelo de soja (R$/tonelada) 1.014, ,71 975,62 Preço médio em Campinas (SP) ENVIE SUAS DÚVIDAS E SUGESTÕES: PARA RECEBER O BOLETIM DO LEITE DIGITAL: Contato: leicepea@usp.br Encaminhe-nos um para Acompanhe mais informações CEPEA sobre o - CENTRO mercado DE de ESTUDOS leite AVANÇADOS EM leicepea@usp.br ECONOMIA APLICADA com os - seguintes ESALQ/USPdados: em nosso site: nome, para cadastro, endereço completo e telefone 8 Uso dos Correios Mala Direta Postal Básica DR/SPI FEALQ CORREIOS Av. Centenário, 1080 CEP: Piracicaba/SP