PREÇO AO PRODUTOR NESTE ANO É O MENOR DESDE 2010

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1 Uma publicação do CEPEA - ESALQ/USP Ano 22 nº 248 Janeiro Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada - ESALQ/USP PREÇO AO PRODUTOR NESTE ANO É O MENOR DESDE 2010 Os preços do leite recebido pelos produtores em dezembro confirmaram as expectativas da maioria dos colaboradores do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, e seguiram estáveis, com ligeiro recuo de 0,03% sobre novembro, a R$ 0,9673/litro na média Brasil (MG, RS, SP, PR, GO, BA e SC). Com isso, em termos reais (valores deflacionados pelo IPCA de ), o preço médio líquido deste ano, calculado pelo Cepea é de R$ 0,9529, menor dos últimos cinco anos. Pesquisadores do Cepea destacam que, diferentemente do milho, da soja, do açúcar, do algodão e do boi gordo, entre outros, que foram favorecidos pela desvalorização do Real frente ao dólar no cenário internacional, a pecuária de leite teve um ano difícil em todos os seus elos. Dentro da porteira, produtores enfrentaram aumentos constantes de custos de produção e preços bem abaixo dos anos anteriores. Para as indústrias, o desafio foi fechar as contas num contexto de enfraquecimento da renda nacional e vendas de derivados bem inferiores ao esperado para o ano. excesso de chuvas passou a prejudicar a produção de leite e também a logística de coleta, o que limitou o aumento do ICAP-L comum nesta época do ano. Dos sete estados incluídos no ICAP-L/Cepea, destacaram-se Goiás, com aumento de 4,98% na captação, e Rio Grande do Sul, com queda de 2,43%. No balanço ainda parcial de 2015 (jan-nov), o ICAP- L/Cepea está 9,2% acima do registrado para mesmo período de A crise econômica, a instabilidade política, o excesso de chuvas no Sul do País e a promessa de um forte El Niño para os próximos meses tem mexido bastante nas e x p e c t a t i v a s d o s p r o f i s s i o n a i s d e laticínios/cooperativas consultados pelo Cepea. Para Gráfico 1: ICAP-L/Cepea - Índice de Captação de Leite NOVEMBRO/15. (Base 100=Junho/2004) A menor demanda por diversos derivados lácteos, a queda nas margens dos produtores, o excesso de chuvas no Sul do País nos últimos meses, o atraso das chuvas em parte do Sudeste e Centro-Oeste e o aumento da concorrência entre indústrias por produtores em algumas regiões foram algumas ocorrências que dificultaram a obtenção de resultados positivos em Em dezembro, o preço médio bruto (inclui frete e impostos) pago ao produtor foi de R$ 1,0534/litro, 2,04% menor, em termos reais, que o de um ano atrás. Com exceção dos estados do Sul, que registraram alta nos preços, todas as outras regiões analisadas tiveram quedas que refletem o período sazonal de safra. A maior alta ocorreu em Santa Catarina, de 1,3%, com o litro na média de R$ 1,0280 e a maior queda recaiu sobre produtores da Bahia, de 1,7%, onde a média bruta foi de R$ 1,0143/litro. Pesquisadores do Cepea explicam que, enquanto 2014 foi pautado pela oferta, que impactou o mercado durante todo o ano passado a captação de leite em 2014 foi quase 14,0% maior que em 2013, segundo ICAP-L/Cepea, em 2015, o fundamento central foi a demanda. Devido à crise econômica nacional, o poder de compra do consumidor foi prejudicado e a demanda por derivados lácteos, diretamente afetadas. Com isso, as expectativas de melhora para o setor ficam atreladas à recuperação da economia do País, o que pode não ocorrer no curto prazo. De outubro para novembro, o Índice de Captação de Leite do Cepea (ICAP-L/Cepea) sinalizou aumento de 0,41%. Mesmo com atraso e com níveis de precipitação ainda abaixo do esperado para o período, as chuvas favoreceram a qualidade das pastagens e, consequentemente, a captação de leite nos estados do Sudeste e parte do Centro-Oeste. Já para a região Sul o PANORAMA pág. 05 pág. 06 pág. 07 Importações de lácteos aumentam 51% em 2015; Exportações têm leve queda Último mês de 2015 fecha com queda no leite UHT Com receita abaixo de custos, margem de produtor de Cascavel cai 18% em um ano MERCADO DE MILHO E FARELO DE SOJA

2 janeiro/16, a maioria dos entrevistados (62,1%), que representam 67,2% do leite amostrado, já espera estabilidade nos preços. Outros 34,5% dos agentes, que representam 31,9% do volume amostrado de leite, ainda acreditam em queda e apenas 3,4%, que representa 0,9% do volume da amostra, acreditam em alta. Fonte: Cepea DEZEMBRO/15 NOVEMBRO/15 Sul / Sudoeste de Minas 1,0773 1,1343 1,0823 1,1502 1,0666 1,1265 1,1495 1,0674 1,1982 1,1113 1,0990 1,0907 1,1833 1,1742 1,1431 1,2403 1,1089 1,2585 1,3477 1,0504 1,2090 1,1785 1,1648 1,1362 1,0505 1,0439 1,0842 1,1471 0,8625 0,7578 0,8430 0,8604 0,7518 0,8465 1,0322 0,9600 0,7486 0,8877 0,9388 0,8646 1,0939 1,0605 0,9622 0,9679 0,8622 0,9100 0,7782 0,8316 0,8898 0,9581 0,9099 0,9025 0,9343 0,8924 0,9027 0,8981 0,9814 1,0249 0,9823 1,0462 0,9597 1,0280 1,1290 1,0162 1,0414 1,0019 1,0325 1,0220 1,1385 1,1120 1,0794 1,1497 1,0001 1,1404 1,0873 0,9612 1,0867 1,0905 1,0949 1,0611 0,9866 0,9869 1,0143 1,0534 0,9845 1,0281 0,9931 1,0746 0,9527 1,0443 1,0698 0,9859 1,0668 1,0168 1,0082 1,0156 1,1400 1,1061 1,0746 1,1460 1,0293 1,1538 1,2419 0,9626 1,1167 1,0745 1,0655 1,0345 0,9660 0,9592 1,0087 1,0590 0,7745 0,6600 0,7595 0,7913 0,6449 0,7706 0,9552 0,8809 0,6274 0,7982 0,8515 0,7966 1,0510 0,9938 0,8977 0,8795 0,7907 0,8170 0,6852 0,7487 0,8056 0,8581 0,8163 0,8065 0,8599 0,8111 0,8337 0,8160 0,8907 0,9211 0,8955 0,9732 0,8481 0,9483 1,0498 0,9358 0,9136 0,9099 0,9431 0,9405 1,0953 1,0447 1,0107 1,0573 0,9237 1,0390 0,9874 0,8754 0,9972 0,9883 0,9971 0,9610 0,9121 0,9035 0,9432 0,9673 dez/nov 0,49% -0,03% 1,08% 0,96% 4,91% 1,34% -0,08% 0,73% 4,31% 0,29% 0,82% -1,34% -0,27% -1,26% -1,10% -1,79% 0,11% -0,23% 0,22% -0,65% -1,03% -0,82% -0,97% -1,48% -3,76% -1,71% dez/nov 0,35% 0,11% 1,00% 1,05% 3,76% 1,27% -0,09% 0,81% 5,60% 0,28% 0,92% -0,88% -0,29% -0,75% -1,17% -2,01% 0,19% -0,74% -0,74% -1,03% -0,73% -1,06% -0,07% -4,30% -1,48% -0,03% Fonte: Cepea Preços em estados que não estão incluídos na média Brasil - RJ, MS, ES e CE 1,2043 1,1542 1,1125 0,9682 1,1221 1,0418 1,1640 1,1411 1,2076 1,0115 1,1046 1,1069 0,8268 1,0948 0,9123 0,7529 0,7955 0,7890 1,0177 0,9252 1,0938 0,9362 1,0411 0,9855 1,0576 1,1276 1,0242 0,8934 0,9630 0,9315 1,0967 1,0679 1,1334 0,9650 1,0592 1,0351 1,1476 1,0819 1,0519 0,8850 0,9895 0,9250 1,0621 1,0498 1,1165 0,9326 1,0024 1,0234 0,7786 1,0239 0,8548 0,6603 0,6703 0,6736 0,9267 0,8411 1,0053 0,8591 0,9403 0,9035 1,0042 1,0559 0,9677 0,7932 0,8340 0,8114 1,0005 0,9795 1,0440 0,8873 0,9580 0,9525-0,04% -1,43% -0,91% -0,43% -1,05% -1,18% 0,01% 1,03% 0,65% 3,66% 0,11% 1,51% -1,48% -0,91% -1,64% -1,15% -1,63% -0,60% 0,64% 0,73% 3,43% 0,12% 1,59% Equipe Leite: Wagner Hiroshi Yanaguizawa - Pesquisador Projeto Leite Natália Salaro Grigol, Ana Paula Negri, Raphael Denys Fava, Marianne Tufani Batista, Aline Figueiró dos Santos e Juliana Cristina Santos Equipe Grãos: Lucilio Alves - Pesquisador Projeto Grãos Ana Amélia Zinsly, André Sanches, Bárbara Oliveira, Camila Tolotti, Débora Kelen P. da Silva e Rafaela Moretti Vieira Wagner Hiroshi Yanaguizawa Pesquisador Projeto Leite Ana Paula Silva Ponchio - Mtb: D Flávia Romanelli - Mtb: Flávia Romanelli - Mtb: 27540

3 EVOLUÇÃO DO CUSTO OPERACIONAL EFETIVO (COE) E DO PREÇO DO LEITE EM

4 CONCENTRADO IMPULSIONA CUSTOS EM 2015 E PODER DE COMPRA É O MENOR EM 2 ANOS Por Wagner H. Yanaguizawa, analista de mercado da equipe Leite Cepea Em dezembro/15, o Custo Operacional Efetivo (COE), que considera os gastos correntes da propriedade, teve alta de 1,1% e o Custo Operacional Total (COT), que envolve também a depreciação e o pró-labore, de 0,9%, considerandose a média Brasil (BA, MG, GO, SP, PR, RS e SC), calculada pelo Cepea em parceria com a CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil). O aumento esteve atrelado à valorização dos insumos que compõem o grupo concentrado, de 1,9% no mês. No correr de 2015, os custos de produção do pecuarista de leite registraram fortes variações, com o COE e COT acumulando altas de 8,1% e 7,6%, respectivamente, enquanto o concentrado teve alta de 8,5% no período. Com relação à receita, o preço médio líquido nacional de 2015, de R$ 0,9709/l, foi 12% menor que o do ano anterior, em valores reais, pressionando o poder de compra do pecuarista de leite frente aos concentrados para a menor relação desde 2013, quando os preços da matéria-prima estavam em patamares recordes e os custos relativamente estáveis. Os concentrados representam 42% do COE. No estado de São Paulo, por exemplo, o poder de compra do produtor de leite frente ao concentrado (22% PB) foi 14,3% inferior ao verificado no ano anterior. Em 2014, eram necessários 666,62 litros de leite para a compra de uma tonelada do insumo e, contra 761,8 litros no ano seguinte. O poder de compra frente à suplementação mineral e à mão de obra também recuou. Na média de 2015, foram necessários 75,1 litros para a compra de uma saca de 25 kg de sal mineral com 30 g de fósforo e 792,9 litros para o pagamento de um salário mínimo, piora de 13,1% e de 3,9%, respectivamente. Esse cenário resultou da desvalorização do Real frente ao dólar que impulsionou os preços dos insumos utilizados na formação e manutenção de pastagens. Também reduziu a oferta interna do milho e farelo de soja, componentes do grupo concentrado. Para o início de 2016, expectativas indicam manutenção de dólar elevado, o que deve sustentar os custos do pecuarista de leite, já que grande parte dos adubos utilizados na formação das áreas de silagem e das lavouras de soja e milho é importada. Além disso, o reajuste do salário mínimo também tem impacto sobre os desembolsos, já que a mão de obra é responsável, em média, por 15,6% dos custos operacionais da pecuária leiteira. *Preços dos insumos referentes ao Estado de São Paulo divididos pelo preço líquido recebido pelo produtor paulista. Valores nominais, considerando dados acumulados até dezembro. Fonte: Cepea/Esalq-USP e CNA. 739,4 litros/tonelada 1648,3 litros/tonelada 12,5 litros/frasco 50 ml 860,7 litros/tonelada 1594,1 litros/tonelada 12,1 litros/frasco 50 ml 854,2 litros/tonelada 1480,1 litros/tonelada 12,5 litros/frasco 50 ml (130g de Fósforo) 6,8 litros/frasco 10 ml 83,7 litros/sc 25 kg 49,1 litros/litro de herbicida 6,9 litros/frasco 10 ml 88,0 litros/sc 25 kg 49,9 litros/litro de herbicida 6,9 litros/frasco 10 ml 87,8 litros/sc 25 kg 48,6 litros/litro de herbicida

5 IMPORTAÇÕES DE LÁCTEOS AUMENTAM 51% EM 2015; EXPORTAÇÕES TÊM LEVE QUEDA Natália Salaro Grigol e Ana Paula Negri, analistas de mercado da equipe Leite Cepea O ano terminou com saldo negativo de 651,6 milhões de litros em equivalente leite na balança comercial de lácteos mais do que o dobro do que foi registrado em 2014 (283,1 milhões de litros). Este cenário é resultado do aumento de 51% no volume de lácteos importados em 2015 em comparação com o ano anterior, ao mesmo tempo em que as exportações registraram leve recuo de 0,5%. Segundo dados da Secex, de janeiro a dezembro, as compras de lácteos somaram mais de 1,09 bilhões de litros em equivalente leite. É o maior volume internalizado desde 2012 (1,26 bilhões de litros). No acumulado do ano, as compras de leites em pó¹ cresceram 70% em comparação com 2014 e representaram 78,9% das importações de lácteos em Na sequência, destacam-se as aquisições de queijos², que subiram 4% e responderam por 13,6% do total. O principal fornecedor de lácteos ao País em 2015 foi o Uruguai, com 531,03 milhões de litros em equivalente leite, ou seja, 48,7% do total internalizado. As compras da Argentina registraram 486,96 milhões de litros em equivalente leite e representaram 44,6% das importações. As aquisições oriundas dos Estados Unidos (25,90 milhões de litros) participaram com 2,4%. Já as exportações de lácteos totalizaram 438,66 milhões de litros em equivalente leite em 2015 em 2014 foram 440,78 milhões de litros. As vendas externas de leites em pó cresceram 7% na comparação com 2014 e foram responsáveis por 78,3% das exportações de lácteos. Já os embarques de leite condensado caíram 25% de um ano para o outro enquanto os de queijos recuaram 6%, representando 11,2% e 5,13% do total exportado, respectivamente. Mais de 78% dos embarques brasileiros tiveram como destino a Venezuela, que comprou 343,33 milhões de litros em equivalente leite. Em seguida, destacam-se as vendas para Arábia Saudita (14,36 milhões de litros em equivalente leite 3,27% do total) e Angola (13,89 milhões de litros em equivalente leite 3,17% do total). US$ 2250,00 US$ 2325,00 Tabela US$ 2425,00 US$ 2775,00-7% -16% US$ 1887,50 US$ 1812,50 US$ 2400,00 US$ 2294,00-21% -21% Os dados se referem à média entre 1º e 31 de dezembro de 2015; para 2014, foi considerado período semelhante. Dez/ Tabela 2 - Volume exportado de lácteos (em equivalente leite)¹ Nov/15 - Dez/15 (%) Participação no total exp. em Dez/15 Dez/14-Dez/15 (%) % 2% Total de janeiro a dezembro/15 frente ao mesmo período de 2014: - 0,5% Notas: (1) Consideram-se os produtos do Capítulo 4 da NCM mais leite modificado e doce de leite; (2) O soro de leite é medido em quilos, não sendo convertido em litros. -63% -63% 16% -20% - 70% 17% 7% -43% 50% -15% -6% 20% Dez/15 ² Tabela 3 - Volume importado de lácteos (em equivalente leite)¹ Nov/15 - Dez/15 (%) Participação no total imp. em Dez/15 Dez/15 - Dez/14 (%) 23% 30% -3% -53% 55% Total de janeiro a dezembro/15 frente ao mesmo período de 2014: 51% - 82,3% 17,5% Notas: (1) Consideram-se os produtos do Capítulo 4 da NCM mais leite modificado e doce de leite; (2) O soro de leite é medido em quilos, não sendo convertido em litro. 0% - 17% 25% -8% -100% -23% A categoria leites em pó considera os seguintes NCM definidos pela Secex: ; ; A categoria queijos considera os seguintes NCM definidos pela Secex: ; ; ; ; ; ; ; ;

6 ÚLTIMO MÊS DE 2015 FECHA COM QUEDA NO LEITE UHT Por Juliana Cristina Santos, graduanda em Ciências dos Alimentos Em dezembro, os preços do leite UHT apresentaram queda de 1,84% em relação a n ove m b ro, re g i s t ra n d o m é d i a d e R $ 2,2201/litro. Ainda assim, o valor é 6,8% maior do que o de dezembro/14. Agentes consultados pelo Cepea confirmaram que a maior oferta do produto e a demanda enfraquecida no período elevaram a competitividade entre as indústrias, levando a promoções pontuais para assegurar a fluidez das vendas. No geral, os preços do UHT estiveram em queda na primeira quinzena de dezembro devido à baixa demanda. Já na segunda quinzena do mês, as cotações se estabilizaram e houve pouca variação diária. No caso do queijo muçarela, os preços seguiram estáveis até a última semana do mês, quando a demanda reagiu e impulsionou os preços. Assim, a média mensal da muçarela foi de R$ 13,60/kg, aumento de 0,37% se comparado a novembro/15 e de 10,1% em relação a dezembro/14. Colaboradores do Cepea acreditam na tendência de alta dos preços tanto do UHT quanto da muçarela devido à diminuição dos estoques e aos atrasos na entrega do leite em virtude das chuvas no Sudeste e Sul. Enquanto no Sudeste as precipitações foram tardias, no Sul o elevado volume de chuvas tem limitado a captação justamente no pico da safra. Essa pesquisa de preços é realizada diariamente com agentes de mercado que negociam nos atacados do estado de São Paulo e conta com o apoio financeiro da OCB (Organização das Cooperativas Brasileiras). Preços médios do leite UHT e da muçarela em DEZEMBRO nos atacados do estado de São Paulo em Dez/15 Dez/14 Nov/15 R$ 2,22/litro R$ 13,60/kg 6,80% 10,10% -1,84% 0,37% Fonte: Cepea - OCB. Nota: Médias mensais obtidas de cotações diárias.variação em termos nominais, ou seja, sem considerar a inflação do período. COTAÇÕES DOS DERIVADOS NOS ATACADOS EM OUTUBRO Por Aline Figueiró Santos, graduanda em Ciências Econômicas Preços médios (R$/litro ou R$/kg) praticados em NOVEMBRO e as variações em relação ao mês anterior Media Nacional 1,98 1,6% 2,14 2,9% 14,80 1,9% 14,30-1,5% 13,65 4,8% 15,99 2,8% 1,71 2,07 16,93 15,32 14,38 14,53 3,3% 0,7% 0,8% -0,8% -0,5% 0,9% 1,64 1,99 15,72 13,23 12,07 12,72-7,1% 4,3% 4,2% 4,9% 0,7% 5,7% 1,76 2,03 14,95 13,06 13,06 12,44 1,4% -0,5% -3,2% -0,4% 3,0% 0,5% 1,87 2,12 15,83 14,15 14,22 13,16 1,5% 2,7% 1,8% 0,6% 3,3% 0,8% 1,79 2,07 15,64 14,13 13,48 13,77 0,14% 2,0% 1,1% 0,4% 2,2% 2,1% Fonte: Cepea/ESALQ-USP

7 LEITE UHT E QUEIJOS TÊM ALTAS SIGNIFICATIVAS NO VAREJO E NO ATACADO EM 2015 Por Aline Figueiró dos Santos, graduanda em Ciências Econômicas pela Esalq/USP Leites e derivados tiveram aumento de 7,22% no varejo em 2015, de acordo com o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), divulgado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). O destaque ficou por conta dos queijos e do leite UHT, que subiram 9,34% e 8,10% no ano. Com a maior taxa desde 2002 (12,53%), o IPCA de 2015 foi de 10,67% - o grupo alimentação e bebidas, o de mais peso no cálculo (25,10%), teve alta de 12,03%. Dados do Cepea, apesar de contemplarem os derivados no atacado, confirmam o movimento de alta da cesta de lácteos do IBGE. O leite UHT, o queijo muçarela e o queijo prato tiveram aumento acumulado no ano de 16,05%, 12,95% e 9,41%, respectivamente, considerando-se dados até a primeira quinzena de dezembro/15 nos estados de SP, MG, GO e RS, PR. Segundo pesquisadores do Cepea, a valorização dos lácteos em 2015 esteve atrelada ao preço firme da matéria-prima, que foi sustentado pelos maiores custos da atividade leiteira. Porém, apesar de o preço ao produtor ter avançado ao longo de 2015, com alta de 3% em termos reais, esteve em patamares inferiores ao de anos anteriores, comprometendo a rentabilidade do pecuarista. A indústria de laticínios, por sua vez, também precisou repassar o aumento de custos importantes como energia elétrica, combustíveis e mão de obra durante o ano, o que favoreceu o encarecimento dos derivados. Com esse cenário, a demanda pelos produtos no atacado esteve enfraquecida, segundo colaboradores do Cepea, mas não o suficiente para frear as valorizações dos derivados em todos os elos da cadeia. Por conta da crise econômica nacional, as vendas de derivados lácteos (produtos com alta elasticidade-renda, ou seja, substituíveis ) estiveram desaquecidas durante todo o ano o que pressionou as cotações do leite pago ao produtor inclusive no período de entressafra. De acordo com dados do Cepea, em 2015, o preço do leite pago ao produtor registrou alta de apenas 3% em termos reais, patamar inferior ao de anos anteriores. A indústria de laticínios, por sua vez, também precisou repassar aos outros elos da cadeia o aumento de custos da atividade leiteira (como energia elétrica, combustíveis e mão de obra), o que contribuiu para a valorização dos derivados em Segundo pesquisadores do Cepea, a menor procura por lácteos no atacado não foi suficiente para frear as valorizações dos derivados em todos os elos da cadeia, já que a média anual dos preços dos derivados de leite UHT e queijo Muçarela, por exemplo, foram os menores dos últimos cinco anos, em valores reais.

8 MERCADO DE MILHO E FARELO DE SOJA Ana Amélia Zinsly Trevizam e Débora Kelen Pereira da Silva MILHO: Exportação atinge recorde em dezembro e preço interno sobe com força Os preços de milho subiram no correr de dezembro no mercado interno, ainda sustentados pela exportação, que atingiu volume recorde no mês. O Indicador ESALQ/BM&FBovespa, referente à região de Campinas (SP), subiu 10,8% em dezembro, fechando a R$ 36,83/saca de 60 kg no dia 30. Se considerados os negócios também em Campinas, mas com prazos de pagamento descontados pela taxa NPR, a média à vista foi para R$ 36,43/sc, com retração de 11,1% no mês. As exportações de milho totalizaram 6,27 milhões de toneladas em dezembro, segundo dados da Secex. De fevereiro a dezembro/15, saíram dos portos brasileiros 25,72 milhões de toneladas, ante 17,73 milhões de toneladas na comparação com o mesmo período de 2014, crescimento de expressivos 45,1%. Na média das regiões acompanhadas pelo Cepea, a análise dos preços no mercado spot pode ser dividida em três períodos ao longo de ano. No primeiro trimestre, tiveram sustentação devido às incertezas quanto à produção do milho primeira safra e condições climáticas adversas que poderiam prejudicar a segunda temporada. Já no segundo trimestre, os valores foram pressionados pelo bom desenvolvimento das lavouras e também porque a perda de produtividade do verão seria menor do que a esperada. No segundo semestre, impulsionadas pela forte desvalorização do Real, as exportações dispararam e elevaram os preços de forma intensa. Com os preços em alta, vendedores adiantaram a comercialização do produto para volumes nunca vistos. Até o início de dezembro, segundo a o Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea), 94,7% da produção de milho safra 2014/15 já havia sido comercializada, contra 88% há um ano. FARELO DE SOJA: Demanda eleva preços em 2015, procura pode ser maior em 2016 O consumo de farelo de soja para ração animal foi elevado em 2015, cenário que impulsionou as cotações do derivado no correr do ano. De dez/14 para, considerando-se as regiões acompanhadas pelo Cepea, os preços médios de farelo de soja subiram 10,2%, em termos nominais, com a média anual 4% maior que a de Quanto às exportações brasileiras de farelo de soja, foram intensas ao longo do ano, motivadas, especialmente, pela redução das vendas da Argentina, principal exportadora de farelo de soja do mundo. Segundo dados da Secex, o Brasil embarcou 14,83 milhões de toneladas em 2015, aumento de 8,1% em relação ao volume de 2014 (13,72 milhões de toneladas) e o maior da história. Para 2016, a estimativa do USDA é de que a produção mundial de farelo de soja seja de 214,63 milhões de toneladas, das quais 63,57 milhões de toneladas seriam produzidas na China, 40,7 milhões de t, nos Estados Unidos, 32,57 milhões de t, na Argentina e 30,96 milhões de t, no Brasil. As exportações de farelo dos Estados Unidos devem ceder 9,9%, estimadas em 10,75 milhões de toneladas, enquanto os embarques da Argentina devem crescer 7,9% (a 30,8 milhões de toneladas) e os do Brasil, 8,41%, a 15,6 milhões de toneladas. SP 2015 Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho Julho Agosto Setembro Outubro Novembro Dezembro 27,41 27,99 29,44 27,61 25,34 25,03 25,99 27,40 31,04 32,83 33,08 35, ,85 954, ,92 999,72 947,49 931, , , , , , ,04 Para receber o Boletim do Leite digital, encaminhe-nos um para leicepea@usp.br com os seguintes dados: nome, para cadastro, endereço completo e telefone Contato: leicepea@usp.br Acompanhe mais informações sobre o mercado de leite em nosso site: