QUEDA INFERIOR A 1% PODE SINALIZAR MUDANÇA DE TENDÊNCIA

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1 Uma publicação do CEPEA - ESALQ/USP Ano 21 nº 238 Fevereiro - Março 2015 Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada - ESALQ/USP QUEDA INFERIOR A 1% PODE SINALIZAR MUDANÇA DE TENDÊNCIA Após altas consecutivas desde maio do ano p a s s a d o, a c a p t a ç ã o d e l e i t e p e l a s indústrias/cooperativas acompanhadas pelo Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, recuou em janeiro. O principal motivo foi a falta de chuvas nas regiões produtoras do Sudeste e Centro-Oeste na virada do ano. Ainda assim, o preço ao produtor se manteve em queda. A variação, contudo, foi pequena, o que pode sinalizar mudança de tendência nos próximos meses. atacadistas consultados pelo Cepea indica que os estoques, antes considerados altos, já vêm se estabilizando. Esta pesquisa sobre o segmento de derivados do Cepea é realizada diariamente com laticínios e atacadistas do estado de São Paulo e tem o apoio financeiro da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) e da Confederação Brasileira de Cooperativas de Laticínios (CBCL). ICAP-L/Cepea - Índice de Captação de Leite - JANEIRO/15. (Base 100=Junho/2004) Considerando-se a média Brasil (BA, GO, MG, PR, RS, SC e SP), o preço líquido do leite recebido pelo produtor caiu 0,76% em fevereiro, na comparação com janeiro, indo para R$ 0,8382/litro. Em relação ao mesmo mês do ano passado, o recuo é de 11,5% em termos reais (deflacionados pelo IPCA de jan/15). O preço bruto médio (inclui frete e impostos - pago ao produtor) foi de R$ 0,9226/litro, baixa de 0,71% no mês. O índice de Captação de Leite do Cepea (ICAP- L/Cepea) recuou 3,5% de dezembro/14 para janeiro/15. Chuvas abaixo do normal em grande parte do País dificultaram a recuperação das pastagens. Além disso, na tentativa de regular os volumes de leite estocado, laticínios/cooperativas reduziram o ritmo de compras de matéria-prima. A diminuição, no entanto, não foi uniforme. Em Goiás, a captação baixou 7,36%; em São Paulo, 3,02% e, no Rio Grande do Sul, houve mesmo aumento, de 0,3%. Para os próximos meses, representantes de laticínios/cooperativas consultados pelo Cepea acreditam que pode haver estabilidade e/ou alta nos preços pagos ao produtor. Entre os entrevistados, 50% dos agentes (que representam 68,84% do volume amostrado) acreditam em estabilidade. Outros 30,43% dos colaboradores consultados pelo Cepea esperam alta em março (estes representam 22,62% do leite amostrado). Já 19,6% dos entrevistados ainda têm expectativa de queda nos preços no mês que vem. No segmento de derivados, o leite UHT no mercado atacadista do estado de São Paulo, depois de cinco meses em quedas, se valorizou 1,6% de janeiro para fevereiro, com a média indo para R$ 1,82/litro. O queijo muçarela, também após cinco recuos seguidos, teve recuperação de 1,5%, com a média a 11,36/kg em fevereiro. Grande parte dos CUSTOS pág. 05 pág. 06 pág. 07 Com forte desvalorização do leite e alta dos custos, margem cai 36% em um ano Exportações aumentam 142% em fevereiro Após cinco meses, UHT e muçarela apresentam leve aumento em fevereiro MERCADO DE MILHO E FARELO DE SOJA

2 JANEIRO/15 DEZEMBRO/14 Sul / Sudoeste de Minas 1,0063 1,0387 1,0077 0,9899 1,0742 1,0013 1,0812 0,9451 1,0684 1,0059 0,9898 0,9824 1,1207 1,1378 1,0807 1,0595 0,8923 1,2374 1,2755 0,7479 1,0623 1,0023 1,0388 1,0091 0,9763 1,0639 1,0437 1,0356 0,7950 0,7824 0,7905 0,7538 0,7023 0,7563 0,9882 0,8607 0,6072 0,7668 0,8349 0,7548 0,9616 0,9517 0,8479 0,8484 0,6501 0,9256 0,7160 0,6284 0,7804 0,8180 0,7391 0,7686 0,8893 0,9217 0,8944 0,7971 0,9071 0,9271 0,9062 0,8951 0,8726 0,8947 1,0640 0,9027 0,8364 0,9037 0,9241 0,8780 1,0542 1,0744 0,9833 0,9594 0,7674 1,1180 1,0020 0,7029 0,9325 0,9078 0,9141 0,9030 0,9304 1,0091 0,9910 0,9292 0,9208 0,9328 0,9244 0,9088 0,9578 0,9135 1,0116 0,8816 0,9631 0,9124 0,9093 0,9110 1,0312 1,0714 1,0008 0,9739 0,8225 1,1363 1,1712 0,6813 0,9779 0,9071 0,9428 0,9079 0,9049 0,9846 0,9758 0,9501 0,7142 0,6823 0,7121 0,6624 0,5942 0,6620 0,9206 0,6962 0,5123 0,6787 0,7271 0,6886 0,8757 0,8887 0,7731 0,7676 0,5854 0,8345 0,6248 0,5645 0,7026 0,7258 0,6499 0,6725 0,8195 0,8464 0,8300 0,7127 0,8237 0,8237 0,8258 0,8106 0,7607 0,8050 0,9947 0,7959 0,7364 0,8125 0,8319 0,8090 0,9662 1,0090 0,9063 0,8760 0,7021 1,0201 0,9049 0,6374 0,8513 0,8143 0,8213 0,8043 0,8605 0,9309 0,9244 0,8446 jan/dez -4,62% -5,35% -4,22% -1,96% -4,21% -1,29% -1,22% -2,31% -5,24% -3,89% -4,35% -5,11% -5,87% -4,20% -4,12% -7,42% -9,27% -4,46% -4,79% -6,18% -6,11% -9,76% -7,38% -7,86% -9,16% -9,60% -8,42% -5,28% jan/dez -5,22% -5,92% -4,61% -3,49% -4,95% -3,44% -1,28% -6,31% -4,56% -4,25% -5,73% -5,46% -6,29% -4,37% -4,08% -7,96% -6,87% -4,87% -5,10% -6,56% -6,38% -10,32% -7,84% -8,38% -10,15% -9,97% -8,95% -5,82% 1,1202 0,9421 1,0260 0,8241 0,9939 0,9427 0,9582 0,9755 1,2126 0,9384 1,1495 1,0786 0,7892 0,8012 0,8285 0,6374 0,7519 0,7121 0,8598 0,8074 0,9852 0,8090 0,9707 0,8972 0,9253 0,8728 0,9161 0,7746 0,8725 0,8430 0,9191 0,8966 1,1414 0,8458 1,0364 0,9941 1,0632 0,8902 0,9678 0,7427 0,8643 0,8304 0,8723 0,8997 1,1286 0,8872 1,0590 0,9979 0,7397 0,7524 0,7746 0,5602 0,6277 0,6049 0,7762 0,7324 0,8909 0,7504 0,8706 0,8116 0,8727 0,8224 0,8603 0,6943 0,7456 0,7329 0,8341 0,8221 1,0580 0,8367 0,9505 0, ,73% -16,00% -10,59% -9,31% -5,42% -5,82% -13,40% -7,85% -1,36% -3,22% -0,53% -2,00% -11,69% -15,99% -10,73% -7,67% -6,38% -5,88% -13,33% -7,62% -1,55% -2,91% -0,71% -2,15% Equipe Leite: Wagner Hiroshi Yanaguizawa - Pesquisador Projeto Leite Isadora Vieira, Marianne Tufani Batista, Natália Salaro Grigol, Pedro Silvestre de Lima e Vitória Guereschi Lucas Equipe Grãos: Lucilio Alves - Pesquisador Projeto Grãos Ana Amélia Zinsly, André Sanches, Bárbara Oliveira, Camila Tolotti, Karen Sarto, Débora Kelen P. da Silva, Deise Soares de Souza e Rafaela Moretti Vieira Wagner Hiroshi Yanaguizawa Pesquisador Projeto Leite Flávia Romanelli - Mtb: 27540

3 Sul / Sudoeste de Minas 0,9891 1,0313 0,9891 0,9682 0,9411 0,9668 1,0776 0,9101 1,1014 0,9871 0,9718 0,9719 1,0977 1,1296 1,0505 1,1001 0,9009 1,2408 1,3626 0,8393 1,0973 1,0121 1,0317 1,0125 0,9549 1,0448 1,0318 1,0359 1,0952 0,9975 1,0376 0,8278 0,9740 0,9251 0,9761 0,9978 1,2246 0,9001 1,2431 1,0907 0,7886 0,8703 0,8499 0,6926 0,7265 0,7266 0,8642 0,7896 0,9929 0,7874 1,0151 0,9034 0,9000 0,9367 0,9105 0,7615 0,8806 0,8422 0,9272 0,8948 1,1461 0,8501 1,1467 1,0084 1,0390 0,9346 0,9765 0,7495 0,8471 0,8151 0,8899 0,9167 1,1495 0,8488 1,2174 1,0204 0,7393 0,8104 0,7930 0,6173 0,6052 0,6210 0,7805 0,7133 0,8979 0,7468 0,9337 0,8209 0,9883 0,9790 0,9638 0,7520 0,7965 0,7786 0,9624 0,8900 1,0747 0,8618 0,9573 0,9374-0,22% -8,62% -4,68% -7,65% -9,43% -7,12% -3,79% -5,45% -0,25% -9,46% -2,80% -1,05% -1,70% -8,15% -4,81% -8,47% -11,42% -8,17% -3,67% -5,50% -0,89% -3,24% -4,46% -1,13% 0,7782 0,7737 0,7732 0,7161 0,6932 0,7282 0,9294 0,8038 0,5888 0,7485 0,7982 0,7405 0,9430 1,0103 0,8555 0,8420 0,6517 0,9245 0,7292 0,6911 0,7867 0,8264 0,7256 0,7560 0,8724 0,9255 0,8955 0,7903 0,8882 0,9191 0,8895 0,8687 0,8558 0,8737 1,0601 0,8595 0,8317 0,8975 0,9054 0,8658 1,0328 1,0661 0,9631 0,9730 0,7310 1,1234 1,0422 0,7690 0,9444 0,9135 0,8979 0,8934 0,9104 0,9987 0,9792 0,9226 0,9031 0,9253 0,9061 0,8920 0,8298 0,8837 1,0084 0,8372 0,9972 0,8942 0,8890 0,9011 1,0088 1,0631 0,9713 1,0088 0,8327 1,1362 1,2488 0,7748 1,0104 0,9149 0,9272 0,9058 0,8827 0,9665 0,9641 0,9489 0,6970 0,6734 0,6949 0,6456 0,5874 0,6505 0,8636 0,7333 0,4961 0,6622 0,7196 0,6749 0,8576 0,9457 0,7804 0,7541 0,5888 0,8303 0,6297 0,6299 0,7064 0,7320 0,6280 0,6547 0,8018 0,8499 0,8307 0,7087 0,8045 0,8156 0,8086 0,7948 0,7464 0,7927 0,9913 0,7878 0,7335 0,8066 0,8240 0,7975 0,9454 1,0007 0,8857 0,8846 0,6670 1,0220 0,9356 0,7061 0,8610 0,8180 0,7968 0,7894 0,8397 0,9215 0,9128 0,8382-2,08% -0,85% -1,84% -2,94% -1,92% -2,34% -0,37% -4,79% -0,56% -0,70% -2,03% -1,39% -2,03% -0,77% -2,06% 1,42% -4,74% 0,48% 4,01% 9,40% 1,28% 0,63% -1,77% -1,07% -2,15% -1,03% -1,20% -0,76% -2,33% -0,99% -2,08% -1,95% -1,88% -1,53% -0,34% -1,02% -0,38% -0,73% -0,95% -1,42% -2,15% -0,83% -2,27% 0,98% -5,00% 0,19% 3,39% 10,79% 1,14% 0,45% -2,98% -1,85% -2,42% -1,02% -1,26% -0,82% fev/jan fev/jan FEVEREIRO/15 JANEIRO/15

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5 COM FORTE DESVALORIZAÇÃO DO LEITE E ALTA DOS CUSTOS, MARGEM CAI 36% EM UM ANO Por Wagner Hiroshi Yanaguizawa, Analista de Mercado, equipe Gado de Leite Cepea Os custos de produção da pecuária leiteira iniciaram 2015 com novas elevações, enquanto os preços do leite recebidos pelo produtor caíram em fevereiro pelo nono mês consecutivo. Nesse cenário, a margem bruta (receita custos operacionais efetivos) da atividade caiu expressivos 36,2% na comparação entre fevereiro/15 com o mesmo mês do ano passado, de acordo com levantamento do Cepea realizado em parceria com a CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil). O aumento nos custos esteve atrelado principalmente ao reajuste do salário mínimo e aos insumos que têm o preço corrigido pelo dólar, como os utilizados na reforma dos pastos. Além disso, o excesso de chuvas em determinadas regiões contribuiu para o enfraquecimento das vendas, pois limitou as condições de trabalho. Quanto ao preço do leite ao produtor, a pressão continuou vindo da oferta elevada. O Índice de Captação de Leite do Cepea (ICAP-L) acumulou forte crescimento de 10% em 2014, na comparação com o ano de 2013, o que resultou em elevados estoques, principalmente, no segundo semestre do ano passado. Na mesma comparação, o custo operacional efetivo (COE), composto pelos desembolsos mensais da propriedade, subiu 1,6% considerando-se a média Brasil, que engloba os estados da BA, GO, MG, PR, SC, SP e RS. Para o custo operacional total (COT), que inclui as depreciações dos bens de produção e o pró-labore do produtor, o aumento foi de 1,7%. No mesmo período, o preço do leite recebido pelo produtor caiu 6% também na média Brasil. Entre os estados acompanhados pelo Cepea, Santa Catarina registrou o maior aumento no COE da pecuária de leite no acumulado de fevereiro, de 1,3%. Entre os grupos, as altas para os produtores catarinenses foram de 4% para silagem, 3,6% para energia e combustível e 8,7% para mão de obra. No outro extremo ficou Minas Gerais, com queda nos custos efetivos em fevereiro (-0,09%), e destaque para o grupo de concentrados, que registrou desvalorização de 0,8%. Para agravar o cenário, no Sul e em parte do Sudeste, produtores de leite ainda sentiram os reflexos das fraudes ocorridas em mercadorias lácteas no correr de Houve retração compradora e os preços caíram fortemente nos centros consumidores. Em relação aos próximos meses, as expectativas de agentes para as cotações dos insumos que compõem o grupo concentrado (42% do COE da atividade) estão divididas. Os dados oficiais apontam excedentes recordes, principalmente de milho, mas espera-se uma menor colheita para a safra atual, o que poderia pressionar os preços. Porém, a valorização do dólar frente ao Real tem deixado o cereal brasileiro mais competitivo no mercado externo e favorecido as exportações, sustentado os valores. Para o leite, grande parte dos colaboradores consultados pela equipe Leite/Cepea estima recuperação, fundamentada na menor oferta em decorrência da seca, no início do período de entressafra leiteira e na paralisação dos caminhoneiros em meados de fevereiro, que afetou pontualmente as negociações. 733,4 litros/tonelada 1652,5 litros/tonelada 13,8 litros/frasco 50 ml 806,4 litros/tonelada 1747,7 litros/tonelada 14,7 litros/frasco 50 ml 808,6 litros/tonelada 1708,2 litros/tonelada 14,8 litros/frasco 50 ml (130g de Fósforo) 9,1 litros/frasco 10 ml 87,7 litros/sc 25 kg 55,7 litros/litro de herbicida 9,7 litros/frasco 10 ml 94,0 litros/sc 25 kg 57,1 litros/litro de herbicida 9,8 litros/frasco 10 ml 94,7 litros/sc 25 kg 58,7 litros/litro de herbicida

6 EXPORTAÇÕES AUMENTAM 142% EM FEVEREIRO Por Natália Salaro Grigol e Ana Paula Negri, analistas de mercado da equipe Leite Cepea As exportações de lácteos totalizaram 18,6 milhões de litros em equivalente-leite em fevereiro, forte aumento de 142% frente aos 7,7 milhões de litros exportados em janeiro/15, mas queda de 35,7% na comparação com fevereiro de 2014, segundo dados da Secex. Mesmo com um aumento expressivo, no bimestre, a balança comercial láctea apresenta déficit de R$ 11 milhões (45 milhões de litros em equivalente-leite), situação pior que a do começo de 2014, quando a balança comercial registrava déficit de R$ 2,3 milhões. O avanço de janeiro para fevereiro está associado ao aumento das vendas de leite em pó que, no começo do ano, tiveram forte queda. Em equivalenteleite, as vendas do produto em pó totalizaram 13 milhões de litros. A Venezuela, que em janeiro havia reduzido a demanda, respondeu por 99,4% do volume vendido desse derivado em fevereiro. De acordo com dados da Secex, o leite em pó integral brasileiro foi vendido, em média, a US$ 5,81/kg, aumento de 10,7% frente ao mês anterior com o efeito do câmbio, a cotação em Reais do leite em pó, de R$ 16,37/kg, a valorização chega a 18,4%. As cotações do produto permaneceram bem superiores aos valores negociados pela Oceania e Europa, de US$ 2,93/kg e US$ 2,89/kg, respectivamente, segundo o USDA (Tabela 1). A título de comparação, o leite em pó integral importado pelo Brasil teve média de US$ 3,41/kg, como pode ser visto no Gráfico 1. Os principais compradores dos lácteos brasileiros em fevereiro foram Venezuela, Arábia Saudita e Emirados Árabe, os quais participaram com 69,29%, 5,42% e 4,55% do faturamento. De modo favorável à balança comercial do setor, as importações de lácteos recuaram em fevereiro. Segundo a Secex, chegaram ao País 63,6 milhões de litros em equivalente-leite, 16% a menos que em janeiro. A queda se deveu às menores quantidades adquiridas de leite modificado (-95%), queijos (- 38%) e leite em pó (-9%), sendo queijos e leite em pó os dois principais itens da pauta de importações de lácteos. Apenas as compras de doce de leite e manteiga registraram aumento, de 70% e 21%, na sequência. Porém, frente a fev/14, as importações de leite em pó, doce de leite e manteiga apresentaram aumento de 109%, 105% e 36%, respectivamente. Apenas o queijo registrou queda de 28% entre fev/15 e fev/14. Quanto às origens dos lácteos importados, as compras do Uruguai aumentaram 24% frente a janeiro, representando 48,9% do total. As compras da Argentina diminuíram 28%, mas ainda representaram 47,9% do total internalizado em fevereiro. IPE-L/Cepea O Índice de Preços de Exportação de Lácteos (IPE-L) do Cepea registrou média de US$ 4,70/kg, expressivo aumento de 26% de janeiro para fevereiro devido ao maior volume de leite em pó exportado em fevereiro. Em Reais, o IPEL foi de R$ 13,23/kg, com o dólar sendo negociado à média de R$ 2,82 naquele mês. Dentre os produtos acompanhados pelo Cepea, houve aumento de 10,7% nos preços de leite em pó, de 5% nos da manteiga e de 1,8% para o leite condensado. Já as cotações de iogurte baixaram 64,2%, a dos queijos 25,1% e do doce de leite, 24,1%. Mercado Internacional: A produção de leite na Austrália, em fevereiro, manteve-se estável em relação a janeiro/15, ao passo que os preços da maioria dos produtos lácteos tiveram alguma recuperação. Segundo dados do USDA, a estiagem naquele país foi interrompida por um forte ciclone na segunda quinzena de fevereiro, que trouxe chuvas para as principais regiões produtoras de leite. Já na Nova Zelândia, a produção leiteira diminuiu devido à combinação de tempo seco e baixos preços pago ao produtor. Na Europa, a demanda e a produção diminuíram para a maioria dos derivados lácteos. Produtores acreditam que haja aumento da produção de leite em abril. US$ US$ 2.893,75 Tabela US$ 5.112,5 US$ % -44% US$ US$ US$ 4.987,5 US$ 4.618,5-48% -49% Os dados se referem à média entre 7 de fevereiro a 1 de março de 2015; para 2014, foi considerado período semelhante Tabela 2 - Volume exportado de lácteos (em equivalente leite)¹ - (%) Participação no total exp. em Fev/14- (%) 142% % 4% Total de janeiro a fevereiro/15 frente ao mesmo período de 2014: - 68% Notas: (1) Consideram-se os produtos do Capítulo 4 da NCM mais leite modificado e doce de leite; (2) O soro de leite é medido em quilos, não sendo convertido em litros. 763% 43% -43% - 70% 19% 4% -35,7% -37% -4% -70% 81% ² Tabela 3 - Volume importado de lácteos (em equivalente leite)¹ - (%) Participação no total imp. em -Fev/14 (%) -16% -9% -38% -78% -13% Total de janeiro a fevereiro/15 frente ao mesmo período de 2014: 28% - 80,9% 18,4% Notas: (1) Consideram-se os produtos do Capítulo 4 da NCM mais leite modificado e doce de leite; (2) O soro de leite é medido em quilos, não sendo convertido em litro. 0% - 188% 190% -28% 19755% -27%

7 APÓS CINCO MESES, UHT E MUÇARELA APRESENTAM LEVE AUMENTO EM FEVEREIRO Por Vitoria Guereschi Lucas, graduanda em Gestão Ambiental, e Isadora Trouva Vieira, graduanda em Ciências Econômicas Os preços dos derivados lácteos no mercado atacadista do estado de São Paulo, finalmente, pararam de cair em fevereiro. De acordo com levantamentos do Cepea, o leite UHT teve média de R$ 1,825/litro (inclui frete e impostos), leve aumento de 0,44% frente ao mês anterior, mas ainda 10% abaixo da média de um ano atrás em termos reais (atualização pelo IPCA jan/15). A muçarela, que tem seu preço influenciado p elo d o U H T, também teve l igei ra recuperação, com média mensal de R$ 11,36/kg. Esse valor significa aumento de 0,24% frente a janeiro, mas queda de 11,3% no comparativo com fevereiro/14, em termos reais. Na primeira quinzena do mês, a queda da captação de leite e a volta às aulas deram sustentação aos preços dos derivados no atacado. Na segunda quinzena, o suporte veio da paralisação de caminhoneiros, que dificultou a entrada de leite UHT do Sul e gerou especulações sobre outros impactos que poderiam ser gerados pela interrupção do tráfego. O levantamento de preços de derivados é feito diariamente pelo Cepea, com o apoio da OCB (Organização das Cooperativas Brasileiras) e da CBCL (Confederação Brasileira de Cooperativas de Laticínios). Tabela 1. Preços médios do leite UHT e da muçarela em dezembro no atacado paulista em Jan/14 em Fev/14 R$ 1,80/litro -6,49% -8,82% R$ 1,825/litro 0,44% -9,93% R$ 11,19/kg -1,52% -12,62% Fonte: Cepea OCB/CBCL. Nota: Variação em termos nominais, ou seja, sem considerar a inflação do período. R$ 11,36/kg 0,24% -11,27% Preços médios dos derivados praticados em JANEIRO e as variações em relação ao mês anterior 1,57 1,72 13,83 11,78 12,82 15,32-1,8% -2,6% -1,1% -5,1% 0,0% -0,3% 1,63 1,70 16,09 13,29 13,85 13,16 1,2% -1,7% 0,1% -3,0% 1,5% -0,2% 1,63 1,64 11,89 10,68 12,02 12,69-0,2% 1,64-0,7% 1,63-1,5% 14,15-1,9% 14,18-1,3% 12,65-3,7% 12,81-1,2% -9,7% 1,8% -3,4% 0,0% 1,6% 1,77 1,73 14,85 12,28 12,54 13,23 2,9% 1,65-2,5% 1,68 0,6% 14,16-0,8% 12,44-1,9% 12,78-1,1% 13,44 0,22% -3,5% 0,0% -2,9% -0,3% -0,7% Fonte: Cepea/ESALQ-USP 7

8 MERCADO DE MILHO E FARELO DE SOJA Por Ana Amélia Zinsly Trevizam e Débora Kelen Pereira da Silva MILHO: Valorização do dólar e greve de caminhoneiros elevam preço do cereal Em fevereiro, a colheita do milho seguiu sem grandes problemas, mas os preços tiveram fortes aumentos. Com a alta do dólar, o grão se valorizou nos portos e esse comportamento se estendeu para o interior do País. Além disso, a paralisação de caminhoneiros dificultou o abastecimento de muitas regiões, levando vendedores a reajustar os preços diante da necessidade de consumidores. Em São Paulo, por exemplo, muitos compradores não conseguiram receber o grão comprado em outros estados, precisando recorrer a vendedores das proximidades. Segundo colaboradores do Cepea, a interrupção do t r á f e g o p re j u d i c o u c o n s i d e rave l m e n t e a comercialização de grãos no Rio Grande do Sul, em Mato Grosso, Goiás e Minas Gerais. Como resultado desses fatores, o Indicador CEPEA/ESALQ, referente às negociações na região de Campinas-SP (valores a prazo descontados pela taxa CDI) encerrou fevereiro a R$ 28,96/sc, alta de 8,1% ao longo do mês. Com o dólar atraente, muitos vendedores se concentraram em operações de exportação. Como resultado, os contratos a termo, para embarque do milho no segundo semestre estão mais adiantados que o observado no mesmo período de Além disso, os preços médios dos contratos de fevereiro, para embarque a partir de julho, também aumentaram em relação ao que era praticado entre novembro/14, quando começaram as efetivações da safra nova no porto de Paranaguá, e janeiro/15. Segundo dados do Cepea, em janeiro, o preço médio dos negócios a termo para embarque por Paranaguá especialmente em agosto e setembro tiveram média de R$ 27,71/sc de 60 kg; em fevereiro, para embarque no mesmo período, a média subiu para R$ 29,63/sc. FARELO DE SOJA: Insumo fica 6% mais caro na média das regiões pesquisadas O mercado da soja também teve reajustes motivados pelo câmbio e pela paralisação de caminhoneiros. Ao longo de fevereiro, o farelo, na média das regiões acompanhadas pelo Cepea, se valorizou 5,8%. No mesmo período, o dólar teve ganho de 6,4%, a R$ 2,8560 no dia 27 de fevereiro. A entrega de farelo de soja para as granjas, que são grandes consumidoras deste derivado, atrasou em várias regiões, inclusive no estado de São Paulo, onde as manifestações foram menores. Compradores que tinham grande necessidade do insumo em curto prazo tiveram de aceitar os valores pedidos; em muitos casos, mesmo pagando mais, aumentavam a quantidade adquirida receosos de que os protestos se estendessem por muitos dias. Diante das oscilações do câmbio e incertezas quanto ao preço do frete e capacidade de entrega, o ritmo de negociação, como um todo, diminuiu, e os fechamentos foram feitos principalmente para entregas nos próximos meses. SP 2015 Janeiro Fevereiro 27,41 27, ,85 954,59 Para receber o Boletim do Leite digital, encaminhe-nos um para leicepea@usp.br com os seguintes dados: nome, , endereço completo e telefone Contato: leicepea@usp.br Acompanhe mais informações sobre o mercado de leite em nosso site: