Neymar fecha novo patrocínio, mas mantém sina local

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1 B O L E T I M OFERECIMENTO TERÇA-FEIRA, 28 DE ABRIL DE 2015 NÚMERO DO DIA R$ 359 mi foi a receita da CBF, em 2014, com patrocínios; é o melhor resultado do futebol brasileiro EDIÇÃO 243 Neymar fecha novo patrocínio, mas mantém sina local POR ERICH BETING Quando foi para o Barcelona, Neymar celebrou a chance de se tornar um ícone global. O staff do jogador, inclusive, preparou uma mudança na comercialização de seus patrocínios, preparando uma redução no número de parceiros, mas dando alcance global a eles. Quase dois anos depois da polêmica transferência, Neymar tem celebrado alguns acordos, mas ainda não conseguiu se juntar mundialmente a seus parceiros. O atacante do Barcelona será o novo rosto do enxaguante bucal Listerine, na campanha que deve ir ao ar nos próximos meses. O envolvimento dele com a marca da Johnson & Johnson, porém, é restrito ao mercado brasileiro. O contrato é válido por dois anos, e terá Neymar como rosto da marca em campanhas na TV, redes sociais e pontos de venda. Apostamos em Neymar por seu carisma e por ser um amplificador da mensagem, contribuindo no crescimento da marca e desenvolvimento da categoria, disse em comunicado Ronaldo Art, gerente grouper da Johnson & Johnson Consumo do Brasil. O jogador já gravou, na semana passada, o primeiro anúncio para a Listerine, em Barcelona. Na segunda- -feira, usou sua conta pessoal no Facebook para anunciar a parceria, como havia feito há algumas semanas para revelar um acordo com a PokerStars, plataforma de jogos de pôquer online. Com o acordo com a Listerine, Neymar passa a ter seu 12º patrocinador pessoal. Além da PokerStars, ele conta com os aportes NEYMAR POSA DURANTE A GRAVAÇÃO DE COMERCIAL PARA O SEU NOVO PATROCINADOR de Nike, Panasonic, Claro, Tenys Pé, Lupo, Guaraná Antarctica, Volkswagen, Heliar e Rexona. Segundo a agência de marketing esportivo Euromerica, Neymar arrecadou, no ano passado, 123 milhões, entre salários e patrocínios. Ele é o segundo jogador de futebol mais bem pago da América, atrás apenas de Lionel Messi, seu colega de Barcelona, que faturou 433 mi em

2 Continental cria campanha mundial para entrada na corrida POR DUDA LOPES A Continental lançou nova campanha global envolvendo esporte. Mas, dessa vez, o futebol não esteve em destaque; quem ganhou espaço foi a corrida de rua. O plano é diversificar a comunicação com o esporte por meio da parceria com a Adidas, que tem aumentado a gama de produtos com solas de calçados feitos com tecnologia da marca de pneu. A parceria começou em 2007, mas a Continental jamais havia comunicado a ida para o segmento. O que mudou a estratégia da empresa foram os recordes conquistados na Maratona de Berlim por atletas que usaram tênis frutos da parceria. Hoje, já são 80 produtos no portfólio da marca das três listras com a Continental. O vídeo da campanha, chamada de Get Your Grip, mostra atletas de parkour interagindo com automóveis e engenheiros da Continental, sempre com o foco na aderência entre sola e asfalto. Além do filme, a nova diretriz do marketing da empresa deverá ser explorada nas redes sociais. Esse é um dos pontos fundamentais para o mercado brasileiro. Após a Copa do Mundo, a Continental chegou a 1 milhão de seguidores em suas redes. Agora, com o fim do contrato com a Fifa, a corrida de rua deverá ser um dos caminhos para a produção de conteúdo nas plataformas online. Apesar disso, o futebol não será descartado pela empresa. A Continental mantém ainda alguns investimentos no segmento nos Estados Unidos, como na MLS, além do patrocínio à Eurocopa de 2016, que será na França. Por outro lado, a empresa ainda não possui qualquer tipo de patrocínio no segmento de corrida de rua. As possibilidades futuras ainda serão avaliadas pela marca, tanto aqui quanto no exterior. 2

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4 POR DUDA LOPES Santos revê política e polui camisa na final do Paulistão Torcedores santistas se assustaram no último domingo. Quando o time entrou em campo para enfrentar o Palmeiras, pela final do Paulistão Itaipava 2015, os jogadores exibiram uma camisa repleta de patrocínios, como poucas vezes se viu em um grande clube brasileiro. Para a direção do clube, não teve jeito: o fator financeiro falou mais alto. Segundo o diretor de marketing do Santos, Paulo César Verardi, a opção de lotar o uniforme foi válida por se tratar de acordos pontuais, ainda que defenda patrocínios que não estejam restritos à exposição. No pontual, nós vamos nos adequar ao mercado, resumiu o executivo, que preferiu não abrir à Máquina do Esporte os valores arrecadados no último fim de semana. Geralmente, cada espaço de um time grande é vendido em média a R$ 70 mil para um jogo de alta audiência na TV. Em campo, a camisa do time UNIFORME DO SANTOS NA FINAL DO CAMPEONATO PAULISTA; CALÇÃO E CAMISA TINHAM OITO DIFERENTES MARCAS esteve bastante poluída. Foram de uma das partidas mais aguardadas dos primeiros meses do oito marcas que dividiram espaço com o escudo santista. Rafarillo futebol brasileiro, com transmissão em televisão aberta e ampla Calçados, Unicef, Corr Plastik, 99 Taxis, Dolly Guaraná, Museu Pelé, repercussão nos dias seguintes. Nike e Joli se espalhavam pela O plano futuro, por outro lado, vestimenta, formando um conjunto de patrocínios fixos, pontuais e tos está sem um aporte máster há é de redução nas marcas. O San- até autopromoção do clube. dois anos e espera fechar negócios por meio de outra estratégia Para quem espera um uniforme mais limpo no próximo domingo, no mercado. É claro que o que a notícia não é boa. Todos os vai se sobrepor é a questão econômica, mas a política do clube é acordos foram fechados para as duas partidas da final. As marcas, de ter poucos patrocinadores na claro, aproveitam a exposição camisa, finalizou Verardi. Na TV, clássico tem segunda pior audiência do ano A final do Paulistão entre dois times de massa não empolgou a audiência. O jogo entre Palmeiras e Santos do domingo, considerando todos os clássicos exibidos em São Paulo este ano, foi o que teve o segundo pior resultado no Ibope. Palmeiras e Santos tiveram uma audiência acima da média do torneio estadual. Foram 27 pontos de média para a partida, com a Globo registrando 22 pontos e a Band, cinco pontos. Apenas um clássico teve desempenho pior na audiência, e foi justamente o duelo entre os dois times pela primeira fase do torneio, quando marcou 25 pontos, mas numa quarta-feira à noite. Neste ano a TV já mostrou sete clássicos locais. 4

5 O mercado está preparado para o marketing no esporte? DA REDAÇÃO POR ERICH BETING diretor da Máquina do Esporte Um dos maiores legados que Copa e Olimpíadas deixam para o Brasil é o ensinamento de como as marcas podem tirar melhor proveito de um patrocínio esportivo. Ações de ativação, relacionamento e até mesmo exploração de outras propriedades nos são mostrada nesses eventos. A dúvida que fica, porém, é se o mercado está preparado para isso. As empresas vão, de fato, gastar com o marketing no esporte? Nesse quse um ano pós-copa, está claro que há um esforço da Brahma em continuar a investir em ativação de patrocínio com o projeto do Futebol Melhor, capitaneado pelos programas de sócio-torcedor. A marca teve como ponto de partida a Copa do Mundo para trazer ações de cunho parecido para o dia a dia. Os demais patrocinadores seguem com as ações tímidas de sempre. O problema é que, por aqui, a oferta de bons eventos é escassa. Para um patrocinador, a conta de investir em mídia da Globo é muito mais lógica e eficiente do que buscar o esporte para construir marca e falar com o público de forma diferente. A poluição visual que tomou conta do uniforme do Santos na final do Campeonato Paulista é a mostra de como ainda se vê patrocínio esportivo como oportunidade de mídia. Foram oito marcas distintas na camisa santista. O argumento usado pelo clube para justificar o abadá é a força do mercado, que está disposto a comprar a oportunidade de mídia quando o clube chega à final. Em parte, o Santos tem razão. O mercado ainda não vê como ter mais retorno ao investir em esporte. Mas há bom produto para se investir? Nike fecha com Chile, mas só vestirá seleção após a Copa América POR REDAÇÃO A Nike assinou contrato de oito anos e será a nova fornecedora de material esportivo do Chile, a partir de agosto. Com isso, a Puma irá se despedir oficialmente da camisa da seleção local na Copa América, que será disputada no próprio Chile, de 11 de junho a 4 de julho. A entrada da Nike encerra um vínculo de quatro anos entre a federação chilena e a Puma. No dia 1º de abril, a entidade havia estipulado uma data final para receber propostas, tanto de renovação como de outras empresas interessadas em estampar seu logo no uniforme da equipe. Valorizada com a boa campanha na Copa do Mundo do Brasil, no ano passado, a federação chilena queria um aumento substancial do contrato que estava em poder Puma. A equipe surpreendeu e eliminou a então campeã Espanha na primeira fase do Mundial, e só caiu nas oitavas de final do torneio nos pênaltis da seleção brasileira. Por quatro anos de vínculo, a antiga fornecedora pagou US$ 18 milhões ao Chile. Além de Nike, Adidas, Puma e Under Armour também se mostraram interessadas no contrato. A vitória custará aos americanos US$ 30 milhões pelos próximos quatro anos. O valor é quase o mesmo que a Nike paga, por ano, para vestir a seleção brasileira. Os americanos desembolsam US$ 25 milhões por temporada com o time do Brasil. 5