Clubes se reúnem para tentar arquitetar futuro sem CBF

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1 B O L E T I M OFERECIMENTO SEGUNDA-FEIRA, 8 DE JUNHO DE 2015 NÚMERO DO DIA 10,3 mi o Barcelona faturou com a conquista do título de campeão da Europa, no fim de semana EDIÇÃO 269 Clubes se reúnem para tentar arquitetar futuro sem CBF POR ERICH BETING As mudanças no comando do futebol pelo mundo geraram um movimento de resposta dos clubes de futebol no Brasil que pode diminuir o poder da CBF. Nesta segunda-feira, diversos clubes vão se reunir no Rio de Janeiro para discutir como pode ser o futuro deles sem uma participação direta da CBF na organização do torneio nacional. O movimento já é um desdobramento da crise que ronda a entidade máxima do futebol brasileiro desde que o ex-vice-presidente José Maria Marin foi preso, há duas semanas. Na pauta da reunião dos clubes está a discussão de quanto eles poderiam faturar a mais se assumissem as gestões do Campeonato Brasileiro, da Copa do Brasil e dos torneios regionais no começo do ano, em detrimento das competições estaduais. Os clubes passaram os últimos dias estudando quais as fontes de receita que podem aumentar no caso de eles assumirem a gestão dos eventos. Um dos pontos mais intrigantes, para eles, é o quanto a Copa do Brasil fatura por ano, em direitos de mídia e venda de propriedades comerciais. O torneio é um dos que têm pior premiação para os participantes. O encontro deverá reunir outras lideranças do futebol. Representantes de atletas e executivos de futebol estavam sendo contatados para fazer parte do debate. A reunião entre os clubes gerou uma correria na CBF, que também convocou um encontro para esta segunda-feira no Rio de Janeiro com os clubes. A convocação da reunião com a entidade mudou o local do encontro entre os clubes, que deverá ser só no fim do dia. Enquanto tenta conter o avanço dos clubes, a CBF prepara uma reforma em seu estatuto. Na quinta-feira, haverá Assembléia Extraordinária para discutir uma mudança no texto do estatuto. Marco Polo Del Nero quer mudar o artigo que concede ao vice-presidente mais idoso o direito de se tornar presidente da entidade na vacância do cargo. A CBF diz que a ideia é modernizar o texto. 1

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3 Liga dos Campeões da Uefa dá adeus à ESPN após 26 anos POR ADALBERTO LEISTER FILHO O fim de semana encerrou uma das parcerias mais longevas nos direitos de TV fechada no Brasil. A partir da próxima temporada e por três anos, a ESPN será substituída pela TV Esporte Interativo na Liga dos Campeões da Uefa. O evento, que teve o Barcelona como campeão no último sábado, estava em poder do canal desde 1989, entrada da ESPN no Brasil. A parceria foi muito boa para a ESPN. Ter um campeonato como a Liga dos Campeões no nosso portfólio foi ótimo. E para a Liga foi ótima a parceria porque ela se tornou conhecida pelo fã de esporte no Brasil, afirma German Von Hartenstein, diretor-geral da ESPN no Brasil, em entrevista exclusiva à Máquina do Esporte. Apesar da perda do carro- -chefe da grade de programação, o executivo afirma que há outros eventos nos quais o canal conseguiu vincular sua imagem. A ESPN tem uma marca muito forte atrelada ao futebol europeu e aos esportes americanos, diz Von Hartenstein, lembrando a crescente popularidade da NFL no país. A saída da Liga dos Campeões da grade de programação, porém, pode resultar num impacto negativo sobre o principal objetivo do canal fechado nos últimos anos: o aumento de audiência. É inegável a importância que a Liga tem até pelo número de jogadores brasileiros que atuam. Mas vamos continuar acompanhando o torneio, trazendo análises relevantes. Também teremos a Liga Europa, afirma o executivo, que já faz campanha pelo torneio: Quando esses três anos passarem, estaremos interessados em ter a transmissão de volta. Até lá, a emissora seguirá apostando no aumento de audiência por programas de debate e com a contratação de ex-jogadores. 3

4 Mudança de canal da Liga dos Campeões é sempre bem-vinda POR ADALBERTO LEISTER FILHO diretor de conteúdo da Máquina do Esporte A partir de agora, o público de esporte, que já se acostumou a assistir à Liga dos Campeões pela ESPN, terá que acionar o controle remoto para outro canal, o Esporte Interativo, para acompanhar a principal competição de clubes do mundo. O crescimento do interesse do fã de futebol pelo torneio se deve, em grande parte, ao excelente trabalho desenvolvido pela emissora em mais de 20 anos de parceria. Chegou a hora de mudança. O que é salutar. Adquirir os direitos de transmissão da Liga dos Campeões impõe um desafio que o EI nunca enfrentou: o de colocar sua marca em um evento totalmente vinculado a um concorrente. Para isso, são necessárias contratações, aumento de equipe e novas ideias para arejar as transmissões e dar seu toque ao torneio. Tudo isso mexe com o mercado, valoriza salários, gera empregos. Para os anunciantes, interessados na imagem do torneio em que despontam astros como Messi e Neymar, há um novo canal para expor a marca. Os patrocinadores da Liga dos Campeões devem voltar interesse para o EI, programando seus filmes publicitários no canal. É de se DA REDAÇÃO esperar que os repetitivos anúncios e musiquinhas da Heineken agora mudem de emissora (pensando bem, essa pode ser uma grande vantagem de continuar vendo a ESPN). Finalmente, o EI e o EI Nordeste passam a ter em seu portfólio um grande trunfo para a entrada na lista das principais operadoras de TV por assinatura (Sky e NET). Por enquanto, a emissora só é oferecida por GVT, Vivo TV, Claro e Oi TV, além da TV aberta (UHF e parabólica). Para quem gosta de esportes, são mais dois canais como opção. Toda mudança é bem-vinda. Público na TV fechada terá de se acostumar a dura realidade POR ERICH BETING diretor da Máquina do Esporte DA REDAÇÃO O público acostumado ao padrão ESPN na cobertura da Liga dos Campeões terá uma nova - e dura - realidade pelos próximos três anos. A mudança de canal após 26 anos de transmissão gera uma mudança que não deve agradar. Reconhecida pela excelência na informação, a ESPN será substituída por uma emissora que tem como grande trunfo levar ao máximo o conceito de interatividade nas transmissões. Sairão as análises feitas para o fã de esporte e entrarão transmissões muito mais despojadas, desbocadas e até certo ponto despreocupadas em ter a informação precisa como fonte primária de uma transmissão. A troca de ESPN por EI, apesar de boa para arejar os ares da transmissão de esporte no Brasil, causa também uma enorme ausência para o público que é fanático, o que é, em boa parte, o extrato dominante num universo da TV por assinatura. Esse baque é o que mais preocupa nessa mudança de casa da Liga. Para o fanático, uma transmissão de futebol precisa de informação acima de qualquer outra coisa. Esse é o DNA da ESPN no Brasil, esse modo de ser que consagrou a emissora e gerou uma marca forte para a empresa em mais de duas décadas. Com a Esporte Interativo, o lema deixa de ser informação é o nosso esporte para ser é muito mais emoção. Isso deve significar transmissões mais emotivas, enquetes e sugestões de participação do torcedor sujando a transmissão e mais uma série de outras interações que tiram o foco da informação do jogo. O público na TV fechada terá de se acostumar a uma dura realidade. A transmissão da Liga dos Campeões será muito menos informativa e bem mais similar à da TV aberta. 4

5 ESPECIAL 10+: CASES BRASIL No especial dos 10 anos da Máquina do Esporte, lembramos dez casos de sucesso do esporte no Brasil nesta última década. Inovações, tacadas de marketing, ações para o torcedor. Veja a nossa lista dos COPA DO MUNDO Foi o grande evento do esporte brasileiro na última década. A Copa fez o país entender o que é um megaevento e, acima de tudo, foi um sucesso. 2 - RONALDO NO CORINTHIANS A contratação de Ronaldo pelo Corinthians em 2008 valorizou o clube e ainda teve resultado esportivo. Uma jogada de craque do marketing alvinegro. 3 - NOVO BASQUETE BRASIL (NBB) Em 2005, o Nacional de basquete não teve campeão. Em 2015, a liga nacional de clubes, anunciou sociedade com a NBA. Precisa dizer mais? 4 - MOVIMENTO POR UM FUTEBOL MELHOR O projeto de sócio-torcedor do futebol já reúne 1 milhão de pessoas numa plataforma única, da Ambev, gerando fonte alta de receita para os clubes. 5 - ALLIANZ PARQUE O estádio do Palmeiras tem o maior contrato de naming right do país e já ajuda a mudar a imagem da seguradora com os consumidores no Brasil. 6 - NEYMAR Surgiu um jogador capaz de ter performance dentro e fora do campo tão brilhante quanto Ronaldo. Neymar é o novo menino dourado do futebol. 7 - ESPAÇO VISA NOS ESTÁDIOS Criado em 2007 no Figueirense e ampliado para o Palmeiras, o setor Visa marcou o início da venda de ingressos pela internet no futebol nacional. 8 - CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DE JUDÔ (CBJ) Apontada como modelo, é a entidade que menos depende de dinheiro público em suas finanças. E ainda é promessa de medalhas no Rio NIKE NA CORRIDA DE RUA A Nike criou duas provas que a deu respeito no esporte. A Run of The World, com várias provas simultâneas, e a 600k, para o atleta de ponta GILLETTE FEDERER TOUR No fim de 2012, a Gillette patrocinou a vinda de Roger Federer ao Brasil, num evento que reuniu dez jogadores entre os melhores do mundo.