Clubes usam redes sociais para fechar acordos milionários

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1 B O L E T I M OFERECIMENTO QUARTA-FEIRA, 23 DE ABRIL DE 2015 NÚMERO DO DIA 135 mi foi a proposta - recusada - feita pela cerveja Guiness para dar nome à liga inglesa de futebol EDIÇÃO 240 Clubes usam redes sociais para fechar acordos milionários POR DUDA LOPES E ERICH BETING VÍDEO NA TV DO PALMEIRAS SOBRE CLASSIFICAÇÃO À FINAL DO PAULISTA; CLUBE JÁ CONTA COM 300 MIL ASSINANTES Depois de Corinthians e São Paulo, chegou a vez de o Palmeiras fechar um acordo com foco nas redes sociais. E, assim como os rivais paulistas, o negócio envolve um faturamento milionário. O Palmeiras acertou com um de seus atuais parceiros, a Faculdade das Américas (FAM), e cedeu o naming right de seu canal de vídeo online, a TV Palmeiras. Com validade de dois anos, o contrato renderá, segundo o clube, R$ 2,6 milhões. A quantia é próxima do que o Corinthians pretendia numa possível extensão de contrato com a Henkel. Em janeiro e fevereiro, o clube fechou com a empresa, que exibiu as marcas Cascola e Loctite Durepoxi nos vídeos do time. No Parque São Jorge, as negociações não andaram. Já no Palmeiras, houve uma ampliação de um contrato. Hoje, a FAM já está exposta no uniforme do time. No YouTube, a TV do Palmeiras conta com mais de 300 mil inscritos e um número de visualização elas o uso das redes sociais do que ultrapassa os 19 milhões, clube na promoção dos parceiros. sendo um dos mais acessados do Nossa intenção é justamente país entre os times de futebol. O aplicar todas as frentes que um canal é impulsionado pelos mais patrocínio pode gerar, como de 3 milhões de seguidores que ativação, relacionamento, experiência de marca e mídias digitais, o clube conta no Facebook. O acordo palmeirense se soma trazendo uma receita nova ao a dois recentes negócios fechados pelo São Paulo na natureza marca do São Paulo pode entre- clube e explorando a força que a da negociação. Nas últimas semanas, Gatorade e Copa Airlines de marketing do São Paulo. gar, diz Carlos Pereira, executivo foram anunciadas como parceiras Se, antes, as redes sociais eram comerciais do Tricolor paulista. só um canal de relacionamento O pacote de negociação com dos clubes com os torcedores, as empresas envolvem diversas aos poucos elas se transformam plataformas de exposição, entre em fonte milionária de receita. 1

2 Com teaser, Fluminense faz repetição de tática com camisas POR DUDA LOPES Fotos vazadas na internet, um vídeo oficial e muita especulação na mídia especializada. Essa tem sido a receita mais seguida pelos clubes brasileiros para potencializar as vendas de novos uniforme. Não por acaso, o Fluminense adotou essa mesma estratégia para sua nova camisa 3, que será revelada na próxima sexta-feira. Na comunicação oficial, o clube e a Adidas, fornecedora da equipe, fizeram um vídeo com o atacante Kenedy, que ameaça abrir o casaco para mostrar o novo uniforme. Para manter o mistério, o jogador fica apenas na ameaça. No dia seguinte, na quarta-feira, o mistério acabou (ou aumentou) com o vazamento de uma foto na internet com o modelo que será apresentado na sexta-feira. A camisa exibida é inteira verde. O caminho é repetido por outros clubes pelo Brasil. O São Paulo, por exemplo, tem explorado a mudança de fornecedor de material. Com a Under Armour, o clube divulgou um vídeo em que jogadores experimentam o novo modelo, que no vídeo aparece embaçado. Na última semana, a Netshoes divulgou que a pré- -venda do modelo superou em 11 vezes a do uniforme de Já o Palmeiras ficou com o outro lado. O clube deverá lançar um uniforme 3, mas ainda não fez nenhum vídeo provocador sobre isso. No entanto, os torcedores já podem ter uma ideia do que será usado: uma foto aparentemente vazada mostra Zé Roberto vestindo um uniforme todo cinza. Nesta semana, o Inter se apressou entre os grandes e apresentou o uniforme que será usado no Brasileirão. Antes, lançou fotos com amostras do uniforme, que acabou vazando na internet. Depois, fez evento com atletas, quando mostrou, enfim, a camisa. 2

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4 Clubes começam a perceber força de mídia que possuem DA REDAÇÃO POR ERICH BETING diretor da Máquina do Esporte No site oficial da NBA, quando o leitor clica no link Quem somos, vê uma elucidativa descrição do que é a empresa e o que ela faz. Nada de liga americana de basquete, como costumamos grafar nos veículos de mídia daqui. A NBA se posiciona como empresa de mídia e esporte. Ela, portanto, se vê como provedora de conteúdo para as pessoas, sendo então uma mídia. Por aqui, o esporte raramente percebe que, com a revolução provocada pelas internet e posteriormente pelas redes sociais, as entidades esportivas passaram a ser uma mídia tão ou mais poderosa que os veículos tradicionais de comunicação. O torcedor, impulsionado pela paixão, tende a querer consumir cada vez mais os canais oficiais dos clubes. Saber os bastidores do time, ter acesso exclusivo a algum tipo de conteúdo, ver a matéria do ponto de vista do torcedor, com todas as distorções possíveis do olhar do fã. Tudo isso, antes, era impossível. Agora, porém, o esporte pode brecar o intermediário que havia na mídia tradicional. E isso tem um peso enorme na hora de buscar uma fonte alternativa de receita no esporte. O fã é um consumidor muito mais engajado nas mídias oficiais dos clubes do que num veículo tradicional. Isso permite que as ações comerciais tenham mais sucesso nos canais oficiais do que nos demais. Numa era em que as marcas ainda compram mídia baseadas principalmente na quantidade de visualização, e não na qualidade do conteúdo, investir nos canais digitais dos clubes é um caminho cada vez mais claro. E, sem dúvida, lucrativo. Liverpool renova com banco e terá terceiro maior patrocínio do mundo POR REDAÇÃO O Liverpool renovou o patrocínio de camisa com a Standard Chartered, num dos contratos mais lucrativos da Premier League. Para continuar a estampar o logo do banco britânico, a equipe vermelha passará a receber 30 milhões por temporada. É o terceiro contrato mais alto de patrocínio de camisa de um clube de futebol. O acordo foi selado apesar da possibilidade de o time de Liverpool não se classificar para a próxima edição da Liga dos Campeões. A camisa da equipe que não ganha o Campeonato Inglês desde 1990 só é menos valiosa que as do Manchester United ( 53 milhões da Chevrolet) e do Chelsea ( 40 milhões da Yokohama, de pneus). O valor recebido pelo Liverpool iguala o contrato do Arsenal com a Emirates. O acordo atual do clube, porém, é mais alto do que o obtido pelo Manchester City, atual campeão inglês, com a Etihad Airways, que é de 20 milhões. O Liverpool também passa à frente de gigantes do futebol europeu, como Barcelona (Qatar Airways), Bayern de Munique (Deutsche Telekom) e Real Madrid (Emirates), que recebem 25 milhões cada. Esta extensão mostra ainda mais a grande força do nosso relacionamento de longo prazo e o sucesso de nossa parceria com o Standard Chartered, afirmou billy Hogan, diretor comercial do Liverpool. O banco é o quinto diferente patrocinador do Liverpoo em 40 anos de patrocínio na camisa. 4

5 Mesmo sem Copa, comércio esportivo deve aumentar 2,5% POR ADALBERTO LEISTER FILHO O comércio esportivo deve crescer 2,5% em 2015, apesar da retração econômica e de neste ano não haver um megaevento que impulsione as vendas, como foi a Copa do Mundo em O número é previsto pela Ápice (Associação pela Indústria e Comércio Esportivo), entidade que reúne as principais marcas esportivas que atuam no país. A entidade espera melhorar a cadeira produtiva, deixando o produto nacional mais competitivo. Fazem parte da associação Adidas, Alpargatas, Asics, New Balance, Nike, Oakley, Paquetá, Puma, Sketchers e Under Armour. A alta do dólar não favorece necessariamente a exportação, já que muitos componentes do tênis, por exemplo, são importados, conta Marina Carvalho, diretora-presidente da Ápice, que projeta uma alta no preço dos calçados por conta da matéria- -prima que vem do exterior. EM 2014, ADIDAS TROPICALIZOU LINHA TÊXTIL, APOIADA NA REALIZAÇÃO DA COPA DO MUNDO DE FUTEBOL NO BRASIL Estados Unidos e Argentina são setor de calçados e roupas esportivas movimentou R$ 15,1 bilhões os principais compradores dos artigos esportivos feitos no Brasil. no país em Não está inserido aí o faturamento com venda Segundo Marina, a exportação para o país vizinho sofreu queda de equipamentos esportivos. em 2014 por causa da política Sem ter um megaevento como econômica protecionista do país. âncora, a tendência das empresas O México pode ser um novo do setor é focar nas ativações dos mercado a ser explorado. Mas patrocínios locais e no aumento é necessário que o Brasil assine da produção para o exterior. mais tratados de comércio, com No ano passado tivemos a redução de tarifas com esses Copa do Mundo, mas também a países, afirma a executiva. retração econômica para contrabalançar. A crise não está neutra- Segundo o Iemi (Instituto de Estudos e Marketing Industrial), o lizada, complementa Marina. Under Armour espera faturar US$ 3,8 bi no ano A Under Armour anunciou aumento de 25% das vendas no primeiro trimestre, mas viu suas ações caírem 5%, já que o mercado esperava um balanço ainda mais positivo da empresa. Segundo a fabricante, as vendas subiram para US$ 805 milhões no período de janeiro a março deste ano. Durante o mesmo período e 2014, a empresa faturou US$ 642 mi. Nesse período, a marca se expandiu internacionalmente e começou a investir mais forte no setor de calçados. Para 2015, a Under Armour espera crescer 23%, com as receitas atingindo US$ 3,78 bilhões. No Brasil, a marca aposta no acordo com o São Paulo para turbinar as vendas e ganhar mercado. 5