Por portifólio, São Paulo cria jogo para torcida com ídolos

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1 B O L E T I M OFERECIMENTO QUARTA-FEIRA, 6 DE MAIO DE 2015 NÚMERO DO DIA 1,15 bi é o quanto a Sky Italia pagou pelos direitos de transmissão do Campeonato Italiano POR DUDA LOPES EDIÇÃO 248 Por portifólio, São Paulo cria jogo para torcida com ídolos O São Paulo, em parceria com a Passaporte FC, abrirá o Morumbi para torcedores que estiverem dispostos a pagar, no mínimo, R$ A ação inclui uma partida de 30 minutos no estádio, com toda a experiência que passa um jogador profissional, como o uso do vestiário e uniforme oficial. No pacote mais caro, de R$ 4.880, o torcedor tem direito de jogar a partida com o ídolo Rogério Ceni, que atuará pelos dois times que entrarem em campo; o goleiro fará um revezamento com o ex-atacante Aloisio Chulapa. Ainda que a ação levante uma verba considerável ao clube, o principal objetivo da diretoria do São Paulo é outro. O que o marketing pretende é mostrar o quão bem-sucedida pode ser uma ação de relacionamento envolvendo o clube e os jogadores. Dessa maneira, quando o São Paulo negociar com uma empresa, uma ativação já estará bem desenvolvida. O evento é um CHAMADA FEITA PARA A PARTIDA NO SITE CRIADO ESPECIALMENTE PARA A AÇÃO COM OS TORCEDORES DO SÃO PAULO test-drive para o que nós queremos atingir com uma campanha ficará um ano inteiro com o clube. nor do que um patrocinador que de marketing. Com ela realizada, A partida, portanto, entra no a ação existe, não é só um plano projeto do São Paulo de ter variados parceiros sem exposição na que revelaríamos, disse à Máquina do Esporte Douglas Schwartzmann, vice-presidente de comuniposição, terá muitos problemas, camisa. Quem depender de excação e marketing do São Paulo. sentencia Schwartzmann. A ideia, porém, não é vender Com foco em relacionamento e para uma empresa o evento redes sociais, o São Paulo apresentou dois novos parceiros, com avulso, mas sim usá-lo como plataforma de ativação para eventuais patrocinadores. A questão é a companhia aérea panamenha acordos milionários. Gatorade e financeira: se uma empresa entra Copa Airlines. Dinheiro em caixa apenas para o jogo, ela pagará e o novo uniforme, já com a Under Armour, permanece uma cota consideravelmente me- limpo. 1

2 POR DUDA LOPES Oi amplia atuação no surfe e patrocina etapa do Mundial A Oi está mais forte no surfe. A marca de telecomunicação, que em 2014 acertou um acordo com o atleta Gabriel Medina, anunciou que dará nome à principal competição da modalidade no Brasil. A Oi Rio Pro é a etapa brasileira do Samsung Galaxy World Surf League Championship Tour. Ou seja, faz parte do campeonato mundial vencido por Medina no último ano. Ela acontecerá entre os dias 11 e 22 de maio, na praia da Barra da Tijuca, Rio de Janeiro. Além do patrocínio, a Oi divulgou algumas ativações que serão realizadas no evento. A mais básica é o fornecimento de internet no local de competição. Mas haverá também uma série de ações para atrair o público em geral. Na praia Barra e na zona sul, serão montadas lonas para skatistas simularem o balanço da onda. Para incentivar a prática do surfe, a empresa fornecerá durante este mês um ônibus adaptado para pranchas que circulará a orla do Rio até o Mirante da Prainha. Entre as ativações, o nome de Gabriel Medina também será usado. O Air Medina, um brinquedo que simula uma manobra do brasileiro, ficará instalado na Barra da Tijuca. Quem participar ganhará fotos para serem compartilhadas nas redes sociais. Com o torneio, a Oi volta a ressaltar o apoio aos esportes radicais e urbanos. A empresa foi patrocinadora da Copa do Mundo de 2014, mas não tem o futebol com plataforma de marketing esportivo. Skate e basquete de rua, por exemplo, formam o alvo da marca, preocupada em se aproximar do público jovem. Em 2014, Medina foi contratado exatamente para falar com esse público. Ele é embaixador do Oi Galera, focado em planos pré- -pagos para os mais jovens. 2

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4 Pode chegar, patrocinador: o futebol brasileiro não morde DA REDAÇÃO POR DUDA LOPES gerente de novos negócios da Máquina do Esporte Nesta semana, o Guaraná Antárctica divulgou uma ativação de seu patrocínio a Neymar: levou um internauta a Barcelona para jogar vídeo game com o ídolo. Mas será que é preciso ir tão longe para gerar uma experiência única ao torcedor? Se resta alguma dúvida sobre o valor que há no país, lembre-se que um torcedor são-paulino se dispôs a pagar quase R$ 5 mil para jogar ao lado de Rogério Ceni. Aliás, não foi só um, mas mais de 20 torcedores. O futebol brasileiro tem capacidade de promover várias experiências únicas aos torcedores. As empresas não entenderam isso, mas os clubes já têm noção maior do que é capaz. E arrecadam numa área que, normalmente, é usada por patrocinadores dispostos a atrair o consumidor. Em São Paulo, os rivais são-paulinos também dão mostra desse valor. O Corinthians, por R$ 1,8 mil, colocou torcedores para fazer um treino no Centro de Treintamento. O Palmeiras, para aumentar o apelo de seu sócio-torcedor, colocou-o como gandula numa partida em pleno Allianz Parque. É difícil não lembrar de como a Sony dá o privilégio de fazer o torcedor ser fotógrafo por um dia na Copa do Mundo. Para as empresas, num evento como o Mundial, a ação é bem-vinda. No futebol brasileiro, aparentemente, não. O problema é que para um torcedor, poucas coisas são comparáveis às experiências vividas com o próprio time. Não é nenhum absurdo dizer que, para um são-paulino, estar com Rogério Ceni é muito mais interessante do que estar com Neymar. Quando as empresas perceberem isso, elas só terão a ganhar. Fox Sports mantém direitos exclusivos para transmissão do Campeonato Italiano POR REDAÇÃO A Fox Sports venceu mais uma batalha na disputa pelos direitos de transmissão dos principais campeonatos europeus no Brasil. A emissora renovou contrato de direitos de transmissão do Campeonato Italiano por mais três anos tanto para a TV por assinatura como para o meio online para toda a América Latina, incluindo o Brasil. O acordo com a MP & Silva, empresa responsável pelo licenciamento do Italiano para o exterior, é válido a partir de 2015/2016 até 2017/2018. A renovação dos direitos de uma propriedade tão importante é uma grande notícia. Os fãs na América Latina poderão continuar desfrutando pelo Fox Sports desta importante liga, que conta com mais de cem jogadores latino-americanos, algo que, sem dúvida, atrai os mais aficionados, disse Francisco Pazmiño, vice-presidente sênior de Aquisições do Fox Sports América Latina. Em 2012, quando comprou os direitos exclusivos para a região, a Fox havia sido responsável por uma valorização de 500% no valor do Italiano. Na última temporada, a emissora chegou a negociar para o Brasil o sublicenciamento das transmissões das partidas com a ESPN, que transmite a competição desde o último mês de março. Um novo acordo está em negociação. 4

5 Sem megaevento, indústria do esporte deve crescer no país POR ADALBERTO LEISTER FILHO A ausência de um megaevento é o grande trunfo para que a indústria de material esportivo volte a crescer em Essa é a projeção do Iemi (Instituto de Estudos e Marketing Industrial). A empresa de pesquisa avalia que o setor de roupa esportiva deva crescer 10% em relação a 2014, atingindo quase R$ 11,3 bilhões em faturamento. Já o de calçados deve ter um aumento de arrecadação um pouco menor, da ordem de 5,9%. Isso representa um total de R$ 4,12 bilhões. A pesquisa não mede a indústria de equipamentos esportivos, como bolas e raquetes. Para o varejo, a Copa do Mundo teve efeito um pouco negativo, com as lojas fechadas para os funcionários assistirem aos jogos. Por um mês, um mês e meio, não se pensou no consumo, analisa Marcelo Prado, diretor do Iemi. Depois, tivemos manifestações, ressaca da Copa, eleições, ressaca das eleições... Acredito que teremos um ano melhor, apesar da retração econômica, diz. A pesquisa é feita a partir de dados das principais marcas de material esportivo que atuam no país, como Adidas e Nike, até as empresas com presença menor, mas com atuação significativa em alguma modalidade, como corrida de rua (Mizuno e Asics) e futsal (Penalty, Topper e Umbro). Para os próximos anos, Prado aponta algumas modalidades que tendem a um crescimento. Estamos vivendo o boom da bicicleta, com a construção de ciclovias. Já o mercado de lutas, que viveu o último suspiro na época de [Mike] Tyson e [Evander] Holyfield, voltou com tudo com o MMA, analisa Prado. Ele lembra que outras modalidades vivem estagnação após crescimento acelerado em anos anteriores. Hoje não há ninguém com o mesmo apelo de Guga há alguns anos no tênis, completa. Pesquisa deixa de lado perdas com pirataria A pesquisa realizada pelo Iemi com a venda de produtos esportivos no país só não é mais completa por não abranger parte significativa do mercado brasileiro, que é a venda de artigos não-oficiais, o famoso mercado de pirataria. Como não há um órgão de combate à falsificação de artigos esportivos específico, é difícil mensurar o quanto as empresas e o governo perdem em arrecadação com produtos falsificados. Algumas estimativas feitas pelos próprios fabricantes a partir da apreensão de artigos falsos dão conta de que o mercado de produtos informais chega a representar até 60% em alguns segmentos, como o de camisas de futebol. 5