Ministério da Previdência Social Conselho de Recursos da Previdência Social 1ª Composição Adjunta da 2ª Junta de Recursos

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1 Ministério da Previdência Social Conselho de Recursos da Previdência Social 1ª Composição Adjunta da 2ª Junta de Recursos Número do Processo: / Unidade de Origem: AGÊNCIA DA PREVIDÊNCIA SOCIAL SOBRAL Benefício: 42/ Espécie: APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO Recorrente: JOSE EDMAR FILHO Recorrido: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS Assunto: INDEFERIMENTO Relator: ALESSANDRA DE OLIVEIRA LUCENA Relatório Em 03/09/2014, JOSE EDMAR FILHO (DN 02/02/1963), ingressou no INSS com o pedido de Aposentadoria por tempo de contribuição de deficiente, tendo aquele Órgão indeferido o pedido alegando: Falta de tempo de contribuição. Quando da instrução processual foram anexados os seguintes documentos: Documentos pessoais; CTPS e extrato do CNIS com contratos nos anos períodos de a ; a ; a ; a ; a ; a ; a ; a ; a e a ; Declaração do atual empregador informando que o postulante faz parte do quadro de funcionários com deficiência da Santa Casa de Misericórdia desde 01/02/1996 até a presente data (09/09/2014) e PPP para o período de vínculo de 01/02/1996 a 03/09/2014 sem informação de atividade especial ou exposição a agentes nocivos; CNIS indicando os vínculo da CTPS, e ainda outros vínculos junto a secretaria de educação ainda em aberto iniciados em 06/08/1982 e em 01/11/1985 como estatutário e outro junto a Curtumes Machado SA Cutimasa de 01/03/1991 a 12/1994; Pedido de desaverbação do período de 02/01/1980 a 30/04/1981 e de 13/02/1982 a 27/07/1982 junto a Secretaria de educação do estado do Ceará emitido pela Coordenadoria de Gestão Previdenciária em 27/07/2014; Aceitação de desaverbação e contagem de tempo de serviço indicando que os períodos foram desaverbados para averbação junto ao INSS; Análise administrativa sem enquadramento de atividade especial por ocupação; Análise técnica sem enquadramento de atividade especial por ausência de agentes nocivos no período de 01/02/1996 a 03/09/2014; O resumo de cálculo foi anexado sendo somado ao final 31 anos e 21 dias com enquadramento de atividade especial (DEFICIENTE) no período de 01/02/1996 a 03/09/2014 (Vínculo integral junto a Santa Casa de Misericórdia) e foi feita a juntada de despacho informando que restou comprovada depois a análise médica deficiência de grau leve, o que conforme a Lei complementar nº 142/2013 se faz necessário a condição de 33 anos de tempo de contribuição, se homem, para esse grau. Inconformado com a decisão denegatória o interessado interpôs recurso ordinário em e roga em suas razões que é portador de deficiência auditiva grave, conforme documentos médicos anexados, razão pela qual pede a reforma da decisão e que requer a inclusão/averbação dos períodos de 02/01/1980 a 30/04/1981 e de 13/02/1982 a

2 27/07/1982 conforme documentos em anexo. Na oportunidade anexou relatório médico, datado de , atestando perda auditiva bilateral profunda na OD e severa na OE (CID-10 H90.3); atestado médico especializado emitido em atestando perda auditiva bilateral severa; e avaliação audiológica produzida em concluindo pela perda auditiva sensórioneural em ambas as orelhas. No dia o interpoente peticionou nos autos requerimento de sustentação oral e na oportunidade apresentou novo documento médico, qual seja: avaliação audiológica ocorrida em concluindo pela perda auditiva mista de grau profundo na orelha direita e grau severa na orelha esquerda. Não se verifica data de ciência da decisão nos autos, e em pesquisa ao poder judiciário a tela informa que não foram encontradas ações judiciais. As contrarrazões não foram apresentadas por expiração do prazo. Foi feita diligência diligência para que o INSS intime o interessado (portando todos os documentos médicos relativos ao que deseja provar) para que seja submetido a perícia médica a fim de se atestar o grau de sua deficiência (leve, moderada ou grave), nos termos do art. 70-B do Decreto n /1999, incluído pelo Decreto n /2013. Na sequencia foram juntadas as avaliações médicas e o relatório recursal contendo a história clínica do requerente, e concluindo que hoje comparece não usando aparelho auditivo, diz que chegou a receber prótese auditiva mas teria parado de usar pois irritaria a pele do conduto auditivo, teria parado de usar o aparelho há uns 3 anos, teria dificuldade para entender tudo o que lhe dizem e acha que por isso algumas pessoas não gostariam dele pois ele falaria muito alto e pediria para lhe repetirem as palavras ocasionalmente, considera por isso sofrer preconceito. Durante a perícia foi ele mesmo quem explicou os fatos e respondeu às minhas perguntas sem auxílio de terceiros, ele não se comunica por libras pois tem a linguagem preservada. Consta ainda que o segurado conseguiu empregos em serviço administrativo basicamente em serviços de Recursos Humanos, e com o advento da cota de deficientes foi buscado o seu enquadramento na cota de deficientes físicos da empresa, desta época é o primeiro laudo de audiometria com lesão auditiva bilateral, ponto no qual estabeleci uma data de corte por ser o primeiro documento comprobatório da deficiência no meu entendimento. Do parecer social se extrai entre outras informações que o recorrente apresenta atestado medico do cerest/sobral sendo portador de deficiencia auditiva com grau de perda auditiva severa bilateral emitido por medico do trabalho crm 3415 em , e apresenta atestado medico emitido por crm 6324 em constando perda auditiva neurosensorial de grau profundo para orelha direita e grau severo na orelha esquerda. apresenta audiometria emitida por crfª 4567 em constando perda auditiva mista de grau profundo na orelha direita e de grau severo na orelha esquerda. Foi anexada ainda a avaliação social recursal, e despacho informando que fica ratificada a decisão pericial e da assistência social inicial. Consta ainda tela do PRISMA informando que o grau de deficiência é leve tanto na avaliação social quanto na avaliação pericial, e novo resumo de cálculo contabilizando agora 29 anos, 08 meses e 18 dias conforme período enquadrado como deficiente de de 24/10/2005 a 03/09/2014 (Vínculo parcial junto a Santa Casa de Misericórdia) e as conversões de acordo com demonstrativo de tempo de contribuição com deficiência em anexo. Não foi feita a inclusão do período solicitado no recurso. Em 14/10/2015, data de julgamento do processo, o postulante compareceu para promover a sustentação oral requerida e acrescentou ao que já foi relatado que é vítima de preconceito no trabalho, que foi afastado de suas funções devido a dificuldade de se comunicar dada a perda auditiva, e ainda tranferido para outras instituições, fato que o levou a depressão, demonstrando que apenas com a OE e com esforço consegue ouvir e entender o que lhe é perguntado. Informa ainda que foi periciado quando do requerimento inicial e que lhe foi dito pelo perito que o mesmo se enquadrava no grau máximo da deficiência. Ao final requer que seja concedido o benefício, haja visto que já não tem mais condições laborais devido ao tratamento que lhe é dispensado no ambiente de trabalho. Inclusão em Pauta Incluído em Pauta no dia 06/10/2015 para sessão nº 0110/2015, de 14/10/2015.

3 Voto EMENTA: RECURSO ORDINÁRIO. BENEFÍCIO. APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTIBUIÇÃO DO SEGURADO COM DEFICIÊNCIA. CARÊNCIA DE REGULAMENTAÇÃO LEGAL DO CONCEITO DE DEFICIÊNCIA LEVE, MODERADA E GRAVE. APLICAÇÃO DOS CONCEITOS SOBRE O GRAU DE DEFICIÊNCIA DO CONSELHO FEDERAL DE FONOAUDIOLOGIA. FUNDAMENTAÇÃO: ART. 3º, INCISO II DA LEI COMPLEMENTA N. 142/2013; ART. 70-B DO DECRETO N /1999; ART. 4º, INCISO II DO DECRETO N /1999; E MANUAL DE PROCEDIMENTOS EM AUDIOMETRIA TONAL LIMIAR, LOGOAUDIOMETRIA E MEDIDAS DE IMITÂNCIA ACÚSTICA DO CONSELHO FEDERAL DE FONOAUDIOLOGIA. ASSISTE RAZÃO AO POSTULANTE RECURSO CONHECIDO E PROVIDO Inicialmente reconheço a tempestividade do recurso, nos termos do art. 305, 1º do Regulamento da Previdência Social, aprovado pelo Decreto 3.048/99 e encontra-se instruído legal e regularmente, já que em perfeita consonância com a legislação pertinente em vigor. A aposentadoria por tempo de contribuição está disciplinada nos artigos 52 a 56 da Lei nº 8.213/1991 e 56 a 63 do Decreto nº 3.048/1999 e tem como requisitos: A carência de 180 contribuições e tempo de contribuição de 35 anos para homem e 30 para mulher, observada a regra de transição criada pelo art. 9º da Emenda Constitucional nº 20 de O postulante requer ainda o enquadramento como deficiente nos termos do art. 70-B do Decreto n /1999, incluído pelo Decreto n /2013, verbis: Art. 70-B. A aposentadoria por tempo de contribuição do segurado com deficiência, cumprida a carência, é devida ao segurado empregado, inclusive o doméstico, trabalhador avulso, contribuinte individual e facultativo, observado o disposto no art. 199-A e os seguintes requisitos: I - aos vinte e cinco anos de tempo de contribuição n condição de pessoa com deficiência, se homem, e vinte anos, se mulher, no caso de segurado com deficiência grave; II - aos vinte e nove anos de tempo de contribuição na condição de pessoa com deficiência, se homem, e vinte e quatro anos, se mulher, no caso de segurado com deficiência moderada; e III - aos trinta e três anos de tempo de contribuição na condição de pessoa com deficiência, se homem, e vinte e oito anos, se mulher, no caso de segurado com deficiência leve. Em síntese o interessado afirma ser portador de deficiência auditiva bilateral grave/severa e pleiteia a aposentadoria por tempo de contribuição na condição de deficiente. A Autarquia por outro lado, muito embora reconheça a deficiência do recorrente, considerou-a no grau leve. O INSS promoveu duas contagens de tempo de serviço, um em sede instrucional que resultou no tempo de 31 anos de 21 dias até a data de , e outra em fase recursal que atingiu o total de 29 anos, 08 meses e 18 dias. Da analise das informações que constam nos autos considero de início para efeitos de contagem do tempo de contribuição os períodos de a ; a (conforme desaverbação para uso do período no INSS); e de a ; a ; a ; a ; a ; a ; a e a com base nos contratos contidos na CTPS, as informações do CNIS, razão pela qual reconheço em seu favor o tempo de 32 anos, 10 meses e 05 dias até a DER. Quanto ao grau da deficiência dispõe o art. 3º da Lei Complementa nº 142/2013 que é assegurada a concessão de aposentadoria por tempo de contribuição ao segurado com deficiência aos 25 anos de tempo de contribuição, se

4 homem, e 20 anos, se mulher, quando a deficiência for grave; aos 29 anos de tempo de contribuição, se homem, e 24 anos, se mulher, quando a deficiência for moderada; e aos 33 anos de tempo de contribuição, se homem, e 28 anos, se mulher, quando a deficiência for leve. Neste sentido, os graus de deficiência implicam num maior ou menor tempo de contribuição para efeitos de aposentadoria do deficiente junto ao RGPS. Passando a análise do INSS foi consignado que o interessado é portador de deficiência de grau leve, todavia, os exames médicos apontam para deficiência de grau severo a profundo. Outrossim, conforme relato do próprio segurado, o mesmo tem sido vítima de preconceito no labor, fato que ocasionou afastamento das suas funções reais e levou inclusive a trasferência de local de labor, fato que culminou em estado depressivo e seu questionamento sobre sua importância no trabalho, considerando que já vinha desempenhando seu labor há longos anos e com o agravamento da sua deficiência a situação laboral se mostrou insustentável. Analisando a lei complementar nº 142/2013 se verifica que o p.u do art. 3º nos informa que regulamento do Poder Executivo definirá as deficiências grave, moderada e leve, todavia, não se vê no arcabouço jurídico brasileiro a conceituação legal do grau da deficiência auditiva, implicando assim em lacuna que deve ser preenchida, sob pena de ineficácia da referida lei. Interessa destacar também que o Decreto nº 3.298/1999 que dispõe sobre a Política Nacional para a Integração da Pessoa Portadora de Deficiência continha em seu art. 4º, inciso II, os limites que definiam os graus da deficiência auditiva, todavia, tal dispositivo fora revogado em 2004 por força do Decreto n /2004. Vejamos o que dizia o referido dispositivo revogado: II - deficiência auditiva perda parcial ou total das possibilidades auditivas sonoras, variando de graus e níveis na forma seguinte: a) de 25 a 40 decibéis (db) surdez leve; b) de 41 a 55 db surdez moderada; c) de 56 a 70 db surdez acentuada; d) de 71 a 90 db surdez severa; e) acima de 91 db surdez profunda; e f) anacusia; Notemos, portanto, que o grau da deficiência no rechaçado dispositivo norteava facilmente o enquadramento da moléstia, todavia, sua revogação trouxe uma lacuna indesejada que merece por força das circunstâncias se preenchida, sob pena de, como dito em linhas anteriores, está se impedindo o acesso ao direito do portador de deficiência. Portanto, diante da inexistência conceitual dos graus de deficiência auditiva leve, moderada e grave pela falta de norma regulamentadora, entendo necessário nos socorrer do art. 2º da Lei n /1999 que nos manda observar entre outros critérios a atuação conforme a lei e o Direito. Neste diapasão, entendo necessária a análise do caso concreto com base em literatura produzida por órgão especializado no tema e com respaldo legal, haja vista que o referido documento é da lavra do Conselho Federal de Fonoaudiologia publicado em fevereiro de Diz o referido manual: DENOMINAÇÃO MÉDIA TONAL CARACTERÍSTICAS Audição infranormal 20 dbna Trata- se de uma perda tonal discreta sem implicação social. Defi ciência auditiva leve dbna Percebe a fala com voz normal, mas tem difi culdade com voz baixa ou distante. A maioria dos ruídos

5 ou distante. A maioria dos ruídos familiares são percebidos. Defi ciência auditiva moderada Grau I: dbna Grau II: dbna A fala é percebida se a voz é um pouco elevada. O sujeito entende melhor quando olha a pessoa que fala. Percebe alguns ruídos familiares. Defi ciência Auditiva Severa Grau I: dbna Grau II: dbna. A fala é percebida se a voz é um pouco elevada. O sujeito entende melhor quando olha a pessoa que fala. Percebe alguns ruídos familiares. Defi ciência Auditiva Profunda Grau I: dbna Grau II: dbna. Nenhuma percepção da palavra. Somente os ruídos muito fortes são percebidos Grau III: dbn Defi ciência Auditiva Total/ Cofose > 120 dbna Não percebe nenhum som Quadro 4 - Classificação do grau da perda auditiva de acordo com BIAP (1997) Percebamos que a deficiência auditiva leve é aquela onde a média tonal flutua entre 21 a 40 dbna e tem como característica a percepção pelo deficiente da fala com voz normal, mas tem dificuldade com voz baixa ou distante e onde a maioria dos ruídos familiares são percebidos. Já a deficiência auditiva moderada tem sua variação entre 41 a 70 dbna e caracteriza-se quando a fala é percebida se a voz é um pouco elevada e o sujeito entende melhor quando olha a pessoa que fala. Percebe alguns ruídos familiares. Vê-se nestes dois graus de deficiência auditiva (leve e moderada) tomadas como exemplo que a decisão médicopericial no mínimo destoa dos dados consignadas nos exames audiológicos, ainda mais se analisarmos o caso considerando a tabela supra referendada pelo Conselho Federal de Fonoaudiologia. Para tanto basta observar que exames médicos apontam para perda auditiva mínima de 90 db na freqüência 500 Hz a 80 db na freqüência de 3000 Hz na orelha direita e de 75 db na freqüência de 500 Hz a 65 db na freqüência de 3000 Hz na orelha esquerda, implicando, pois, em perda bilateral severa na orelha direita e de moderada a severa na orelha esquerda. Merece destacar ainda que nos termos do art. 4º, inciso II do Decreto n /1999 é considerada pessoa com deficiência auditiva quando comprovada a perda bilateral, parcial ou total, de quarenta e um decibéis (db) ou mais, aferida por audiograma nas freqüências de 500HZ, 1.000HZ, 2.000Hz e 3.000Hz. Neste sentido, os exames médicos audiológicos comprovam perda bilateral superiores ao patamar de 41 (quarenta e um) decibéis, razão pela qual é incontroversa a deficiência, contudo, entendo necessária a reforma da decisão atacada,

6 visto que o grau da deficiência atestado pelo setor de perícia médica não se mostra em conformidade com as conclusões dos exames que repousam nos autos. Portanto, considerando o tempo de contribuição de 32 anos, 10 meses e 05 dias já reconhecido neste voto, bem como as conclusões relativas à deficiência auditiva, o parecer social anexado por ocasião do recurso em fase de diligência e ainda os relatos do postulante durante a sessão de julgamento, deve a decisão do INSS ser reformada para que se considere a deficiência auditiva no grau moderado, nos termos do art. 3º, inciso II da Lei Complementar nº 142/2013 e art. 70-B, inciso II do Decreto n /1999, incluído pelo Decreto n /2013. Pelo exposto, VOTO no sentido de preliminarmente CONHECER o presente recurso por ser tempestivo e no mérito, DAR-LHE PROVIMENTO. ALESSANDRA DE OLIVEIRA LUCENA Relator(a) Declaração de Voto Conselheiro(a) concorda com voto do relator(a). HUGO MENDES PARENTE NETO Conselheiro(a) Suplente Representante das Empresas Declaração de Voto Presidente concorda com voto do relator(a). ELIZETE NERI DE AZEVEDDO Presidente Decisório Nº Acórdão: 2288 / 2015 Vistos e relatados os presentes autos, em sessão realizada hoje, ACORDAM os membros da 1ª Composição Adjunta da 2ª Junta de Recursos do CRPS, em CONHECER DO RECURSO E DAR-LHE PROVIMENTO, POR UNANIMIDADE, de acordo com o voto do(a) Relator(a) e sua fundamentação. Participou, ainda, do presente julgamento, o(a) Conselheiro(a) HUGO MENDES PARENTE NETO. ALESSANDRA DE OLIVEIRA LUCENA Relator(a) ELIZETE NERI DE AZEVEDDO Presidente