Ministério da Previdência Social Conselho de Recursos da Previdência Social 29ª Junta de Recursos

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1 Ministério da Previdência Social Conselho de Recursos da Previdência Social 29ª Junta de Recursos Número do Processo: / Unidade de Origem: AGÊNCIA DA PREVIDÊNCIA SOCIAL ROLIM DE MOURA Benefício: 41/ Espécie: APOSENTADORIA POR IDADE Recorrente: ANISIO FERNANDES - Titular Capaz Recorrido: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS Assunto: INDEFERIMENTO Relator: Relatório Trata-se de recurso interposto por Anisio Fernandes, na condição de desempregado, inconformado com a decisão da APS - Agência da Previdência Social Rolim Moura/RO, que indeferiu o seu benefício de Aposentadoria por Idade Rural requerida em 02/09/2015, sob o nº. 41/ , pela falta de comprovação de atividade rural em números de meses idênticos à carência do benefício, fundamentando sua decisão no artigo 143 da Lei 8.213/91. Não consta nos autos que o interessado tomou ciência da decisão denegatória de seu pedido, por essa razão tem-se como tempestivo o recurso agendado em 16/11/2015. Para comprovação da atividade rural e implementação da carência, apresentou os seguintes documentos: Documentos Pessoais, às fls. 05; Certidão de Casamento com Maria Pires Fernandes, realizado em 06/02/1982, constando o requerente como agricultor, às fls. 06; Certidão de Óbito da Sra. Maria Pires Fernandes em 22/07/2004, residente e domiciliada na Rua dos Mognos S/Nº, São Francisco, em Comodoro/MT, às fls. 07; Carteira de Trabalho e Previdência Social com emissão em 02/06/1987 contendo vínculos nos seguintes períodos, às fls. 08/12; De 02/01/1988 a 06/06/1988, 01/07/1989 a 02/03/1990, 23/09/2009 a 26/10/2009. Cartão do PIS, às fls. 13; Contrato Particular de Compra e Venda de Imóvel Rural datado de 06/08/1997, onde aparece o requerente como vendedor, às fls. 14; Nota Fiscal ao Consumidor com emissão em 25/03/1995 pela compra de material diverso, sem menção de endereço, às fls. 15; APRURAM Romaneio de Compra datado de 29/06/95, pela venda de feijão carioca, em nome do requerente, com endereço LH 168 Lado Norte, às fls. 16; Nota da Cerealista Paranaense Controle de Pesagem datada de 27/06/1996 em nome de Anizio, sem menção de endereço, às fls. 17; Nota Fiscal da Cerealista Ouro Fino datada de 07/06/96 pela venda de feijão, em nome do requerente com endereço rural, às fls. 18; Orçamentos da Casa da Lavoura datados de 03/02/1997 e 28/12/1998 em nome do requerente com endereço rural, às fls. 19, 21 e 28; Nota Fiscal de Venda ao Consumidor com emissão em 10/11/97 pela compra de um ventilador, em nome do requerente sem menção de endereço, às fls. 20;

2 Ficha de Garantia da Britânia Eletrodomésticos S/A, em nome do requerente com endereço urbano, às fls. 20; Nota Fiscal da Cerealista Santo Isidoro com emissão em 27/04/98 pela venda de café conilon, em nome do requerente com endereço rural, às fls. 22; Contrato Particular de Arrendamento Agrícola entre o Sr. José Valci Langa, o requerente e sua esposa, com início em 20/08/1998 e término em 20/08/1999, sem firma reconhecida, às fls. 23; Pedidos da Boasafra Com. E Repres. Ltda datados de 14/11/1998, 07/11/1998, às fls. 24/27; Nota Fiscal de Serviços da Dinâmica por Serviço de Assistência Técnica datada de 15/12/1998, em nome do requerente com endereço urbano, às fls. 29; Nota Fiscal da Cafeeira Jodan com emissão em 12/04/99, pela venda de café beneficiado, em nome do requerente com endereço rural, às fls. 30; Nota Fiscal da Cafeeira Rio Branco com emissão em 19/04/99 pela venda de café beneficiado, em nome do requerente com endereço rural, às fls. 31; Romaneio Código de Controle nº 209 datado de 12/04/1999, referente 25 sacos de café beneficiado, em nome do requerente com endereço rural, às fls. 32; Nota Fiscal da Máquina Daiany com emissão 06/11/2000 pela venda de 60 sacos de milho, em nome do requerente com endereço rural, às fls. 33; Declaração do Sr. Amadeu Luiz Pereira datada de 11/10/2011 onde atesta que o Sr. Anízio Fernandes, trabalhou em seu sítio na Gleba Miranda Estância, por quatro anos, no período de 2002 a 2005, em serviços gerais, no Município de Comodoro/MT, às fls. 34; Notas de Compra da Superga com emissões em 05/06/2002, 04/07/2003, 20/09/2004 e 03/04/2005, pela compra de produtos diversos, em nome do requerente, com endereço em Comodoro/MT, às fls. 35/38; Duplicata da Casa da Lavoura com emissão em 09/04/2005, em nome do requerente com endereço rural, às fls. 39/40; Notas Fiscais da Casa do Produtor com emissões em 03/12/2008 e 16/02/2009, pela compra de Triturador milho c/cavalete e foice, em nome do requerente com endereço rural em Comodoro/MT, às fls. 41/42; Em consulta ao CNIS Cadastro Nacional de Informações Sociais às fls. 44 constam vínculos nos períodos: De 27/04/1978 a 24/07/1978, 01/08/1978 a 17/03/1979, 21/05/1979 a 13/11/1979, 02/01/1988 a 06/06/1988, 01/07/1989 a 02/03/1990, 01/02/1993 a 31/08/1993 e 23/09/2009 a 26/10/2009. Às fls. 45/47 consta a Entrevista Rural, onde o requerente afirma que trabalhou em sua chácara na Linha 168 km 17 em Castanheiras/RO de 1994 a 1997, afirma que no ano de 1997 vendeu a chácara e comprou uma chácara na Linha 128 em Presidente Médici/RO, onde trabalhou de 1997 a 1998, depois vendeu a chácara e passou a trabalhar na Linha 176 km 07 de 1998 a 1999 como arrendatário. Afirma que no ano de 2000 a 2005 trabalhou na Gleba Miranda Estância em Comodoro/MT, de 2005 a 2009 foi trabalhar em uma terra sem documento Linha Travessão 2 Lote 75 em Comodoro/MT. No ano de 2009 a 2015 voltou a morar em Rolim de Moura/RO. Afirma que no período em que trabalhou na atividade rural não se preocupava em pegar as notas fiscais da compra ou venda dos produtos agrícolas, que não é filiado ao Sindicato, que não tem outras provas de atividade rural além das apresentadas, que não possui o contrato de compra e venda da chácara na Linha 128 em Presidente Médici/RO. Afirma que de 2009 até os dias atuais mora na zona urbana de Rolim de Moura e trabalha apenas como diarista. Tendo o servidor afirmado que diante da entrevista verifica-se que o requerente possui conhecimento da atividade rural, porém os períodos será homologados após cumprimento da exigência e análise dos documentos, confrontando com as alegações em entrevista. A APS em 15/09/2015 expediu Carta de Exigência solicitando ao requerente que apresente outras provas de atividade rural para complementar a análise se houver, com ciência do interessado em 17/09/2015, às fls. 49. Conforme informação da APS a exigência não foi cumprida. Não consta homologação de nenhum período. Em seu recurso o requerente solicita que seja revista à decisão que negou o benefício previdenciário, alega que desde sua infância sempre laborou com sua família na zona rural, onde sempre tiraram seu sustento do trabalho rural. Conforme consta da CTPS somente laborou como empregado por um curto período, o que não retira seu direito ao recebimento da aposentadoria por idade.

3 O requerente nasceu em 27/10/1952, portanto na data da entrada do requerimento contava com 62 (sessenta e dois) anos de idade. A APS antes de encaminhar os autos a esse colegiado instruiu o recurso, reexaminou o caso e manteve a decisão anterior. Inclusão em Pauta Incluído em Pauta no dia 01/01/2016 para sessão nº 0007/2016, de 11/01/2016. Voto EMENTA: APOSENTADORIA POR IDADE. ART. 48 A 51. INDEFERIMENTO. FALTA DE COMPROVAÇÃO DE ATIVIDADE RURAL EM NÚMEROS DE MESES IDÊNTICOS A CARÊNCIA DO BENEFÍCIO. RECURSO ORDINÁRIO. NECESSIDADE DE COMPROVAÇÃO DO EFETIVO EXERCÍCIO DA ATIVIDADE RURAL NA CONDIÇÃO DE SEGURADO ESPECIAL NO PERÍODO DE CARÊNCIA. CARÊNCIA NÃO CUMPRIDA. ARTIGOS 39 E 142 DA LEI 8.213/91. ATO DENEGATÓRIO RATIFICADO. NÃO SE VERIFICANDO A EXISTÊNCIA DE UM CONJUNTO PROBATÓRIO HARMÔNICO E INEQUÍVOCO DEMONSTRANDO O EFETIVO LABOR RURAL NA CONDIÇÃO DE SEGURADO ESPECIAL, NÃO HÁ ELEMENTOS PARA CONCEDER O BENEFÍCIO. RECURSO CONHECIDO E NEGADO O recurso é tempestivo e preenche os demais requisitos para sua admissibilidade. Dele tomo conhecimento. A aposentadoria por idade, uma vez cumprida à carência exigida, será devida ao segurado que completar 65 anos de idade, se homem ou 60, se mulher, reduzidos esses limites para sessenta e cinqüenta e cinco anos de idade para os trabalhadores rurais, respectivamente homens e mulheres, de acordo com o artigo 51 do Decreto 3.048/99. Na data de entrada do requerimento o interessado contava com 62 anos de idade, portanto, no critério idade houve a implementação da exigência. O interessado apresentou documento de início de prova material anterior a 24/07/1991 data da entrada em vigência da Lei 8.213/91, representado pela Certidão de Casamento com Maria Pires Fernandes, realizado em 06/02/1982, constando o requerente como agricultor, portanto, aplica-se ao presente caso a tabela constante no artigo 142 da referida lei, o qual deverá comprovar 180 meses de efetivo exercício de atividade rural. Embora o requerente tenha apresentado alguns documentos com indícios de labor rural, contudo, possui vínculos urbanos nos períodos de 27/04/1978 a 24/07/1978, 01/08/1978 a 17/03/1979, 21/05/1979 a 13/11/1979, 02/01/1988 a 06/06/1988, 01/07/1989 a 02/03/1990, 01/02/1993 a 31/08/1993 e 23/09/2009 a 26/10/2009. Conforme dispõe a IN Instrução Normativa nº 45/2010, no artigo 214, 2º. Art A aposentadoria por idade dos trabalhadores rurais referidos na alínea a do inciso I, na alínea g do inciso V e nos incisos VI e VII do art. 11 da Lei nº 8.213, de 1991, será devida para o segurado que, cumprida a carência exigida, completar sessenta anos de idade, se homem, e cinquenta e cinco anos, se mulher. 2º Os trabalhadores rurais referidos no caput, que não atendam o disposto no 1º deste artigo, mas que satisfaçam a carência exigida computando-se os períodos de contribuição sob outras categorias, inclusive urbanas, farão jus à aposentadoria por idade ao completarem sessenta e cinco anos de idade, se homem, e sessenta anos, se mulher, observado o 3º do art Conforme 2º do artigo 214, para somar o período de segurado especial e o período trabalhado de carteira assinada, seria necessário que o recorrente contasse com 65 anos de idade, o que não restou comprovado nos autos. Sendo assim, fica evidenciado que não houve comprovação de atividade rural como segurado especial no período de

4 carência. Tendo em vista que para concessão do beneficio ao trabalhador rural exige-se a comprovação do exercício da atividade rural em igual ao número de meses da carência do benefício urbano. Diante do exposto e tudo mais que consta nos autos, o recorrente não faz jus ao beneficio ora pleiteado, pois não apresentou documentos comprobatórios para comprovação do efetivo labor rural, na condição de segurado especial, na estrita definição contida no inciso VII do artigo 11 da Lei 8.213/91, para o período de carência, exigida pelos artigos 142 e 143 da Lei 8.213/91. VOTO Por Conhecer do Recurso e no Mérito, NEGAR-LHE PROVIMENTO. Relator(a) Conselheiro(a) concorda com voto do relator(a). LESTER PONTES DE MENEZES JUNIOR Conselheiro(a) Suplente Representante das Empresas Conselheiro(a) concorda com voto do relator(a). LUANA GORAYEB GUIMARAES Conselheiro(a) Suplente Representante dos Trabalhadores Presidente concorda com voto do relator(a). FRANCISCO RAIMUNDO DA SILVA NETO Presidente Decisório Nº Acórdão: 74 / 2016 Vistos e relatados os presentes autos, em sessão realizada hoje, ACORDAM os membros da 29ª Junta de Recursos do CRPS, em CONHECER DO RECURSO E NEGAR-LHE PROVIMENTO, POR UNANIMIDADE, de acordo com o voto do(a) Relator(a) e sua fundamentação. Participaram, ainda, do presente julgamento, os Conselheiros LESTER PONTES DE MENEZES JUNIOR e LUANA GORAYEB GUIMARAES. FRANCISCO RAIMUNDO DA SILVA NETO

5 Relator(a) Presidente