Ministério da Previdência Social Conselho de Recursos da Previdência Social 1ª Câmara de Julgamento

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1 Ministério da Previdência Social Conselho de Recursos da Previdência Social 1ª Câmara de Julgamento Número do Processo: / Unidade de Origem: AGÊNCIA DA PREVIDÊNCIA SOCIAL OURO FINO Benefício: 21/ Espécie: PENSÃO POR MORTE PREVIDENCIÁRIA Recorrente: ANA LUCIA PUTTINI RODRIGUES LUPINACCI - Pais Recorrente: AMANDA PUTTINI RODRIGUES LUPINACCI - Titular Incapaz (Menor 18 anos) Recorrido: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS Assunto: INDEFERIMENTO Relator: Relatório Trata-se de recurso interposto pela Sra. AMANDA PUTTINI RODRIGUES LUPINACCI contra a decisão do acórdão nº 5.897/2015, prolatado pela 08ª. Junta de Recursos, que NEGOU provimento ao seu recurso (Evento 26). Em 09/01/2015, foi requerida a pensão por morte nº 21/ pela Sra. Amanda, na condição de neta da Sra. MARIA EUNICE PUTTINI RODRIGUES DA SILVA, aposentada por invalidez desde 01/08/97, cujo óbito ocorreu em 05/01/2015. Constam do requerimento, dois netos menores. Foram apresentados aos autos: - Certidão de óbito, viúva; - Sentença processo nº /09, guarda em nome da falecida em relação aos menores Thiago Puttini Rodrigues Lupinacci e Amanda Puttini Rodrigues Lupinacci, datada de 2009, juntando termo de entrega sob guarda e responsabilidade provisória. Informações do Cadastro Corporativo do INSS _ INFBEN de benefício de pensão a partir de 31/10/2008, tendo como titular a falecida, encerrado por ocasião do óbito. Em exigência o INSS solicitou que fossem apresentados documentos comprovando dependência econômica em relação a instituidora. Foi anexada a certidão de guarda dos menores, transitada em julgado na 1ª. Vara judicial processo Memo.-Circular Nº 45/DIRBEN/CGRDPB, de 29/09/2010, expedido em relação ao menor sob guarda, nos seguintes termos: III validade do termo de guarda: a)de acordo com o artigo 33 do Estatuto da Criança e do Adolescente ECA, a guarda é, em regra, um procedimento incidental nos processos de adoção de tutela, e desse modo, cessa junto com a extinção do pátrio poder, ou seja, aos dezoito anos; a) A extinção por determinação judicial pode ocorrer a qualquer tempo (art. 35 do ECA); b) Portanto, se o fato gerador do benefício (óbito ou reclusão)ocorreu quando o menor sob guarda já possuía mais de dezoito anos de idade, este não será considerado como dependente para fins de benefício previdenciário, pois os

2 efeitos do termo de guarda já cessou com a maioridade civil; Consta cópia da IN 106/INSS de 14/04/2004, em relação à Ação Civil Pública nº da 29. Vara Federal da Seção judiciária de Minas Gerais; da 1ª. Vara Federal da seção judiciária de São Paulo; , da 1ª. Vara Federal da Seção Judiciária de Sergipe; da 1ª. Vara Federal da Seção Judiciária de Tocantins, propostas pelo Ministério Público Federal: Art. 1º. Determinar que o INSS se abstenha de indeferir os pedidos de inscrição, na condição de dependente, de crianças e adolescentes que, por determinação judicial, estejam sob a guarda de segurado do Regime Geral de previdência Social, para os fins previstos na Lei nº 8.213/91 e no Regulamento da Previdência Social, aprovado pelo Decreto nº 3.048/99. Art. 3º. Os efeitos deste ato são restritos aos Estados de Minas Gerais, São Paulo, Sergipe e Tocantins Conforme Memorando-Circular Conjunto DIRBEN/PFEINSS nº 21, de 5/11/08, foi comunicado que em virtude do pedido de suspensão de execução de tutela antecipada nº , deferido pela Presidência do Tribunal Federal da 3ª Região, foi determinada a suspensão dos benefícios anteriormente concedidos, contudo, continuando ainda em vigor as ACP /MG e ACP nº /TO. O benefício foi indeferido, pelo INSS, sob alegação de falta de qualidade de dependente no RGPS. Exigência do INSS para que fossem juntados, o termo de guarda atualizado e o comprovante da dependência econômica. A requerente apresentou recurso ordinário alegando não concordar com o indeferimento do benefício, pois até a data do óbito da avó, dependia financeiramente da mesma. (Ev. 2). O INSS nas contrarrazões somente manifetou do recurso impetrado pela requerente e de que o menor, sob guarda, não faz mais parte do rol de beneficiários. (Ev. 5). A Junta de Recursos, em diligência (Ev. 11), solicitou: 1 - Fossem feitas pesquisas ou outro meio que o INSS dispuser, para comprovação de mesmo endereço, na data do óbito; - Fossem solicitados comprovantes de matrículas nas escolas dos menores e apurado se a instituidora era responsável pelas crianças; - fossem apresentadas três provas de dependência econômica; -caso fossem apresentadas duas provas, processar justificação administrativa; -após cumprimento da diligência, reavaliação dos autos pelo setor administrativo, com parecer conclusivo e fundamentado e, se modificado indeferimento, comunicar a interessada da nova decisão para, se quiser apresentar novas razões de recurso. Em retorno consta o contrato junto ao Centro Regional Universitário de espírito Santo de Pinhal Unipinhal, constando como contratante o Sr. Thiago Puttini Rodrigues Lupinacci, com nova solicitação de documentos probatórios, em nome de Amanda,com juntada de ficha de matricula junto ao Colégio e Curso Maximus, com contrato em nome da falecida, datado de 09/12/2014. Processada a Justificação Administrativa, conforme eventos 19 e 20, cuja conclusão, pela Junta de Recursos, foi de que a mesma foi INEFICAZ, pois os autos não vislumbram a existência de provas documentais válidas para comprovação de dependência econômica, sendo necessária a apresentação de, pelo menos, 03 (três) dos documentos relacionados no 3 do artigo 22 do supramencionado Regulamento. A Junta de Recursos negou provimento ao recurso dos requerente

3 (Ev. 26), com comunicado da decisão aos interessado. Recurso especial apresentado pela Sra. Amanda, tempestivo, manifestando de que, a falecida arcava com as despesas, apesar, da mãe assinar todos os documentos, solicitando a concessão do benefício. (Ev. 30). O INSS, nas contrarrazões se manifesta de que, nem o instituto e nem a Junta de Recursos acataram o reconhecimento ao benefício pretendido, pois não houve a comprovação da dependência econômica dos netos em relação à avó falecida, nos termos do 3º do art. 22 do Decreto 3048/99 c/c 3º do art. 16 do Decreto 3048/99. Alega que, nas razões recursais, a interessada não apresentou novos elementos que pudessem alterar a decisão recorrida, razão pela qual será mantido o indeferimento do benefício, por não comprovação da dependência econômica, solicitando a manutenção da decisão. (Ev. 34). Brasília DF. Inclusão em Pauta Incluído em Pauta no dia 29/11/2015 para sessão nº 0522/2015, de 09/12/2015. Voto EMENTA: PENSÃO POR MORTE PREVIDENCIÁRIA. ART. 74 A 79 - NÃO COMPROVAÇÃO DA DEPENDÊNCIA ECONÔMICA DOS REQUERENTES (MENORES SOB GUARDA) COM A SEGURADA FALECIDA (AVÓ), ATENDENDO O DISPOSTO DO ARTIGO 22 DO RPS, APROVADO PELO DECRETO Nº /99 NÃO COMPÕEM O ROL DOS BENEFICIÁRIOS NA FORMA DO ARTIGO 16 DO RPS, APROVADO PELO DECRETO Nº 3.048/99 RECURSO CONHECIDO E NEGADO AO SEGURADO O parágrafo 1º. do artigo 305 do Regulamento da Previdência Social, aprovado pelo Decreto n /99, estabelece o prazo de 30 dias para interposição de recursos e para o oferecimento de contrarrazões, contados da ciência da decisão e da interposição do recurso, respectivamente. Não constam nos autos documentos que comprovem a ciência do indeferimento, portanto, recurso tempestivo, passando à análise do mérito. A matéria controversa trata de requerimento de benefício de pensão por morte previdenciária com indeferimento proferido pelo INSS, em razão da necessidade de comprovação, da dependência econômica, de menor sob guarda, considerada não comprovada, pelo instituto. Inicialmente, ressaltamos comprovada a qualidade de segurada da falecida junto ao RGPS, como titular de aposentadoria desde O menor sob guarda integrava o elenco dos dependentes, na redação primitiva da Lei n /91, que, ora, transcrevemos: Art. 16. São beneficiários do Regime Geral de Previdência Social-RGPS, na condições de dependentes do segurado: I o cônjuge, a companheira, o companheiro e o filho, de qualquer condição, menor de 21 (vinte e um) anos ou inválido; 2º Equiparam-se a filho, nas condições do inciso I, mediante declaração do segurado: o enteado; o menor que, por determinação judicial, esteja sob a sua guarda; e o menor que esteja sob sua tutela e não possua condições suficientes para o próprio sustento e educação. 4º A dependência econômica das pessoas indicadas no inciso I é presumida e a das demais deve ser comprovada. A redação do 2º foi alterada pela Lei n /1997, ficando estabelecido que o enteado e o menor tutelado equiparam-se a filho mediante declaração do segurado e desde que comprovada a dependência econômica na forma

4 estabelecida no Regulamento, portanto, foi excluído o menor sob guarda do rol dos beneficiários. Contudo, com base na Ação Civil Pública nº , movida pelo Ministério Público Federal na 1ª Vara Federal da Circunscrição Judiciária no Estado de São Paulo, nº , Ministério Público Federal na 16º Vara Federal da Circunscrição Judiciária de Minas Gerais, e nº , Ministério Público Federal na 1ª Vara Federal da Secção Judiciária do Estado de Tocantins e nº , da 1ª. Vara Federal da Seção Judiciária de Sergipe, ficou determinado que o menor sob guarda voltaria a figurar no elenco do artigo 16 da Lei n /91, podendo requerer benefícios na condição de dependentes de segurados filiados ao Regime Geral da Previdência Social, desde que nomeados judicialmente. Ocorreu também, a condenação do Instituto Nacional do Seguro Social INSS nos autos da Ação Civil Pública nº , ajuizada e com efeitos restritos ao Estado do Rio de Janeiro, determinando que o INSS deveria admitir crianças e adolescentes sob a guarda judicial como dependentes dos respectivos guardiões, até ulterior determinação, tendo sido expedido o MEMORANDO-CIRCULAR CONJUNTO INSS/DIRBEN/PFE-INSS Nº 35 em 6 de setembro de Contudo, conforme Memorando-Circular Conjunto DIRBEN/PFEINSS nº 21, de 5/11/08, foi comunicado que em virtude do pedido de suspensão de execução de tutela antecipada nº , deferido pela Presidência do Tribunal Federal da 3ª Região, foi determinada a suspensão dos benefícios anteriormente concedidos, contudo, contudo, continuando ainda em vigor as ACP /MG e ACP nº /TO. No caso concreto, refere-se ao estado de Minas Gerais, portanto, valida a Ação Civil Pública, nos termos do Memorando-Circular Conjunto DIRBEN/PFEINSS nº 21, de 5/11/08, contudo, não ficou comprovada a condição de menores sob guarda, com efetiva dependência dos mesmos em relação a avó/guardiã, apresentaram somente o contrato da escola da Sra. Amanda, onde a avó figura como responsável, nenhum documento em relação ao neto, não atendendo o disposto no artigo 22 do RPS, aprovado pelo Decreto nº 3.048/99. Isto posto, nego provimento ao recurso dos requerentes, mantendo a decisão da Junta de Recursos. CONCLUSÃO: PELO O EXPOSTO, VOTO NO SENTIDO DE, CONHECER DO RECURSO DOS REQUERENTES, PARA, NO MÉRITO, NEGAR-LHES PROVIMENTO. Relator(a) Declaração de Voto Conselheiro(a) concorda com voto do relator(a). ADRIENE CANDIDA BORGES Conselheiro(a) Suplente Representante dos Trabalhadores Declaração de Voto Presidente concorda com voto do relator(a). MARIA MADALENA SILVA LIMA Presidente Decisório Nº Acórdão: 8995 / 2015

5 Vistos e relatados os presentes autos, em sessão realizada hoje, ACORDAM os membros da 1ª Câmara de Julgamento do CRPS, em CONHECER DO RECURSO E NEGAR PROVIMENTO AO RECORRENTE, POR UNANIMIDADE, de acordo com o voto do(a) Relator(a) e sua fundamentação. Participou, ainda, do presente julgamento, o(a) Conselheiro(a) ADRIENE CANDIDA BORGES. Relator(a) MARIA MADALENA SILVA LIMA Presidente