Ministério da Previdência Social Conselho de Recursos da Previdência Social 1ª Composição Adjunta da 5ª Junta de Recursos

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1 Ministério da Previdência Social Conselho de Recursos da Previdência Social 1ª Composição Adjunta da 5ª Junta de Recursos Número do Processo: / Unidade de Origem: AGÊNCIA DA PREVIDÊNCIA SOCIAL CURITIBA-HAUER Benefício: 42/ Espécie: APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO Recorrente: IVANIRA MONTEIRO DE GOES - Procurador Recorrente: JOAO CARLOS MONTEIRO DE GOES - Titular Capaz Recorrido: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS Assunto: INDEFERIMENTO Relator: Relatório Trata-se de recurso interposto por João Carlos Monteiro de Goes contra a decisão do Instituto Nacional do Seguro Social INSS que resolveu pelo indeferimento do seu pedido de aposentadoria por tempo de contribuição apresentado no dia 03/06/2014. O recorrente nasceu em 01/04/1959, contando com 55 anos na DER, além disso está inscrito no NIT sob o nº e no CPF de nº Decisão pelo indeferimento da aposentadoria por tempo de contribuição às fls. 54 a 55, sob o fundamento de que não foi alcançado o tempo mínimo de 30 anos de contribuição para a concessão do benefício até a data de 16 de dezembro de 1998, muito menos foi comprovado na data do requerimento o período adicional de contribuição equivalente a, no mínimo, 40% do tempo que, em 16 de dezembro de 1998, faltava para atingir o tempo mínimo exigível nessa data. Inconformado com a decisão desfavorável ao seu desígnio, João Carlos Monteiro de Goes, por meio da sua procuradora (documentos às fls. 5 a 9), interpôs recurso às fls. 59, requerendo a análise dos PPP s apresentados. Na juntada de documentos, tem-se listados os presentes: i. Declaração de aceite da concessão da aposentadoria proporcional e reafirmação da DER à fl. 3; ii. Documentos pessoais do recorrente à fl. 10; iii. CTPS do recorrente às fls. 11 a 21; iv. Perfil Profissiográfico Previdenciário PPP do recorrente às fls. 22 a 28, 61 a 64 e 66 a 73, informando os seguintes períodos trabalhados em condições especiais: Período Empresa Agente nocivo 01/08/1979 até 25/01/1988 Ozoel Martins Lustoza Função: 01/10/1990 até José Hamilton Moss Filho 31/08/1992 Função: ; Ruído 86 db; 01/06/2007 até Helmuth José Seltiz 30/01/2009 Função: ; Ruído 94 db; 01/09/1993 até

2 01/09/1993 até 14/08/ /05/1997 até 06/09/ /02/2001 até 11/12/2006 e 74; v. Relatório de consulta do CNIS do recorrente às fls. 29; vi. Pesquisa interna às fls. 33 a 42; vii. Declaração dos empregadores responsáveis pela emissão e assinatura do PPP às fls. 45, 46, 60, 65 viii. Análise e decisão técnica de atividade especial às fls. 83 e 84, concluindo pelo não enquadramento dos períodos entre 01/08/1979 até 25/01/1988 (não há exposição a fatores de risco, não há responsável pelo registro ambiental e a descrição de atividades não infere exposição permanente ao agente nocivo citado), 01/10/1990 até 31/08/1992 (Os agentes citados no PPP não são contemplados como nocivos pela legislação, exposição abaixo do limite de tolerância, não há informação sobre o período em que o responsável pela monitoração ambiental trabalhou e a descrição de atividades não infere exposição permanente ao agente nocivo citado), 01/06/2007 até 30/01/2009 (Os agentes citados no PPP não são contemplados como nocivos pela legislação, exposição abaixo do limite de tolerância, não há informação sobre o período em que o responsável pela monitoração ambiental trabalhou e a descrição de atividades não infere exposição permanente ao agente nocivo citado), 01/09/1993 até 14/08/1995 (não há exposição a fatores de risco e não há responsável pelo registro ambiental), 02/05/1997 até 06/09/1999 (não há exposição a fatores de risco e não há responsável pelo registro ambiental) e 01/02/2001 até 11/12/2006 (não há exposição a fatores de risco e não há responsável pelo registro ambiental); Resumo de documentos para cálculo de tempo de contribuição às fls. 52 e 53 do recorrente, contabilizando o total de 30 anos, 09 meses e 25 dias de tempo de contribuição. Contrarrazões apresentadas à fl. 83, alegando que os PPP juntados em fase recursal demonstram apenas o exercício de atividade do recorrente. Inclusão em Pauta Incluído em Pauta no dia 29/05/2015 para sessão nº 0090/2015, de 09/06/2015. Voto EMENTA: APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO. EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 20 DE EXIGÊNCIA DE 30 E 25 ANOS DE CONTRIBUIÇÃO, RESPECTIVAMENTE PARA HOMEM E MULHER, ATÉ A DATA DE 16 DE DEZEMBRO DE APÓS ESSA DATA, É NECESSÁRIO DEMONSTRAR NA DER UM ADICIONAL DE 40% DO TEMPO QUE RESTAVA PARA COMPLETAR O TEMPO MÍNIMO EXIGIDO DE CONTRIBUIÇÕES. REQUISITO ETÁRIO DE 53 ANOS PARA HOMEM E 48 PARA MULHER. RECURSO CONHECIDO E PROVIDO PARCIALMENTE Preliminarmente, se conhece do recurso, por ter sido interposto no prazo de trinta dias, conforme prevê o 1º do art. 305 do Decreto 3.048/99, tendo em vista não constar nos autos a data que o recorrente tomou ciência da decisão. A aposentadoria por tempo de contribuição ou, anteriormente conhecida, por tempo de serviço está presente no art. 9, I e 1º, I, a e b da Emenda Constitucional nº 20 de 1998, vide disposição abaixo: Art. 9º - Observado o disposto no art. 4º desta Emenda e ressalvado o direito de opção a aposentadoria pelas normas por ela estabelecidas para o regime geral de previdência social, é assegurado o direito à aposentadoria ao segurado que se tenha filiado ao regime geral de previdência social, até a data de publicação desta Emenda, quando, cumulativamente, atender aos seguintes requisitos: I - contar com cinquenta e três anos de idade, se homem, e quarenta e oito anos de idade, se mulher; e 1º - O segurado de que trata este artigo, desde que atendido o disposto no inciso I do "caput", e observado o disposto no art. 4º desta Emenda, pode aposentar-se com valores proporcionais ao tempo de contribuição, quando atendidas as seguintes condições: I - contar tempo de contribuição igual, no mínimo, à soma de:

3 a) trinta anos, se homem, e vinte e cinco anos, se mulher; e b) um período adicional de contribuição equivalente a quarenta por cento do tempo que, na data da publicação desta Emenda, faltaria para atingir o limite de tempo constante da alínea anterior; A aposentadoria por tempo de contribuição é esmiuçada no art. 52 da Lei e nos arts. 187 e 188 do Regulamento da Previdência Social, aprovado pelo Decreto de Por meio do resumo de documentos para cálculo de tempo de contribuição às fls. 52 e 53, é claramente visível à filiação do recorrente ao Regime Geral da Previdência Social RGPS na data de 01/08/1979. Desta forma, cabia ao recorrente comprovar na DER um período adicional de contribuição equivalente a, no mínimo, 40% do tempo que faltaria para atingir o tempo de contribuição exigido até a data de 16 de dezembro de Sendo assim, segundo o mesmo resumo de cálculo referido acima, o recorrente deveria apresentar na DER o tempo de 33 anos, 11 meses e 9 dias de tempo de contribuição e apresenta apenas 30 anos, 09 meses e 25 dias tempo de contribuição, sendo insuficiente. A grande controvérsia dos autos cinge-se no reconhecimento dos períodos laborados em condições especiais na condição de item do Anexo do Decreto nº de Para tanto, o recorrente apresentou PPP às fls. 22 a 28, 61 a 64 e 66 a 73, informando os seguintes períodos de atividade especial: Período Empresa Agente nocivo 01/08/1979 até 25/01/1988 Ozoel Martins Lustoza Função: 01/10/1990 até José Hamilton Moss Filho 31/08/1992 Função: ; Ruído 86 db; 01/06/2007 até Helmuth José Seltiz 30/01/2009 Função: ; Ruído 94 db; 01/09/1993 até 14/08/ /05/1997 até 06/09/ /02/2001 até 11/12/2006 O SST se pronunciou às fls. 83 e 84, concluindo pelo não enquadramento dos períodos entre: 01/08/1979 até 25/01/1988: não há exposição a fatores de risco, não há responsável pelo registro ambiental e a descrição de atividades não infere exposição permanente ao agente nocivo citado; 01/10/1990 até 31/08/1992: os agentes citados no PPP não são contemplados como nocivos pela legislação, exposição abaixo do limite de tolerância, não há informação sobre o período em que o responsável pela monitoração ambiental trabalhou e a descrição de atividades não infere exposição permanente ao agente nocivo citado; 01/06/2007 até 30/01/2009: os agentes citados no PPP não são contemplados como nocivos pela legislação, exposição abaixo do limite de tolerância, não há informação sobre o período em que o responsável pela monitoração ambiental trabalhou e a descrição de atividades não infere exposição permanente ao agente nocivo citado; 01/09/1993 até 14/08/1995: não há exposição a fatores de risco e não há responsável pelo registro ambiental; 02/05/1997 até 06/09/1999: não há exposição a fatores de risco e não há responsável pelo registro ambiental;

4 01/02/2001 até 11/12/2006: não há exposição a fatores de risco e não há responsável pelo registro ambiental. Os períodos entre 01/08/1979 até 25/01/1988 e 01/10/1990 até 31/08/1992 já foram enquadrados como atividade especial pelo INSS em razão do exercício da função de tratorista e, respectivamente, vide fl. 53. Não se pode olvidar da impossibilidade de efetuar o reconhecimento de atividade especial por categoria profissional antes da vigência da Lei de 1991 em face da vedação transmitida pelo Enunciado nº 33 do CRPS, que dispõe: Para os efeitos de reconhecimento de tempo especial, o enquadramento do tempo de atividade do, segurado empregado, sob o código do Quadro anexo ao Decreto nº , de 25 de março de 1964, é possível quando o regime de vinculação for o da Previdência Social Urbana, e não o da Previdência Rural (PRORURAL), para os períodos anteriores à unificação de ambos os regimes pela Lei nº 8.213, de 1991, e aplica-se ao tempo de atividade exercido até 28 de abril de 1995, independentemente de ter sido prestado exclusivamente na lavoura ou na pecuária. Conjuntamente, devemos fazer a interlocução com o disposto no art. 3º, 1º, a da Lei Complementar nº 11 de 1971, no qual prescreve que: Art. 3º São beneficiários do Programa de Assistência instituído nesta Lei Complementar o e seus dependentes. 1º Considera-se, para os efeitos desta Lei Complementar: a) a pessoa física que presta serviços de natureza a empregador, mediante remuneração de qualquer espécie. Desta forma, com as informações contidas no formulário DSS-8030, trazendo o ramo de atividade da empresa como agrícola, além do local de trabalho do recorrente na lavoura, entende-se que o recorrente somente pode ser qualificado como, pois é pessoa física que presta serviços de natureza a empregador, mediante remuneração de qualquer espécie, fato que o filia ao PRORURAL. Portanto, como o enunciado acima prevê, somente haverá reconhecimento do tempo especial para para o segurado inscrito da Previdência Social Urbana. Desta forma, é possível o enquadramento por categoria profissional entre 01/09/1993 até 28/04/1995, pois do dia 29 de abril de 1995 foi a data de vigência da Lei de 1995, no qual extirpou a presunção legal de exposição a fatores de risco em razão do exercício de determinadas funções categoria profissional. Por último, o período entre 01/06/2007 até 30/01/2009 não é passível de reconhecimento, conforme análise feita pelo INSS, tendo em vista que não há informação sobre o período em que o responsável pela monitoração ambiental trabalhou, bem como a descrição de atividades não infere exposição permanente ao agente nocivo ruído de 94 db. Desta forma, o recorrente não faz jus a concessão da aposentadoria, pois não alcançou o tempo mínimo para a concessão da aposentadoria proporcional. Conclusão: Voto no sentido de, preliminarmente, conhecer do recurso, para, no mérito, dar-lhe parcial provimento. Relator(a) Conselheiro(a) concorda com voto do relator(a). JOANA D ARC DE SOUZA Conselheiro(a) Suplente Representante do Governo Conselheiro(a) concorda com voto do relator(a). LUCIANO CERQUEIRA Conselheiro(a) Suplente Representante das Empresas

5 Presidente concorda com voto do relator(a). ANA MARIA BARBOSA SANTOS Presidente Decisório Nº Acórdão: 1644 / 2015 Vistos e relatados os presentes autos, em sessão realizada hoje, ACORDAM os membros da 1ª Composição Adjunta da 5ª Junta de Recursos do CRPS, em CONHECER DO RECURSO E DAR-LHE PROVIMENTO PARCIAL, POR UNANIMIDADE, de acordo com o voto do(a) Relator(a) e sua fundamentação. Participaram, ainda, do presente julgamento, os Conselheiros JOANA D ARC DE SOUZA e LUCIANO CERQUEIRA. Relator(a) ANA MARIA BARBOSA SANTOS Presidente