2- IDENTIFICAR OS MARCOS DO DESENVOLVIMENTO NEUROPSICOMOTOR
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- Maria Laura Almada Custódio
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1 PROBLEMA 5 1- CONCEITUAR O DESENVOLVIMENTO NEUROPSIOMOTOR REFERÊNCIA: CARVALHO, M. V. P. O desenvolvimento motor normal da criança de 0 à 1 ano: orientações para pais e cuidadores- programa de mestrado profissional em ensino em ciências da saúde e do meio ambiente - Volta Redonda 2011 O desenvolvimento neuropsicomotor refere-se ao conjunto de modificações e amadurecimento das funções do sistema nervoso, do aspecto psicológico e do desenvolvimento e coordenação motora, formando os três um conjunto. O desenvolvimento humano é um processo que ocorre durante toda vida e resulta de uma inter-relação complexa de fatores biológicos, psicológicos, culturais e ambientais. É definido como mudanças que acontecem na vida de um indivíduo desde a concepção até a morte. O desenvolvimento motor como processo gradativo de refinamento e integração das habilidades e dos princípios biomecânicos do movimento, de modo que o resultado seja um comportamento Os movimentos dependem de feedback eficaz para serem eficientes 2- IDENTIFICAR OS MARCOS DO DESENVOLVIMENTO NEUROPSICOMOTOR REFERÊNCIA: CARVALHO, M. V. P. O desenvolvimento motor normal da criança de 0 à 1 ano: orientações para pais e cuidadores- programa de mestrado profissional em ensino em ciências da saúde e do meio ambiente - Volta Redonda 2011 Sistema inferior (extrapiramidal): maturação precoce e ascendente, inicia na 24ª semana, responsável pelo tônus postural e reflexos arcaicos Sistema superior (piramidal): maturação mais tardia e descendente, responsável pela motricidade Lembrar que em bebês que nasceram prematuros, devemos utilizar a IDADE CORRIGIDA até os 2 anos. 40 semanas - IG IDADE CARACTERISTICAS REFLEXOS Neonato 0-10 dias 1º Mês 2º Mês 3º Mês - hipertonia flexora dos 4 membros fisiológica em supino e prono; - Peso corpóreo seja deslocado para a face. O bebê consegue liberar as vias aéreas levantando a cabeça; - Nesta fase o bebê consegue visualizar melhor com contraste preto e branco, acompanhando um objeto lateralmente e verticalmente - Há modulação sensitivo-sensorial, iniciando a corticalização. - Predomina o padrão de flexão fisiológica e, o período de posturas assimétricas; - Ainda não possui o controle da cabeça; - Os olhos acompanham os objetos em linha média. Reage a brinquedos luminosos ou sonoros, porém assusta-se com facilidade; - Predomínio da flexão corporal, mas realiza extensão melhor; - As mãos encontram-se mais abertas, os braços com mais extensão, mas não chegando a linha média; - ainda não apresenta controle da cabeça, apesar de acompanhar bem o movimento; - Na postura (ventral/prono) a criança começa a estender o segmento torácico, levanta a cabeça de 0 a 45º; - é possível verificar a assimetria fisiológica, e influências de padrões tônicos posturais como o reflexo tônico-nucal assimétrico e o reflexo labiríntico; - Quando estimulada a pegar um objeto nas mãos, ambas se encontram predominantemente fechadas; mas abre-se quando tocada; - Apresenta rotação corporal, a cabeça consegue ser mantida na linha média; - Reação de retificação da cabeça, muitas vezes, é acompanhado por movimentos dos membros inferiores; - todos os reflexos primitivos estão presentes - Reflexo de moro; - Reflexo da marcha - Reflexo de moro; - Reflexo de preensão palmo plantar; - Desaparecimento do reflexo da marcha; - PRESENTES: sucção, Moro, mão-boca, preensão palmar, preensão plantar,
2 4º Mês 5º Mês 6º Mês 7º Mês 8º Mês 9º Mês 10º Mês - As mãos já podem ser trazidas na linha média, os dedos se encontram mais abertos, pegam objetos; - Sustentam peso no antebraço - A cabeça ergue até 45º; - A criança já apresenta melhora nas reações de equilíbrio; - Sustentar a cabeça aos três meses é a melhor prova de que o desenvolvimento psicomotor do bebê está perfeito (equilíbrio estático); - COORDENAÇÃO APENDICULAR: Junta as duas mãos na linha média - FUNÇÕES CEREBRAIS SUPERIORES (audição/ linguagem/ gnosias): fixa o olhar, sorri socialmente, atende ao som com procura da fonte emissora e usa vogais (gorjeio) - A criança apresenta competência para manter-se na posição dorsal (supino); Os braços estão na linha média, mãos nos joelhos, bate palmas, segura objetos quando colocados na mão e solta-os ao acaso; - Iniciam-se os movimentos de rastejamento; - Quando colocada sentada, o tronco não possui estabilidade ou equilíbrio e tende para frente; - Bom controle de cabeça; - Apresenta boa reação postural da cabeça sobre o tronco com início de reação postural do corpo ao corpo; - Frequentemente leva os seus pés a boca; - Tenta-se arrastar; rola; brinca com os chocalhos; puxa o pé à boca e chupa o dedo do pé, consegue apanhar objetos e trocá-los de mão - Capaz de virar sua cabeça livremente para um lado e outro e o tronco pode manter-se com o dorso apoiado na cama ou girar ativamente; - Senta com apoio, e inicia a sentada sem apoio (equilíbrio estático0; -Quando está sentada, transfere o peso para um dos lados, geralmente transfere o peso para frente e utiliza os braços; - A curiosidade agora é despertada para os pés - pé chegue até a boca; - Muda de decúbito (equilíbrio dinâmico); - Preensão voluntária tira o pano do rosto; - FUNÇÕES CEREBRAIS SUPERIORES (audição/ linguagem/ gnosias): Atende pelo nome, demonstra estranheza diante de desconhecidos, localiza o som lateralmente, usa vogais associadas a consoantes (lalação) -Criança praticamente não fica em decúbito dorsal e, se segurada para sentar ergue-se praticamente sozinha; - Não existe predomínio do padrão flexor ou extensor; - Na postura sentada apresenta melhor equilíbrio; A criança se movimenta constantemente e realiza espontaneamente as mudanças de decúbito; - Inicia o engatinhar com rotação deficiente do tronco; - A criança começará a chutar e se erguer nas mãos das pessoas ou em objetos e móveis; - Quando fica em pé os artelhos ficam em garras, - Hipotonia fisiológica em declínio; -Nesta fase praticamente não fica em uma postura somente; - Senta sem apoio e fica na posição de engatinhar (equilíbrio dinâmico); - FUNÇÕES CEREBRAIS SUPERIORES (audição/ linguagem/ gnosias): Localiza o som de forma indireta para cima e para baixo Palavras de sílabas repetidas com significado (primeiras palavras) palavras-frase A criança se movimenta constantemente, senta sozinha com total equilíbrio; - Consegue ficar em pé sem equilíbrio; - Alcança um objeto e também já o larga espontaneamente, atira o brinquedo a espera que alguém o busque; - Preensão é como pinça; cutâneo-plantar extensor, labiríntico tônico nucal simétrico, - DESAPARECEM: marcha reflexa, apoio plantar, reptação, tônico-cervical assimétrico - Reflexos tônico cervical assimétrico - Reflexo tônico labiríntico; - Nesta fase o lactante vai deixando de utilizar mecanismos de reflexos para realizar movimentação ativa; - Os reflexos de preensão palmar aparecem discretamente, os reflexos plantares ainda permanecem, e o de Moro, discretamente. - Desaparecem todos os padrões tônicos posturais e reação de Moro - Presentes: Reflexo do paraquedista, preensão plantar, cutâneo plantar extensor; - Desaparecem: sucção, preensão palmar, moro, mão-boca - Reflexo de preensão plantar - Presentes: Reflexo de landau, preensão plantar e -cutâneo plantar extensor em desparecimento
3 11º e 12º Mês 18º Mês 2 anos 3 a 4 anos - Tônus semelhantes ao do adulto -Apresenta marcha livre com os braços abertos; - Criança adquire noções espaciais que ajudam a situar-se no mundo. O conhecimento do espaço está associado ao do tempo; - Adquirem-se nessa idade, noções de distância quando engatinha para alcance do brinquedo, de profundidade e do espaço vertical, ao dar os primeiros passos; - Realiza pinça superior individualizada; - solta um objeto quando recebe o comando -FUNÇÕES CEREBRAIS SUPERIORES (audição/ linguagem/ gnosias): Localiza a fonte sonora direto para baixo e indireto para cima, usa palavras corretamente e produz jargão 1 a 2 palavras com significado; aproxima-se quando é chamado Controle vesical diurno iniciando - Sobe escada com auxílio - Alimenta-se com colher - Fala pelo menos 6 palavras Controle vesical diurno em consolidação e iniciando o vesical noturno e anal - Corre - constrói torre com 6 blocos - Sentenças com 2 a 3 palavras Controle vesical diurno e anal consolidados, vesical noturno em consolidação 5 anos Controle completo vesical e anal Após 7 anos - Aperfeiçoamento funções já existentes constituindo o aprendizado formal. - Pode-se utilizar a avaliação das funções corticais (memória, orientação, gnosias, praxias e linguagem) e a performance escolar. 3- IDENTIFICAR E DESCREVER OS INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO DO DESENVOLVIMENTO NEUROPSICOMOTOR PRECONIZADOS PELO MINISTÉRIO DE SAÚDE A avaliação neurológica da criança começa com a anamnese AVALIAÇÃO DOS NERVOS CRANIANOS
4 NERVO OLFATÓRIO (1): pode ser testado confiavelmente já na 32ª semana de gestação. Deve-se ter cuidado em usar estímulos apropriados, com substancias que sejam familiares á criança (café, hortelã) NERVO ÓPTICO (2): para o exame deve-se dilatar a pupila. A cor do nervo óptico é salmão róseana criança, cinza-esbranquiçada no RN, particularmente se ele for loiro. Os prematuros normais om 28 semanas piscam quando uma luz forte é dirigida aos olhos, e, com 32 semanas, os RN mantêm os olhos fechados até que a fonte luminosa seja retirada. O campo visual do lactente é testado pelo avanço de um objeto com cor intensa (vermelho) de trás da cabeça da criança através do campo visual periférico e observando quando a criança olha pela primeira vez para o objeto; NERVO OCULOMOROR (3): inerva os músculos reto superior, inferior e medial, bem como o oblíquo inferior e o elevador da pálpebra superior. A paralisia causa ptose, dilatação da pupila, deslocação do olho para fora e para baixo e comprometimento as adução e elevação ocular. TROCLEAR (4): inerva o músculo oblíquo superior, e paralisia isolada faz o olho desviar-se para cima e para fora, muitas vezes com uma inclinação compensatória da cabeça associada para corrigir o deslocamento vertical das imagens; ABDUSCENTE (6): inerva o músculo reto lateral, de modo que a paralisia causa desvio medial do olho e incapacidade de abduzir além da linha média; OBS: É POSSÍVEL PESQUISAR O MOVIMENTO OCULAR COMPLETO COM 25 SEMANAS DE GESTAÇÃO USANDO A MANOBRA DOS OHOS DE BONECA usada para examinar os movimentos oculares horizontal e vertical em um lactente ou paciente que não colabore ou esteja comatoso. O examinador deve observar se os movimentos são completos e fluentes e determina a presença ou ausência de nistagnismo, diplopia, oscilação caótica os olhos etc. NERVO TRIGÊMEO (5): a distribuição sensitiva da face se divide em três áreas: oftálmica, maxililar e mandibular, cada região é testada pelo toque leve e por objetos com ponta, sendo comparada com o lado oposto. É mais documentada no RN pela presença das caretas faiais NERVO FACIAL (7): a paralisia desse nervo pode ser devido a trauma ou congênita. Pode ser testada pela gustação nos dois terços da língua colocando uma solução salina ou de glicose, a criança normal consegue identificar sem dificuldade. NERVO VESTIBULOCOCLEAR (8): a triagem para a perda auditiva é um componente importante no exame neurológico. Teste da orelhinha, teste do sino crianças normais viram a cabeça em direção do sino NERVO GLOSSOFARÍNGEO (9): Inerva o músculo estilofaríngeo. É testado pela observação do reflexo nauseoso à estimulação tátil da parede posterior da faringe; NERVO VAGO (10): teste da tosse - deve pressionar a traqueia na incisura supra esternal NERVO ACESSÓRIO (11): inervação do esternocleidomastódeo. É testado pela rotação forçada da cabeça e do pescoço contra a mão do examinador NERVO HIPOGLOSSO (12): inerva a língua - avaliação da motilidade, tamanho e forma TESTE DE DENVER II REFERÊNCIA: manual treining Denver II O Denver II é um valioso instrumento de screening para avaliar o desenvolvimento de crianças do nascimento aos seis anos de idade e monitorar o desenvolvimento em crianças de risco para alterações. Avalia quatro áreas do desenvolvimento: Pessoal-social: Conhecer pessoas e cuida das necessidades pessoais Motora fina adaptativa: coordenação de olho e mão, manipulação de pequenos objetos e resolução de problemas
5 Linguagem: audição, compreensão e uso da linguagem Área motora grossa: senta, anda, pula, grandes movimentos musculares no geral Valioso para triagem de crianças assintomáticas para possíveis problemas Não é um teste de QI mas sim o preditor da adaptação intelectual, no porém não substitui o diagnóstico da avaliação psíquica. O teste é dedignado para comparação de uma variedade de testes da performance de crianças da mesma idade Também estão incluídos cinco itens de teste comportamento para conclusão após a administração do teste, ajuda a avaliar subjetivamente o comportamento geral da criança e obter um indicador aproximado, como a criança usa suas habilidades (atenção, timidez, cooperação...). Material do Teste: lã vermelha, chocalho do cabo fino, lápis vermelho, figuras: gato, cachorro, pássaro e menino, sino, boneca pequena de plástico, bola de tênis, 8 blocos coloridos, copo com boca larga, mamadeira pequena e folha de papel em branco. Aplicação do teste: Primeira coisa é perguntar a idade da criança para a mãe. Depois traça-se uma linha vertical na idade correspondente a idade da criança a ser avaliada (caso ela seja prematura, necessita-se fazer a correção) e verifica se ela consegue realizar os itens que foram cortados pela linha. A grande vantagem deste teste de triagem é a sua praticidade na aplicação. Os itens a serem avaliados são apresentados em forma de gráfico, e em cada marco do desenvolvimento, podemos observar os respectivos limites mínimo e máximo da idade de aparecimento. Assim, as extremidades esquerda e direita de cada uma das barras, que representam os itens do DDST, indicam respectivamente as idades em que 25% e 90% das crianças normais executam os itens. Por exemplo, no item permanece sentado sem apoio, da área motora grosseira do DDST, cuja representação gráfica é apresentada na figura, a extremidade direita da barra indica que 90% das crianças normais tem essa capacidade com idade próxima a 7 meses. Será marcado: P- passou, F- falhou, NO- sem oportunidade, R- recusa. P- Normal: sem atrasos e no máximo 2 alertas (no Denver III não existe mais essa opção de 2 alertas). A criança será reavaliada na próxima consulta. C- Suspeito: 2 ou mais alertas (no Denver III a partir de I alerta já é suspeito) e/ou mais atrasos, a criança será reavaliada em uma ou duas semanas. Intestável: recusa em um ou mais itens situados a esquerda da linha da idade. Reavaliar em uma ou duas semanas. A avaliação pode ser usada 3 vezes, (avaliação, reavaliação ), com a mesma criança, sempre utilizando uma cor diferente cada vez que for usar e não esquecendo de por a data.
6 4- EXPLICAR E DEMONSTRAR OS REFLEXOS PRIMITIVOS E ATÉ QUANDO ELES PERMANECEM REFERÊNCIA: CARVALHO, M. V. P. O desenvolvimento motor normal da criança de 0 à 1 ano: orientações para pais e cuidadores- programa de mestrado profissional em ensino em ciências da saúde e do meio ambiente - Volta Redonda 2011 FERREIRA, A.B et. al propedêutica médica da criança ao idoso 2º Edição editora atheneu O desenvolvimento físico normal é caracterizado pela maturação gradual do controle postural pelo desaparecimento dos reflexos primitivos, em torno de 4 a 6 meses de idade, como o reflexo de moro; o reflexo tônico cervical assimétrico (RTCA); o reflexo de galant; os reflexos plantares; os reflexos orais e pela indução das reações posturais (retificação e equilíbrio). Em uma avaliação dos reflexos primitivos torna-se relevante observar que, mesmo quando presentes na idade esperada, deve-se avaliar se a sua intensidade é adequada para aquela fase. De modo geral, estes reflexos primitivos estarão presentes durante os primeiros seis meses de vida, e serão paulatinamente inibidos, na medida em que padrões de endireitamento e de equilíbrio forem surgindo. Uso de Reflexos: A criança exerce os reflexos durante o primeiro mês de vida. Depois ela coordena reflexos e reações, surgindo além dos reflexos instintivos. Os reflexos motores e sensoriais inatos (sucção, preensão, acompanhamento visual) são utilizados para interagir e se acomodar com o mundo exterior. Reação Circular Primária: A criança coordena as atividades do próprio corpo e dos cinco sentidos, como sugar o dedo, brincar com a língua etc. Esse período se inicia com poucas semanas de vida e vai até o quarto mês. Nessa etapa acontece a assimilação. O fato primitivo geralmente é admitido como o mais elementar da vida psíquica: a repetição. Reação Circular Secundária: O bebê procura por novos estímulos no ambiente; começa a prever as consequências do próprio comportamento, agindo propositadamente a fim de modificar o mesmo; início do comportamento intencional. A duração desse estágio é do quarto ao sexto mês Coordenação de Esquemas Secundários: Esse estágio tem duração do sétimo ao décimo segundo mês. A criança mostra os sinais preliminares da constância de objeto; possui uma vaga ideia de que os objetos têm uma existência independentemente dele próprio; e imita comportamentos novos. Reação Circular Terciária: O bebê procura novas experiências e produz novos conhecimentos. A descoberta de novos meios por experimentação ativa é utilizada pela criança para a solução de novos problemas Há a formação de estruturas através de deslocamento de objetos, de posições e de relações causais ligados à ação. Os reflexos primitivos estão intimamente associados à obtenção de alimento e à proteção do bebê, aparecendo primeiramente na vida fetal e persistindo durante todo o primeiro ano de vida. Já os reflexos posturais fazem lembrar movimentos voluntários posteriores, pois fornecem automaticamente a manutenção de uma posição ereta para um indivíduo em relação ao seu ambiente, sendo encontrados em todos os bebês normais nos primeiros meses pós-natais, podendo, em alguns casos, persistir no primeiro ano de vida.
7 MORO: eleva-se o tronco da criança a partir do decúbito dorsal, segurando-a pelo dorso e a nuca com o braço. O examinador deve fingir uma queda da criança, isto é, momentaneamente aliviar a sustentação, reforçando-a logo em seguida o objetivo é provocar a extensão rápida do pescoço e da cabeceira da criança. No reflexo de Moro completo, a criança flexionara o pescoço, chorará e realizará um movimento de abdução-extensão dos membros superiores, seguido de sua abdução e flexão. Esse reflexo está presente desde o nascimento e desaparece até os 6 meses. TONICO CERVICAL ASSIMÉTRICO (ESGRIMISTA) Com a criança em decúbito dorsal o examinador roda a cabeça dela para um dos lados e sustenta essa posição por 15s a resposta esperada é a extensão dos membros superior e inferior do mesmo lado da rotação e a flexão dos membros do lado oposto. Desaparece entre os 3 e 4 meses. REFLEXO DE PREENSÃO PALMAR o examinador toca um dedo seu na palma da mão da criança. A resposta esperada é a flexão dos dedos e fechamento da mão. Desaparece em 6 meses; REFLEXO DE PREENSÃO PLANTAR - pressiona-se com o dedo polegar a planta do pé da criança logo abaixo dos dedos. A resposta esperada é a flexão plantar dos dedos. Desaparece aos 15 meses REFLEXO DE APOIO PLANTAR E MARCHA segura-se a criança de pé pelas axilas e apoiamse seus pés sobre uma superfície rígida a resposta positiva é a retificação do tronco e o início de uma marcha reflexa. Dura até os dois meses o Suporte positivo: O suporte positivo é considerado normal desde o nascimento até o segundo ou terceiro mês de vida. Esse reflexo é testado segurando-se o bebê de pé sobre uma superfície de apoio, e realizando ligeiros quikes para cima e para baixo. Com isso, o bebê realiza suporte
8 em extensão digitígrado, significando resposta em padrão extensor total; resquícios desta resposta são comuns até, aproximadamente, sete meses (Figura 16) REFLEXO DE PROCURA E SUCÇÃO: ao tocar o lábio de um lactente, verificam-se os movimentos de sucção. Esse reflexo deve desaparecer aos 3 meses com a criança em vigília e aos 6 meses com a criança dormindo. REFLEXO DE LANDAU: há duas formas para esse reflexo. Usando uma das mãos, o examinador suspende a criança pela superfície ventral. No reflexo Landau I, ocorrem elevação da cabeça e extensão do pescoço e da pelve espontaneamente. No reflexo de Landau II, ainda com a criança suspensa, flexiona-se o seu pescoço. As respostas esperadas são o abaixamento da pelve e a flexão das pernas. O reflexo de Landau surge entre os 3 meses e os 4 meses de idade e deve desaparecer no final do 2 ano de vida. REFLEXO DO PARAQUEDISTA: segurando a criança pelo tronco, projeta-se sua cabeça para baixo rapidamente. A resposta esperada é a extensão dos membros superiores, como que para se proteger de uma queda. Essa reação protetora deve ocorrer em qualquer sentido que a manobra ocorra. Esse reflexo deve surgir entre 8 e 9 meses, permanecendo por toda a vida do indivíduo. REFLEXO OLHOS DE BONECA; REFLEXO DE CONEXÃO ENTRE AS MÃOS E A BOCA: Descrito também por Coriat (2001) consiste na rotação da cabeça para a linha média, acompanhada da abertura da boca como resposta à pressão exercida pelos polegares do observador sobre as palmas das mãos do lactente.
9 REFLEXO DE GALANT (ENCURVAMENTO DO TRONCO): Presente desde o nascimento desaparece no decorrer do 2º mês de vida. Esse reflexo é testado com a criança em prono, deslizandose um objeto pontiagudo da região do ilíaco até a última costela, próximo às vértebras lombares. Como resposta, ocorrerá uma flexão lateral do tronco; REFLEXO TÔNICO LABIRÍNTICO (RTL): Pode ser testado nas posturas prona ou supina. Com a criança em supino sobre as mãos do examinador, busca-se observar presença de aumento da atividade extensora, fletindo os membros superiores e inferiores, observando-se a resistência a esses movimentos e à flexão passiva da cabeça. Na postura supina, analisa-se o aumento da atividade flexora, observando a resistência à extensão da cabeça e de membros. Caso o reflexo esteja presente com hipertonia, é sempre patológico 5- IDENTIFICAR E COMPREENDER OS POSSÍVEIS ATRASOS DO DESENVOLVIMENTO NEUROPSICOMOTOR REFERÊNCIA: DORNELAS L. F.; DUARTE, N. M.C.; MAGALHÃES, L.C. - Atraso do desenvolvimento neuropsicomotor: mapa conceitual, definições, usos e limitações do termo - Associação de Pediatria de São Paulo. Publicado por Elsevier Editora Ltda EPIDEMIOLOGIA Estima-se que, em todo o mundo, 200 milhões de crianças menores de cinco anos de idade estão sob risco de não atingir seu pleno desenvolvimento. A prevalência do atraso do desenvolvimento é, em grande parte, uma incógnita, mas dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) indicam que 10% da população de qualquer país é constituída por pessoas om algum tipo de deficiência, com uma taxa de 4,5% entre aquelas com até cinco anos de idade. No Brasil,2 foi detectada diminuição da prevalência de crianças com atraso do desenvolvimento, o que se justifica pelos avanços nos cuidados neonatais, pela ampliação da cobertura de assistência à criança no primeiro ano de vida, ocorrido nas últimas décadas nos hospitais dos grandes centros e do interior do país, além da elevação das condições socioeconômicas da população. DEFINIÇÃO: Pelo Dictionary of Developmental Disabilities Terminology, atraso do desenvolvimento é uma condição em que a criança não está se desenvolvendo e/ou não alcança habilidades de acordo com a sequência de estágios pré-determinados. Condições da infância, desde a concepção, gravidez e parto, decorrentes de fatores adversos como a subnutrição, agravos neurológicos, como a encefalopatia crônica da infância (paralisia cerebral), e genéticos, como a síndrome de Down. O atraso pode ser também uma condição transitória, não sendo possível definir qual será o desfecho do desenvolvimento da criança, o que pressupõe o acompanhamento com avaliações periódicas. USO DO TERMO (atraso do DNPM)
10 Uso e uma infinidade de termos (ex.: atraso do desenvolvimento, atraso do desenvolvimento neuropsicomotor, retardo mental, retardo do desenvolvimento neuropsicomotor, atraso do desenvolvimento global); No Brasil, o termo começou a ser utilizado na década de 80 como diagnóstico para crianças com retardo mental e, a partir da década de 90, para qualquer criança que apresentasse algum tipo de atraso do desenvolvimento. Só mais recentemente o termo foi utilizado para crianças que apresentam baixa pontuação em testes de desenvolvimento norma-referenciados; O artigo brasileiro mais recente define o termo como a não aquisição progressiva de capacidades motoras e psicocognitivas de modo ordenado e sequencial que progride nos sentidos cefalocaudal e de proximal para distal. RASTREIO Medir o atraso do desenvolvimento exige habilidade de reconhecer que as trajetórias do desenvolvimento são invariavelmente individualizadas, havendo variações dentro do que pode ser aceito como normal e não normal, o que implica na necessidade de contato mais prolongado para se conhecer o contexto de vida da criança; A triagem do desenvolvimento é a melhor opção para rastrear crianças com problemas do desenvolvimento por ser um procedimento rápido para ser aplicado em populações amplas de crianças de várias faixas etárias; Porém, alguns trabalhos revisados5,27,28 comentam que avaliações pontuais do desenvolvimento em crianças menores de cinco anos de idade são pouco confiáveis para delimitar o diagnóstico definitivo, sugerindo-se que o termo atraso do desenvolvimento seja usado como diagnóstico temporário
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12 6- IDENTIFICAR AS PRINCIPAIS CAUSAS DO DESENVOLVIMENTO NEUROPSICOMOTOR CAUSAS Hipóxia neonatal; Hemorragia periventricular; Síndromes genéticas; Má formações; Desnutrição; Infeções congênitas; Epilepsias TIPOS 1. Predomínio motor (PC, hipotonia central, dças neuromusculares e ortopédicas) 2. Predomínio linguagem (hipoacusia, autismo) 3. Global (malformações, encefalopatias, cromossomopatias) 7- COMPREENDER A IMPORTÂNCIA, A NECESSIDADE DE UMA EQUIPE MULTIPROFISSIONAL NA REABILITAÇÃO DA CRIANÇA EM ATRASO DO DESENVOLVIMENTO REFERÊNCIAS: Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Diretrizes de estimulação precoce : crianças de zero a 3 anos com atraso no desenvolvimento neuropsicomotor decorrente de microcefalia / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde. Brasília: Ministério da Saúde, 2016 MIRANDA, Luci Pfeiffer; RESEGUE, Rosa and FIGUEIRAS, Amira Consuelo de Melo.A criança e o adolescente com problemas do desenvolvimento no ambulatório de pediatria. J. Pediatr. (Rio J.) [online]. 2003, vol.79, suppl.1, pp.s33-s42. ISSN A estimulação precoce pode ser definida como um programa de acompanhamento e intervenção clínicoterapêutica multiprofissional com bebês de alto risco e com crianças pequenas acometidas por patologias orgânicas, buscando o melhor desenvolvimento possível, por meio da mitigação de sequelas do desenvolvimento neuropsicomotor, bem como de efeitos na aquisição da linguagem, na socialização e na estruturação subjetiva, podendo contribuir, inclusive, na estruturação do vínculo mãe/bebê e na compreensão e no acolhimento familiar dessas crianças. A estimulação precoce de bebês nascidos com atraso do desenvolvimento, promove a harmonia do desenvolvimento entre vários sistemas orgânicos funcionais (áreas: motora, sensorial, perceptiva, proprioceptiva, linguística, cognitiva, emocional e social) dependentes ou não da maturação do Sistema Nervoso Central (SNC). Os novos conhecimentos sobre a plasticidade cerebral humana reiteram a necessidade da equipe de saúde intervir precocemente e não profetizar prognósticos para esses pacientes. A estimulação nos três primeiros anos de vida, para crianças com atraso no desenvolvimento já estabelecidos ou aquelas com risco de atraso, melhora sua performance, devendo ser incentivado o seu início o mais cedo possível. A reabilitação é o processo destinado a permitir que a pessoa deficiente alcance um nível físico, mental e/ou social funcional ótimo, proporcionando-lhe assim os meios de modificar a própria vida. Assim, todo trabalho de reabilitação deve estar centrado nas habilidades da pessoa, cuja integridade e dignidade devem ser respeitadas. Ao planejar os programas de reabilitação e de apoio, é essencial levar-se em conta os costumes, possibilidades e as estruturas da família e da comunidade, fomentando sua capacidade de resposta às necessidades da pessoa deficiente.
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