1 A Gestão Estratégica para transformação de ações em resultados na administração de materiais. Renata Rodrigues de Lima RESUMO Este artigo tem o objetivo abordar a administração de materiais, sua importância e seus impactos para a empresa atingir o sucesso e eficiência para tanto deve-se planejar estratégias eficazes e eficientes, ou seja, direcionar a atenção para a gestão de materiais, com intuito de minimizar custos decorrentes de aquisições desnecessárias ou insuficientes de materiais indispensáveis às atividades desenvolvidas pelas mesmas. A estratégia organizacional referese ao comportamento global, através da participação de todos os níveis. Representa a forma que a empresa se comporta no ambiente em que está inserida, assim aproveita as oportunidades que este o oferece. Para se implantar uma ferramenta estratégica na organização é preciso fazer um estudo prévio para levantamento de dados e as etapas devem ser elaboradas e reformuladas sempre que for possível, para que haja envolvimento dos colaboradores. Palavras chave: Administração de materiais; estratégia; competitividade; planejamento.
2 1 INTRODUÇÃO A Administração de Materiais é um conjunto de processos desenvolvidos dentro de uma organização para que os estoques necessários sejam mantidos de forma que visam garantir atender a demanda. Com o aumento da competitividade e exigências do mercado as empresas buscam implantar processos de melhoria contínua. Essa gestão dos processos internos deve ser feita de forma bastante rigorosa, evitar armazenagem inadequada, compras sem planejamento e orçamentos, pois estes são alguns dos fatores que influenciam a gestão de materiais e acarretam alto custo para as organizações. Existem várias formas de se realizar a administração dos recursos, uma delas é implantar técnicas de gestão, para que seja feita a manutenção de quantidades suficientes para reduzir os custos de armazenagem, espaço, pessoas, obsolescência e outros, além de garantia em atender a demanda de produtos. 2 A GESTÃO ESTRATÉGICA Segundo Costa (2003) A gestão estratégica é como um processo de transformação organizacional voltado para o futuro, liderado, conduzido e executado pela mais alta administração. Para que esse processo seja implantado tem-se a fase de diagnóstico, onde se procura detectar as possíveis deficiências para que em tempo hábil possam ser corrigidas e que podem comprometer o sucesso da organização. A diferença clássica entre o planejamento estratégico e a gestão estratégica está na capacidade de fazer com que o cotidiano da empresa realize especificamente as ações estratégicas escolhidas. Contas a pagar com valores altos, inadimplência alta, quedas nas vendas, reclamações de clientes e outros fazem parte da gestão diária da empresa. (COSTA, 2003) A gestão operacional, comercial, financeira e administrativa são importantes, mas, fazem parte de todo o processo, as estratégias são as providências que devem ser tomadas para que o problema não volte a ocorrer no futuro. Estas devem ser planejadas baseadas em situações que atendam aos objetivos, ao ambiente e a capacitação da organização. Não basta criar um bom plano, há sempre algo a acrescentar, o conceito de gestão estratégica conforme Costa (2003) é muito mais ampla, pois, engloba desde as avaliações de diagnósticos, a estruturação do processo até a atribuição de responsabilidades para o detalhamento para conduzir as etapas de sua implantação. A Gestão estratégica, é um processo sistemático, planejado, gerenciado, executado e acompanhado sob a liderança da alta administração da instituição, envolve e
3 compromete todos os gerentes e responsáveis e colaboradores da organização, ou seja, é uma forma de gerenciar toda a organização, com foco em ações estratégicas. O Planejamento Estratégico é um processo gerencial que traça os objetivos para a execução das ações, levando-se em consideração às condições internas e externas da empresa e a evolução da mesma. Estratégia é um conjunto de regras de tomadas de decisão para orientação do comportamento de uma organização, ou seja, são modos alternativos de ação, os riscos, o tempo e os recursos necessários para atingir metas especificadas. (ANSOFF, 1993, p. 70). O processo deve ser avaliado constantemente para corrigir possíveis erros e para que seja feita a realimentação. A ferramenta estratégica tem como principal função fazer com os processos sejam feitos de forma mais eficaz. Segundo ANSOFF (1993), estratégia é a definição de como os recursos serão alocados para se atingir determinado objetivo dentro das organizações. 3 ETAPAS DA GESTÃO ESTRATÉGICA 3.1 Diagnóstico / Planejamento estratégico Nesta etapa são realizados os levantamentos das situações da empresa, para avaliar e adequar às estratégias existentes, para Costa (2003) dentro do Diagnóstico Estratégico, são levantadas informações como a competitividade da empresa, o portfólio de produtos, ações de mudanças, vulnerabilidade às ameaças existentes. Visa identificar os riscos e propor planos para minimizá-los ou até mesmo evitá-los, identificação dos pontos fortes e fracos de uma organização em relação aos seus concorrentes para que assim possa conhecer o mercado e definir estratégias. Conforme Dias (1993, p. 21) o planejamento consiste na determinação dos valores que o estoque terá, bem como na determinação das datas da entrada e saída dos materiais do estoque e na determinação dos pontos de pedido de material no qual o controle é o registro dos dados reais, correspondentes aos planejados mencionados. 3.2 Envolvimento É o envolvimento da alta direção com as ações para solucionar os problemas e evitar os obstáculos, tem a responsabilidade de explicitar e forma clara os propósitos e garantir o foco nas necessidades e estabelecer os processos necessários para atingir os objetivos.
4 3.3 Direcionamento É o momento que se define a direção que a empresa precisa seguir para sobreviver ou se sobressair no mercado. O direcionamento surge com a necessidade de atualização devido às constantes mudanças do mercado e assim consequentemente estabelecer novas prioridades. 4 ESTRATÉGIAS COMPETITIVAS Estratégia competitiva, segundo (COSTA, 2003) é aquilo que o fornecedor decide fazer para que na mente dos clientes ou consumidores, os produtos ou serviços que oferece tenham alguma distinção e mereçam a preferência deles. A estratégia é um tema que desperta grande interesse das pessoas devido às mudanças constantes no ambiente externo das empresas, aqueles que são visionários conseguem agregar valor aos seus produtos e garantem vantagem em relação aos seus concorrentes. Para que a gestão estratégica seja efetivamente implementada, é necessário criar um arranjo organizacional com a finalidade de coordená-la. Essa etapa do processo deve atender as demais. O planejamento e a administração precisam estar em sintonia e sob responsabilidades bem definidas, para que possam, efetivamente, ser implementados. (TAVARES, 2000, p. 48) Michael Porter, diz que a análise das fontes da vantagem competitiva tinha que ocorrer não no nível da empresa como um todo, mas, no nível das atividades distintas que ela realiza para projetar, produzir, comercializar, entregar e oferecer suporte ao seu produto. 4.1 As cinco forças competitivas de Porter Essas cinco forças competitivas, segundo Porter, determinam a intensidade da competição em um dado setor.
5 QUADRO 01 As cinco forças competitivas de Porter FORÇAS 1 - Ameaça de novos concorrentes DESCRIÇÃO Trata da facilidade ou dificuldade que um novo concorrente pode sentir ao começar a fazer negócios em um setor, quanto mais difícil for a entrada, menor será a concorrência. Ex: seis barreiras (Economias de escala, diferenciação de produto, necessidade de capital, custo de mudança, acesso aos canais de distribuição, desvantagens de custo independente e escala. 2 Pressão dos produtos substitutos Está relacionada à facilidade com a qual o comprador pode substituir um tipo de produto ou serviço por outro. 3 Poder de negociação dos compradores Os compradores têm muito mais poder de barganha quando compram em grandes quantidades e forçam os preços para baixo e negociam exigindo melhor qualidade ou mais serviços e jogam os concorrentes uns contra os outros. 4 Poder de negociação dos fornecedores Os fornecedores têm um poder de barganha semelhante ao dos compradores. Eles podem ameaçar elevar os preços ou reduzir a qualidade dos produtos. 5 Rivalidade entre os concorrentes A competição em um determinado setor é dada pela rivalidade existente entre os concorrentes. Fonte: Adaptado de PORTER, 1986, p. 24.
6 Conforme Tavares (2000, p. 344) a vantagem de uma organização resulta na posição estabelecida, a partir da escolha do escopo e de uma análise de suas possibilidades de respostas ao que ela pretende. 5 DIFICULDADES DE PERCEPÇÃO Ao implantar um processo de estratégia nas organizações existem obstáculos como a dificuldade de percepção que são bloqueios de várias formas que impedem que a empresa visualize os riscos e as oportunidades. Temos dificuldade em visualizar o que nunca imaginamos antes, aquilo que não se ajusta aos nossos modelos mentais. (COSTA, 2007, p. 21). Entende-se como estratégia como um conjunto de medidas que visam à vantagem competitiva da organização, ou seja, são esforços realizados com o objetivo de desenvolver ou potencializar competências essenciais. 6 ADMINISTRAÇÃO DE MATERIAIS A gestão de estoque é um grande desafio para os administradores, devido às constantes mudanças, fatores estes que influenciam nos custos. Essa busca por soluções eficientes que visa principalmente à redução de gastos cria-se adaptações de métodos e processos que atendam às necessidades e expectativas da organização. Diante do mercado altamente instável, as empresas procuram novas opções para torná-las competitivas e a gestão dos estoques é de grande importância para atingir os objetivos. Gestão é um conjunto de atividades que visa, por meio das respectivas políticas de estoque, ao pleno atendimento das necessidades da empresa, com a máxima eficiência e ao menor custo, através do maior giro possível para o capital investido em materiais. (VIANA, 2002, p. 117). A gestão das mudanças são processos, ferramentas e técnicas para gerenciar o que envolve a transformação para que os resultados previstos sejam atingidos da forma mais eficaz possível. Não basta apenas prever a mudança, é preciso descobrir também o que ela significa para a empresa. As probabilidades através das ferramentas estratégicas indicam a possibilidade de suas melhores previsões se confirmarem. Para Pozo (2002), a razão de manter estoques está relacionada com a previsão de seu uso em um futuro imediato. Assim,
7 torna-se necessário manter determinado nível de estoque, para assegurar disponibilidades de produtos às demandas. A gestão dos estoques é fundamental para toda organização, pois, na maioria das vezes este setor é negligenciado em função de outras áreas consideradas mais importantes. Por esse fato é dispensado o controle rigoroso e eficiente dos mesmos, é necessário que o administrador constantemente realize análises detalhadas dos estoques. Assim assegura uma vantagem competitiva para a empresa no sentido de atender melhor a necessidade do cliente devido às atividades serem desenvolvidas com mais eficiência afetará diretamente no tempo de execução do serviço ou disponibilidade do produto.
8 7 CONCLUSÃO O planejamento estratégico é importante para qualquer organização, de qualquer ramo ou atividade. A implantação de uma ferramenta estratégica não dá a certeza quanto aos resultados e nem assegura o sucesso, elas são muito importantes para o processo de tomadas de decisões, pois, fornecem informações úteis e trazem grandes benefícios para a organização e para as pessoas envolvidas. De uma forma geral nota-se que por mais que haja dificuldade na implantação das ferramentas é realmente necessário para que os objetivos sejam alcançados de forma positiva e para que consigam permanecer no mercado mesmo com a alta competitividade. A proposta de uma gestão de estoques eficiente permite descrever a estratégia de forma muito clara e objetiva, além de planejar, estabelecer metas e equilibrar, ela motiva a implantação de melhorias em setores críticos dentro das organizações. Com esse recurso possibilita o aprendizado, o crescimento e o desenvolvimento organizacional. Certo que em uma sociedade cada vez mais competitiva, as organizações passaram a contar não só com o fator técnico da qualidade, mas, também com outros fatores que estão ligados diretamente aos seus custos. E a cada dia estão conscientizando-se da importância da administração eficiente de seus estoques para agregar valor para seus clientes.
9 REFERÊNCIAS o ANSOFF, H. Igor; MC DONELL, Edward J. Implantando a administração estratégica. São Paulo: Atlas, 1993. o COSTA, Eliezer Arantes da. Gestão Estratégica. São Paulo: Saraiva, 2003. o COSTA, Eliezer Arantes da. Gestão Estratégica: da empresa que temos para a empresa que queremos. 2 ed. São Paulo: Saraiva, 2007. o DIAS, Marco Aurélio Pereira. Administração de Materiais: uma abordagem logística. 4 ed. São Paulo: Atlas, 1993. o PORTER, Michael E. Estratégia Competitiva: Técnicas para análise de Indústrias e da Concorrência. 7 ed. Rio de Janeiro: Campus, 1986. o POZO, Hamilton. Administração de Recursos Materiais e Patrimoniais: Uma Abordagem Logística. 2 ed. São Paulo: Atlas, 2002. o TAVARES, Mauro Calixta. Gestão Estratégica. São Paulo: Atlas, 2000. o VIANA, João José. Administração de Matérias. 1ª ed. São Paulo: Atlas, 2002.