Janaina Alves (UFRN) - Profª. Departamento de Economia e do Programa de Pós-graduação em Economia - UFRN
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- Aurora Olivares Cavalheiro
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1 VIII SOBER Nordese Novembro de 203 Parnaíba- PI - Brasil ANÁLISE DOS PREÇOS DA MANGA DO VALE DO SÃO FRANCISCO NOS MERCADOS INTERNO E EXTERNO: UM ESTUDO DE SÉRIES TEMPORAIS PARA O BRASIL, ESTADOS UNIDOS E UNIÃO EUROPÉIA ( ) Severino Félix de Souza (UFRN) - severinofelix@homail.com Mesrando em Economia Regional pela UFRN, bolsisa CAPES. Janaina Alves (UFRN) - janah_alves@homail.com Profª. Deparameno de Economia e do Programa de Pós-graduação em Economia - UFRN Joao Ricardo F. de Lima (Embrapa SemiaridoFACAPEPPGECON-UFPE) - joao.ricardo@embrapa.br Douor em Economia, Pesquisador A da Embrapa Semiarido. Alan Francisco Carvalho Pereira (FACAPE) - alanpereira993@homail.com Graduando em Economia, Bolsisa Iniciação Cienifica da FACEPE.
2 VIII SOBER Nordese Pluralidades Econômicas, Sociais e Ambienais: inerações para reinvenar o Nordese rural ANÁLISE DOS PREÇOS DA MANGA DO VALE DO SÃO FRANCISCO NOS MERCADOS INTERNO E EXTERNO: UM ESTUDO DE SÉRIES TEMPORAIS PARA O BRASIL, ESTADOS UNIDOS E UNIÃO EUROPÉIA ( ) ANALYSIS OF PRICES OF MANGO OF VALE DO SÃO FRANCISCO IN THE DOMESTIC AND FOREING MARKETS: A STUDY OF TIME SERIES FOR BRAZIL, UNITED STATES AND EUROPEAN UNION ( ) Grupo de Pesquisa: Comercialização e mercado de produos agropecuários RESUMO A eoria econômica baseada na lei da ofera e da demanda mosra que no período em que a ofera de um bem qualquer excede muio à sua procura, seu preço ende a cair. Já em períodos nos quais a demanda supera a ofera desse bem, a endência é o aumeno do seu preço. O objeivo desa pesquisa é analisar os preços de exporação da manga do Vale do São Francisco, com o Brasil, os Esados Unidos e a União Europeia no período enre 2003 a 203, como ambém a causalidade dos mercados supraciados. A parir de séries emporais, a relação enre os preços baseou-se em esimações de um modelo veorial auorregressivo e ambém o ese de causalidade de Granger, respecivamene. O ese de Granger verifica se o preço de um deerminado mercado é capaz de causar Granger a previsão de ouro mercado levando em consideração os mercados analisados no presene esudo. Os resulados mosram que as séries de preços são esacionárias e que os preços do mercado inerno brasileiro sofrem influência dos Esados Unidos e da União Europeia, ou seja, é um mercado omador de preços. Já o preço de exporação para os Esados Unidos, é influenciado pela União Europeia. Enreano, a mesma, não sofre influência de nenhum dos mercados analisados, pois, segundo resulado do esudo, é formadora de preços. Palavras-Chaves: Lei da Ofera e da Demanda, VAR, Causalidade de Granger, Exporação de Mangas. Sociedade Brasileira de Economia, Adminisração e Sociologia Rural VIII SOBER Nordese
3 VIII SOBER Nordese Pluralidades Econômicas, Sociais e Ambienais: inerações para reinvenar o Nordese rural ABSTRACT The economic heory based on he law of supply and demand shows he period in which he supply of an any good far exceeds of is demand, is price ends o fall. Already in periods in which demand exceeds supply his good, he rend is he increase in is price. The objecive of his research is o analyze he expor prices of he mango in he Vale do São Francisco, wih Brazil, he Unied Saes and he European Union in he period , as well as he causaliy of he aforemenioned markes. From ime series, he relaionship beween he price was based on esimaion of a vecor auoregression model and also he Granger causaliy es respecively. The Granger es verifies if he price of a deerminae marke can cause Granger predicing anoher marke - aking ino accoun he markes analyzed in his sudy. The resuls show ha he price series are saionary and ha he Brazilian domesic marke prices are influenced by he Unied Saes and he European Union, ie, i s a prices aker marke. Already he price of expors o he Unied Saes, is influenced by he European Union. However, i does no suffer from he influence of any of he markes analyzed, because, according o resuls of he sudy, is forming prices Key Words: Law of Supply and Demand, VAR, Granger Causaliy, Expor of Mangoes. INTRODUÇÃO O Brasil é um grande produor de fruas no cenário mundial. Segundo esudo (SILVA e al., 20) o país aparece em erceiro lugar, ficando arás apenas da China e da Índia. A boa posição dá-se devido às condições climáicas e ambienais, favoráveis ao desenvolvimeno. De acordo com Almeida e al. (200, p. 2) A manga é uma das poucas fruas cujas exporações, na forma in naura, conseguiram superar 0% da produção nacional. Denre as grandes praças produoras da frua, desaca-se o Vale do São Francisco, que expora aproximadamene 85% da manga de odo o Brasil. Grande pare da frua é do ipo Tommy Akins 90% (SEAGRI-BA). Grande pare desse volume e desses números um ano quano expressivos deu-se devido a esraégias governamenais que inham o inuio de aumenar a paricipação do país no mercado inernacional de exporação de fruas. A manga e algumas ouras fruas banana, mamão, enre ouras foram conempladas ainda na primeira eapa pelo Programa de Fruiculura, programa que fez pare do Plano Brasil em Ação, do Sociedade Brasileira de Economia, Adminisração e Sociologia Rural VIII SOBER Nordese 2
4 VIII SOBER Nordese Pluralidades Econômicas, Sociais e Ambienais: inerações para reinvenar o Nordese rural Governo Federal, que inha como mea incenivar a produção e exporação das fruas (ALMEIDA e al., 200). O que chamou a aenção durane os anos da crise financeira de 2008 foi que mesmo diane de uma conjunura econômica desfavorável, os níveis anuais de exporação da manga maniveram-se na média. Esa siuação não pode ser considerada como um sinal negaivo, pois, se o volume das exporações anuais não aumenou da mesma forma, esse mesmo valor ambém não reduziu, diferene da uva de mesa (SILVA e al., 20). Diferene ambém do que previam Vial e al., 20 no que diz respeio à redução do consumo dos produos imporados manga e uva de mesa dos mercados inernacionais, mais precisamene nos Esados Unidos e na União Européia. Enreano, Silva e al. (20), concorda que a políica cambial vai gerar impaco negaivo no seor da fruiculura, chegando a gerar impacos negaivos, ocasionando assim uma redução no volume das exporações, devido a redução da compeiividade. O Vale do São Francisco no Nordese brasileiro concenra grande pare da produção da fruiculura do país. É nessa região que se enconra o Pólo de Fruiculura Irrigada Perolina- Juazeiro, local que dispõe de um clima propício para o culivo da fruiculura, como ambém abundância de mão-de-obra, água de boa qualidade e um solo favorável. Na área econômica, as proximidades com os mercados europeus e nore-americanos faciliam a produção e exporação da frua (VITAL e al., 20), endo sido exporado segundo o sie do Minisério de Desenvolvimeno, Indúsria e Comércio Exerior (203) aliceweb mais de US$ 39 milhões apenas nesse ano de janeiro a julho o que corrobora com al afirmação. Nesse senido, o objeivo do esudo, é analisar os preços de exporação da manga do Vale do São Francisco, praicados no mercado inerno brasileiro, com o mercado exerno americano e a União Europeia no período enre 2003 ao segundo rimesre de 203, como ambém a causalidade dos mercados supraciados. 2 REVISÃO DE LITERATURA A eoria econômica mosra a relação enre a ofera e a demanda, em que o preço de um bem cai quando a ofera dese ulrapassa a demanda (LIMA, 2000). Caso isso aconeça no mercado inerno, uma opção do produor é exporar, na inenção de er o excedene da sua mercadoria absorvida pelo mercado exerno. De acordo com Silva e al. (200), a manga, Sociedade Brasileira de Economia, Adminisração e Sociologia Rural VIII SOBER Nordese 3
5 VIII SOBER Nordese Pluralidades Econômicas, Sociais e Ambienais: inerações para reinvenar o Nordese rural como a maior pare dos produos agropecuários em dificuldade para o ajuse rápido nas mudanças da demanda afeando o preço. Assim, conforme Adami e Miranda (20), quando exise influência (causalidade) de um mercado sobre o ouro, ocorrerão ransmissão de preços enre ambos os mercados. Nesse caso, o mercado dominane em os seus preços influenciando os preços no mercado seguidor e, exise enão, o que é chamado de eoria da comercialização, que se caraceriza como um senido de causalidade enre os preços nos mercados analisados. Segundo Vial e al. (20), o Vale do São Francisco concenra a fruiculura do Nordese, abrangendo vários municípios que formam, segundo o Banco do Nordese (998) o chamado Pólo de Desenvolvimeno Inegrado. Ese pólo abrange os esados de Pernambuco e Bahia e é conhecido como o Pólo de Fruiculura Irrigada Perolina-Juazeiro. Pesquisas relacionadas à produção de manga irrigada do Vale do São Francisco proporcionam uma produção durane o ano odo. Nos seis primeiros meses do ano, os preços praicados esão a cima da média. A ofera maior do produo, no segundo semesre, devido a produção pelo ciclo naural da frua conribuirá para a queda do seu preço, segundo Silva e al. (200). No ocane aos lucros, Almeida, Souza e Pereira (200), afirmam que no mercado inernacional, os preços da manga são esabelecidos no mercado imporador, desa forma, as fruas são comercializadas por consignação. Resulane diso, a margem de lucro que se pode ganhar em preços uilizando ese ipo de manobra de mercado é irrelevane. 3 METODOLOGIA 3. O MODELO ECONOMÉTRICO Foi uilizado um modelo de veor auorregressivo e o ese de Causalidade de Granger. O ese ciado em seu uso no meio dos economerisas quando se esuda as séries de empo. Traa-se do ese de Granger, desenvolvido por Engle e Granger (987). A facilidade em sua aplicação orna-o um dos eses mais uilizados na área (MARGARIDO, 2004). Porém, anes de usar o modelo e o ese ciado, faz-se necessário à uilização do ese de raiz uniária. Enre os eses mais uilizados esá o ese de Dickey-Fuller (979) que esá dealhado a seguir. Sociedade Brasileira de Economia, Adminisração e Sociologia Rural VIII SOBER Nordese 4
6 VIII SOBER Nordese Pluralidades Econômicas, Sociais e Ambienais: inerações para reinvenar o Nordese rural 3..2 TESTE DE RAIZ UNITÁRIA O ese de raiz uniária ou ese de Dickey-Fuller (979) é um ese alernaivo de esacionariedade que vem se ornando basane uilizado ulimamene, uma vez que ao se esudar dados de séries emporais, êm-se a necessidade de analisar a esacionariedade da série analisada. O ese é apresenado por meio do seguine modelo: y ρ + u () = y Onde u é o ermo de erro esocásico, com média zero, variância σ 2 consane e nãoauocorrelacionada. Se a hipóese nula for verdadeira, enão, Y seguirá um passeio aleaório, desa forma, em geral, a esaísica é chamada de τ (au) e não mais sendo usada à esaísica, devendo enão ser comparado com valores críicos especialmene consruídos, originalmene abulados por Dickey e Fuller (GRIFFTITHS e al., 2003). É imporane desacar que os valores críicos da abela au diferem para cada uma das especificações mencionadas para o ese Dickey-Fuller. Conforme Engle e Granger (987) se duas séries não-esacionárias formarem um veor de coeficienes que gerem resíduos esacionários, diz-se que esas séries coinegram. As séries não-esacionárias são dias inegradas de ordem (I()), enquano que as séries esacionárias são dias inegradas de ordem zero (I(0)). Segundo Silva, e al. (20), a confiabilidade em um esudo de dados emporais esá na esacionariedade dos dados. Caso não exisa uma esacionariedade, os resulados podem ser espúrios, causando assim uma baixa confiabilidade. Enão, um processo ou uma série, é dia esocásica ou esacionária se sua média e sua variância forem consanes ao longo do empo e o valor da sua covariância enre dois períodos depender apenas da disância ou defasagem enre os dois períodos. Porano, para que o processo esocásico seja esacionário, é necessário saisfazer as seguines propriedades: Média: E Υ ) = µ (2) ( Variância: var( Υ 2 2 ) = E ( Υ µ ) = σ (3) Covariância: γ k = E [( Υ µ )( Υ +k µ )] (4) Sociedade Brasileira de Economia, Adminisração e Sociologia Rural VIII SOBER Nordese 5
7 VIII SOBER Nordese Pluralidades Econômicas, Sociais e Ambienais: inerações para reinvenar o Nordese rural Em queγ k a covariância (ou auocovariância) na defasagem k, é a covariância enre os valores de Υ e Υ + k, ou seja, enre dois valores Υ separados por k períodos. Se k = 0, 2 obemos γ 0 que é simplesmene a variância de Υ ( = σ ); se k =, γ é a covariância enre dois valores adjacenes de Υ (GUJARATI, 2000, p. 79) A esacionariedade pode ser medida, ou analisada por meio de uma função de auocorrelação (FAC) e pode ser visa a parir do correlograma. Se o coeficiene da auocorrelação é alo, a série não é esacionária, não podendo enão fazer previsões com a mesma. Se for aleaória, a auocorrelação a qualquer defasagem maior que zero, é zero. Dessa forma, a função de auocorrelação fornece uma inspeção visual da série com relação à sua esacionariedade, conudo, é necessário usar eses formais, ais como o Dickey-Fuller, Dickey-Fuller Aumenado e o ese DF-GLS, que será descrio a seguir TESTE DF GLS Como expliciado no iem anerior, exisem eses esaísicos para analisar a esacionariedade de uma série de empo, que são os eses de raiz uniária. Exisem alguns ipos de eses de raiz uniária que são dios eses de primeira geração, que são o caso do Dickey-Fuller (DF) e o Dickey-Fuller Aumenado (ADF). Porém, nese rabalho será usado uma variane do ADF, que é considerado um ese de segunda geração, conhecido formalmene por ese Dickey-Fuller por Mínimos Quadrados Generalizados ou ão somene DF GLS. O ese DF-GLS apresena maior robusez se comparado a versões aneriores. O ese é considerado uma versão modificada do ese Dickey-Fuller Aumenado (ADF). O ese DF GLS foi desenvolvido por Ellio e al., (996) e possui uma diferença, o mesmo, em uma aleração na série por meio de uma regressão por Mínimos Quadrados Generalizados (MQG) anes de execuar o ese ADF. Foi sugerido enão, uma mudança no ADF, em que as variáveis explicaivas são referenes à endência deerminísica (consane e coeficienes de endência), são reiradas por meio de uma diferenciação na série. As hipóeses alernaivas do ese são duas: a série é esacionária em orno de uma endência linear ou enão, a série é esacionária sem uma endência linear. Sociedade Brasileira de Economia, Adminisração e Sociologia Rural VIII SOBER Nordese 6
8 VIII SOBER Nordese Pluralidades Econômicas, Sociais e Ambienais: inerações para reinvenar o Nordese rural Em relação à primeira alernaiva, o ese DF-GLS é realizado inicialmene esimando o inercepo e a endência via MQG, incluindo novas variáveis ỹ, x e z em que: ỹ = y y ay x = a se se z = a( ) se e a = (3,5T) = > = > = > é esimado em seguida, uma regressão por MQO (Mínimos Quadrados Ordinários): ỹ = x + δz δ 0 + ε (5) δ,δ 0 são esimadores usados com a finalidade de irar a endência dos dados, gerando assim uma nova série * y. Em seguida, é esimado um ADF na variável ransformada y * * k + j = = a + β y ξ y + ε j * j (6) e verificar se β = 0 Na segunda hipóese alernaiva a = (7 T ), se elimina z da regressão (5) e esima (6) sobre a variável ransformada, verificando se β = 0. Para maiores informações, pode ser feia a consula do manual do sofware Eviews MODELO VETORIAL AUTORREGRESSIVO (VAR) E TESTE DE CAUSALIDADE DE GRANGER O VAR pode ser considerado um sisema de equações esimado que apresena o mesmo conjuno de variáveis explicaivas para odos os componenes da equação. É possível enão, demonsrar que a esimação de um veor auo regressivo neses moldes será igual a uma esimação por OLS de cada equação individualmene. Porano, em odos os eses de especificação e esabilidade aplicam-se em cada equação do sisema. Sociedade Brasileira de Economia, Adminisração e Sociologia Rural VIII SOBER Nordese 7
9 VIII SOBER Nordese Pluralidades Econômicas, Sociais e Ambienais: inerações para reinvenar o Nordese rural Desa forma, um VAR é um sisema de equações em que cada uma das variáveis que compõem o sisema é função dos valores das demais variáveis no presene, dos seus valores e dos valores das demais variáveis defasadas no empo, mais o erro (ruído branco). As variáveis neses modelos, geralmene, são raadas como endógenas, de forma que cada uma das variáveis é explicada pelo seu valor defasado (excedido) e explicadas ambém, pelos valores defasados das ouras variáveis que compõem o modelo. Para um VAR de ordem p, VAR (p), sem variáveis exógenas, é possível expressar algebricamene da seguine forma: y = v + p i= A y i + u (7) onde y é um veor de variáveis uma mariz n x que definirá as resrições conemporâneas enre as variáveis do veor; v é um veor nx de parâmeros; A aé são marizes n x n de parâmeros; e, u é um resíduo ruído branco que possui média zero, não apresenando auocorrelação e com mariz de variância-covariância igual a. Segundo Barros e al. (200), ese modelo é geralmene esimado em sua forma reduzida e para ser esável, o VAR em que ser esacionário. Esa esabilidade esá relacionada com ao fao de que os evenuais efeios de choques desaparecem ao longo do empo, ou seja, o sisema vola ao seu equilíbrio. Considere enão, um VAR com um lag, VAR() A p = v + A y u (8) y + y = v + A Ly + u (9) y A Ly = v + u (0) [ I A L] = 0 () As raízes do polinômio devem ser > (maior que um) em seu valor absoluo. Desa forma, o número das raízes é dado por p.k. Conudo, é possível definir um número de lags do VAR por meio dos criérios de informações Akaike, Schwars, Hannan Quinn, porém, na Sociedade Brasileira de Economia, Adminisração e Sociologia Rural VIII SOBER Nordese 8
10 VIII SOBER Nordese Pluralidades Econômicas, Sociais e Ambienais: inerações para reinvenar o Nordese rural dúvida busca-se uilizar enão, o criério da parcimônia, cujo mesmo apresene o menor número de lags (BARROS e al. 200). O ese de causalidade de Granger, desenvolvido por Clive Granger, em como finalidade mosrar que uma previsão do fuuro não pode causar o presene nem o passado. Segundo Cavalheiro (20, p. 3), o ermo causalidade de Granger significa que há uma relação de anecedência-defasagem enre as variáveis de séries de empo mulivariadas. Ou seja, uma variável x, vai ser dia que causa Granger em uma variável y, se, os valores passados de y e valores passados de x, sejam úeis para prever x. Um exemplo clássico são as previsões do meeorologisa em relação à chuva. De fao, a previsão pode ocorrer primeiro do que a chuva, porém, não necessariamene enha que chover, ou seja, não quer dizer que o meeorologisa cause a chuva. A esimação do ese de causalidade de Granger é feia da seguine forma: n n x = i y + β j x + u i= j= α (2) n n y = i y + δ j x + u2 i= j= λ (3) supondo enão que as perurbações u e u 2 não apresenem correlação. A esimação do VAR deve ser feia anes do ese de causalidade de Granger, uma vez que a análise esá verificando a causalidade enre várias variáveis. Na regressão observada em (2), esa-se a hipóese nula de que os alfas esimados da variável y defasada são em conjuno, iguais à zero. Aceiar essa possibilidade é equivalene a aceiar a hipóese de que a variável y não causa a Granger a variável x. No ese de Granger, após esimar o VAR, para cada uma de suas equações, esa-se a hipóese de que cada uma das demais variáveis endógenas não causa a Granger a variável dependene na respeciva equação (BARROS e al. 200). 4 DESCRIÇÃO DO BANCO DE DADOS As variáveis uilizadas no esudo são os preços do mercado inerno brasileiro, e os preços de exporação para o mercado exerno Esados Unidos e União Europeia. Os dados esão Sociedade Brasileira de Economia, Adminisração e Sociologia Rural VIII SOBER Nordese 9
11 VIII SOBER Nordese Pluralidades Econômicas, Sociais e Ambienais: inerações para reinvenar o Nordese rural relacionados à exporação (em kg) da manga do ipo Tommy - a maior pare da manga exporada, 90% é Tommy Akins. Os preços praicados no mercado inerno foram obidos no sie do SEAGRI-BA (203), coação de preços, produo manga, praça Juazeiro. As séries de preços de exporação de manga para a União Européia e para os Esados Unidos foram obidos no sie da Aliceweb, do Minisério de Desenvolvimeno, Indúsria e Comércio Exerior. O preço de exporação é obido da razão enre a receia da exporação e a quanidade exporada. Eses preços esão em dólares e foram calculados rimesralmene enre os anos de 2003 aé o segundo rimesre de 203. Os preços são apenas para mangas do Vale do São Francisco. Não correspondendo às exporações oais do Brasil. Porém, o Vale expora 85% da manga do Brasil. 5 RESULTADOS E DISCUSSÃO A princípio, faz-se de exrema imporância à visualização e a análise do gráfico das séries de preço para assim poder er uma ideia do comporameno das mesmas no empo. No eixo das ordenadas, esão as variações de preços da manga nos mercados brasileiro, americano e união europeia. No eixo das abcissas enconra-se a represenação dos anos analisados, 2003 a 203. Ao longo dos anos esudados, as variações e os preços no mercado inerno mosraram-se maior do que as variações e os preços de exporação praicada nos Esados Unidos e na União Europeia, o que corrobora com a lei da demanda e da ofera quando o preço esá alo, a demanda diminui fazendo assim com que a manga seja exporada para os ouros mercados analisados. Sociedade Brasileira de Economia, Adminisração e Sociologia Rural VIII SOBER Nordese 0
12 VIII SOBER Nordese Pluralidades Econômicas, Sociais e Ambienais: inerações para reinvenar o Nordese rural Figura Comporameno dos preços da manga no mercado inerno, americano e união europeia. Fone: dados da pesquisa. Em seguida, analisou-se a esacionariedade das séries de preços uilizando-se do ese de raiz uniária DF-GLS. Os resulados esão presenes na Tabela e demonsram que para as rês séries de preços, o valor calculado em módulo, é maior do que o valor críico do ese, considerando a significância esaísica de 5%. Desa forma, as rês variáveis apresenam rejeição da hipóese nula, em que a série seja um passeio aleaório, uma vez que as variáveis são esacionárias, as séries são enão, I(0). Tabela Tese de raiz uniária para as séries de preços dos mercados brasileiro (inerno), americano e união europeia. Séries Defasagens Esaísica Valor Críico (5%) INTERNO EUAST UEST Fone: Dados da pesquisa. Sociedade Brasileira de Economia, Adminisração e Sociologia Rural VIII SOBER Nordese
13 VIII SOBER Nordese Pluralidades Econômicas, Sociais e Ambienais: inerações para reinvenar o Nordese rural De acordo com os dados, as séries são inegradas de ordem zero, devendo-se assim, realizar a esimação de um modelo VAR. Porano, a próxima eapa do rabalho é definir o número de lags do VAR, que pode ser deerminado aravés dos criérios de Hannan-Quinn, Akaike e Schwarz, onde o * indica a defasagem óima. A Tabela 2 mosra que, a sequência modificada de LR ao nível de 5%, minimização dos erros de Predição Final, o criério de Akaike e o criério de Hannan-Quinn aponam para 2 defasagens, enquano que apenas o criério de Schwarz apona para nenhuma defasagem. Opou-se enão pela primeira norma, uma vez que a maioria dos criérios, de acordo com os resulados obidos, aponaram para 2 defasagens. Tabela 2 Escolha das defasagens para o VAR. Lag LogL LR FPE AIC SC HQ NA 8.93e * e * 5.54 e-06* * * e * indica o número de lags a ser escolhido. LR: Sequência modificada de LR, ese esaísico ao nível de 5%; FPE: Erro de predição final; AIC: Criério de Akaike; SC: Criério de Schwarz; HQ: Criério de Hannan-Quinn. Fone: Dados da pesquisa. O próximo passo da pesquisa é a esimação do VAR. A Tabela 3 mosra que os preços do mercado inerno brasileiro sofrem influência dos Esados Unidos e da União Europeia na primeira defasagem. Já o preço de exporação para os Esados Unidos sofre influência e é afeado pelo preço do mercado da União Europeia na primeira defasagem sendo ambém, afeado expressivamene por si próprio na segunda defasagem. Já o preço de exporação da manga para a União Europeia aparena não sofrer influência nem ser afeado pelos preços dos mercados brasileiro e americano, sofrendo uma leve influência por si própria na segunda defasagem. Sociedade Brasileira de Economia, Adminisração e Sociologia Rural VIII SOBER Nordese 2
14 VIII SOBER Nordese Pluralidades Econômicas, Sociais e Ambienais: inerações para reinvenar o Nordese rural Tabela 3 Modelo VAR esimado. INTERNO EUAST UEST INTERNO(- ) (0.8267) (0.4096) (0.0930) INTERNO(- 2) (0.769) * (0.3597) ( ) EUAST(-) * (0.7556) (0.3548) ( ) EUAST(-2) (0.9048) * (0.4699) ( ) UEST(-) * ( ) * ( ) (0.709) UEST(-2) ( ) ( ) (0.6753) C (0.022) (0.078) (0.0559) R R 2 ajusado Soma dos quadrados dos resíduos Esaísica F Criério de Akaike Criério de Schwarz Media da variável dependene Desvio da variável. dependene Fone: Dados da pesquisa Baseado nos dados da Tabela 3, as variáveis que apresenam maior significância na explicação do comporameno dos preços do mercado inerno brasileiro, são EUAST(-2) e UEST(-), ou seja, o preço de exporação para os Esados Unidos e o preço de exporação para a União Europeia. Para o preço de exporação dos Esados Unidos, os preços da União Europeia com defasagem de lag e o preço do mercado inerno brasileiro foram Sociedade Brasileira de Economia, Adminisração e Sociologia Rural VIII SOBER Nordese 3
15 VIII SOBER Nordese Pluralidades Econômicas, Sociais e Ambienais: inerações para reinvenar o Nordese rural significaivos, ambos com sinal negaivo, significando um efeio inverso dos preços da União Europeia e Brasil. No que diz respeio a variável UEST, a mesma não apresenou valores significaivos. A Tabela 4 mosra os resulados do ese de Causalidade de Granger, ese esse, realizado após as esimações do modelo VAR. A Causalidade de Granger permiirá saber se uma variável (x) causa oura (y), no senido de Granger, desa forma, dados os valores das variáveis em esudo (x) e (y) são úeis para prever os valores de (y). Em ouras palavras, a quesão principal é saber se o escalar x vai ajudar ou não a prever a escalar y. Porano, se isso não aconecer, afirma-se que x não-granger-causa y (BUENO, 2008). Tabela 4 Tese de Causalidade de Granger. Equação Excluído X 2 gl Prob INTERNO EUAST INTERNO UEST INTERNO Ambos EUAST INTERNO EUAST UEST EUAST Ambos UEST INTERNO UEST EUAST UEST Ambos Fone: Dados da pesquisa. Segundo Barros e al. (200), para cada variável endógena que não é a variável dependene na referida equação como ambém cada equação do modelo VAR esimado, o ese de Granger busca esar se odos os coeficienes esimados são conjunamene iguais a zero, considerando odos os lags. Em ouras palavras, esar para cada equação do VAR se exise ou não a causalidade de Granger, aceiando ou rejeiando a hipóese nula que não exise causalidade do ese, ou seja, se a variável endógena não causa a variável dependene no senido de Granger. Sociedade Brasileira de Economia, Adminisração e Sociologia Rural VIII SOBER Nordese 4
16 VIII SOBER Nordese Pluralidades Econômicas, Sociais e Ambienais: inerações para reinvenar o Nordese rural A análise é iniciada com a equação que represena a variável dependene, sendo o log dos preços do mercado inerno. O primeiro ese é verificado se os 2 lags de INTERNO são em conjuno iguais a zero. O valor de probabilidade indica a aceiação da hipóese nula de que EUAST não causa INTERNO à Granger. Já com relação à variável endógena UEST, não há a aceiação da hipóese nula, uma vez que ela causa INTERNO no senido de Granger. O erceiro ese relaciona-se com a hipóese nula de que os coeficienes dos 2 lags das duas variáveis endógenas são conjunamene iguais a zero. Como pode ser observado, a hipóese nula não é rejeiada. Isso significa que, conjunamene, os preços de exporação da manga para os Esados Unidos e o preço da exporação da manga para União Europeia não causam o mercado INTERNO brasileiro à Granger. Diferene da primeira equação, o primeiro ese verificado se os 2 lags de EUAST são em conjuno iguais a zero, percebe-se que o valor da probabilidade indica a rejeição da hipóese nula, ou seja, INTERNO causa Granger à EUAST. Em relação a variável endógena UEST, não há a rejeição da hipóese nula, uma vez que ela não causa EUAST no senido de Granger. O erceiro ese da segunda equação esá associado com a hipóese nula de que os coeficienes dos 2 lags das duas variáveis endógenas são conjunamene iguais a zero. De acordo com os dados, a hipóese nula é rejeiada, demosrando que os preços da manga do mercado inerno brasileiro e o preço da manga exporada para União Europeia causam Granger à EUAST. Conforme as equações aneriores, o primeiro ese da erceira equação irá verificar se os 2 lags de UEST são em conjuno iguais a zero. O valor da probabilidade indica que não se rejeia a hipóese nula, que INTERNO não causa Granger à UEST. Da mesma forma como nas equações aneriores, em relação a variável endógena, EUAST não Granger causa UEST, uma vez que a probabilidade indica a não rejeição da hipóese nula. No erceiro ese, no qual se relaciona com a hipóese nula onde os coeficienes dos 2 lags das duas variáveis endógenas são conjunamene iguais a zero, considerando os resulados, a hipóese nula é rejeiada, o que demonsra que os preços da manga do mercado INTERNO brasileiro e o preço da manga exporada para os Esados Unidos causam Granger à UEST. Sociedade Brasileira de Economia, Adminisração e Sociologia Rural VIII SOBER Nordese 5
17 6 CONCLUSÕES VIII SOBER Nordese Pluralidades Econômicas, Sociais e Ambienais: inerações para reinvenar o Nordese rural Esa pesquisa analisou os preços de exporação da manga do ipo Tommy Akins praicado no mercado inerno do Brasil e nos mercados exerno americano e da União Europeia, respecivamene, enre os anos de 2003 a 203. Ao analisar eses preços, mosrouse a influência que cada mercado exerce no ouro como formador e omador de preços. Os preços do mercado inerno brasileiro sofrem influência dos Esados Unidos e da União Europeia, já os preços de exporação para os Esados Unidos sofre influência da União Europeia. O preço de exporação da manga para os Esados Unidos, os preços da União Europeia e os preços do mercado inerno brasileiro foram significaivos segundo o modelo VAR esimado porém com sinais negaivos, o que indica um efeio inverso dos preços da União Europeia e Brasil.. Porano, de acordo com os dados da pesquisa, o que se idenificou em relação aos mercados analisados, foi que o mercado inerno brasileiro aua com omador de preços, pois aparena sofrer influências dos demais mercados. De forma conrária, o mercado da União Europeia, aua como formador de preços, pois aparena não sofrer influência do mercado inerno e americano. Pelo ese de Causalidade de Granger, o preço da União Europeia ajuda a prever o preço do mercado inerno brasileiro, pois causa Granger ao mesmo, ou seja, os preços da União Europeia vão ajudar a prever os preços fuuro do mercado inerno brasileiro. Conudo, o preço do mercado americano causa Granger ao preço do inerno brasileiro, diferene dos Esados Unidos, que não causa Granger a União Europeia. Enão, os Esados Unidos ajudam a prever os preços fuuros do mercado inerno brasileiro e não ajudam a prever os preços da União Europeia, respecivamene. Por fim, ano os Esados Unidos como o mercado inerno brasileiro não causam Granger a União Europeia. Sociedade Brasileira de Economia, Adminisração e Sociologia Rural VIII SOBER Nordese 6
18 7 REFERÊNCIAS VIII SOBER Nordese Pluralidades Econômicas, Sociais e Ambienais: inerações para reinvenar o Nordese rural ADAMI, A. C de. O.; MIRANDA, S. H. G de. Transmissão de Preços e Coinegração no Mercado Brasileiro de Arroz. Revisa de Economia e Sociologia Rural. Piracicaba, SP, vol. 49, nº 0, p , janmar 20. ALMEIDA, C. O de.; SOUZA, J da. S.; PEREIRA, L. M. N. R. de J. Tendências no Mercado Inernacional da Manga. Revisa Econômica do Nordese, Foraleza, v. 32, n. p.2-20, jan.-mar BANCO DO NORDESTE - BNB. Pólo Inegrado PerolinaJuazeiro: Auação inovadora poencializa desenvolvimeno. Noícias, p. 7-26, ago BAHIA. Secrearia da agriculura, irrigação e reforma agrária. Coação Agrícola. Disponível em: <hp: Acesso em: 3 de agoso de 203. BARROS, F. L. A. ; LIMA, J. R. F. ; FERNANDES, R. A. S.. Análise da esruura de mercado na cadeia do leie no período de 998 a Revisa de Economia e Agronegócio, vol. 8. N BRASIL. Minisério de Desenvolvimeno e Comércio Exerior MDIC. Aliceweb. Disponível em: <hp: Acesso em: 4 seembro 203. BUENO, R. L. S. Economeria de Séries Temporais. São Paulo: Cengage Learning Edições Lda, p. CAVALHEIRO. Everon e al. Causalidade de Granger: Um esudo dos índices IBOVESPA e MERVAL. XVI Seminário Inerinsiucional de Ensino Pesquisa e exensão. 20. Disponível em: < hp: Acesso em: 0 de Seembro de 203. DICKEY, D.A & FULLER, W.A. Disribuion of he esimaor for auo-regressive ime series wih a uni roo. Journal of he American Saisical Associaion, 74, 979. p ELLIOT, G. ROTHENBERG, T. J. STOCK, J. H. Efficien es for an auoregressive uni roo. Economerica, v. 64, p , jul GUJARATI, D. N. Economeria Básica. 3 ed. São Paulo: Makron Books, p. Sociedade Brasileira de Economia, Adminisração e Sociologia Rural VIII SOBER Nordese 7
19 VIII SOBER Nordese Pluralidades Econômicas, Sociais e Ambienais: inerações para reinvenar o Nordese rural LIMA. G. Uma Inerpreação da Curva de Ofera de Marshall e a Arquieura de uma Moderna Teoria da Ofera e Demanda. Revisa Econômic,. Universidade Federal Fluminense, Rio de Janeiro. vol. II, nº 4, dezembro HILL, R. C. GRIFFITHS, W. E. JUDGE, G.G. Economeria. 2 ed. São Paulo: Saraiva, p. MARGARIDO, M. A. Tese de Co-Inegração de Johansen Uilizando o SAS. Agric. São Paulo, São Paulo, v. 5, n., p. 87-0, jan.jun SILVA e al. Análise do Comporameno dos Preços de Manga Exporada do Brasil: Análise no Domínio do Tempo. In: Sociedade Brasileira de Economia, Adminisração e Sociologia Rural VI SOBER Nordese, 20, Perolina. Anais (CD-ROM) Pernambuco, SOBER, p. VITAL, T. W. e al. A Fruiculura de Exporação do Vale do São Francisco e a Crise Econômica: Efeios Sobre a Convenção Coleira de Trabalho Revisa em Agronegócios e Meio Ambiene, v.4, n.3, p , sedez ISSN Sociedade Brasileira de Economia, Adminisração e Sociologia Rural VIII SOBER Nordese 8
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