Morador de rua 'usa' máquina de cartão para pedir esmola no semáforo

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Eduardo Dreer Cordeiro
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1 SOCIEDADE MINEIRA DE CULTURA Mantenedora da PUC Minas e do COLÉGIO SANTA MARIA DATA: 29 / / 206 UNIDADE: III ETAPA AVALIAÇÃO ESPECIAL LÍNGUA PORTUGUESA 8.º ANO/EF ALUNO(A): N.º: TURMA: PROFESSOR(A): VALOR: 6,0 MÉDIA: 3,6 RESULTADO: % TEXTO I Morador de rua 'usa' máquina de cartão para pedir esmola no semáforo "Ô Japonêeees, vem cá! Esse negócio que você inventou de passar cartão vai sair no jornal!", grita o mecânico do outro lado da avenida Rudge, no Bom Retiro, região central. "Japonês" é Alessandro de Assis Koga, 36 completados nesta terça-feira (30), um cara bastante improvável. Nissei, ele diz ter vivido oito anos no Japão trabalhando em fábricas como a Suzuki. No canteiro central da avenida, mora numa barraca de lona mais limpa e arrumada que muita casa. Sobrevive do que arrecada no semáforo e para isso "usa" uma máquina de cartões de crédito e débito. Improvável, mas não impossível. "Boa tarde, abençoado. Fortalece o meu lado? Não tem trocado? Sem problema", apresenta a maquininha ao motorista de uma SUV preta. "Crédito é, no máximo em cinco parcelas, ok?", completa ele sem explicar inicialmente que, na verdade, a máquina não funciona. Vez por outra, causa espanto nos motoristas que param na esquina da Rudge com a rua Norma Pieruccini Giannotti, bem em frente à sede da LBV (Legião Brasileira da Boa Vontade) um prédio amplo com o rosto de Jesus Cristo pintado na fachada. Para quem arregala o olho, ele se explica. Achou a máquina jogada na esquina durante uma madrugada chuvosa. Até funcionava na hora, mas não é para isso que ele quer. "Quem vai me dar o cartão assim? O negócio é que faz o cara prestar atenção em você, dar risada", afirma. Para quem arranca com o carro, faz cara feia ou parece estar morrendo de medo, melhor não explicar nada, só agradecer. "Se não der certo, é porque não ia dar de jeito nenhum mesmo", diz a companheira de Alessandro, Regiane Souza Rodrigues, 43 a responsável pelo asseio impecável da barraca. Juntos há quatro anos, os dois não se largam. "Desculpe a bagunça e não ter nada para te oferecer, só essas balinhas", diz à reportagem a mulher nascida em Belém. Quem trabalha por ali conhece bem o casal. "São gente boa, não causam problema com ninguém e são extremamente limpos", diz o mecânico Everton de Oliveira, 34, ainda se divertindo com a exposição do "Japonês". Alessandro aprendeu a "não causar problema" quando foi para a rua. Há regras a serem seguidas. A avenida onde ele vive tem três faixas de cada lado; a mais perto da calçada é reservada às mulheres e aos mais velhos. O casal está há cerca de um ano com a barraca no local. Antes do inverno, o "rapa" (fiscalização municipal) costumava tirá-los. "Agora, com o frio, ninguém incomoda, não", afirma Regiane. Nenhum dos dois têm qualquer tipo de documento segundo eles, levados pelo "rapa" o que costuma causar ainda mais dificuldades. "A gente fazia uns cursos aí pelo Boracéa", afirma a mulher. "Agora acabou tudo, não tem mais nada". A prefeitura diz que o centro de acolhida atende atualmente.320 moradores em situação de rua e que os cursos continuam normalmente. Disponível em: < Acesso em: 0 set (Adaptado).

2 0. No Texto I, predominam informações ou comentários sobre o assunto? Justifique sua resposta, incluindo, na justificativa, um exemplo retirado do texto. 02. Explique a relação entre o verbo usar, empregado no título, e o conteúdo do texto. TEXTO II UÓLACE E JOÃO VICTOR [...] Lucas tem seu presente glorioso. Zé já achou o caminho dele. Acho que é isso que está me apertando o peito. E, finalmente, consigo formular a pergunta que está me doendo tanto: E eu? Melhor mudar de assunto e dormir. Fechar os olhos, sonhar. Quem sabe, sonhando, eu não encontro um caminho? Insônia. Vou até a janela. Abro, respiro o cheiro de rua dormida e escura. Não passa ninguém. Quase nenhum carro. A rua assim parece cenário de história em quadrinhos de terror. De repente, vejo dobrar a esquina uma figurinha conhecida. Parece o pivetinho do hambúrguer. Mas agora não parece assustador. Talvez porque a rua escura seja tão mais amedrontadora. E ele caminhe com os passos arrastados, a cabeça baixa, os braços enfiados por dentro da camiseta velha pra esquentar. Tem que ser muito corajoso pra andar pela rua a essa hora. Mas ele também não parece corajoso. Só... perdido. Igual a mim. Igual a mim, repito baixinho. STRAUSZ, Rosa Amanda. Uólace e João Victor. 3. ed. São Paulo: FTD, 204. p Considere os Textos I e II e a leitura da obra Uólace e João Victor, de Strausz, para responder às questões de 03 a A partir das reflexões do narrador, explique os diferentes sentidos da palavra perdido no Texto II. 2

04. O narrador do Texto II apresenta uma reflexão importante para a vida real? Justifique. 05. Assinale a opção que indica situação comum aos moradores de rua retratados nos Textos I e II.

3 04. O narrador do Texto II apresenta uma reflexão importante para a vida real? Justifique. 05. Assinale a opção que indica situação comum aos moradores de rua retratados nos Textos I e II. a) São agentes representantes do descaso da sociedade moderna que utiliza dinheiro de plástico. b) Convivem com um público que sempre ajuda quando é abordado. c) Conquistam o público adulto, usando uma máquina de cartão de crédito. d) Conhecem o universo de perigo e abandono das ruas vazias durante a madrugada. e) Sempre têm insônia e, por isso, perambulam durante as noites. 06. Leia a tirinha. TEXTO III Disponível em: < Acesso em: em 7 maio 206. a) Explique o emprego das palavras sublinhadas no primeiro e segundo quadrinhos. b) Justifique a acentuação da palavra porquê, empregada no terceiro quadrinho. 3

4 Leia a tirinha abaixo para responder às questões 07 e 08. TEXTO IV SCHULZ, Charles. Snoopy e sua turma. n.. Porto Alegre: L&PM, 200. p No primeiro quadrinho, há um período composto por coordenação ou subordinação? Justifique a resposta. 08. A relação de sentido entre o enunciado do segundo e o do primeiro quadrinho é de a) adição, pois os dois enunciados formam um período composto por coordenação. b) causa, pois o termo por isso expressa que a personagem informa a causa da cerimônia. c) oposição, uma vez que existem ideias opostas entre as falas do primeiro e segundo quadrinhos. d) explicação, papel semântico do termo por isso no contexto da tirinha. e) conclusão, porque o termo por isso inicia a conclusão da personagem. 09. Releia o seguinte quadrinho. SCHULZ, Charles. Snoopy e sua turma. n.. Porto Alegre: L&PM, 200. p. 38. Marque a alternativa correta. No quadrinho acima, a organização sintática da primeira oração apresenta os seguintes termos: 4

5 a) Sujeito desinencial, referente a quem fala, e adjunto adnominal, especificando o termo discurso. b) Adjunto adnominal e complemento nominal, especificando e complementando, respectivamente, o termo discurso. c) Sujeito desinencial, determinando o termo ao qual o verbo faz referência e verbo de ligação, indicando a ação projetada. d) Adjunto adverbial e adjunto adnominal, indicando circunstância de modo e característica do termo discurso. e) Sujeito indeterminado, termo não identificado, e complemento nominal, complementando o termo discurso. MRFGL/VAMR/gmf 5

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