Próxima aula: Analogia (Ponto 6c) Leitura: Schauer, cap. 5

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1 Próxima aula: Analogia (Ponto 6c) Leitura: Schauer, cap. 5 Perguntas: 1. Analogias são argumentos institucionais? 2. Qual é a diferença entre uma analogia que parte de uma decisão judicial e a aplicação de um precedente?

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3 Analogia A analogia é um tipo de argumento que defende que uma situação controver-tida seja tratada da mesma forma que uma situação semelhante (supostamente) não controvertida.

4 C.S. Lewis É possível atrair um auditório grande para assistir a um strip-tease. Agora, suponha que você vá a um país onde é possível encher um teatro com pessoas interessadas em ver no palco um prato de comida coberto cujo conteúdo é lentamente revelado até que, antes do apagar das luzes, perceba-se um bife ou um pedaço bacon. Você não acharia que há algo de errado com o apetite dessas pessoas pela comida?

5 Analogia Nós tratamos como doentio o gosto pelo desvelamento gradual de comida. (Situação-fonte) Então devemos tratar como doentio o caso semelhante do gosto pelo strip-tease. (Situação-alvo)

6 Analogia Esquema geral: 1. A situação X é tratada da maneira M 2. X e Y são situações semelhantes Logo, 3. A situação Y também deve ser tratada da maneira M

7 Analogia Duas situações são sempre semelhantes em alguns aspectos, mas diferentes em outros. A analogia plausível se baseia em seme-lhanças importantes.

8 Analogia Motorista: Um carro azul acabou de passar por aqui sem ser multado. Meu carro também é azul. Logo, não mereço ser multado.

9 Analogia 1. A situação X é tratada da maneira M 2. X e Y são semelhantes Logo, 3. A situação Y também deve ser tratada da maneira M

10 Analogia Analogia plausível: Fonte: A proibição do casamento interracial é ilegal. Alvo: A proibição do casamento homossexual deve ser declarada ilegal. Semelhança: Cada proibição impede o casamento em virtude de características pessoais imutáveis.

11 Analogia Um esquema mais elaborado: 1. A situação X é tratada da maneira M. 2. X e Y são semelhantes no que diz respeito às características p, q, r Logo, 3. A situação Y também deve ser tratada da maneira M

12 Analogia Uma analogia plausível está sujeita a dois tipos de objeção: 1. A semelhança pode ser importante, mas menos importante do que alguma diferença.

13 Analogia National Socialist Party of America v. Village of Skokie (1977) Fonte: Ativistas negros puderam marchar na década de 60. Alvo: Deve-se permitir a marcha de nazistas em uma cidade predominantemente judia.

14 Analogia Semelhança: Ambos envolvem o direito de manifestação de uma minoria impopular. Diferença: Os ativistas dos anos 60 não de-fendiam políticas opressivas em relação à maioria.

15 Analogia MacPherson v Buick Motor Co. (NY 1916) Fonte: O fabricante de um refrigerante com um caramujo é responsável pelos danos causados ao consumidor. Alvo: O fabricante de um carro defeituoso deve ser responsável pelos danos causados ao consu-midor.

16 Analogia Semelhanças: Os casos envolvem bens cujos defeitos não são facilmente identificados pelo consumidor. Diferença: O comprador típico de um carro tem maior poder financeiro que o comprador de um refrigerante.

17 Analogia... uma analogia plausível está sujeita a dois tipos de objeção: 2. Apresentação de uma analogia rival.

18 Analogia Adams v New Jersey Steamboat Co. (NY 1916) Havia duas situações-fonte apontando em sentidos diferentes. O dono de um hotel é responsável, mas não o administrador de um trem.

19 Analogia 1. A situação X é tratada da maneira M. 2. X e Y são semelhantes no que diz respeito às características p, q, r Logo, 3. A situação Y também deve ser tratada da maneira M

20 Analogia Analogias não devem ser confundidas com argumentos baseados em precedentes.

21 O casamento interracial está permitido João e Maria, de raças diferentes, pretendem se casar O casamento de João e Maria está permitido (A) (A) decidiu que o casamento interracial está permitido O casamento interracial está permitido José e Joana, de raças diferentes, pretendem se casar O casamento de José e Joana está permitido (B) (A) decidiu que o casamento interracial está permitido A proibição do casamento gay também discrimina por características imutáveis O casamento gay está permitido Manoel e Joaquim, do mesmo sexo, pretendem casar-se (C) O casamento de Manoel e Joaquim está permitido

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23 1. A Constituição de SP não permite que o governador assuma outro cargo na administração pública 2. O cargo de governador de SP é equiparável ao cargo de vice-governador de SP. Logo, 3. A Constituição de SP não permite que o vice assuma outro cargo na administração pública.

24 Revisão - Analogias (argumentos analógicos) - Analogias plausíveis e implausíveis - Objeções que podem ser opostas a uma analogia plausível - Analogia vs aplicação de um precedente (com ratio clara)

25 Revisão Esquema geral 1. A situação X é tratada da maneira M. 2. X e Y são semelhantes (no que diz respeito às características p, q, r) Logo, 3. A situação Y também deve ser tratada da maneira M

26 Próxima aula: Princípios (Ponto 6b) Leitura: MacCormick, Cap 10 Perguntas: 1. A palavra princípio admite mais de um sentido? 2. Como é que princípios (implícitos) são identificados? 3. Qual é a relação entre princípio e analogia?

27 Princípios Introdução: Direito positivo direito legislado Direito positivo = direito criado pelo homem (por meio de legislação, jurisprudência, costume etc.)

28 Princípios É comum que se fale de princípios como normas de um tipo especial... normas muitos gerais (ou) normas muito importantes (ou) normas implícitas no direito positivo

29 Princípios LINDB, Art. 4º, Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os costumes e os princípios gerais de direito.

30 Princípios Sweet v Parsley (1970) Lei de Drogas Perigosas, 1965, seção 5: Se uma pessoa (a) em sendo ocupante de qualquer local, permite que tal local seja usado para o fumo de maconha, ou para o seu comércio...; ou (b) está envolvida com a administração de qualquer local usado para tais propósitos, deve ser culpada por infração a esta Lei.

31 Princípios Câmara dos Lordes: A cláusula (b) é ambígua. Dois princípios : > nullum crimen > Leis sobre drogas e outros crimes antissociais não devem admitir responsabilidade objetiva.

32 Princípios Princípio implícito. Como encontrá-lo? É proibida a entrada de veículos, instrumentos musicais, rádios e alto-falantes. Princípio: deve-se preservar o silêncio no parque.

33 Princípios É proibida a entrada de caminhões, carros e motocicletas no parque. Candidatos: A segurança deve ser preservada. A poluição do ar deve ser evitada. O silêncio deve ser preservado. Atividades físicas saudáveis devem ser promovidas.

34 Princípios Exemplo: Tribunais responsabilizam proprietários de terra por acidentes causados por: > declives instáveis > poços ocultos > areia movediça

35 Princípios > O proprietário de terra tem responsabilidade sobre quaisquer condições anormais. > O proprietário tem responsabilidade sobre quaisquer condições perigosas. >... condições perigosas e ocultas. >... condições perigosas a ponto de gerar ameaça à vida dos transeuntes.

36 Kenneth Vandevelde Pensando como um advogado

37 Princípios Controvérsias sobre o melhor candidato a princípio costumam suscitar considerações substantivas.

38 Princípios Coerência consistência

39 Princípios Normas são inconsistentes em três casos: 1. N1 obriga fazer algo e N2 o proíbe 2. N1 obriga fazer algo e N2 permite não fazê-lo 3. N1 proíbe fazer algo e N2 o permite

40 Princípios Normas consistentes podem ser incoerentes. > Carros vermelhos não devem ultrapassar 60km/h. Carros azuis não devem ultrapassar 90km/h. > O adultério justifica o divórcio; inseminação artificial sem consentimento do marido, não.

41 Princípios Analogias e princípios estão conectados (?) Ex Fonte: A proibição do casamento interracial é ilegal. Alvo: A proibição do casamento homossexual deve ser ilegal.

42 Princípios Semelhança: As duas proibições impedem o casamento de pessoas em virtude de características pessoais imutáveis.

43 Princípios (1) É ilegal proibir o CI (2) A proibição do CI é semelhante à do CH visto que impedem o C em virtude de características pessoais imutáveis Logo, (3) É ilegal impedir o CH

44 Princípios (1) É ilegal impedir o CI (2) O impedimento do CI é semelhante ao do CH na medida em que impede o C em virtude de características imutáveis *(3) É ilegal impedir o C em virtude de características imutáveis* Logo, (4) É ilegal impedir o CH

45 Princípios 1. O caso X é tratado da maneira M 2. X e Y são semelhantes no que diz respeito a p, q, r (3. Todo caso com p, q e r deve ser tratado da maneira M ) Logo, O caso Y também deve ser tratado da maneira M

46 Revisão > Princípios implícitos (Art. 4º LINDB) > Como identificá-los > Consistência e coerência > Princípio e analogia

47 Próxima aula: Interpretação jurídica Leitura obrigatória: Dimoulis, Cap. 8, pp Perguntas: 1. O que é interpretar um texto legal? 2. Quais são os principais métodos de interpretação? 3. O que acontece quando os métodos entram em conflito?

48 Interpretação jurídica Definição de interpretação de Dimoulis 1º elemento: "Trata-se de um processo de atribuição de sentido aos enunciados normativos jurídicos (textos de norma)."

49 Interpretação jurídica 2º elemento: "A finalidade da interpretação jurídica é constatar a vontade do autor da norma, tal como foi fixada em dispositivos jurídicos."

50 Interpretação jurídica Comentários iniciais: 1. Outras fontes, além da lei, também podem ser interpretadas

51 Interpretação jurídica 2. Interpretação como ato inevitável vs. Interpretação como exercício que só é necessário quando o texto é difícil (interpretatio cessat in claris)

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53 Interpretação jurídica Classificação tradicional dos métodos de interpretação: 1. Gramatical (textual ou literal) 2. Sistemático (lógico) 3. Teleológico subjetivo (histórico) 4. Teleológico objetivo

54 Interpretação jurídica Método gramatical: O texto deve ser entendido literalmente. Exs: É proibida a entrada de cães no restaurante É proibido derramar sangues nas ruas

55 Interpretação jurídica O método gramatical é o início e o limite da interpretação no direito. Dimoulis expressa com essa afirmação um fato ou um ideal?

56 Interpretação jurídica Método sistemático: O dispositivos não devem ser lidos individualmente, mas em conjunto, pressupondo-se que são harmônicos entre si.

57 Interpretação jurídica Ex: O valor da indenização deverá ser aquele que o tribunal considere justo tendo sempre em conta a perda sofrida pelo demandante em consequência da demissão, na medida em que essa perda seja atribuível à ação adotada pelo empregador

58 Interpretação jurídica Método teleológico subjetivo: Deve-se buscar evidências dos fins reais do legislador. (na exposição de motivos da lei, nos debates parlamentares, nos comentários dos juristas da época etc.)

59 Interpretação jurídica Método teleológico objetivo: Deve-se identificar os fins sociais do texto. (os fins que o legislador teria se legislasse hoje e compartilhasse nossos valores)

60 Interpretação jurídica Ex: O valor da indenização deverá ser aquele que o tribunal considere justo tendo sempre em conta a perda sofrida pelo demandante em consequência da demissão, na medida em que essa perda seja atribuível à ação adotada pelo empregador

61 Interpretação jurídica Os parlamentares tinham preocupações patrimoniais; nenhuma menção a dano psicológico aparece nos registros dos debates parlamentares. Se perda for entendida em sentido amplo, isso permitirá punições desmesuradas de empregadores pelo judiciário e ninguém poderia pensar que o legislador quisesse isso.

62 Interpretação jurídica Cada juiz adota um método e o utiliza exclusivamente? Não, métodos podem ser acumulados.

63 Interpretação jurídica O que acontece quando os métodos entram em conflito?

64 Quem dorme na estação deve ser expulso P1 Quem dorme na estação deve ser expulso P2 João dorme na estação enquanto espera o trem C João deve ser expulso P1 Apenas quem usa a estação como abrigo deve ser expulso P2 João dorme na estação enquanto espera o trem C João não deve ser expulso

65 Revisão > Interpretação jurídica > Métodos tradicionais de interpretação - Gramatical (textual ou literal) - Sistemático (lógico) - Teleológico subjetivo (histórico) - Teleológico objetivo > Interação entre os métodos (acúmulo e conflito)

66 Próxima aula: Qual é o melhor método de interpretação? Leitura: pdf no site (ponto 7b) Pergunta: 1. Qual é a maneira mais promissora de defender um método de interpretação jurídica?

67 Qual é o melhor método? Propósito do capítulo: Criticar defesas universais e abstratas de qualquer método de interpretação.

68 Qual é o melhor método? Defesa universal é aquela que defende o emprego invariável de um mesmo método. Defesa abstrata é aquela que apela a ideais como justiça, democracia e estado de direito, sem considerar o contexto específico em que o método será aplicado.

69 Qual é o melhor método? Debates tradicionais: 1. Método gramatical vs. método histórico 2. Método gramatical vs. método teleológico objetivo

70 Qual é o melhor método? 1. Método gramatical vs. método histórico Ex. de argumento universal e abstrato: Não há nada mais democrático do que fazer valer a vontade do legislador.

71 Qual é o melhor método? Os legisladores vêm de diferentes comunidades, com ideologias diferentes e perspectivas diferentes. A única coisa que têm em comum é o texto do projeto em consideração no momento. (Jeremy Waldron)

72 Qual é o melhor método? Obs: Há quem diga que é impossível aplicar o método histórico quando os parlamentos são plurais. Quem defende o método reconhece que o que importa é a intenção da maioria parlamentar que prevalece.

73 Qual é o melhor método? 2. Método gramatical vs. método teleológico objetivo Argumentos em defesa do primeiro: - Previsibilidade (segurança jurídica) - Eficiência

74 Qual é o melhor método? Argumentos em defesa do método teleológico objetivo: - Justiça no caso concreto (equidade) - Adaptação do direito aos valores sociais atuais

75 Qual é o melhor método? Todos esses argumentos ignoram as circunstâncias concretas em que os métodos serão aplicados.

76 Qual é o melhor método? Por exemplo: - Conjuntura histórica. - Peculiaridades da matéria (direito penal, civil, trabalhista, tributário etc.). - Comportamento e habilidades dos criadores e intérpretes das normas.

77 Qual é o melhor método? Seja qual for o método escolhido, é importante ser sincero. Por quê? Uns são mais institucionais do que outros.

78 Revisão > Qual é o melhor método de interpretação? > Argumentos universais e abstratos, que apelam a valores como democracia, justiça, estado de direito. > Argumentos baseados em considerações mais contextuais (v.g., competência das autoridades)

79 Próxima aula: Interpretação constitucional e teste de proporcionalidade. Leitura obrigatória: 2 arquivos pdf no site (pontos 7c e 7d) Perguntas: 1. O que significa dizer que o direito brasileiro passa por um processo de constitucionalização? 2. Para que serve o teste de proporcionalidade? 3. Quais são as suas etapas?

80 Interpretação constitucional Introdução. Todo sistema jurídico moderno tem constituição em um sentido mínimo: Conjunto de normas que define as atribuições dos principais órgãos do governo.

81 Interpretação constitucional Introdução. Nem todo sistema jurídico tem constituição escrita e rígida. Obs: a rigidez pode ser maior ou menor.

82 Interpretação constitucional Peculiaridades do texto constitucional: 1. Linguagem abstrata e moralmente carregada 2. Rigidez

83 Interpretação constitucional A constitucionalização do direito. Dois aspectos: 1. A constituição passa a regular diretamente um número amplo de assuntos. (não só políticos, mas sociais, econômicos, civis, trabalhistas, tributários etc.)

84 Art Aquele que possuir como sua área urbana de até duzentos e cinquenta metros quadrados, por cinco anos, ininterruptamente e sem oposição, utilizando-a para sua moradia ou de sua família, adquirir-lhe-á o domínio, desde que não seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural. 1º - O título de domínio e a concessão de uso serão conferidos ao homem ou à mulher, ou a ambos, independentemente do estado civil. 2º - Esse direito não será reconhecido ao mesmo possuidor mais de uma vez. [...] Art. 242, Parágrafo 2º. O Colégio Pedro II, localizado na cidade do Rio de Janeiro, será mantido na órbita federal.

85 Interpretação constitucional 2. Dispositivos infraconstitucionais são interpretados conforme a constituição. Pergunta: a interpretação conforme a constituição só ocorre quando o dispositivo é ambíguo?

86 Revisão > Interpretação constitucional > Tende a envolver argumentação mais substantiva por dois motivos: (i) linguagem vaga e moralmente carregada (ii) rigidez do texto constitucional > Constitucionalização do direito: dois aspectos

87 Teste de proporcionalidade Cada vez mais comum em tempos de constitucionalismo global.

88 Teste de proporcionalidade Características do constitucionalismo global: - Constituições escritas rígidas - Controle de constitucionalidade pelo judiciário

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91 Teste de proporcionalidade M é idônea, adequada, racional? M é necessária? O cumprimento de DF é proporcional à interferência em DF?

92 Teste de proporcionalidade Exemplo: Caso Ellwanger (2003).

93 Teste de proporcionalidade Uso e abuso do teste Uso: Casos de conflito entre normas constitucionais (mesmo que a constituição não preveja o teste).

94 Teste de proporcionalidade CF, Art. 5º, IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato. CF, Art. 5º, X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação.

95 Teste de proporcionalidade Exemplo de abuso : Não há conflito, mas clara estipulação de exceção ao direito constitucional.

96 Teste de proporcionalidade CF, Art. 5º, XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução processual penal. (Vide Lei nº 9.296, de 1996).

97 Revisão > Teste de proporcionalidade > Etapas: adequação, necessidade, proporcionalidade em sentido estrito > Usos e abusos

98 Próxima aula: Sistema jurídico. Leitura obrigatória: Nino, cap. 3, pp (na xerox). Perguntas: 1. O que significa dizer que um sistema jurídico é institucionalizado? 2. Sistemas jurídicos são necessariamente coercitivos?

99 Sistema jurídico O que é um sistema jurídico? O que o distingue de outros esquemas de organização social? SISTEMA JURÍDICO

100 Sistema jurídico Ordenamento jurídico = sistema jurídico? Sistema indica (um certo grau de): - Unidade - Completude - Consistência - Ausência de redundâncias

101 Sistema jurídico Unidade Compare: 2, 7, 18, 9 vs. 2, 4, 6, 8... Mosca, carro, caderno vs. Mosca, pássaro, avião

102 Sistema jurídico A unidade depende da existência de critérios mais ou menos claros de inclusão.

103 Sistema jurídico Obs: segundo Hart, é a regra de reconhecimento que estabelece os critérios de inclusão de outras regras no sistema jurídico.

104 Sistema jurídico Completude: Sistema completo é aquele que não tem lacunas, que não se omite.

105 Sistema jurídico Obs: Lacuna na lei lacuna no ordenamento

106 Sistema jurídico O legislador não consegue antecipar todos os casos que surgirão, mas pode minimizar lacunas com normas como: nullum crimen sine lege

107 Sistema jurídico Consistência Um sistema é consistente se não contém antinomias ou pelo menos oferece meios institucionais para resolvê-las.

108 Sistema jurídico Ausência de redundâncias Ex: CP argentino permitia o aborto quando "a gravidez provém de uma violação ou de um atentado ao pudor cometido contra uma mulher deficiente mental"

109 Sistema jurídico Algumas distinções importantes: Característica normal característica necessária

110 Sistema jurídico Característica normal: característica apresen-tada normalmente pelos membros de uma classe. Exs: aves voam, juízes vestem togas pretas

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113 Sistema jurídico Característica necessária: característica que não pode faltar a cada um dos membros de uma classe. Característica conceitualmente necessária praticamente necessária

114 Sistema jurídico Característica conceitualmente necessária: faz parte da própria definição da classe. Exs: triângulos têm três lados, juízes aplicam normas gerais a casos concretos

115 Sistema jurídico Característica praticamente necessária: característica que, por razões práticas, não pode faltar a um membro da classe. Ex: o juiz é formado em direito.

116 Sistema jurídico Hierarquia: Conceitualmente necessário > praticamente necessário > normal

117 Sistema jurídico Características do sistema jurídico: 1. Normativo O sistema jurídico contém normas. (além de outras coisas)

118 Sistema jurídico 2. Coercitivo O sistema jurídico estipula sanções em caso de descumprimento de algumas normas (sanção = ato de privação de bens) Obs: J. Raz uma sociedade de anjos teria direito?

119 Sistema jurídico 3. Institucionalizado No sistema jurídico há órgãos centrais que concentram poder para produzir, alterar e aplicar normas. Obs: não há institucionalização sem normas secundárias

120 Sistema jurídico 4. Correção moral (?) Positivistas e antipositivistas discordam. Obs: Há positivistas que dizem que o direito necessariamente se apresenta como moral-mente correto.

121 Sistema jurídico 5. Conteúdo mínimo (?) Hart: todo sistema tem normas contra o livre uso da violência, do roubo e da fraude.

122 Fábio Perin Shecaira Ph.D Candidate

123 Sistema jurídico Casos interessantes: > Máfia > Organizações religiosas > Ordem internacional

124 Próxima aula: Lacunas Leitura: Guastini, Cap. 11, pp Perguntas: 1. A palavra lacuna admite mais de um sentido? 2. Por que é que alguém defenderia a ideia de que o direito não tem lacunas?

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126 Lacunas Três perguntas: 1. O que são lacunas? 2. Existem lacunas em ordenamentos jurídicos modernos? 3.Como lidar com elas (caso existam)?

127 Lacunas 1. O que são? Definição geral: há lacuna quando o ordenamento não oferece solução para um dado caso.

128 Lacunas Obs: Não oferece solução ou não oferece solução clara?

129 Lacunas Tipos de lacuna: > Lacuna por falta de norma: não há, em relação a um caso X, qualquer norma pertinente. > Lacuna em virtude de ambiguidade ou vagueza: há norma pertinente, mas ela não oferece solução para X. > Lacuna em virtude de antinomia: há normas pertinentes e incompatíveis entre si.

130 Lacunas LINDB, Art. 4º: Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os costumes e os princípios gerais de direito. lacuna = omissão?

131 Lacunas Um (suposto) quarto tipo > Lacuna axiológica: há norma pertinente que parece inadequada ou injusta quando aplicada a X.

132 Lacunas 2. Existem lacunas em ordenamentos modernos? Juízes, particularmente na civil law, hesitam em admitir a existência de lacunas. Reconhecer uma lacuna é reconhecer que se vai tomar uma decisão discricionária e retroativa. Obs: O ordenamento brasileiro não nega a existência de lacunas na lei. (Art. 4º da LINDB)

133 Lacunas Defesas da completude do ordenamento: a) Todo ordenamento jurídico inclui uma norma geral negativa: Tudo o que não é proibido é permitido. b) O juiz tem a obrigação de decidir com base no direito positivo. c) O ordenamento vai além das fontes explícitas; é composto também de princípios implícitos.

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135 Lacunas 3. Como lidar com lacunas? Lacunas na lei podem ser supridas através de outras fontes do DP: jurisprudência, costumes, doutrina. Lacunas no DP exigem recurso a analogias e argumentos baseados em princípios.

136 Revisão Lacunas O que são? Existem em ordenamentos modernos? Como lidar com elas?

137 Próxima aula: Relações entre ordenamentos Leitura: Bobbio, cap. 5 (na xerox) Perguntas: Procure exs. de ordenamentos com essas características: 1. Mesmo âmbito de validade espacial e material, mas não temporal. 2. Mesmo âmbito temporal e material, mas não espacial. 3. Mesmo âmbito temporal e espacial, mas não material.

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139 Relações entre ordenamentos Principais teorias 1. Monismo: só há um ordenamento jurídico. a) Monismo jusnaturalista b) Monismo positivista

140 Relações entre ordenamentos 2. Pluralismo: há diferentes ordenamentos jurídicos. a) Versão moderada: há diversos ordenamentos jurídicos estatais. b) Versão forte: há diversos ordenamentos jurídicos estatais e não-estatais.

141 Relações entre ordenamentos Para o pluralista, é possível delimitar os ordenamentos em função do seu âmbito de aplicabilidade temporal, espacial e material.

142 Relações entre ordenamentos Diferentes tipos de relação entre ordenamentos quanto ao âmbito de aplicabilidade: a) exclusão total b) exclusão parcial c) inclusão total

143 Relações entre ordenamentos Três situações interessantes: 1. Ordenamentos com coincidência de âmbito espacial e material, mas não temporal.

144 Relações entre ordenamentos Kelsen: um ordenamento só é sucedido por outro quando há uma alteração ilegal da constituição ( revolução ). Obs1: como explicar ordenamentos pós-coloniais como os do antigo império britânico? Obs2: o conceito kelseniano exclui a possibilidade de sucessão gradual entre ordenamentos?

145 Relações entre ordenamentos 2. Ordenamentos com coincidência de âmbito temporal e material, mas não espacial. Obs: a exclusão entre ordenamentos estatais não precisa ser total. DIPRI

146 Relações entre ordenamentos Ex: LINDB, Art. 10. A sucessão por morte ou por ausência obedece à lei do país em que domiciliado o defunto ou o desaparecido, qualquer que seja a natureza e a situação dos bens. 1º A sucessão de bens de estrangeiros, situados no País, será regulada pela lei brasileira em benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros...

147 Relações entre ordenamentos 3. Ordenamentos com coincidência de âmbito temporal e espacial, mas não material. Ex: Estado e Igreja. A relação é de exclusão total ou parcial?

Próxima aula: Validade jurídica de normas.

Próxima aula: Validade jurídica de normas. Próxima aula: Validade jurídica de normas. Leitura obrigatória: Reale, Cap. 10. Perguntas: 1. De acordo com o Reale, que condições deve satisfazer uma norma para que seja válida? 2. Se uma norma é válida

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