Curso de. Direito. Núcleo de Prática Jurídica. Direito de Família.
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- Manuella Gesser Sá
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1 Curso de Direito Núcleo de Prática Jurídica Direito de Família
2 mportante: Contatos de Cartórios em Vitória Cartório Sarlo: Av. Nossa Senhora da Penha, 549, Ed. Wilma, Santa Lúcia, Vitória-ES. Tel: (27) Cartório Amorim: Av. F e r n a n d o F e r r a r i, 4 7 0, Goiabeiras, Vitória-ES. Tel: (27) Cartório Margareth Leite Figueira: Avenida Duarte Lemos, 468, Vila Rubim, Vitória-ES. Tel: (27) Preserve o meio ambiente. Não jogue este impresso em via pública.
3 Campus Antário Alexandre Theodoro Superintendente Alexandre Nunes Theodoro Direção Campus I Erthelvio Monteiro Nunes Júnior Coordenação do Curso de Direito Sayury Otoni Núcleo de Prática, Atividades Complementares, e Pesquisa Jurídica Av. Vitória, 2.220, Monte Belo, Vitória/ES Fale conosco: (27) npj@faesa.br Atendimento Jurídico Online: atendimento,npj@faesa.br Coordenação do Núcleo Camilla de Magalhães Gomes Cartilha "Direito de Família Coordenação Científica Cristina Grobério Pazó Charles Pereira de Souza Aluno Pesquisador Alice Godinho Valadares Editoração e Diagramação Charles Pereira de Souza
4 Cartilha Direito de Família Família A família é constituída pela união de pessoas por laços de afeto ou consanguinidade, podendo ser formada pelo casamento, pela união estável, pela união homoafetiva, com ou sem filhos. O casamento civil constitui-se pela união de um homem e uma mulher que declaram sua vontade de estabelecer vínculo conjugal perante o juiz, que os declara casados. Já a união estável é caracterizada pela convivência entre homem e mulher com o objetivo de constituir família, independente de registro em cartório. Por sua vez, a união homoafetiva é formada pela convivência, com o objetivo de constituir família, de duas pessoas do mesmo sexo. Reconhecida pelo Supremo Tribunal Federal em 2011, à união homoafetiva aplicam-se as mesmas regras da união estável. Há também as famílias monoparentais, que são aquelas formadas por um dos pais e seu filho. Casamento A partir dos dezesseis anos o homem e a mulher podem casar, exigindo-se, apenas, a autorização de ambos os pais, ou de seus representantes legais, antes de atingir os dezoito anos. Se somente um dos pais concordar com o casamento, o juiz pode suprir o consentimento do outro. A habilitação para o casamento, o registro e a primeira certidão serão isentos de custas para as pessoas que se declararem pobres. O regime de bens que rege o casamento é o da comunhão parcial, em geral. Por este regime, integram os 'bens do casal' (meação) todos os que forem adquiridos durante a constância do casamento. São impedidos de casar: os pais com os filhos ou os avós com os netos, o sogro com a nora, ou a sogra com o genro, e homem ou mulher com o afilhado (filho da pessoa com quem casou), os pais com os filhos adotados mesmo que este filho tenha sido adotado por apenas um dos pais, o irmão com o outro irmão mesmo que seja adotado ou filho de só um dos pais, tio e sobrinhos, ou primos com primos, as pessoas que já são casadas, o viúvo(a) com a pessoa que matou ou tentou matar a sua esposa(o). Uma vez casados, são deveres de ambos os cônjuges: a fidelidade, a vida em comum, no domicílio do casal, a mútua assistência, o sustento, guarda e a educação dos filhos, o respeito e consideração mútuos. A figura do 'chefe de família' não existe mais no Direito de Família brasileiro. Cabe a ambos os cônjuges a direção da família. Assim, ambos são responsáveis pelo sustento e educação dos filhos.
5 União Estável e Homoafetiva A união estável não se constituirá se ocorrerem os mesmos impedimentos para o casamento. Entretanto, se uma pessoa casada estiver separada, poderá constituir uma união estável com outra. As relações entre os companheiros obedecerão aos deveres de lealdade, respeito, assistência mútua, e de guarda, sustento e educação dos filhos. A união estável poderá converter-se em casamento, mediante pedido dos companheiros ao juiz e assento no Registro Civil. Todavia, essa possibilidade não ocorre para a união homoafetiva, pois no Brasil não há previsão legal de casamento entre pessoas do mesmo sexo. É preciso salientar que as relações não eventuais entre o homem e mulher, impedidos de casar, constituem concubinato e não união estável. Divórcio e Dissolução da União Estável e Homoafetiva A Constituição Federal garante a todo cidadão o direito de decidir o rumo que sua vida deve tomar, desde que lícito. Esse direito está contido no princípio da Dignidade da Pessoa Humana, e também é chamado de liberdade de autodeterminação. O direito de decidir permanecer ou não casado ou em união estável ou homoafetiva faz parte dessa liberdade, pois de outra forma a sua existância digna estaria comprometida por um sacrifício pessoal e emocional. Por essa razão, a Constituição criou meios de facilitar a dissolução do casamento (artigo 226, parágrafo 6.º), através da simples manifestação da vontade de um ou ambos os cônjuges de não permanecerem casados. Criou-se assim um divórcio mais rápido, com um só requisito: estar casado. O divórcio pode também ser requerido em cartório, desde ambos estejam de acordo e não tenham filhos menores. Os interessados devem ser assistidos por advogado, escolher um cartório de registro civil e pagar as taxas cartorárias. Os documentos necessários são: Carteira de Identidade, CPF e Certidão de Casamento. Para as uniões estáveis e homoafetivas, basta a Carteira de Identidade e o CPF. Não preenchendo esses requisitos, o divórcio ou a dissolução deverá ser processada na Justiça. A dissolução do casamento e da união estável e homoafetiva afeta somente os cônjuges e companheiros, ficando preservados os filhos e o poder familiar dos pais em relação a eles. Filiação e Paternidade Presume-se ser filho e consequentemente ser pai, os concebidos na constância do casamento. O adultério, mesmo que seja confessado, não quebra essa presunção, não exclui a paternidade. Cabe unicamente ao marido o direito de contestar a paternidade dos filhos concebidos na constância do casamento. Os filhos, havidos ou não da relação de casamento, ou por adoção, terão os mesmos direitos e qualificações, proibidas quaisquer designações discriminatórias relativas à filiação.
6 A filiação se prova pela certidão do termo de nascimento registrada no Registro Civil. O reconhecimento dos filhos havidos fora do casamento, para quem não se presume a paternidade, pode ser feito antes do nascimento do filho ou mesmo após a sua morte, por ambos os pais ou separadamente: no registro do nascimento, por escritura pública, por testamento, por manifestação direta ao juiz. O ato é irrevogável, ou seja, uma vez realizado não pode ser desfeito. Pensão Alimentícia Alimentos são todas as despesas normais a que uma pessoa que, por si só, não teria condições de se manter. Podem ser prestados em forma de dinheiro, ou, ainda, em forma de desdesas com alimentação, educação, habitação, vestuário, tratamento médico, etc. Os alimentos têm por objetivo manter o sustento da pessoa a recebê-los, a sua dignidade e a sua condição social, e são sempre prestados com base na necessidade de quem os recebe e na possibilidade de quem deve prestá-los. Tanto para o casamento, quanto para as uniões estáveis e homoafetivas, a obrigação de prestar os alimentos decorre do grau de parentesco e do poder familiar. Assim, pais podem pedir alimentos aos filhos, os filhos aos pais e os companheiros entre si. Também avós devem prestar os alimentos aos netos quando o valor pago não for suficiente ou quando os pais da criança não puderem prestar. Os filhos podem, inclusive, pedir alimentos aos pais mesmo antes de nascerem. O pedido de alimentos, nesse caso, é feito na Justiça pela mãe, em nome do filho que nascerá. Esse tipo de limentos é chamado alimentos gravídicos e quando solicitado deve ser prestado independente de haver dúvida sobre a paternidade da criança. Os alimentos devem ser prestados a partir da decisão do juiz determinando o seu pagamento, até que eles deixem de ser necessários àquele que os recebe. Isso pode ocorrer quando há mudança na situação financeira tanto de quem presta os alimentos quanto de quem os recebe. Também deixará de existir obrigação de pagar os alimentos se houver novo casamento ou nova união estável quando aquele que recebe os alimentos for ex-esposo(a) ou excompanheiro(a) de quem os presta. O fato de quem recebe os alimentos completar dezoito anos não desobriga o pagamento dos alimentos, desde que seja comprovada que a necessidade deles ainda existe.
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