Os primórdios e do virar do século à actualidade

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1 7 A viticultura da Região dos Vinhos Verdes Os primórdios e do virar do século à actualidade Rogério de Castro Rogério de Castro Natural de Gondomar, no Douro Litoral, licenciou-se em Agronomia pelo Instituto Superior de Agronomia da Universidade Técnica de Lisboa, pela qual se doutorou em Ciências Agrárias em Desde 1994 é Professor Catedrático na área da Viticultura naquela Universidade. A sua carreira de docente-investigador foi aplicada apaixonadamente à modernização da viticultura, com particular desempenho nas formas de condução da videira, pelo que criou soluções e patentes, aplicáveis não só à viticultura dos Vinhos Verdes, mas também a outras regiões vitícolas internacionais, nalgumas das quais presta a sua orientação técnica por intermédio da Universidade onde lecciona. A sua actividade de experimentação é também permanentemente aplicada na sua propriedade em Lousada (Região dos Vinhos Verdes), onde produz vinhos de estilos diversos, cuja qualidade tem sido abundantemente reconhecida pela imprensa especializada e em concursos de vinhos.

2 8 Vinha em Lousada, Região Demarcada dos Vinhos Verdes

3 Viticultura é arte, cultura, ciência, tecnologia 9 Primórdios e introdução Perante a iminência de mudanças climáticas e sendo a Região dos Vinhos Verdes a mais fresca e pluviosa, será potencialmente a mais auspiciosa no panorama vitivinícola nacional. Situados na Ibéria, e citando Caldas (1991), longe do berço das civilizações agrárias do Crescente Fértil, entre o Nilo e a Mesopotâmia, o território [português] foi passagem do mundo civilizado mediterrânico o adoçamento do clima glaciar permitiu que muito lentamente o paleolítico que precede a Agricultura, mantivesse povos recolectores e caçadores nas grutas e nas cavernas, até ser suplantado por migrações que a luta pela sobrevivência, na busca ecológica, determina e comanda. Também como referiu Viana na sua Arqueologia Prática (1962), citado por aquele autor, o clima era por vezes bastante mais quente que o actual E citando de novo Caldas (1991), neste longínquo período era possível passar a vau o estreito que hoje forma a ligação entre o Atlântico e o Mediterrâneo. Supõe-se por isso que há anos, grupos humanos de origem africana tivessem procurado a Península Ibérica, estabelecendo-se aqui o homem que recebeu o nome de Neandertal. De a anos AC, verifica-se nova vaga Cro-Magnon provinda de África ou Leste asiático. As profundas modificações de clima ocorridas no Epipaleolítico, desde o AC a AC, preparavam a alvorada do Neolítico que coincide com os primeiros passos da Agricultura. Afinal as mudanças climáticas, tão propaladas hoje em dia, não são de agora, serão cíclicas, mas o futuro constrói-se hoje. De facto, tem-se constatado recentemente a ocorrência de níveis anormais de alguns elementos climáticos. Em 2005, a temperatura nalgumas regiões do País, mesmo nas de clima mais ameno, como a Bairrada, atingiu valores que provocaram intenso escaldão em castas consideradas adaptadas à região. Em 2003, na passagem episódica, pela região dos Vinhos Verdes, de geógrafo francês envolvido em estudos do clima, pôde registar na Estação Vitivinícola da Região (EVAG), em Arcos de Valdevez, num só dia (3 Agosto), valores de temperatura do ar anormais para esta região, oscilando entre 41,1 e 48,4 ºC. Com o flagelo dos incêndios, destroem-se bouças, queimam-se vinhas aí sim, há alterações bruscas. No último decénio, o Entre-Douro e Minho terá sido a região do País mais fustigada pelo fogo. No presente ano de 2010, os fogos devoraram milhares de hectares. A frescura e o verde característicos da região foram drasticamente afectados esgotase o potencial de matéria orgânica, reduz-se a pluviosidade e as primeiras chuvas deparam com solo desprotegido, com reduzida capacidade de retenção para a água e aumento do risco de erosão. Assim, o equilíbrio será mais difícil, o sistema agrário mais afectado e naturalmente o clima, e a fertilidade do solo, tenderão para maior instabilidade, exagero térmico e escassez de água. É a componente cultural, cívica, a comandar a agricultura, a viticultura A propósito, recorde-se a análise crítica do Lente de Agronomia, autor da mais notável obra sobre castas portuguesas, sobre a reforma do ensino agrícola em Portugal e seus reflexos na agricultura (Cincinato da Costa, 1892): De uma maneira geral se pode dizer que tanto maior se manifesta a prosperidade agrícola de um paiz ou região quanto mais profunda e completa ahi existe a instrução technica. O mesmo autor, insurgindo-se com a reforma do Ensino Superior de Agricultura de então, levada a cabo na única escola Superior desta área, escreveu: Suprimiram-se os seis lugares de lentes substitutos, principalmente encarregados das lições práticas reduziram-se algumas verbas de despeza expressamente votadas para trabalhos práticos retiraram-se pequenas quantias destinadas a excursões agrícolas. Mas estas preocupações de a viticultura da região dos vinhos verdes

4 10 ordem cultural, educacional e sua importância vêm de longe, como refere Caldas (1991): o que não oferece dúvida ter chegado com os Romanos ao território hoje português foi a mensagem da Agronomia, como ciência ao serviço do bem comum. Daqui em diante, justifica-se o dizer de L abbé Beaurredon em Voyage agricole chez les anciens, ou L Economie Rurale dans l Antiquité ao constatar os tratadistas Romanos: A ciência esclarece a Prática e a Prática controla a Ciência; sem uma, como sem outra não pode haver boa agricultura e como vai o pragmatismo do nosso ensino Superior Agrário e quanto vale hoje o saber fazer?! Francisco Girão, homem de direito em Lisboa, ao retirar-se para a Quinta de Vilacetinho no Marco de Canaveses, dando largas à sua veia de agricultor revela enorme sensibilidade e reconhecimento pelos Tratadistas Romanos, ao colocar nos jardins junto à casa a centenária estátua de Columela, autor das clássicas obras Res Rustica (Os trabalhos de campo). Regressemos aos Vinhos Verdes, a região do país com mais drásticas mutações no sistema agrário, onde as questões da fertilidade do solo e das disponibilidades hídricas se colocam com a maior acuidade. A história da Região e o tipo de vinhos que na actualidade são solicitados dentre os verdes brancos frescos, jovens, frutados e aromáticos exigem o regresso às origens, à manutenção de adequados níveis hídricos e de fertilidade sem os quais aqueles objectivos se tornam difíceis de alcançar. Esta é, de facto, a região mais pluviosa do país, com vasta tradição e conhecimento empírico sobre rega, e de copiosa aplicação de estrume. É sabido que nesta Região, na primeira fase do ciclo até ao vingamento, as disponibilidades hídricas são naturalmente satisfeitas. Porém no Verão poderá ser, e é quase sempre, necessário fornecer água à vinha. Sabe-se que assim era dantes e que assim terá de ser considerando sobretudo os brancos. Para o tipo de vinho pretendido, o potencial hídrico foliar de base (Y b ) não deverá ultrapassar -0,2 MPa, ao contrário do que se passa na generalidade dos vinhos doutras regiões, sobretudo no caso dos tintos, em que as exigências hídricas são menores, devendo o Y b entre o pintor e a maturação situar-se entre -0,4 e -0,6 MPa (página seguinte). A questão hídrica em viticultura é actualmente da maior relevância, pela exiguidade da água e seu custo, pelas alterações climáticas e pela sua influência no tipo de vinhos a obter (Ojeda, 2007; Ojeda et al., 2004). Convém sempre ter presente o efeito moderador da água na temperatura, designadamente das folhas. E se isto é importante ao nível da fotossíntese em geral inibida por excessos térmicos, mais importante a questão se torna quando se trata dos Vinhos Verdes. Associada a todos estes aspectos está a questão da localização das vinhas, a zonagem vitícola. A visão dominante e a maneira de encarar esta questão nos Vinhos Verdes tem sido diversa ao longo dos tempos, e de certo modo cíclica e bem diferente do conceito clássico que vem sendo vulgarmente expendido noutras regiões vitivinícolas. Recuando no tempo, às Geórgicas de Virgílio (19 a.c.), pode ler-se: procura saber primeiramente se é preferível plantar a vinha em colinas ou em terreno chão Não podem todas as terras tudo produzir Baco compraz-se nos outeiros desafrontados (Mayer, 1948). Estas sábias reflexões sobre zonagem vitivinícola, do insigne Agrónomo da época da Romanização e um dos seus maiores ideólogos, recomendam atenção e sempre adequação às épocas, às regiões e ao tipo de vinhos que se pretende produzir. A vinha sempre foi marcante na paisagem do Noroeste português. Estudiosos e defensores do equilíbrio do sistema agrário regional preconizaram, até passado recente, a localização da vinha nas zonas férteis e mesmo nas baixas. Curiosamente, nos últimos

5 11 Evolução do potencial híbrido foliar de base no caso da produção de vinhos jovens ou vinhas em formação (adaptado de Ojeda, 2004) a viticultura da região dos vinhos verdes Evolução do potencial híbrido foliar de base no caso da produção de vinhos tintos, concentrados e aptos para guarda (adaptado de Ojeda, 2004) decénios tem-se assistido à defesa da transferência da vinha, das baixas para a encosta ou meia-encosta. Assim, com frequência a vinha foi ganhando terrenos das tradicionais bouças, conquistando zonas mais soalheiras. Porém, a frágil viabilidade económica das culturas anuais não tem sido alternativa para ocupação das terras mais férteis, como se almejava. Estes factos têm conduzido ao abandono dessas terras. As exigências ecológicas para as vinhas da actualidade levarão, naturalmente, ao retorno a estas zonas mais férteis e providas de mais água, como convém aos actuais vinhos verdes. A Região A antiguidade do vinho verde perde-se no tempo, mas a mais antiga das formas de armação o Enforcado mostra que certamente a herdámos dos Romanos, já que ela é a mesma a que se referia o poeta ulmique adjungare vitis (Galhano, 1986). A Região dos Vinhos Verdes é um autêntico anfiteatro sujeito à influência atlântica, mais marcada na orla marítima sendo assegurada a penetração dos ventos oceânicos pelos seus rios que correm na direcção dominante este-oeste. São as bacias destes rios e dalguns dos seus afluentes que marcam as sub-regiões dos Vinhos Verdes.

6 12 Os solos são predominantemente de origem granítica sobretudo granitos porfiróides, com boa permeabilidade, mas baixa retenção para a água. São naturalmente pobres, ácidos e dominando os franco-arenosos. É frequente ler-se que esta região é rica em matéria orgânica e daí a tendência de elevado vigor das suas vinhas, como escreveu Rebelo da Costa (séc. XVIII) ao referir-se ao Entre- Douro e Minho terra muito fértil cujas frutas eram transportadas através dos grandes rios. Assim terá sido, mas nos dias de hoje será bem diferente. De facto, sucessivas gerações forneceram copiosas quantidades de estrume fazendo, de pobres graníticos, terras férteis. A Região dos Vinhos Verdes é um caso raro de uma linda história que após 20 séculos voltou às suas origens. À época da romanização da Península, terão coexistido vinhas nas bordas dos campos e campos de vinhas estremes. A frase vinea integra que aparece em documentos, referido por Alberto Sampaio in As villas do Norte de Portugal, 1923 (cit., Fontes, 1951), assim o sugere. Por outro lado, a pressão demográfica, toda uma sociedade rural vivendo da agricultura ou em ofícios dela dependentes (ferreiros, ferradores ), relevou a necessidade de produzir de tudo e em toda a parte. A vinha era, de facto, tecnologicamente subsidiária de diversas outras culturas (hortícolas, cereais ). Com a colonização do milho (sécs. XVI e XVII) acentuou-se esta realidade. O milho dava o pão, base da alimentação humana e alimento fundamental para o gado (penso verde do desbaste, pendão aquando da floração, e finalmente palha e folhelho das espigas, como preciosos complementos alimentares no Inverno). Este gado, fornecedor de carne e leite, era por sua vez o principal suporte dos trabalhos agrícolas (transporte, lavoura, puxar à manjorra para tirar a água nos engenhos ) e também a principal fonte de fertilidade das terras (estrume decorrente das suas camas, verdadeiras fábricas de matéria orgânica, alimentadas do tojo das bouças). Mas a cultura do milho, associada à bouça/ corte dos matos, que dominou por séculos o sistema agrário regional, teve uma evolução tecnológica muito lenta, como documenta Caldas (1991): A nossa experiência pessoal, muito breve em relação aos milénios da História, diz-nos que, numa região minhota, o semeador de milho, o mais simples, de uma só carreira, de tracção humana, foi introduzido nas rotinas locais, em meados da década de 50 do século XX. Antes, há cerca de quarenta anos, semeava-se a lanço, como no Evangelho, o Semeador. Se acaso o semeador mecânico foi o primeiro a ser patenteado na história da Agricultura, tornou-se necessário, para que a inovação fosse adoptada pelos agricultores de Arcos de Valdevez, vencendo o percurso que vai da Babilónia às doces terras dos nossos encantos, que decorressem nada menos do que anos. Mas foi de facto neste harmonioso equilíbrio que os Vinhos Verdes se desenvolveram até meados do século passado vinha em bordadura, cujos amanhos culturais dependiam das culturas anuais, com destaque para o milho como vimos referindo. Ao desabrochar da Vitivinicultura desta Região, em meados do século XX e início de uma nova era para os Vinhos Verdes, estão associados dois nomes incontornáveis, João Vasconcelos e Amândio Galhano. Mas seria sobretudo este último a maior referência de sempre na Região e na sua Comissão de Viticultura da Região dos Vinhos Verdes (CVRVV, 2001). Numa Região onde não havia Ensino Superior ou Centro de Investigação nesta área, o Eng.º Galhano criou uma verdadeira Escola, sobretudo através da realização de distintas Teses, cujos autores viriam a ser as principais referências da Região, por vários decénios.

7 13 a viticultura da região dos vinhos verdes Ramada em bordadura de um campo de milho Não ignorando muitos outros, destacamos três documentos verdadeiramente notáveis: Babo, 1949; Pinho, 1955 e Araújo, Ao longo destes vinte séculos nunca terá deixado de haver vinha contínua com relevância no extremo norte da Região. Em todo o caso, o predomínio da cultura do milho/vinha em bordadura relativizou sua importância. Porém, no ultimo quartel do século XIX, após invasão da filoxera, a Quinta da Aveleda em Penafiel terá incrementado vinha contínua, inicialmente em bardo mas já mecanizável. Na primeira metade do século XX surgiram pontualmente vinhas contínuas quase sempre empreendidas por quem olhava para além da Região, como foi o caso de A. Lagos Cerqueira em Amarante nos anos 30 e a Casa de Vilar em Lousada, já nos anos 20. Mais tarde nos anos 50, também Francisco Girão terá seguido idêntica orientação na Quinta de Vilacetinho, sendo entretanto um dos precursores duma dinâmica frente da actividade vitivinícola produtor/engarrafador - nos Vinhos Verdes. A evolução da viticultura dos Vinhos Verdes é claramente interdependente do sistema cultural agrário, em grande parte pelo sistema de condução da vinha, sendo os sistemas adoptados em cada época o indicador mais marcante desta evolução. Aqui adoptaremos o termo no seu sentido mais amplo, isto é: o conjunto de todas as operações directas sobre as videiras, acrescidas das formas e das decisões ao nível da geometria de plantação. Assim, esta vertente naturalmente merecerá maior ênfase ao longo do presente texto.

8 14 Uveira A condução da vinha A cultura da vinha evoluiu desde a Antiguidade, segundo dois contextos diferentes. Por um lado, desenvolveu-se a condução baixa, com cepas livres e sem apoios, formando taças com forte ramificação basal. Era o tipo de cultura das regiões secas do Médio Oriente, também da região Mediterrânica (França, Espanha, Centro e Sul de Portugal, Itália) e de certo modo das regiões setentrionais da Europa (Alemanha e Suíça). Esta é a viticultura de concepção grega, a cultura das grandes densidades, sujeita à poda minuciosa com elevada intervenção do homem. Coexistindo, desenvolveu-se um outro tipo de viticultura, de grande expressão vegetativa, com cepas de longo tronco e grande volume, apoiadas em geral nas árvores (plátanos, choupos, cerejeiras ). Este tipo de cultura instalou-se sobretudo nas regiões mais húmidas e montanhosas, dando origem à viticultura celta ou etrusca: é a viticultura de vegetação abundante e livre, da vinha larga e alta, com densidades reduzidas. São as Pérgolas, Alberatas Capavolto e Raggi Bellussi de Itália, da zona da Emília Romana e da Toscana, o Enforcado, Arjoado, Festões e Ramadas da Região dos Vinhos Verdes (Araújo, 1956; Castro, 1984; Castro e Magalhães, 1984; Fregoni, 1985; Galhano, 1986). Sobre a origem Etrusca da viticultura dos Vinhos Verdes, não podem restar dúvidas. A atestar tal evidência destacam-se entre outros documentos, o notável trabalho de Edgar Fontes (1951) e sobretudo a obra do eminente Professor Mario Fregoni: Origines de la vigne et de la viticulture (1991). A vinha encontra-se em cultura no noroeste português desde tempos remotos. É mal conhecida a data de introdução. Porém, é sabido que já existiam vinhas quando os Roma-

9 15 a viticultura da região dos vinhos verdes Arjoado nos ocuparam a Região. Políbio, Estrabão, Plínio, Mela, etc., falam de plantas cultivadas na Lusitânia, em especial vinhas, oliveiras, figueiras (Correia, 1924). Admite-se que, em tempos recuados, nos Vinhos Verdes também se tenha cultivado a vinha contínua. As inquirições ( ) estão cheias de depoimentos relativos às vinhas baixas e em prazos de casais minhotos. Até ao séc. XVIII as formas baixas e altas coexistiram. Porém, a colonização cultural do milho no séc. XVI, a grande densidade demográfica e, por consequência, a falta de terra viriam a consagrar a viticultura dos Vinhos Verdes em bordadura, sob formas de grande expansão vegetativa, constituindo uma das referências mundiais da viticultura de concepção etrusca (Castro, 1976, 1984, 1987 e 1989). Estas formas de cultura chegaram aos nossos dias e mantiveram-se até meados do século passado com a maior importância. São formas sempre de grande expansão vegetativa, quer crescendo em altura apoiadas em tutores vivos (Uveiras), quer dispostas em sebes altas, estas igualmente suportadas por tutores vivos (Arejão ou Arjoado). Todas estas formas de cultura da vinha sobre tutores vivos são denominadas de Enforcado (Galhano, 1949 e 1986). Babo (1949), no seu Relatório de Final de Curso sobre influência do sistema de cultura da videira, escreveu: sobre a nossa cultura que poderia trazer ainda desastrosas consequências pelo empobrecimento dos terrenos em matéria orgânica continuou a prevalecer a policultura, porque real tem sido através dos tempos a crescente densidade demográfica da região, a imperiosa necessidade de

10 16 Ramada produzir o máximo e obrigatório o integral aproveitamento das terras. Esta é uma preocupação que sempre mereceu a maior atenção de diferentes personalidades da região e de fora dela, ao longo dos tempos. No início do séc. XX, outra forma de condução, da qual já havia referência do tempo dos Suevos, se viria impondo gradualmente nas bordaduras dos Vinhos Verdes a Ramada expandindo-se mais rapidamente nas zonas próximas do litoral e muito lentamente no centro e interior da região. Cardoso (1956) referia o grande predomínio da vinha de Enforcado no concelho da Póvoa do Lanhoso (90%), havendo uma expansão muito lenta da Ramada. Já para o concelho de Guimarães o mesmo autor referia haver apenas um ligeiro domínio do Enforcado sobre as Ramadas, estando estas no entanto em franca expansão. Também em 1956, outro agrónomo da Região dos Vinhos Verdes, ao abordar este fenómeno na sua Tese de Fim de curso, escrevia: numa região em que, como esta, a propriedade está muito dividida e a densidade populacional é elevadíssima em relação à riqueza produzida, as condições económico-sociais do lavrador deverão ser tomadas como factores determinantes que mais têm condicionado a substituição do enforcado pela ramada (Araújo, 1956). A Ramada, não obstante ser uma forma mais dispendiosa à instalação e mais artificiosa que o Enforcado, impôs-se ao longo do século passado, como alternativa de vinha em bordadura, às formas de condução mais naturais e tradicionais. Para incremento da vinha em

11 17 a viticultura da região dos vinhos verdes Cruzeta Festão, percursor da Cruzeta (Araújo, 1956) bordadura também terá contribuído a própria legislação de então sobre condicionamento do plantio, ao proibir a vinha contínua e autorizando a vinha em bordadura nesta região. Actualmente, não é possível manter uma viticultura empresarial e competitiva, com tais sistemas culturais, sem apoios subsidiários, mas a sua sobrevivência deveria ser assegurada em defesa dum património, vivo e regional, da paisagem e da sombra, com produtividade são verdadeiros museus vivos em via de extinção. Os novos vinhedos nos últimos decénios têm sido instalados em vinha contínua, tendo-se consagrado na segunda metade do século XX uma nova forma, a Cruzeta. Foi em Moure, no concelho da Póvoa do Lanhoso que parecem ter sido levantados há cerca de trinta anos os primeiros exemplares, a ideia parece ter sido descoberta pela entidade que os mandou erguer, numas armações que havia visto em Dornelas, concelho de Amares (Araújo, 1956). A forma Cruzeta, até se consagrar segundo este nome, tomou vários outros. Festão terá sido o seu nome na primeira fase e correspondeu a uma tentativa de adaptação das Uveiras a formas mais manuseáveis e ergonómicas. O trabalho desenvolvido por Araújo (1956) constitui um precioso e oportuno documento de apoio ao estudo da evolução da Cruzeta. Esta nova forma (Festão) garantia grande expansão vegetativa com varas caindo em balseiros ou sacavinhos. É também este tipo de armação designado abreviadamente por T, pelo facto de a lança estar presa ao pilar formando uma cruz. Este

12 18 a b A. Com dois cordões (cordão duplo horizontal) com um arame para cada cordão a forma inicialmente mais usada. B. Com dois cordões com mais de dois arames (4 a 7), com recurso à desponta aparece em Guimarães. C. Com três cordões (cordão triplo em triângulo) cada um apoiado num só arame aparece em Amares. D. Com três cordões (cordão triplo horizontal) com três arames e recurso à desponta aparece em Famalicão. Corte transversal de diversos tipos de Cruzeta (Castro, 1984) c d elemento recebe então o nome de Cruzeta, que se viria a consagrar no sistema. A Cruzeta terá atingido a sua máxima expansão na região dos Vinhos Verdes nos anos sessenta a oitenta. Ela é, de facto, o resultado da adaptação e inspiração das tradicionais formas de bordadura (Uveiras, Arjoado e mais tarde Festão). A sistematização, fomento e consagração da Cruzeta em vinha estreme, que viria a provocar autêntica revolução nos Vinhos Verdes, deve-se sobretudo ao trabalho persistente e sinérgico de devotados especialistas da Região na área da viticultura: O. Pinho e também J. Vasconcelos e, na área enológica, A. Galhano. Desta época, algumas Quintas são exemplos emblemáticos pelo arrojo e espírito inovador designadamente, Brejoeira e sua timoneira Dona Hermínia Paes, São Cláudio e a família Costa Leme, Aveleda que produz vinho há mais de trezentos anos e hoje líder de mercado dos Vinhos Verdes, Tormes - hoje Fundação Eça de Queiroz e Vilacetinho de Francisco Girão. Com a Cruzeta pretendia-se, sobretudo, simplificar as operações culturais respondendo à necessidade de redução dos custos de produção, sobretudo no que respeita a tratamentos fitossanitários, poda e vindima. Procurava-se simultaneamente encontrar uma forma de condução para vinha contínua que incorporasse as principais prerrogativas das tradicionais bordaduras e preservasse as características enológicas dos Vinhos Verdes. Quanto à sua estrutura, a Cruzeta criada em Portugal é em tudo semelhante ao GDC (Genève Double Curtain Shaulis et al., 1966) reinventado nos Estados Unidos da América nos anos sessenta pelo Professor Nelson Shaulis. Não obstante a criação da Cruzeta ser anterior à do GDC, é esta a designação consagrada em todo o mundo. O GDC foi intensamente utilizado em grandes áreas vitícolas do novo mundo. Para Itália, foi importada dos Estados Unidos e, no final do séc. XX, ocupava cerca de hectares. Originariamente, a Cruzeta pretendia constituir uma forma com dois cordões paralelos segundo um mesmo plano horizontal, independentes, sendo cada qual suportado apenas por um arame correspondendo-lhe uma sebe retombante. Infelizmente, na maioria das vinhas em Cruzeta, as duas sebes perderam a independência formando uma única, espessa, com uma parte horizontal e duas verticais, originando consequentemente um túnel em cujo interior predomina elevada percentagem de folhas ao abrigo da luz. Tal situação conduz inevitavelmente à criação de um deficiente microclima ao nível do coberto vegetal, por falta de luz e de arejamento, excesso de humidade, e consequentemente um ambiente propício ao desenvolvimento de doenças. Este histórico problema teria sido evitado se a reflexão apresentada por Araújo em 1956 tivesse merecido a devida atenção. Se os vindouros tivessem lido atentamente as suas mensagens, os erros graves cometidos na Cruzeta teriam sido evitados e em casos de reduzida mecanização, como então predominava na região, teria sido um excelente sistema até aos nossos dias. Assim, pela ignorância e ousadia se perdeu bruscamente uma forma sistematizada e, por outro lado, se deu largas à criatividade e imaginação. Entretanto, ao tentar minorar aquelas deficiências do sistema criadas pelo homem ao longo dos tempos e também com o objectivo de aumentar a produtividade, foram ensaiadas diversas adaptações, em geral desastrosas, algumas das quais estão esquematicamente representadas no diagrama junto cortes transversais de diversas alternativas. De facto, estas tentativas de melhoria do sistema não terão atingido o cerne da questão garantir a independência de duas sebes retombantes, mantendo-as com a devida dimensão em altura (H). Houve, sim, a tendência para assegurar lavoura cruzada sob o coberto, e para

13 tal foram adoptados critérios de agrupamento de cepas à volta de cada esteio (influência das Uveiras?) e posteriormente despontas intensas, permitindo que as operações culturais se realizassem em todos os sentidos. Esta excessiva intensidade de desponta terá sido a maior castração do sistema. Seria, outrossim, prioritário (1) proceder à distribuição das cepas de modo independente, homogéneo e equidistantes ao longo das linhas e (2) realizar as intervenções em verde prioritariamente a partir do interior das duas sebes. As entrelinhas seriam o espaço privilegiado para actuação das máquinas nas diferentes operações culturais, ficando reduzido ao mínimo e apenas de modo complementar, as intervenções manuais a partir deste espaço entrelinhas tais como ligeiras despontas e sobretudo a penteia. Não obstante significativos progressos nos últimos decénios e até passado recente, a condução da vinha na região foi tradicionalmente dominada por (1) baixa densidade de plantação, (2) heterogénea distribuição das cepas, (3) deficiente colonização do espaço aéreo e subterrâneo, (4) tardia entrada em plena produção = longo período de carência económica, (5) desequilíbrio no vigor e (6) deficiente microclima do coberto (Castro, 1984 e 1987). Em cada época, a escolha dos sistemas de condução da vinha é o resultado da interacção de múltiplos factores de ordem económica, social e ecofisiológica. A influência desta é determinante, sobretudo pelos conhecimentos disponíveis de fisiologia e das suas relações com o clima, local e a enologia. Os factores económico-sociais são mais mutáveis no tempo, dependendo em grande parte da conjuntura económica, da disponibilidade e qualidade da mão-de-obra e pressão da mecanização. Nas decisões sobre sistemas de condução merecerão maior importância dois aspectos (1) economia máxima no consumo de energia e (2) captação óptima da energia disponível (radiante, hídrica, ). Os actuais países de viticultura próspera pertencem ao Novo Mundo vitícola (EUA, Austrália, ) ou, sendo da velha e tradicional viticultura fizeram em devido tempo a reestruturação e adequação dos seus vinhedos, procurando aligeirar os trabalhos mais penosos, adequando-os à mecanização nas mais diversas operações. Ora, esta era uma das maiores limitações do sistema Cruzeta. É sabido que a região dos Vinhos Verdes é historicamente povoada por gente laboriosa de espírito criativo. A passagem da vinha de bordadura para vinha estreme abriu caminho e criou espaço para alimentar esta extraordinária criatividade. Porém, o parcelamento da região, a reduzida dimensão das vinhas e cumulativamente esta criatividade e consequente multiplicidade de modelos sempre dificultaram a mecanização, sobretudo ao nível da economia de escala. Depois de vários anos de predomínio e certa sistematização da Cruzeta, impôs-se o sistema designado Cordão Duplo ou Sobreposto, dando cada cepa origem a um cordão unilateral com vegetação retombante e cada qual a diferente cota. Em verdade, apenas a cepa com cordão à cota superior originaria vegetação retombante, havendo grande promiscuidade de orientação, nos sarmentos oriundos do cordão inferior. A maior limitação deste sistema residia na cota do cordão superior que, ou era suficientemente alto, logo demasiado caro, ou excessivamente baixo, perdendo eficiência ao nível do microclima e do comando da vegetação. Este predomínio, ao longo de meio século, de sistemas biplano (Cruzeta e Cordão Sobreposto) tem a sua lógica perante a consagração do princípio de entrelinhas largas e ocorrendo em região de terra cara e exígua, mas com uma mecanização pouco específica para a vinha (apoiada em geral em tractores standard multifunções e volumosos). 19 a viticultura da região dos vinhos verdes

14 20 Durante séculos, as mais prestigiadas regiões vitícolas do mundo tenderam para uma viticultura de elevada densidade. O advento do Novo Mundo e o seu sucesso vieram questionar este conceito, e uma nova viticultura com maior afastamento das linhas e maior capacidade de mecanização foi-se impondo. A corrente favorável à vinha larga e alta veio a encontrar, em meados do século passado, o seu principal mentor no viticultor austríaco Lenz Moser que ficaria consagrado no sistema com o seu próprio nome (Moser, 1960). Moser terá sido um marco histórico na aproximação cultural das duas concepções de viticulturas Etrusca e Grega. As suas posições tiveram grande eco não só na Áustria, como mesmo em França e na Suíça, onde ainda hoje é usado o seu modelo em estudos sobre sistemas de condução. Este modelo viria então a sofrer forte contestação, sobretudo nas regiões mais tradicionais e mais intimamente presas à viticultura Grega. Era acusado principalmente de exagerado rendimento e vigor das cepas e perda de qualidade dos vinhos. Em todo o caso, deve reter-se, entre outros aspectos da obra, a preocupação do autor quando se refere ao controlo do vigor e à relação folhas/frutos. Cremos que este viticultor, à época considerado um visionário e altamente contestado pelas Academias, não teria conhecido os Vinhos Verdes, mas as suas reflexões pareciam destinar-se a esta Região. Hoje é emblemático ou mesmo ex libris da Áustria Fundação Lenz Moser. Mais recentemente, ao proceder-se a estudos comparativos de diferentes afastamentos das linhas associados à existência de 1 ou 2 sebes por linha, repôs-se a questão das vantagens da vinha larga designadamente ao nível ecofisiológico e da mecanização. Estes estudos, partindo sobretudo da inspiração Etrusca (Araújo, 1956; Baldini e Intrieri, 1978; Castro, 1984, 1987 e 1989; Castro et al., 1989, 1990, 1993, 1996 e 2004; Intrieri, 1989; Mota, 2005; Mota et al., 1989; Garrido et al., 1996); Shaulis et al., 1966), mas também de zonas de inspiração Grega (Carbonneau 1979 e 1989; Schneider et al., 1989) têm evidenciado possibilidades de vinha larga, eventualmente com ganhos, desde que sejam consideradas semelhantes cargas por unidade de área, assim como superfície foliar exposta (SFE) e adequado controlo do vigor. A utilização óptima da energia solar tem como objectivo central assegurar a melhor qualidade organoléptica possível dentro de níveis de produção satisfatórios. O produto final é essencialmente o resultado do microclima do coberto vegetal que o originou, que por sua vez depende do ambiente e das suas próprias características. O parâmetro densidade de plantação tem sido dos mais discutidos, sobretudo pela importância que habitualmente lhe é atribuída pelos regulamentos (denominações de origem, ). As questões devem ser postas sobretudo ao nível da qualidade da produção e colonização do espaço pelas raízes. No que respeita aos reflexos da densidade na qualidade dos vinhos, na concepção clássica, ela diminui com a densidade de plantação. Porém, a qualidade não diminui necessariamente com a menor densidade de plantação, desde que a vinha seja conduzida de maneira a manter uma superfície foliar exposta adequada, evitando o excesso de folhagem como resultado de adaptação da forma à densidade de plantação (altura da paliçada, abertura da folhagem). Na nova concepção defendida por vários autores, a densidade radicular pode ser idêntica qualquer que seja a densidade de plantação, desde que a superfície foliar por hectare seja análoga. Em parte, o sistema radical desenvolve-se em função da extensão da parte aérea. Se a superfície foliar acresce em função da sebe, então as necessidades em água e em nutrientes são

15 21 a viticultura da região dos vinhos verdes Densidade de plantação em novas vinhas elevadas. O sistema radicular deve então desenvolver-se para alimentar correctamente a parte aérea. Por outro lado, a diminuição da densidade de plantação não impõe aumento de vigor dos sarmentos, mas do total da cepa (quantidade de matéria seca produzida), o que é considerado um elemento positivo. As análises e conclusões feitas por diversos autores merecem particular atenção na região dos Vinhos Verdes. Se é verdade que os princípios são aplicáveis, já os valores da densidade em questão são muito diversos. De facto, quando são referidas baixas e altas densidades, em geral está-se a tratar de valores da ordem de e mais de cepas/ha, respectivamente. No caso dos Vinhos Verdes, quando se analisam densidades baixas vs. altas, está-se em presença de valores da ordem de vs cepas/ha. Isto significa que a concepção moderna demonstrativa do potencial das baixas densidades (qualidade e colonização radicular) satisfaz os níveis mais elevados de densidade considerados na região, mas não necessariamente as baixas densidades (~1.000 cepas/ha). Na economia actual, o maior inconveniente de tão baixa densidade deve-se ao facto de provocar um período de carência económica demasiado longo (Mota et al.,1989). É sabido que a colonização do espaço pelas raízes tem reflexos na rentabilidade da vinha. É também reconhecido que os primeiros anos da vinha (até 3 anos) determinam grande parte da sua eficácia futura. A preparação do terreno e a selecção dos materiais merecem a maior atenção. Porém, há decisões culturais a ter em conta, nomeadamente antes, depois e durante a plantação, que influenciam fortemente a expansão e densidade de raízes, das quais destacamos: (1) decisão conjugada da escolha do porta-enxerto

16 22 e ph do solo (sua correcção). A título de exemplo e citando estudos realizados por Conradie (1988) na África do Sul, verificou-se que no porta-enxerto SO4 com um ph do solo entre 4 e 5, o peso de raízes desenvolvidas sofreu uma redução de 1/3 a 1/2 do das raízes dos porta-enxertos 140Ru, 110R ou 99R; mas, quando o ph foi corrigido para 6, já o peso das raízes do SO4 passou a ser superior ao de todos os outros porta-enxertos. Fenómeno idêntico, mas com valores ainda mais afastados, verificou o mesmo autor ao comparar os resultados do com os daqueles três porta-enxertos; (2) Carbonneau e Pouget (1983) em ensaios com diferentes doses de nutrientes, na modalidade com o dobro da concentração, o sistema radicular apenas colonizou metade do volume de terra. Este ensaio, ainda que laboratorial, não deixa de ser um bom indicador sobre os inconvenientes decorrentes dos exagerados cuidados culturais ao nível local, em prejuízo da preparação de todo o terreno. Este aspecto toma particular acuidade para o caso da região dos Vinhos Verdes onde se consagraram técnicas de plantação que contemplam tais excessos junto à planta e a inexistência de fertilização nas entrelinhas. Felizmente, na nova viticultura, a preparação é feita por todo o terreno e não só na vala. A questão da orientação das linhas tem sido menos polémica e merecido menor atenção do que a densidade de plantação, não obstante a sua grande importância. A influência deste factor torna-se mais relevante nas situações-limite de disponibilidade luminosa e também nos sistemas de condução em vinha alta, sobretudo com sebes divididas. Porém, numa região com a estrutura fundiária e características das parcelas como a dos Vinhos Verdes, muitas vezes outros factores se tornam mais relevantes do que a captação da luz. No que respeita à orientação das linhas nas condições de Portugal, em geral, a orientação ideal, em termos energéticos, será N/S ou mesmo NE/SW especialmente, para os sistemas pluriespaciais como o Lys, onde esta orientação assume um papel mais relevante. Porém, na maioria dos casos, devido à estrutura fundiária, o factor que acaba por ser mais relevante é a orografia, a dimensão da parcela e, consequentemente a mecanização, ao nível da segurança, ergonomia e operacionalidade das máquinas. Deve-se então orientar as linhas segundo o maior comprimento, para reduzir o número de linhas curtas ou mancas e de viragens do tractor; no caso do terreno ser inclinado, deve-se orientar, preferencialmente, segundo o maior declive (vinha ao alto), para que não haja inclinação lateral das máquinas. Dependendo da configuração da parcela, para além dos aspectos já referidos, há toda a vantagem em que as linhas sejam o mais perpendicular possível em relação às cabeceiras (formando ângulos tão próximo de 90º quanto possível). Ângulos muito afastados da perpendicularidade dificultam a viragem das máquinas ou, para igual exequibilidade, é exigido cabeceiras mais largas. É curioso constatar que já nos anos 50, Francisco Girão, em Vilacetinho, ao proceder à reconversão das vinhas de Enforcado para vinhas estremes, optou pela orientação Norte/Sul e por sua vez, nos terrenos inclinados, por vinha ao alto. Estudos da influência da orientação das linhas têm merecido a maior atenção da parte de consagrados especialistas de todo o mundo. Em Itália, Baldini e Intrieri (1985 e 1987), em trabalhos realizados na Emília Romana (em latitude ligeiramente superior à dos Vinhos Verdes) sobre sistemas de condução semelhantes aos usados ou potenciais desta Região, concluíram: (1) é evidente que, tendo em conta a altura e largura dos nossos modelos, a orientação das vinhas constitui o mais influente factor da distribuição da energia radiante sobre a vegetação; (2) com a orientação N-S, a taxa de fluência de fotões

17 (PFR) era maior no começo da manhã e fim da tarde, respectivamente nas faces Este e Oeste da sebe; nesta altura, as temperaturas de Julho andam à volta de 25 ºC, o que corresponde ao óptimo para a actividade fotossintética; (3) com a orientação E-W, o máximo do PFR ocorre pelo meio-dia; as temperaturas são em geral demasiado altas para a eficiência da fotossíntese; e (4) os nossos resultados confirmam seguramente as conclusões de vários outros autores que consideram a orientação N-S a mais defensável. Será oportuno e curioso referir a orientação preferencial N-S, também dada às Uveiras na região dos Vinhos Verdes. Fontes (1951), no seu relatório final de curso de Eng.º Agrónomo e Arquitecto Paisagista, refere: sempre que pode haver liberdade de escolha, isto é, desde que as filas de uveiras não estejam a bordejar propriedades, caminhos ou regatos a sua orientação é regra geral a N-S. A justificação encontrada tem perfeita actualidade: com a orientação N-S, a sombra só cai na fila à hora de maior calor, precisamente aquela em que a incidência directa do sol poderia ser prejudicial e em que é menor a área ensombrada. Champagnol (1984) demonstrou que, à hora de maior calor no Verão, o rendimento fotossintético é superior nas folhas parcialmente ensombradas. As folhas muito expostas fotossintetizam menos, não só porque atingem temperaturas muito superiores ao nível de máxima eficácia fotossintética, mas também porque frequentemente se encontram em stress hídrico, consequentemente, com menor abertura dos estomas, havendo por isso menos trocas gasosas. Outro aspecto importante é a orientação espacial dos sarmentos. As grandes alturas de tronco estão em geral associadas a fracas densidades de plantação. Também se considera com muita frequência que o tronco alto exerce um efeito desvitalizador sobre a planta e que as produções são de menor qualidade. Considera-se, pois, que a vinha alta apresenta uma maturação retardada porque não aproveita as restituições de calor do solo. Sabe-se que, para igual densidade de plantação, a altura do tronco não afecta a qualidade das uvas por diversas razões (Carbonneau, 1990): do ponto de vista microclimático, é possível favorecer o aquecimento da planta utilizando, em primeiro lugar, as formas que permitem interceptar uma grande quantidade de energia luminosa. A proximidade do solo não é pois determinante. É preciso não confundir tronco alto com orientação da vegetação. Muito frequentemente confundem-se efeitos do tronco alto com os de porte retombante. Em boa verdade, ao tronco alto poderão estar associados todos os tipos de orientação da vegetação. Nos estudos desenvolvidos, as modalidades com vegetação ascendente+descendente associadas a troncos altos (Castro et al., 2004; Mota et al., 1999), revelaram maior produtividade sem que a qualidade viesse afectada. Tais acréscimos resultaram directamente da maior fertilidade observada. Estes acréscimos da fertilidade dever-se-ão fundamentalmente ao mais eficiente controlo do crescimento e melhor microclima, sobretudo ao nível dos cachos e dos sarmentos eleitos à poda para constituírem as unidades de frutificação. De resto, se observarmos atentamente algumas das formas tradicionais de tronco alto nesta região (Enforcado), podemos encontrar teores de álcool consideráveis (Araújo, 1956). Em boa verdade, o Enforcado bem conduzido proporciona varedo com duas funções: a parte retombante, após produzir, é suprimida; e da parte ascendente são eleitas as necessárias unidades de frutificação para a produção do ano seguinte. Aliás, fenómeno idêntico se passa nas regiões da Bairrada e Dão, onde em vinhas tradicionais, responsáveis por vinhos de alta qualidade, com troncos relativamente altos, a viticultura usava (e usa) tutores, canas ou 23 a viticultura da região dos vinhos verdes

18 24 ramos de pinheiro que na prática exercem a mesma função da árvore nas Uveiras dos Vinhos Verdes, permitindo que uma parte dos sarmentos se desenvolva com orientação ascendente, ficando os restantes retombantes. É sabido que na generalidade das espécies lenhosas os ramos crescem tanto mais quanto mais a sua orientação se aproxima da vertical ascendente. Kliewer et al., 1989, verificaram na casta Cabernet Sauvignon que os sarmentos na posição vertical ascendente, um mês após a sua orientação, tinham já o dobro do comprimento em relação aos descendentes e que, no final do ano, o peso seco das varas ascendentes era cerca de cinco vezes superior ao das varas descendentes. Embora seja evidente, como já o demonstraram vários autores, que o gravimorfismo exerce influência sobre o crescimento dos sarmentos e natureza dos seus gomos, torna-se difícil separar, sobretudo no caso da videira, o efeito directo da orientação, do efeito resultante da iluminação. De facto, quando os sarmentos estão orientados na vertical ascendente, dispõem em geral de melhor exposição à luz. É sabido que a intensidade luminosa influencia o vigor e a natureza dos gomos, o vingamento e a maturação, e mesmo o estado sanitário da planta (Rives, 1972; Vautier et al.,1978). Da divisão da cortina de vegetação em duas partes segundo o mesmo plano vertical, uma descendente, com menor vigor, e outra ascendente, como fizemos em diversos ensaios em várias castas e em diferentes regiões, com mais acuidade se verificarão os referidos aspectos ecofisiológicos. De facto, a parte ascendente não só beneficia das prerrogativas de tal orientação, como ainda da menor densidade de sarmentos e, consequentemente, de menor concorrência à luz (Castro, 1986, 1992; Castro & Lopes, 1990; Garrido et al., 1996). Os efeitos da altura do tronco deverão ser analisados também como resultado de maior ou menor volume de estrutura permanente e, por consequência, de reservas que poderão ser mobilizadas nos momentos mais importantes, por exemplo ao vingamento. Koblet (1987), na Suíça, em ensaios usando o sistema Lenz Moser, ao aumentar a parte permanente em 20 cm por cepa, encontrou um ganho médio de rendimento de 20% sem afectar a qualidade, Mas as respostas às diferentes alturas de tronco não só poderão vir afectadas pelas respectivas formas, como também pelos próprios hábitos de vegetação e frutificação das castas. Babo (1949), comparando duas formas associadas a diferentes troncos e utilizando para o efeito 8 castas, verificou que duas das castas regionais (Vinhão e Azal) respondiam sistematicamente em sentido oposto, considerando a acidez total, teor em ácido málico ou açúcares redutores. Sobre este aspecto, profícuo trabalho foi desenvolvido e publicado na região, sob a égide da EVAG/CVRVV, sobretudo a partir dos anos oitenta (Castro & Martins, 1986). Tem-se verificado que no sistema em Cordão Sobreposto, por vezes, ao cordão superior correspondem mais elevados teores de açúcar. Pode pois concluir-se que a altura do tronco, por si só, não terá em geral uma importância relevante, mas, outrossim, aspectos a ele associados com reflexos na SFE e no microclima do coberto vegetal. Em todo o caso, convém evitar alongamentos excessivos (valores necessariamente dependentes das características das castas e das regiões) porque as dificuldades de alimentação hídrica poderão anular os efeitos favoráveis da maior estrutura permanente e consequente aumento de reservas. O vigor é por vezes confundido com o desenvolvimento vegetativo da videira e com a potência da cepa. Por se recear competição entre as uvas e o crescimento dos sarmen-

19 tos, impõe-se por vezes a redução no vigor. Por outro lado, o conceito de que um elevado potencial de maturação não pode ser obtido senão através de plantas pouco vigorosas é largamente aceite. Deste modo, torna-se necessário precisar o conceito de vigor: o vigor revela o crescimento dos órgãos e traduz-se, entre outros, pelo ritmo e duração do crescimento, e não só pela quantidade de folhagem ou peso da lenha de poda. Como já foi referido, um aumento de vigor poderá provocar um aumento de rendimento, já que a fertilidade da videira cresce com o vigor (Huglin, 1986). Aqui, e mais uma vez, se repõem os riscos de contradição existentes na Região dos Vinhos Verdes tradicionalmente associada a solos férteis (mas que na realidade são originariamente pobres, sobretudo em matéria orgânica, mas enriquecidos pelas incorporações maciças de estrume). O aspecto verdejante desta região e a capacidade de vigor e de produtividade das videiras não se podem perder, ou perder-se-á a região! Admite-se que habitualmente, numa considerável percentagem das vinhas em Cruzeta e em Cordão Sobreposto na região dos Vinhos Verdes, não obstante existir em geral um elevado valor de área foliar total, predominam indicadores altamente desfavoráveis no que respeita quer ao número de camadas de folhas (LLN/ncf), quer à relação área foliar total/área foliar exposta (LA/SA). Esta situação resultará, sobretudo, da poda curta, da baixa carga por hectare, do exagerado comprimento dos eixos permanentes, do forte vigor ao longo de todo o ano, e do exagerado adensamento da folhagem (Castro, 1987). Esta situação, agravada pela frequente ligação das duas sebes, origina um deficiente microclima no interior do coberto vegetal, sobretudo ao nível dos cachos. Em trabalho realizado na Alsácia, onde as condições são bastante distintas das dos Vinhos Verdes, mas nem por isso muito afastadas no que respeita ao vigor, (Scheneider et al., 1989) referem que a penetração das radiações luminosas no interior do coberto vegetal está condicionada pela sua própria estrutura, com reflexos directos na distribuição da energia luminosa e, consequentemente, sobre a intensidade fotossintética. Portanto, na prática é preciso privilegiar os sistemas de condução que permitem dispor de uma superfície foliar importante, com bom microclima luminoso e térmico. Na Bulgária, Nikov (1979), trabalhando em vinha larga e de certo modo alta, analisou o efeito do vigor sobre o rendimento fotossintético, tendo constatado que, nas suas condições de local e casta, no estado normal de vigor bastariam 18 cm 2 de área foliar para produzir um grama de açúcar, enquanto que nas condições de excesso ou de escassez de vigor era necessário 4 a 5 vezes mais (80 a 100 cm 2 ) para produzir a mesma quantidade de açúcar. A questão do controlo do vigor revela-se, pois, da maior importância, mas deverá ser considerado ao longo de todo o ciclo anual de vegetação. É sabido que exagerado vigor na fase mais avançada do ciclo contraria a maturação e favorece a ocorrência de doenças criptogâmicas. Esta era uma das características marcantes na viticultura em bordadura, tecnologicamente condicionada e subsidiária das culturas do interior dos campos, mas de certo modo criou a imagem dos Vinhos Verdes. A passagem para a vinha contínua, sem os sobejos nutricionais das culturas anuais, requer muita atenção. Para vinha contínua, será necessário rever as necessidades de nutrientes (estrume, adubos e água) consentânea com o tipo de vinhos pretendidos, sobretudo os brancos frescos, frutados, aromáticos não demasiado maduros. 25 a viticultura da região dos vinhos verdes

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