PODRIDÃO NEGRA DA VIDEIRA BLACK - ROT Guignardia bidwellii (Ellis) Viala & Ravaz
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- João Henrique Eugénio Cruz Brás
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1 Direcção de Serviços de Agricultura e Pescas Divisão de Protecção e Qualidade da Produção Estação de Avisos da Bairrada PODRIDÃO NEGRA DA VIDEIRA BLACK - ROT Estação de Avisos da Bairrada: Isabel Magalhães Anabela Andrade Madalena Neves
2 ORIGEM E EXPANSÃO IMPORTÂNCIA NA REGIÃO SINTÔMAS E IDENTIFICAÇÃO CONTROLO E MEIOS DE LUTA
3 ORIGEM E EXPANSÃO A Podridão Negra ou Black-Rot da videira é causada pelo fungo Guignardia bidwellii É uma doença de distribuição mundial, com origem na América do Norte e introduzida na Europa, desde finais do séc. XIX. Surgiu associada a regiões com clima temperado, do Norte de Itália, do Sudoeste de França, do Sul da Suíça e da Alemanha. Recentemente, tem sido assinalada em regiões de clima mediterrâneo com temperaturas elevadas e chuvas abundantes durante a Primavera e início do Verão. Em Portugal, tem-se assistido a um aumento da incidência e severidade da doença em diversas regiões vitivinícolas, particularmente nas regiões da Bairrada e do Dão, com evidentes perdas na qualidade e quantidade. Razões da maior incidência em Portugal: Ainda não totalmente esclarecidas, mas provavelmente devido: Condições meteorológicas excecionais, nos últimos anos; Não estarem a ser seguidas as melhores estratégias no seu combate
4 PRIMEIROS SINTOMAS NA REGIÃO IDENTIFICAÇÃO IDENTIFICAÇÃO OFICIAL IMPORTÂNCIA NA REGIÃO 2004 SINTOMAS EM FOLHAS 2006 SINTOMAS EM FOLHAS E CACHOS 2007 ESTRAGOS SIGNIFICATIVOS EM CACHOS 2008 E 2009 QUEBRAS SIGNIFICATIVAS DE PRODUÇÃO SINTOMAS EM FOLHAS E CACHOS 2011 ESTRAGOS SIGNIFICATIVOS EM FOLHAS E CACHOS (AS VINHAS ATACADAS TIVERAM ELEVADA SEVERIDADE, NAS RESTANTES VINHAS DA REGIÃO OS ESTRAGOS FORAM MODERADOS)
5 SINTOMAS NAS FOLHAS ANABELA.ANDRADE-DRAPC ANABELA.ANDRADE-DRAPC ANABELA.ANDRADE-DRAPC
6 SINTOMAS NAS FOLHAS MADALENA.NEVES-DRAPC-2006 MADALENA.NEVES-DRAPC-2006
7 SINTOMAS NOS PÂMPANOS (a) e (b) manchas alongadas, acastanhadas, rodeadas de halo castanho-escuro (c) massas de mucilagens de conídios sobre manchas necrosadas
8 SINTOMAS NOS PECÍOLOS MADALENA.NEVES-DRAPC-2006 MADALENA.NEVES-DRAPC-2006
9 SINTOMAS NO RÁQUIS E NO PEDICELO SINTOMAS NO PÂMPANO E NO RÁQUIS ISABEL.MAGALHÃES-DRAPC CÉSAR ALMEIDA-DRAPC-MAIO2012
10 SINTOMAS NOS BAGOS E NOS CACHOS MADALENA.NEVES-DRAPC-2006
11 SINTOMAS NOS BAGOS E NOS CACHOS ANABELA.ANDRADE-DRAPC MADALENA.NEVES-DRAPC-2006 ISABEL.MAGALHAES-DRAPC MN-DRAPC-2006
12 SINTOMAS NOS BAGOS E NOS CACHOS MADALENA.NEVES-DRAPC ANABELA.ANDRADE-DRAPC
13 PERÍODOS DE MAIOR RECETIVIDADE NA VIDEIRA O fungo ataca todos os órgãos da planta em fase de crescimento ativo, desde a saída das primeiras folhas até ao fecho dos cachos Nas FOLHAS - desde a saída das primeiras folhas até alguns dias após a floração Nos CACHOS - desde a pré-floração até ao fecho dos cachos Após o pintor a suscetibilidade baixa drasticamente devido ao aumento do teor em açúcar dos bagos
14 CONDIÇÕES FAVORÁVEIS AO DESENVOLVIMENTO DA DOENÇA Temperatura (T) e Humidade Relativa (HR) elevadas Primavera e início do Verão quentes e chuvosos Temperatura ótima T = 25ºC e HR = 90% Não se registam crescimentos do fungo para T < 10ºC e T > 35ºC Relação entre o período de folha molhada e a temperatura necessária à ocorrência de infeção R.A. Spotts, Ohio State University Temperatura ºC 7,0 10,0 13,0 15,5 18,5 21,0 24,0 26,5 29,0 32,0 Horas de folha molhada QUANDO DE OBSERVAM SINTOMAS A INFECÇÃO JÁ OCORREU. O PERÍODO DE INCUBAÇÃO PODE SER DE 1 A 5 SEMANAS, DEPENDENDO DA MAIOR OU MENOR SENSIBILIDADE DA PLANTA E DAS CONDIÇÕES CLIMÁTICAS.
15 CONTROLO E MEIOS DE LUTA Medidas indiretas Têm como objetivo a redução do inóculo primário Arrancar vinhas abandonadas e queimar cepas que constituem um reservatório de inóculo permanente para as vinhas próximas Retirar e queimar as varas atacadas e os cachos mumificados, no outono /inverno, à poda, e enterrar os bagos mumificados presentes no solo ANABELA.ANDRADE-DRAPC Remover da vinha a vegetação, folhas e cachos, com sintomas da doença Controlar as infestantes e realizar as intervenções em verde com o objectivo de favorecer o arejamento das videiras, reduzir a duração do período de folha molhada e garantir uma melhor cobertura dos órgãos a tratar com fungicida ANABELA.ANDRADE-DRAPC
16 CONTROLO E MEIOS DE LUTA Medidas diretas: FUNGICIDAS AUTORIZADOS PARA COMBATE À PODRIDÃO NEGRA BLACK-ROT Substância ativa S.A. Família Química da S.A. que combate o Black-Rot Nome Comercial Outras autorizações Míldio Oídio Escoriose azoxistrobina Estrobilurina / QoI QUADRIS azoxistrobina + folpete Estrobilurina / QoI QUADRIS MAX SIENA bentiavalicarbe + mancozebe Diitiocarbamatos VALBON mancozebe + metalaxil-m Diitiocarbamatos RIDOMIL GOLD MZ PÉPITE ROXAM MZ WG metirame + piraclostrobina Estrobilurina / QoI CABRIO TOP com ação tebuconazol + trifloxistrobina Triazol / IBE / DMI + Estrobilurina / QoI FLINT MAX trifloxistrobina Estrobilurina / QoI FLINT
17 POSICIONAMENTO DOS TRATAMENTOS FUNGICIDAS A proteção fitossanitária no combate ao Black-Rot não é específica, permitindo uma estratégia de proteção conjunta (escoriose, míldio, oídio e black-rot) Nos tratamentos precoces, de proteção às FOLHAS, deverão ser usados os fungicidas preventivos, de superfície, presentes nas misturas anti-mildio ou os fungicidas homologados para a escoriose Na proteção dos CACHOS, após a floração, aconselha-se a utilização de fungicidas com base em QoI (anti-míldio e anti-oídio) e IBE (anti-oídio), que ficam ao abrigo da lixiviação e possuem atividade preventiva e curativa
18 Evitar as resistências das doenças aos fungicidas: Para evitar os desenvolvimento de resistências ao míldio e ao oídio, a utilização dos fungicidas das famílias químicas das estrobilurinas/qoi e dos triazóis/ibe/dmi está limitada a três aplicações por ano e no conjunto das doenças, para cada uma das famílias. RECOMENDAÇÕES FINAIS No final da campanha, realizar as medidas indiretas, com vista a reduzir o inóculo para o ano seguinte; Durante a campanha, vigiar a vinha, de modo a detetar os primeiros focos de infeção primária (folhas e pâmpanos), pois estes ataques são a origem do inóculo responsável pela infeção dos cachos; A estratégia de proteção da vinha, face às doenças deve ser, em geral, preventiva; A escolha adequada dos fungicidas pode evitar a realização de tratamentos desnecessários, contribuindo para o uso racional dos produtos fitofarmacêuticos.
19 Estação de Avisos da Bairrada DRAP Centro - Estação Vitivinícola da Bairrada Apartado ANADIA Telefone: eabairrada@drapc.min-agricultura.pt
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