Mercados: Economia Global desacelerando
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- Lívia Paiva Wagner
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1 03/06/11 Mercados: Economia Global desacelerando O mês de junho começa com a constatação de que a economia global está desacelerando. Depois de toda a decepção com os dados recentes dos Estados Unidos, novas informações da China e da Europa apontam para uma moderação do nível de atividade no segundo trimestre. Além do rumo da atividade mundial, os investidores internacionais continuam aguardando um novo pacote de socorro para a Grécia e tiveram conhecimento de novo rebaixamento do rating do país, pela Moody`s Finalizando a semana, os dados do PIB do 1T11 no Brasil não trouxeram novidades relevantes e, nos EUA, os dados sobre o emprego alimentaram ainda mais as incertezas ao redor do mundo sobre o ritmo de retomada global. Neste contexto, a Bovespa fechou a semana com leve alta de 0,07% e o dólar variou -1,4%% no mesmo período Ibovespa Dow Jones Fonte: Ágora Corretora de Valores e Bradesco Corretora de Valores Pesquisa Focus: Afastando-se do limite superior da meta Um relatório sem brilho, com apenas alguns pequenos ajustes para a previsão do IPCA de 2011, tendo em vista que as previsões de inflação melhoraram para o meio do ano. A expectativa de inflação agora é de chegar a 6,23% em 2011 (a partir de 6,27% na semana passada). Para 2012, a estimativa do mercado permanece em 5,1%. O PIB deverá crescer 4% em 2011 (o número deverá mudar somente na próxima semana, depois da leitura do número do 1º trimestre de 2011 na última sexta-feira). Com relação ao PIB em 2012, houve um pequeno aumento para 4,2%, exatamente onde a projeção de expansão da economia estava há um mês. O consenso para a taxa Selic se manteve inalterado: 12,5% para 2011 e 12,25% para o próximo ano. No mercado de câmbio, o aumento recente na volatilidade não provocou grandes revisões. Para o final do ano de 2011, a expectativa é agora de R$ 1.61/US$ 1 (um pouco abaixo dos R$ 1.62/US$ 1 da semana passada). Para 2012, o consenso permanece em R$ 1,70/US$ 1. Jose Francisco Cataldo Ferreira - Economista & Estrategista jose.ferreira@agorainvest.com.br
2 Pesquisa Focus Projeção 2011 Projeção 2012 Anterior Atual Anterior Atual IPCA (%) 6,23 6,27 5,10 5,10 IGP-M (%) 6,80 6,80 5,00 5,00 Selic (%) 12,50 12,50 12,25 12,25 Produção Industrial (%) 3,73 3,73 4,55 4,60 PIB (%) 4,00 4,00 4,10 4,20 Câmbio 1,61 1,62 1,70 1,70 Déficit em Conta Corrente (US$ bilhões) 60,00 60,00 70,00 70,00 Superávit comercial (US$ bilhões) 20,00 20,00 10,00 10,00 IEDs (US$ bilhões) 50,00 50,00 45,00 45,00 Fonte: Banco Central, Ágora Corretora de Valores e Bradesco Corretora de Valores IGP-M de Maio tem variação mais baixa desde Julho de 2010 O IGP-M de maio ficou em +0,43%, ante +0,45% em abril. O resultado ficou abaixo do piso calculado por economistas. Com relação aos três sub-indicadores que compõe o IGP-M, o IPA-M avançou 0,03% este mês, após subir 0,29% no quarto mês do ano. Por sua vez, o IPC-M apresentou alta de 0,90% em maio, em comparação com o aumento de 0,78% no mês passado. Já o INCC-M registrou taxa positiva de 2,03% este mês, em comparação com a elevação de 0,75% em abril IGP-M (comparação com o mesmo mês do ano anterior, em %) , Fonte: FGV, Ágora Corretora de Valores e Bradesco Corretora de Valores IPC-Fipe desacelera para 0,31% em Maio O Índice de Preço ao Consumidor (IPC) da FIPE fechou o mês de Maio com alta de 0,31%, depois de ter avançado 0,70% em abril. O indicador ficou abaixo da mediana das estimativas, de 0,38%. O IPC também desacelerou em relação a terceira quadrissemana do mês passado, quando havia ficado em 0,47%. O IPC da FIPE acumula alta de 3,14% nos cinco meses de 2011 e de 6,49% nos últimos doze meses, ate maio.
3 1,4 IPC da Fipe (Semanal) 1,2 1 0,8 0,6 0,4 0,2 0,31 0-0, Fonte: FIPE, Ágora Corretora de Valores e Bradesco Corretora de Valores IPP de Abril desacelera e fica em 0,34%, O Índice de Preços ao Produtor do IBGE ficou em 0,34% em abril de 2011, na comparação com março, quando a taxa foi de 0,39%. Em 2011 o IPP acumula alta de 1,74%. No acumulado de 12 meses a variação do indicador e de 6,73%. No acumulado do ano, as atividades que tiveram as maiores variações percentuais foram: têxteis, produtos químicos, refino de petróleo e produtos de alcool. Estes mesmos setores e ainda o grupo alimentos são os que tem maior peso no índice. Os preços de alimentos pesquisados no IPP registraram queda de 1,21% em abril ante março. No ano, os alimentos já recuaram 1,50%, mas comparativamente a abril de 2010, ainda acumulam alta de 16,80%. Crescimento do crédito permaneceu forte em Abril Em abril, o total de crédito em circulação cresceu 21% em relação a igual mês de 2010 (em linha com as nossas projeções de 20,8% nesse período) e 1,3% na comparação com o mês de maio, para R$ 1.78 trilhões, equivalente a 46,6% do PIB (46,5% em março). Esta foi à terceira alta consecutiva, desde a implementação das medidas de macro-prudenciais em dezembro, bem como do aumento da taxa Selic. Tal como em março, registrou-se a desaceleração no crédito às pessoas físicas (que subiu 18,2% em abril, após os 18,4% reportado em março), o qual foi mais que compensado pelo aumento do crédito às empresas (que avançou 18,5% na comparação anual em abril, comparativamente a 17,8% em março). Além disso, os empréstimos com recursos direcionados (compreendendo os empréstimos do BNDES e financiamentos imobiliários) subiram 26,3% na comparação anual em abril, mais do que 26,2% apresentado em
4 março. As medidas macro-prudenciais, ao que tudo indica, tiveram impacto concentrado nas modalidades de crédito para pessoas físicas. Mas mesmo nesse caso, os efeitos são discutíveis. Na verdade, o financiamento de veículos continuou a desacelerar no mês (16,1% em relação a igual mês de 2010, incluindo as operações de leasing, a segunda desaceleração consecutiva desde o pico de crescimento de 18,5% na comparação anual apresentada em fevereiro). No entanto, esta desaceleração tem sido parcialmente compensada pela utilização mais intensa das linhas de crédito para contingências (tais como cheque especial e cartões de crédito, especialmente a modalidade não-rotativo, usado para comprar bens em prestações). O problema com o crescimento dessas modalidades é que normalmente antecipa o aumento da inadimplência das operações de crédito. Neste contexto, a taxa de inadimplência nas operações com pessoas físicas subiu para 6,1%, a terceira alta consecutiva (o que, para nós, já é uma tendência, especialmente considerando a perda do salário real que os trabalhadores enfrentam, devido ao elevado nível de inflação). No que se refere ao crédito para as empresas, o crescimento poderia ter sido ainda maior não fosse a valorização de 3,4% do Real no mês. Isso ocorre porque o crescimento foi puxado por um repique no financiamento das exportações (que é ajustado pela taxa de câmbio, cotado em R$), provavelmente como um substituto mais barato para o agora mais caro IOF que incide sobre os empréstimos externos de curto prazo. Em resumo, apesar de alguns sinais de moderação (em algumas modalidades de crédito a pessoas físicas e considerando a manutenção do nível de desembolsos do BNDES), o processo de criação de crédito no Brasil continua forte (na verdade, o crédito continua a crescer mais que o PIB nominal). No entanto, uma parte do crescimento do crédito é um mero reflexo do aumento da inflação. Em termos reais, o crescimento do crédito em abril foi de 13,6%, o mesmo percentual apresentado em março e abaixo do avanço de 14% apresentado ao longo de Continuamos a ver a desaceleração do crédito como um processo gradual. Desta forma, a inflação deve permanecer em níveis elevados ainda durante algum tempo. Operações de Crédito Percentual do PIB Taxa de crescimento em 12 meses ,6% 35,0 30, ,9% 20,8% 25,0 20,0 15,0 10,0 25 5,0 20 0,0 mar-09 set-09 mar-10 set-10 mar-11 Fonte: Banco Central, Ágora Corretora de Valores e Bradesco Corretora de Valores
5 Produção Industrial de abril mostra queda forte Confiança da indústria cai 1,2% em maio ante abril. Em abril/2011, a produção industrial caiu 1,3% na comparação com igual período de Considerando dados ajustados pela sazonalidade, a produção industrial registrou um declínio de 2,1% no mês, abaixo de nossas estimativas (+0,4% de variação no mês) e do consenso de mercado (+0,2% de variação mensal). Quando observado o declínio mensal acentuado reportado em abril devemos levar em conta, no entanto, que houve uma revisão em alta do crescimento mensal de março para 1,1% (anteriormente +0,5%). A queda no mês foi generalizada, sendo liderada por bens de consumo duráveis, que caiu 10,1% na comparação mensal, refletindo uma queda na produção de eletrodomésticos e veículos. A produção de bens de capital caiu 2,9% no mês, após ter crescido mais de 7% no 1T11, quando a produção foi estimulada pelas perspectivas do encerramento de algumas das linhas de financiamento do BNDES. A produção de bens de consumo não-duráveis caiu 1,5% no mês e a de bens intermediários -0,6%. Com o declínio no mês, a produção industrial está mais uma vez abaixo do pico pré-crise de setembro de Apesar da ainda decente disponibilidade de crédito, um Real forte e maiores custos de produção (incluindo salários) deve ainda conter o crescimento da produção industrial. Mantemos a nossa visão de que a desaceleração da economia está avançando (nossas previsões para o crescimento do PIB para 2011 e 2012 são de 3,5% e 3,7%, respectivamente O Índice de Confiança da Indústria (ICI) aprofundou trajetória de queda e mostrou recuo de 1,2% em maio ante abril, segundo a Fundação Getúlio Vargas (FGV). No mês passado, o índice caiu 1,1% contra março. Esta foi a quinta queda consecutiva do indicador. A avaliação dos empresários sobre situação atual é a pior em 18 meses. PIB do 1T11 no Brasil não traz novidade O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil subiu 1,3% no primeiro trimestre de 2011 na comparação com o quarto trimestre de 2010, de acordo com o IBGE. O resultado ficou em linha com a mediana das estimativas dos analistas, de 1,30%. Na comparação com o primeiro trimestre de 2010, o PIB apresentou expansão de 4,2% nos três primeiros meses de 2011, também próximo a mediana das estimativas, de 4,36%. O aumento da taxa de 0,6% no consumo das famílias no 1T11 ante o 4T10 foi o mais fraco desde o 4T08. O consumo das famílias mostrou crescimento mais moderado, numa reação as medidas macroprudenciais lançadas pelo governo a partir de dezembro de 2010, que restringiu a oferta de credito no pais. A formação bruta de capital fixo (FBCF) subiu 1,2% no 1T11 contra o 4T10. Na mesma base de comparação, o PIB da industria avançou 2,2% e o PIB de serviços 1,1%
6 ,85 PIB (Crescimento acumulado em 12 meses) 6,32 5,67 5,87 5,96 5,30 4,84 5,08 3,11 1,00 2,25 5,26 7,51 7,49 4, ,68-0,64 1T07 2T07 3T07 4T07 1T08 2T08 3T08 4T08 1T09 2T09 3T09 4T09 1T10 2T10 3T10 4T10 1T11 Dados Norte- Americanos Preço de moradias cai 3,6% em Março O índice S&P Case-Shiller de preços de moradias nas 20 maiores cidades dos EUA caiu 3,6% em março, em comparação com o mesmo mês do ano passado, enquanto o índice para as 10 maiores cidades teve queda de 2,9%. As expectativas eram que o índice para 20 cidades cairia 3,2%. Em relação a fevereiro, o índice de preços em 20 cidades diminuiu 0,8% e o de 10 cidades recuou 0,6%. A pesquisa mostrou que a maioria das grandes áreas viram declínio nos preços das moradias em março ante fevereiro. Índice de atividade manufatura cai 0,9% em Abril O Federal Reserve de Chicago disse que o índice de atividade no setor de manufatura caiu 0,9% em abril, para o nível sazonalmente ajustado de 83,6, a partir de 84,4 em março. A primeira retração em sete meses reflete problemas na cadeia de produção de automóveis após o terremoto e tsunami no Japão. Em relação a abril do ano passado, o índice de atividade subiu 8,6%. A produção regional de automóveis cedeu 5% em abril frente a março. A produção de aço também caiu 0,3% em abril. Em relação a abril de 2010, a produção regional de automóveis subiu 8,6% e a de aço avançou 17,5%. O índice dos gerentes de compras de atividade do setor de manufatura do Instituto para Gestão de Oferta (ISM) de Chicago caiu para 56,6 em maio, a partir de 67,6 em abril. A previsão dos economistas era de que o índice cairia para 63 em maio.
7 Confiança do consumidor cai a 60,8 em Maio O índice de confiança do consumidor dos EUA medido pelo Conference Board caiu para 60,8 em maio, do dado revisado de 66,0 em abril. O resultado de abril havia sido calculado inicialmente em 65,4. O dado de maio foi o mais baixo desde novembro do ano passado e ficou muito abaixo das estimativas de 66,4 dos economistas. ADP: Setor Privado cria 38 mil vagas em maio O setor privado norte-americano criou 38 mil vagas em maio, em base sazonalmente ajustada, segundo a mais recente pesquisa ADP. A previsão do mercado era de aumento de 190 mil vagas de trabalho no setor privado em maio. Os números oficiais do governo para maio, que incluem vagas do setor público constam no relatório de emprego (payroll) dos EUA. 400 ADP: Criação de Empregos ( Em mil) Fonte: Bloomberg, Ágora Corretora de Valores e Bradesco Corretora de Valores Investimentos em construção sobem 0,4% em Abril Os investimentos em construção nos EUA subiram em abril, mas a leitura do mês anterior foi revisada acentuadamente em baixa, confirmando que o setor continua a ser um peso para a economia norte-americana. Os investimentos em construção nos EUA aumentaram 0,4% em abril, na comparação com março, para a taxa anual sazonalmente ajustada de US$ 765 bilhões, segundo o Departamento de Comércio do país. A expectativa era de alta de 0,2%. Em abril, os investimentos em construção residencial aumentaram 3,1%, para US$ 241 bilhões, após recuarem por dois meses consecutivos. Os investimentos em construção não residencial, ou comercial, caíram 0,8%. Por setor, os investimentos privados em construção subiram 1,7% em abril, para US$ 483 bilhões. Os investimentos públicos em construção diminuíram 1,9%, para US$ 282 bilhões.
8 ISM Industrial cai a 53,5 em Maio Encomendas à indústria caem 1,2% em Abril O índice de atividade industrial do Instituto para Gestão de Oferta (ISM) caiu para 53,5 em maio, de 60,4 em abril. O resultado ficou abaixo da estimativa de queda para 57,0. O índice de preços recuou para 76,5 em maio, de 85,5 em abril, enquanto o indicador de emprego cedeu para 58,2, de 62,7, e o indicador de novas encomendas declinou para 51,0, de 61,7. O índice de produção teve queda para 54,0, de 63,8, e o de estoques diminuiu para 48,7, de 53,6. As encomendas à indústria dos EUA caíram 1,2% em abril, em comparação com março, para US$ 440,4 bilhões, de acordo com o Departamento do Comércio. A expectativa do mercado era uma queda de 1,0%. O declínio de abril foi o mais forte em quase um ano e o segundo nos últimos três meses. O dado de março foi revisado para mostrar aumento de 3,8% nas encomendas, em vez de 3,0% como calculado inicialmente. Excluindo transportes, as encomendas à indústria caíram 0,2% em abril, depois de diminuírem 2,9% em março. O setor de transportes foi o que registrou a maior queda nas encomendas. Pedidos de auxilio desemprego caem 6 mil na semana O número de trabalhadores norte-americanos que entraram pela primeira vez com pedido de auxílio-desemprego caiu 6 mil, para 422 mil, após ajustes sazonais, na semana até 28 de maio. A expectativa era de queda de 4 mil solicitações. O número da semana anterior foi revisado em alta para 428 mil, dos 424 mil informados na primeira leitura. EUA criam 54 mil postos de trabalho em maio, muito abaixo da expectativa Taxa de desemprego sobe a 9,1% em maio. A economia dos EUA criou 54 mil empregos em maio, com o setor privado registrando o menor aumento nas vagas em quase um ano. O resultado ficou abaixo dos 160 mil postos de trabalho esperados pelo mercado.os números dos relatórios do mercado de trabalho dos EUA, dos dois meses anteriores foram revisados para baixo num total de 39 mil empregos, para mostrar aumento de 232 mil vagas em abril e de 194 mil em março.o setor privado, que corresponde a cerca de 70% da força de trabalho dos EUA, criou apenas 83 mil empregos em maio, o menor ganho desde junho de O governo cortou 29 mil postos de trabalho, a sétima queda seguida. O relatório também mostrou que 45,1% dos norte-americanos desempregados, ou mais de 6 milhões de pessoas, estão sem trabalho há mais de seis meses. A taxa de desemprego norte-americana subiu para 9,1% em maio, a partir de 9% em abril. A taxa superou a previsão do mercado que era de queda da taxa para 8,9%. De acordo com as estimativas ha. cerca de 13,9 milhões de norte-americanos que não conseguem obter emprego.
9 Índice de Atividade- ISM sobe a 54,6 em maio O índice ISM de atividade do setor não industrial dos EUA subiu para 54,6 em maio, de 52,8 em abril. A estimativa dos analistas era de uma leitura de 54,0. O índice de negócios teve leve queda para 53,6 em maio, de 53,7 em abril, enquanto o índice de emprego aumentou para 54,0, de 51,9. O índice de preços diminuiu para 69,6 em maio, de70,1 em abril. Na mesma comparação, o índice de encomendas subiu para 56,8, de 52,7. Dados Europeus Zona do Euro: CPI inesperadamente se desacelera para 2,7% em Maio A inflação anual na zona do euro inesperadamente diminuiu em maio, no primeiro declínio em nove meses. O índice de preços ao consumidor (CPI) da região subiu 2,7% neste mês, depois de aumentar 2,8% em abril. A expectativa era que a alta do CPI ficaria inalterada em 2,8% em maio. Apesar da inesperada queda no CPI em maio, a taxa de inflação na zona do euro permanece bem acima da meta do BCE de menos de 2,0%. O banco central elevou os juros em 0,25 ponto porcentual em abril, para 1,25%, no primeiro aumento desde meados de 2008, para evitar que a alta dos preços ao consumidor provocasse uma inflação mais elevada. Na nossa visão é improvável que a desaceleração impeça o Banco Central Europeu (BCE) de apertar mais a política monetária nos próximos meses. Zona do Euro: Taxa de desemprego fica inalterada a 9,9% em Abril A taxa de desemprego na zona do euro ficou inalterada em abril, mas foi a menor em um ano e meio. Segundo a Eurostat, a taxa de desemprego ficou em 9,9% entre os 17 países do bloco, mesmo porcentual de março e fevereiro. É a menor taxa desde setembro de A taxa de desemprego é inferior à taxa de 10,2% de abril do ano passado. A leitura ficou em linha com a expectativa. Os números divergem, entretanto, com as maiores economias como Alemanha, França e Itália apresentando queda no desemprego, enquanto em economias como Irlanda, Espanha e Portugal os números subiram. A taxa de desemprego ajustada da Alemanha recuou para uma mínima recorde em maio e o número total de desempregados caiu abaixo da marca sensível de 3 milhões, segundo o escritório de trabalho federal. A taxa de desemprego ajustada diminuiu para 7,0%, de 7,1% em abril, a menor desde que os registros começaram a ser feitos, em 1999.
10 Setor de manufatura da Zona do Euro teve forte desaceleração em Maio O crescimento do setor de manufatura da zona do euro teve a maior desaceleração em dois anos e meio em maio. O índice dos gerentes de compras (PMI) industrial caiu para a mínima em sete meses de 54,6, a partir de 58,0 em abril. A queda no índice foi a mais forte desde novembro de O setor de manufatura da Alemanha teve em maio o menor crescimento em sete meses, segundo dados finais sobre o índice dos gerentes de compras (PMI) industrial. A atividade das indústrias da Itália registrou o menor avanço em seis meses e a da França se desacelerou para uma mínima em quatro meses. Mas a desaceleração foi ainda mais pronunciada em países que vêm sofrendo com problemas econômicos e de dívida, o que destaca a divergência entre as taxas de crescimento do setor de manufatura dentro da zona do euro. No caso da Europa, não se pode concluir tão rapidamente que o Banco Central Europeu irá desistir de subir os juros. Com a inflação ainda bem acima da meta, os dados sobre a atividade não são suficientes para mudar a visão do BCE sobre os riscos para a estabilidade dos preços. Dados Asiáticos Produção industrial do Japão cresceu 1% em Abril Na noite de 30/05 foi anunciado que a produção industrial do Japão cresceu 1% em abril, na comparação com o mês anterior, liderada por uma recuperação nos setores de maquinário elétrico e geral, de acordo com o Ministério da Economia, Comércio e Indústria. Isso sinaliza que as fábricas estão se recuperando mais rapidamente do que o esperado da devastação causada pelo terremoto. No entanto, as empresas cortaram postos de trabalho. A taxa de desemprego subiu para 4,7% em abril, de 4,6% em março. O dado possivelmente subestima o impacto da tragédia, pois exclui os números dos municípios mais atingidos. A produção e as exportações de automóveis do Japão sofreram quedas recordes em abril, uma vez que a falta de peças após o terremoto de 11 de março interrompeu as operações das fábricas por todo o mês. A produção de veículos encolheu 60,1% em relação a abril do ano passado. PMI oficial da China caiu pelo segundo mês consecutivo. A atividade industrial da China se desacelerou em maio, de acordo com dois índices de gerentes de compras (PMI) divulgados nesta quarta-feira. O PMI oficial caiu pelo segundo mês consecutivo, para 52,0 em maio, de 52,9 em abril. O PMI medido pelo HSBC baixou para uma mínima de 10 meses, de 51,8 em abril para 51,6 em maio. Uma leitura acima de 50 indica expansão da atividade manufatureira, enquanto uma leitura abaixo desse patamar indica contração da atividade. A leitura do mercado é que ainda é improvável que a China tenha uma desaceleração econômica acentuada e o banco central deve seguir em frente com sua estratégia de aperto monetário, pelo menos no curto prazo.
11 Indicadores Econômicos Data Horário Indicador Referência Consenso Anterior 06/06/ :30 Pesquisa Focus /06/ :30 Vendas de veículos (Anfavea) Mai /06/ :30 Produção de veículos (Anfavea) Mai /06/ :30 Exportação de veículos (Anfavea) Mai /06/ :00 Balança comercial (FOB) semanal 5-jun - - $286M 07/06/ :00 FGV Inflação IGP-DI Mai 0,50% 0,50% 07/06/ :00 IBGE Inflação IPCA (% no mês) Mai 0,48% 0,77% 07/06/ :00 IBGE Inflação IPCA (A/A) Mai 6,57% 6,51% 07/06/ :00 CNI Utilização capacidade Abr ,40% 08/06/ :00 FGV IPC-S-Índ preços ao consumidor 3-jun - - 0,51% 08/06/ Meta do SELIC-Banco Central 8-jun 12,25% 12,00% 09/06/ :00 FIPE IPC-Índice de preços ao consumidor semanal 7-jun 0,20% 0,47% 09/06/ :00 FGV Previsão da inflação IGP-M 8-jun 0,45% 0,70% 10/06/ :00 Venda ampla varejo (A/A) Abr ,50% 10/06/ :00 Vendas a varejo (M/M) Abr 0,40% 1,20% 10/06/ :00 Vendas a varejo (A/A) Abr 11,80% 4,10% Fonte: Bloomberg; Ágora Corretora de Valores e Bradesco Corretora EUA Data Horário Indicador Referência Consenso Anterior 07/06/ :00 IBD/TIPP Otimismo econômico Jun 42 42,8 07/06/ :00 Ofertas de emprego JOLTs Abr /06/ :00 Crédito ao consumidor Abr $5.000B $6.016B 08/06/ :00 MBA-Solicitações de empréstimos hipotecários 3-jun ,00% 08/06/ :00 Livro Bege do FED /06/ :30 Novos pedidos seguro-desemprego 3-jun K 09/06/ :30 Seguro-desemprego 28-mai K 09/06/ :30 Balança comercial Abr -$48.6B -$48.2B 09/06/ :45 Nível de conforto do consumidor Bloomberg 5-jun ,1 09/06/ :00 Estoques no atacado Abr 1,00% 1,10% 10/06/ :30 Índice preços de importação (M/M) Mai -0,70% 2,20% 10/06/ :30 Índice preços de importação (A/A) Mai 11,20% 11,10% 10/06/ :00 Orçamento mensal Mai -$160.0B - - Fonte: Bloomberg; Ágora Corretora de Valores e Bradesco Corretora China Data Horário Indicador Referência Consenso Anterior 09/06/ :00 Balança comercial (US$) Mai $18.15B $11.42B 09/06/ :00 Exportações (A/A) Mai 22,50% 29,90% 09/06/ :00 Importações (A/A) Mai 22,50% 21,80% 09/06/ :00 Investimentos diretos estrangeiros real (A/A) Mai ,20% Cenário Econômico Ano E 2011 E 2012 E Contas Nacionais Crescimento Real do PIB (%) 2,9 4 5,4 5,1-0,2 7,5 3,5 3,7 Câmbio Taxa de câmbio final 2,34 2,14 1,77 2,33 1,74 1,67 1,70 1,8 Índice de preços IPCA (% aa) 5,69 3,14 4,46 5,9 4,31 5,9 5,5 4,5 IGP-M (% aa) 1,2 3,85 7,39 9,81-1,72 11,3 6,6 4,8 Atividade Econômica Produção Industrial 3,13 2,7 6 3,1-7,4 10,9 4 4,3 Juros Meta SELIC - Final (%) 18 13,25 11,25 13,75 8,75 10,75 12,5 12,5 Juros reais - SELIC/IPCA (%) 11,65 9,8 6,5 7,41 4,26 3,3 4,9 7,2 Balanço de Pagamentos Saldo comercial (US$ bilhões) 44,75 46,08 40,03 24,73 25,34 20,3 13,5 10,8 Saldo em conta corrente (US$ bilhões) 13,98 13, ,3-24, Contas públicas Superávit primário (% do PIB) 4,35 3,88 3,98 4,07 2 2,8 2,9 3 Dívida líquida total (% do PIB) 46,45 44,91 43, ,6 39,1 37,5 Fonte: Ágora Corretora de Valores e Bradesco Corretora de Valores
12 Este relatório foi preparado pela equipe de análise de investimentos da Bradesco S.A. Corretora de Títulos e Valores Mobiliários ( Bradesco Corretora ), que é uma sociedade controlada pelo Banco Bradesco BBI S.A. ( BBI ), mesmo controlador da Ágora Corretora de Títulos e Valores Mobiliários S.A. ( Ágora ). O presente relatório se destina ao uso exclusivo do destinatário, não podendo ser, no todo ou em parte, copiado, fotocopiado, reproduzido ou distribuído a qualquer pessoa sem a expressa autorização da Ágora ou da Bradesco Corretora. Este relatório é distribuído somente com o objetivo de prover informações e não representa uma oferta de compra e venda ou solicitação de compra e venda de qualquer instrumento financeiro. As informações contidas neste relatório são consideradas confiáveis na data em que este relatório foi publicado. Entretanto, as informações aqui contidas não representam por parte da Ágora ou da Bradesco Corretora garantia de exatidão dos dados factuais utilizados. As opiniões, estimativas, projeções e premissas relevantes contidas neste relatório são baseadas em julgamento do(s) analista(s) de investimento, envolvido(s) na elaboração deste relatório ( analistas de investimento ) e são, portanto, sujeitas a modificações sem aviso prévio em decorrência de alterações nas condições de mercado. Declarações dos analistas de investimento envolvidos na elaboração deste relatório, limitadas às companhias objeto de sua análise, nos termos do art. 17 da Instrução CVM 483: Os analistas de investimento declaram que as opiniões contidas neste relatório refletem exclusivamente suas opiniões pessoais sobre a companhia e seus valores mobiliários e foram elaboradas de forma independente e autônoma, inclusive em relação à Ágora, à Bradesco Corretora, ao BBI e demais empresas do Grupo Bradesco. A remuneração dos analistas de investimento está, direta ou indiretamente, influenciada pelo resultado proveniente dos negócios e operações financeiras realizadas pela Ágora, Bradesco Corretora e BBI. Declarações nos termos do art. 18 da Instrução CVM 483, referentes às empresas cobertas pelos analistas de investimento da Ágora e Bradesco Corretora: O Banco Bradesco S.A. tem participação direta acima de 5% nas empresas Cielo e Odontoprev. A Bradseg Participações, empresa do Grupo Bradesco, têm participação indireta acima de 5% no Fleury. A BRADESPAR, cujo grupo controlador é composto pelos mesmos acionistas que controlam o Banco Bradesco S.A., tem participação indireta acima de 5% na VALE. Àgora, Bradesco Corretora, BBI e demais empresas do Grupo Bradesco têm interesses financeiros e comerciais relevantes em relação ao emissor ou aos valores mobiliários objeto de análise. O Bradesco BBI está atuando como assessor financeiro do Fleury na operação com a Labs D'Or, como coordenador da oferta pública de distribuição de ações da Brazil Pharma, BR Properties, Inbrands, LG Agronegócios e Participações, Qualicorp e units da Kroton Educacional. A Ágora e a Bradesco Corretora estão participando como instituições intermediárias na oferta de ações da Magazine Luiza. Nos últimos 12 meses, o Bradesco BBI participou como coordenador nas ofertas públicas de distribuição de títulos e valores mobiliários das companhias: AES Tietê, Amil, Banco BMG, Banco do Brasil, Banco Panamericano, Banco Votorantim, Bandeirante Energia, BM&FBovespa, BNDESPAR, Bradesco, Braskem, Brookfield Incorporações, BR Malls, BR Properties, Camargo Correa, CELPE, CESP, Cetip, Companhia de Participações em Concessões (CPC), Concessionárias Autovias e Intervias (Grupo OHL Brasil), CR2, Cyrela Commercial Properties, Ecopistas, Eletropaulo, Embratel, Fertilizantes Heringer, FIDC Chemical VI, FIDC Lojas Renner, Gafisa, Gerdau, Helbor, Helio Boreinstein, Hypermarcas, International Meal Company Holdings, JBS, Julio Simões, Light SESA, Light Energia, Magnesita Refratários, Marfrig, Minerva, Natura, OSX, PDG Realty, Petrobras, Rodobens, Rota das Bandeiras, Santher, Santos Brasil, Soares Penido, Suzano Papel e Celulose, T4F, Unidas, Votorantim Cimentos. Também atuou como assessor financeiro da CETIP na aquisição da GRV Solutions. Nos últimos 12 meses, a Ágora e/ou a Bradesco Corretora participaram, como instituições intermediárias, das ofertas públicas de títulos e valores mobiliários das companhias: Anhangüera Educacional, Arezzo, Autometal, Banco do Brasil, BNDESPAR, Brasil Brokers, Brasil Insurance, BR Malls, BR Properties, Direcional Engenharia, Ecorodovias, Estácio, Even, Gerdau, HRT, International Meal Company, JBS, Julio Simões, LPS, Magnesita Refratários, Mills, OSX, Petrobras, Raia, Renova Energia, QGEP Participações, Sonae Sierra, Tecnisa e T4F. A Bradesco Corretora recebe remuneração por serviços prestados como formador de mercado de ações da Eucatex (EUCA4) e de debêntures da American Banknote, BNDESPAR e USIMINAS. Informações adicionais sobre quaisquer ações recomendadas podem ser obtidas por meio de solicitação. Os relatórios publicados pela equipe de análise de investimento da Bradesco Corretora também podem ser encontrados no site
13 ANÁLISE DE INVESTIMENTOS Head de Análise & Pesquisa & Estrategista Marco Melo Petróleo, Petroquímico, Papel & Celulose e Logística Luiz Otávio Broad luiz.broad@agorainvest.com.br Siderurgia & Mineração e Construção Civil Cristiane Viana cristiane.viana@agorainvest.com.br Bancos, Seguros e Serviços Financeiros Aloisio Villeth Lemos aloisio.lemos@agorainvest.com.br Energia Elétrica, Saúde e Educação Filipe Acioli filipe.lopes@agorainvest.com.br Telecom, Shopping Center, Consumo e Aviação Marcos Mattos marcos.mattos@agorainvest.com.br Assistente de Análise Ian Dunker Lyra ian.lyra@agorainvest.com.br Wilson Lapa Santos Júnior wilson.junior@agorainvest.com.br Economista & Estrategista Jose Francisco Cataldo Ferreira jose.ferreira@agorainvest.com.br
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