Relatório Econômico Mensal Agosto de Turim Family Office & Investment Management
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- João Lucas Belém Castanho
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1 Relatório Econômico Mensal Agosto de 2015 Turim Family Office & Investment Management
2 ESTADOS UNIDOS TÓPICOS ECONOMIA GLOBAL Economia Global: EUA: PIB e Juros... Pág.3 Europa: Recuperação e Grécia... Pág.4 China: Turbulência... Pág.5 Economia Brasileira: Deterioração do Quadro Fiscal... Pág.6 Inflação... Pág.7 PIB... Pág.8 Mercados: Bolsas, Renda Fixa e Moedas... Pág.9 Índices... Pág.12 2
3 EUA: PIB e Juros Economia Global Conforme demonstrou a revisão do PIB, o crescimento econômico acelerou no segundo trimestre deste ano: houve 3,7% de alta contra 2,3% na primeira divulgação. As maiores revisões foram em investimento fixo privado, despesas governamentais e habitação. Essa alta se deu por um aumento em vendas de automóveis e construção civil, e principalmente pela recuperação do baixo desempenho dos setores como um todo no 1º trimestre. Fonte: Reuters A continuidade do crescimento poderá levar o FED a tirar os juros do zero nos próximos meses, mas tudo indica que o processo de normalização dos juros será bastante gradual, guiados pelos resultados de inflação salarial. Vale apontar que as turbulências vindas da China têm o potencial de levar o FED a adiar o início da subida dos juros básicos americanos. 3
4 Europa: Recuperação e Grécia Economia Global Fonte: Reuters A recuperação econômica europeia segue seu caminho, apesar dos ruídos provenientes da Grécia. As últimas pesquisas sugerem um crescimento econômico de 2,0% para a Zona do Euro este ano. Pesquisas de confiança tanto do consumidor quanto dos empresários indicam sinais positivos o gráfico ao lado ilustra esta dinâmica através do IFO Alemão, que mede a confiança dos empresários. O Banco Central Europeu já avisou que poderá seguir com o afrouxamento de sua política, a depender das previsões inflacionárias. Na Grécia, o Primeiro Ministro pediu demissão após chegar a um acordo com a União Europeia, BCE e FMI, já que perdeu parte do apoio de seu próprio partido após negociar uma solução diferente do que apresentou como proposta durante a sua campanha. Por enquanto, estão sendo implementadas as medidas de austeridade fiscal, já mencionadas no Relatório anterior. 4
5 China: Turbulência Economia Global Fonte: Reuters A economia chinesa seguiu em desaceleração no mês de agosto, gerando instabilidade nos mercados desenvolvidos e em desenvolvimento. A desestabilização começou no início de agosto, quando o governo chinês implementou uma desvalorização surpresa de 3,5% na sua taxa de câmbio maior desvalorização diária desde Todos os mercados financeiros responderam com forte queda, interpretando que o governo chinês estaria se alarmando com o grau de desaceleração da economia. Em uma tentativa de estimular o crescimento econômico, o Banco Central chinês também reduziu sua taxa de juros básica, de 6,0% no último trimestre de 2014, para 4,6% em agosto de Tudo indica que o modelo econômico do tipo export-led (movido por exportações) e intensivo em investimento interno, chegou ao seu limite. O governo parece estar a procura de um modelo com mais equilíbrio entre investimento e consumo, mas a transição está gerando volatilidade. 5
6 Deterioração do Quadro Fiscal Economia Brasileira Do lado fiscal, houve uma surpresa muito ruim com o anúncio do déficit primário para O governo apresentou ao Congresso uma proposta de Orçamento para 2016 com um déficit primário da ordem de R$ 30 bilhões (0,5% do PIB). A dívida pública com relação ao PIB pode chegar a 70%, já em O mercado passou a questionar a permanência do ministro da fazenda Joaquim Levy no governo, e já se ouve comumente a expressão Dominância Fiscal ¹ para descrever a situação para a qual a política econômica está caminhando se a atual conjuntura não mudar. ¹Dominância fiscal acontece quando a política monetária fica restrita pela política fiscal. Em casos extremos, segundo Sargent e Wallace (1981),* se o déficit público não pode ser financiado somente por novas emissões de títulos públicos, a autoridade monetária é forçada a criar moeda e tolerar mais inflação. *SARGENT, T. WALLACE, N. Some Unpleasant Monetarist Arithmetic. Federal Reserve Bank Of Minneapolis. Quartenaly Review, v.5, n.3, p. 1-17, 1981; 6
7 Inflação Economia Brasileira O IPCA de julho teve variação de 0,62%, ficando abaixo da taxa de junho/15 (0,79%) e de julho/14 (0,01%). O resultado geral mostra uma desaceleração em relação ao mês anterior. De acordo com a série histórica do IBGE, o IPCA acumulado no ano é o mais alto desde 2004 (6,83%) bem acima dos 3,76% do mesmo período no ano de 2014, e acima do centro da meta de 4,5%. No acumulado dos últimos doze meses, o índice atingiu 9,56% a mais elevada variação em um período de 12 meses desde novembro de Com relação às contribuições por grupo, habitação apresentou o resultado mais elevado, de 1,52%, seguido por artigos de residência, com 0,86%. Essa leve desaceleração deve continuar neste e nos próximos meses, vinda principalmente de todo o setor de serviços, alimentação e passagens aéreas. Fonte: Reuters 7
8 PIB Economia Brasileira Fonte: IBGE Os números do PIB trimestral divulgados foram muito negativos, indicando uma recessão há 5 trimestres. O PIB apresentou queda de 2,6% quando comparamos o 2º trimestre de 2015 ao mesmo período de Houve retração nos setores de Agropecuária, Serviços e Indústria este último tendo sofrido uma queda forte de 5,2% contra o 2º semestre do ano passado, impactado pela queda de 8,3% da Indústria de Transformação. O fraco desempenho da indústria se deu pela retração na indústria automotiva, nos insumos da construção civil, produtos derivados do petróleo e redução na produção de máquinas e equipamentos. Eletricidade, gás, água, esgoto e limpeza urbana apresentaram queda de 4,7%, puxadas pela redução do consumo não residencial de energia elétrica. A formação bruta de capital fixo (investimentos) sofreu queda de 11,9%, a maior desde o primeiro trimestre de 1996 (-12,7%). Isso pode ser explicado pela deterioração dos indicadores de atividade, importação, inflação, juros, crédito, emprego e renda ao longo do período. O gráfico ao lado mostra que todos os componentes da demanda interna apresentaram queda. 8
9 Bolsas Mercados 10% S&P500 FTSE100 CAC DAX Nikkei Hang-Seng Bovespa 5% 0% -5% -10% -15% Variação Agosto Variação em 2015 Agosto foi um mês de forte queda nas principais mercados acionários mundiais. A continuidade da queda de atividade econômica na China levou a um rápido e generalizado aumento de aversão a risco, que por sua vez gerou alta volatilidade nos mercados ao redor do mundo. A bolsa americana apresentou queda de 6,26% e a Europeia (Euro Stoxx 50) caiu 9,19%. Na Ásia, o índice de ações no Japão caiu 8,23% e a bolsa de Xangai 12,49%. O índice Ibovespa acompanhou o movimento de queda, acumulando uma variação negativa de 8,33% no mês. 9
10 Renda Fixa Mercados Os títulos de 10 anos do governo dos EUA também apresentaram forte volatilidade no mês de agosto. O rendimento chegou a cair abaixo de 2% no período, mas com a divulgação de dados econômicos melhores do que o esperado, os títulos fecharam agosto negociando a juros anuais de 2,21%. Acompanhando o movimento de aversão a risco, com a continuidade da deterioração da situação econômica e política no nosso país, o CDS¹ de 5 anos (medida de Risco Brasil) sofreu aumento de quase 60 basis points. O índice terminou o mês negociando a 351 basis points (ou 3,51%). ¹Credit Default Swap Fonte: Reuters 10
11 Moedas Mercados Fonte: Reuters O comportamento do dólar foi bastante diferenciado no mês de agosto. O aumento da aversão a risco por conta da desaceleração chinesa levou a uma valorização da moeda contra moedas de países emergentes ou países exportadores de commodities um exemplo é o dólar australiano, que desvalorizou-se 2,67%. Por outro lado, moedas de outros países desenvolvidos como o euro, o yen e o franco suíço (maiores pesos no índice DXY, ao lado) se fortaleceram frente ao dólar. As mesmas são considerados porto seguro e apresentaram tal valorização já que, potencialmente, o BC Americano poderia adiar o movimento de alta de juros. O yen, por exemplo, apreciou-se em pouco mais de 2%. Já o Brasil país emergente e exportador de commodities viu o real seguir se desvalorizando. A moeda depreciou-se 5,5% frente ao dólar no mês. 11
12 ESTADOS UNIDOS Índices ECONOMIA GLOBAL Variação Agosto Valor em 31/Agosto Variação em 2015 Variação 12 meses Commodities Petróleo WTI 4,41% 49,20-7,64% -48,73% Ouro 3,56% 1.134,80-4,22% -11,88% Moedas (em rel ao US$) Euro 2,07% 1,12-7,33% -14,63% Libra -1,77% 1,53 1,89% -7,55% Yen 2,19% 121,23-1,20% -14,14% Real -5,50% 3,62-26,60% -38,24% Índices S&P500-6,26% 1.972,18-4,21% -1,56% FTSE100-6,70% 6.247,94-4,85% -8,38% CAC -8,45% 4.652,95 8,90% 6,21% DAX -9,28% ,46 4,63% 8,33% Nikkei -8,23% ,48 8,25% 22,47% Hang-Seng -12,04% ,58-8,20% -12,41% Bovespa -8,33% ,52-6,76% -23,92% 12
13 Nossas opiniões são frequentemente baseadas em várias fontes, já que despendemos grande parte de nosso tempo com análises de amplitude global de vários bancos, gestores, corretoras e consultores independentes. Todas as opiniões contidas neste relatório representam nosso julgamento até esta data e podem mudar sem aviso prévio, a qualquer momento. Este material tem caráter meramente informativo, não devendo ser considerado uma oferta de venda de nossos serviços. 13
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