COMPORTAMENTO SEMANAL DE MERCADO

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1 PIB avança, consumo e investimento decepcionam Com uma alta significativa de 1,0%, o PIB no 1T17 representou a primeira elevação na margem da série dessazonalizada desde o 4T14. A safra recorde e o comportamento favorável dos preços das commodities contribuíram significativamente para a elevação de 13,4% do setor agropecuário, no lado da oferta, e para o aumento de 4,8% das exportações, no lado da demanda. O desempenho favorável do setor externo é evidenciado no superávit anualizado de US$ 57,0 bilhões e no levantamento da OCDE apontando o Brasil como o país com o maior crescimento das exportações no 1T17. Como aspectos negativos, encontram-se os desempenhos do investimento (FBKF), com uma queda de 1,6% no trimestre, e do consumo com uma retração de 0,1%, descontados os efeitos sazonais. Com isso, a FBKF em relação ao PIB caiu para 15,6%. Segundo a Serasa Experian, até maio foi registrada uma queda de 24,0% no número de recuperações judiciais requeridas em relação ao mesmo período de Com a mensagem do Copom sinalizando um ritmo de queda da Selic menos intenso, a taxa de juros real ex-ante elevou-se em 0,17 p.p. na semana, para 4,57% a.a.. Expectativas IPCA Próximos 12 meses Inflação 5,0% 4,9% 4,8% 4,7% 4,6% 4,5% 4,4% 4,55% IPCA (%) Mediana - agregado 02/06/17 Há 1 semana Há 4 semanas Mai 0,46 0,46 0,51 Jun 0,20 0,23 0, ,90 3,95 4, ,40 4,40 4,39 Fonte: BCB Fonte: Focus BC PIB - Mediana das projeções Variação anual 2,50% 2,48% 2,40% 0,47% 0,49% 0,50% 05/05/17 26/05/17 02/06/ Fonte: BCB No boletim Focus dessa semana, a mediana das projeções do IPCA para maio permaneceu em 0,46%. Já a mediana para junho saiu de 0,23% para 0,20%. Com esse ajuste, espera-se uma inflação 0,05 p.p. menor para 2017, em 3,90%. A projeção para 2018 mantém-se em 4,40%. Com uma contração de 0,07 p.p., a inflação esperada para os próximos 12 meses fechou em 4,55%. Mesmo com o crescimento do PIB no 1T17 superior ao esperado, a pesquisa apresentou um ajuste de apenas 0,01 p.p. na expectativa de expansão do PIB em 2017 para 0,50%. Entretanto, para 2018 houve uma revisão para baixo de 2,48% para 2,40%. Comportamento Semanal de Mercado Página 01

2 2014.I 2014.II 2014.III 2014.IV 2015.I 2015.II 2015.III 2015.IV 2016.I 2016.II 2016.III 2016.IV 2017.I 2014.III 2014.IV 2015.I 2015.II 2015.III 2015.IV 2016.I 2016.II 2016.III 2016.IV 2017.I PIB 1T17 Ótica da oferta Var. trimestre - série dessazonalizada Serviços Indústria Agropecuária PIB -0,7% -0,9% -0,2% -0,5% 0,0% 0,9% 1,0% 13,4% Variação PIB sem ajuste sazonal 2% 1% 0% -1% Acumulada em 4 trimestres Em relação ao mesmo trimestre do ano anterior -0,4% Ótica da demanda Var. trimestre - série dessazonalizada -2% -3% -2,3% Exportações Investimento Administração Pública Consumo -1,0% -1,6% -1,6% -0,6% 0,0% -0,1% -0,5% 4,8% 2017.I 2016.IV -4% -5% -6% -7% FBKF/PIB 21% 20% 19% 18% 17% 16% 15,6% 15% Em termos dessazonalizados, o PIB cresceu 1,0% no 1T17, contra uma queda de 0,5% no período anterior. Além de superar a mediana das expectativas de mercado, esse número representou o primeiro trimestre com crescimento desde o 4T14. A safra recorde no período e o comportamento favorável dos preços das commodities contribuíram para a forte elevação de 13,4% do setor agropecuário, no lado da oferta, e pelo aumento de 4,8% das exportações, no lado da demanda. Segundo os dados do MDIC, houve uma alta de 41,2% nas exportações de bens básicos, enquanto que os bens industrializados que possuem uma cadeia de trabalho mais extensa tiveram uma contração de 9,5%. A variação acumulada em quatro trimestres teve uma diminuição no ritmo de queda, saindo de -3,6% no 4T16 para -2,3%. Como importante aspecto negativo encontra-se o desempenho dos investimentos (FBKF), com uma queda de 1,6% no trimestre, descontados os efeitos sazonais. Com isso, a FBKF em relação ao PIB se manteve em 15,6%. Comportamento Semanal de Mercado Página 02

3 Taxa de Juros Swap DI pré Taxa Real de Juros Ex- ante a.a. 12,5% 12,0% 11,5% 11,0% 10,5% 10,0% 9,5% 9,0% 8,5% 9,33% a.a. 7,5% 7,0% 6,5% 6,0% 5,5% 5,0% 4,5% 4,0% 3,5% 4,57% Fonte: BM&FBovespa Fonte: BM&FBovespa Estrutura a Termo das Taxas de Juros a.a. 11,1% 10,7% 10,3% 9,9% 02/06/17 26/05/17 05/05/17 9,5% 9,1% hoje Fonte: BM&FBovespa Meses Com a mensagem do Copom sinalizando um ritmo de queda da Selic menos intenso nas próximas reuniões, a taxa de juros do swap DI prefixado em 360 dias subiu 0,11 p.p. na semana, encerrando em 9,33% a.a.. Adicionando-se a queda da inflação esperada para os próximos 12 meses, a taxa de juros real ex-ante elevou-se em 0,17 p.p. para 4,57% a.a.. Já o perfil da estrutura a termo da taxa de juros tornou-se mais íngreme, com o aumento das taxas em 0,17 p.p. no vértice de dois anos e em 0,14 p.p. no de três. Comportamento Semanal de Mercado Página 03

4 Câmbio Real/US$ Índice Emergentes* 3,5 71 3,4 3,3 3,2 3,1 3, ,96 3,0 65 Fonte: Bloomberg Fonte: Bloomberg Volatilidade 30% 25% 20% 15% 23,1% A cotação do dólar frente ao real fechou com uma queda de 0,5% na semana em R$ 3,25. O movimento foi alinhado com o índice de moedas de países emergentes, que se valorizou em 0,4% frente ao dólar, terminando aos 68,96 pts. Já o Dollar Index, índice que mede a variação do dólar norte-americano frente à uma cesta de moedas de países mais avançados, teve uma retração de 0,7% na semana, fechando em 96,7 pts. A volatilidade histórica da divisa norte-americana em relação ao real se estabilizou na semana em 23,2% a.a. sendo uma alta de 15,1 p.p. em um mês. 5% Fonte: Bloomberg *Cesta de Moedas: Lira turca, Rublo russo, Rand sul-africano, Florim húngaro, Real, Peso mexicano, Peso chileno, Reminbi chinês, Rupia indiana e Dólar de Singapura. Comportamento Semanal de Mercado Página 04

5 Brasil França Espanha África do Sul Chile México Rússia Aversão ao Risco Credit Default Swap (CDS) Variação em pontos base EMBI Pontos-base Na semana Fonte: Bloomberg No mês Fonte: Bloomberg Petróleo Brent - última cotação US$ 57 Com uma queda de um ponto, o prêmio do CDS para o risco soberano brasileiro fechou a semana em 237 pts.. Contudo, permanece 24 pts. superior ao observado há um mês atrás, impacto moderado se levado em conta os efeitos dos eventos não econômicos no cenário interno. O EMBI que mede o spread do retorno dos títulos soberanos de países emergentes encerrou em 328 pts., com uma alta de três pontos na semana ,03 A cotação do petróleo tipo Brent sofreu uma baixa de 4,1% na semana, fechando em US$ 50,03 o barril. Há preocupações em relação à crescente produção da commodity nos EUA, principalmente de xisto, que deve compensar o corte da produção promovido pelos países membros da OPEP. Fonte: Bloomberg Comportamento Semanal de Mercado Página 05

6 mai/16 jul/16 set/16 nov/16 IGP-M Variação Mensal Por grupo Evolução anual INCC -0,08% 0,13% 14% 12% IPC 0,29% 0,33% 8% 6% 4% IPA -1,77% -1,56% 2% 0% 1,6% Fonte: FGV Fonte: FGV Variação acumulada no ano 4,15% -1,29% jan-mai/16 jan- Fonte: FGV Em maio, o IGP-M apresentou uma nova deflação (-0,93%), após a retração de 1, observada no mês anterior. Com isso, o índice acumula uma queda de 1,29% no ano. No mesmo período de 2016, a variação era de 4,15%. Em termos anualizados, o mês fechou com uma variação de 1,6% ante 3,4% em abril. Em mai/16, a alta anual era de 11,1%. No mês, somente o índice de preços ao consumidor (IPC) desacelerou, de 0,33% em abril para 0,29%, pesando para o grupo o comportamento dos preços de alimentos e bebidas. Já o indicador nacional de custo da construção (INCC) saiu de uma retração de 0,1% para uma alta na mesma intensidade em maio. Ainda no mês, o destaque continua sendo o índice de preços ao atacado (IPA), que caiu 1,6% depois da baixa de 1,8% no mês anterior. Em 12 meses, o IPA apresenta uma ligeira elevação de 0,1% contra 12,5% em mai/16. Contribuiu para a desaceleração do indicador a queda nas cotações das commodities, em especial, minério de ferro e cana de açúcar. Comportamento Semanal de Mercado Página 06

7 dez/13 abr/14 ago/14 dez/14 abr/15 ago/15 dez/15 abr/14 ago/14 dez/14 abr/15 ago/15 dez/15 abr/12 out/12 abr/13 out/13 abr/14 out/14 abr/15 out/15 Pnad Desocupação Trimestre móvel Pessoas Ocupadas Em milhões de pessoas 14% 13% 12% 11% 9% 8% 7% 6% 13,6% Evolução Massa Salarial Rendimento Habitual real - mar/12= ,9 Segundo os dados divulgados pela Pnad, no trimestre findo em abril, a taxa de desemprego ficou em 13,6% da força de trabalho, contra 13,7% no período imediatamente anterior. O resultado representa um total de 14,0 milhões de pessoas desocupadas. Os números acompanham a mesma direção do Caged, que indicou a criação líquida de 60 mil postos de trabalho em abril. Com uma ligeira alta de 0,33% na margem, a população ocupada fechou em 89,2 milhões de pessoas o mesmo patamar de maio de Considerando o total de empregados no setor privado, os com trabalhos formais tiveram uma retração de 0,4% no mês, enquanto que os informais tiveram um aumento de 0,8%. Tal movimento corrobora o entendimento de que há deterioração das condições no mercado de trabalho. Por último, o índice de evolução da massa salarial do rendimento real, em abril, teve uma ligeira queda de 0,1 p.p. para 106,9 pts.. Contudo, ficou 1,0 p.p. acima do observado em. O resultado foi afetado pela queda de 0,4% do rendimento real em abril (R$ 2.107,00). Comportamento Semanal de Mercado Página 07

8 mai/16 jun/16 jul/16 set/16 nov/16 out/15 dez/15 fev/16 jun/16 Pesquisa Industrial Mensal Variação mensal Série com ajuste sazonal Variação acumulada em 12 meses Por tipo de indústria 0,0%0,0% 1,9% 0,8% 0,6% 2,0% Indústria Geral MM3M 0,0% 0,6% 7% 4% 1% Geral Mineral Transformação -0,1% -0,1% -0,2% -2% -5% -2,7% -3,7% -1,3% -1,3% -8% -3,0% -11% -14% Variação mensal Série com ajuste sazonal PIM Cons. Semi e não duráveis Cons. Duráveis Consumo Intermediários Capital -7,2% -0,8% -1,8% -0,4% -2,5% -2,5% -1,3% -2,2% 0,6% 1,9% 2,1% 1,5% Em abril, a produção física industrial, descontados os efeitos sazonais, apontou um crescimento de 0,6% ante uma queda de 1,3% no mês anterior. Porém, a variação mensal da média móvel trimestral permanece em campo negativo (-0,2%). No mês, o grupo de bens de consumo semi e não duráveis teve uma contração de 0,8%, o que levou à queda de 0,4% no agregado dos bens de consumo. Já os bens de capital, intermediários e duráveis tiveram altas de 1,5%, 2,1% e 1,9%, respectivamente. Ainda no mês, o índice de difusão ficou em 48,5%, demonstrando que o movimento não foi disseminado no setor. Em 12 meses, a produção industrial apresentou uma perda de intensidade no ritmo de queda, saindo de uma contração de 3,8% em março para -3,6% em abril. Na abertura, a série com a indústria de transformação encerrou com uma retração de 2,7% em abril contra -4,3% no mês anterior. Já a variação para a indústria extrativa mineral permaneceu em -3,7%, contra -10,2% no mesmo período de Comportamento Semanal de Mercado Página 08

9 Brasil Rússia África do Sul Coreia Índia China G20 México Argentina Turquia abr/15 jun/15 ago/15 out/15 dez/15 fev/16 jun/16 abr/15 jun/15 ago/15 out/15 dez/15 fev/16 jun/16 Balança Comercial Acumulada em 12 meses Em US$ bilhões Variação Acumulada em 12 meses , ,1% 5% 0% -3,8% -5% - -15% -20% -25% -30% -35% Fonte: MDIC Importações Fonte: MDIC Exportações Comparativo G20 Variação no 1T17 20% 15% 5% 0% Exportações Importações Em abril, a balança comercial fechou com um saldo de US$ 7,6 bilhões, fruto de US$ 19,7 bilhões em exportações e R$ 12,1 bilhões em importações. Assim, o volume acumulado em 12 meses foi superavitário em US$ 57,0 bilhões, com tendência ascendente da série. Na análise da evolução acumulada em 12 meses, a variação do saldo das importações encontra-se em campo negativo (-3,8%), ainda que com diminuição do ritmo de queda. Já a das exportações mantem-se em campo positivo pelo quinto mês seguido, fechando em 5,1%. Esse comportamento da balança comercial foi preponderante para o bom desempenho da atividade econômica no 1T17. Segundo levantamento realizado pela OCDE, no 1T17, o Brasil foi o país com o maior crescimento trimestral das exportações, com uma alta de 21,5%, seguido pela Rússia com 13,6% e pela a África do Sul com 6,8%. Fonte: OCDE Comportamento Semanal de Mercado Página 09

10 mai/15 jul/15 set/15 nov/15 jan/16 mar/16 mai/16 jul/16 set/16 nov/16 mai/15 jul/15 set/15 nov/15 jan/16 mar/16 mai/16 jul/16 set/16 nov/16 Sentimento do Consumidor INEC Variação mensal INEC , Fonte: CNI Compras de bens de maior valor Fonte: CNI Endividamento -6,3% Situação Financeira Própria renda -5,9% Desemprego Inflação INEC -3,5% -4,4% -1,7% -3,4% -2,7% 3,1% 3,3% 0,9% 1,1% 2,0% 5,8% 1,4% ICC ICC CA EF , , ,4 40 O índice de confiança do consumidor paulistano (ICC), elaborado pela Fecomércio-SP, apontou uma redução de 5,1% em maio, fechando em 100,6 pts.. Apesar da queda de 6,5% em 2017, o indicador ficou 13,9% maior que há 12 meses atrás quando estava em 90,9 pts.. Na abertura, o índice que avalia as condições atuais recuou 6,8% no mês. Já o que se refere à expectativa futura caiu 4,4%. Em linha, o índice nacional de expectativas do consumidor, elaborado pela CNI, teve uma contração de 2,7% depois de subir 1,4% em abril. No mês, somente o grupo de compras de bens de maior valor teve aumento (3,1%), sendo que todos os restantes apresentaram retrações, com destaque para: endividamento (-6,3%) e própria renda (-5,9%). Fonte: Fecomércio-SP Comportamento Semanal de Mercado Página 10

11 mai/16 jun/16 jul/16 set/16 nov/16 mai/16 jun/16 jul/16 set/16 nov/16 Falências e Recuperações Judiciais Fa lê n c ia s e R e c u p e r a ç õ e s J u d ic ia is - T o ta l d e O c o r r ê n c ia s Fa lê n c ia s R e c u p e r a ç õ e s J u d ic ia is P e r ío d o R e q u e r id a s D e c r e ta d a s R e q u e r id a s D e fe r id a s C o n c e d id a s ja n - m a i ja n f e v m a r a b r m a i ab r /m ai 83,0 % - 5,7 % 131,6 % 103,0 % - 37,5 % jan - m ai17/jan - m ai16 3,0 % 11,7 % - 24,0 % - 23,5 % 138,3 % Fonte: Serasa Experian Recuperações Judiciais Ocorrências acumuladas 12 meses Micro e Pequenas Médias Grandes a.a. 1 90% 70% 50% 30% - -30% 14,3% -4,3% -28,4% Falências Requeridas Ocorrências acumuladas 12 meses a.a. 15% 5% 0% -5% - Micro e Pequenas Médias Grandes 6,4% -7,0% Fonte: Serasa Experian Fonte: Serasa Experian Segundo informações da Serasa Experian, no acumulado do ano (janeiro a maio de 2017), foi registrada uma queda de 24,0% no número de recuperações judiciais requeridas em relação ao mesmo período de contra 755. As micro e pequenas empresas lideraram o ranking de solicitações de recuperação judicial, com 347 solicitações nos primeiros cinco meses de 2017 (no mesmo período de 2016 foram 433). Já em relação ao mês anterior, quando foram apuradas 76 solicitações contra 176 agora, houve um aumento de 131,6%. Com a tendência de queda das taxas de juros e o recuo persistente da inflação, as empresas vão aos poucos recuperando sua capacidade de pagamento, o que favorece a queda dos índices de insolvência, tendência que deverá se manter ao longo dos próximos meses. O indicador de falências apontou que, entre janeiro e maio/17, foram requeridos 694 pedidos de falências, número 3,0% superior ao apurado no mesmo período do ano anterior. Em maio, ocorreram 194 pedidos de falência requerida, um aumento de 83,0% em relação a abril/17. As micro e pequenas empresas foram responsáveis pelo maior número de pedidos de falência em (86). Comportamento Semanal de Mercado Página 11

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