4. Resolução Numérica de Equações (Zero de Funções)
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- João Henrique Barros da Mota
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1 Curso de CNC º Semestre de 5 Engenaria de Controle e Automação UD Sorocaa UNESP 4. Resolução Numérica de Equações Zero de Funções 4. Introdução No eemplo usado na introdução desta apostila, vimos que ao tentar calcularmos a corrente elétrica de um circuito simples contendo apenas uma ateria, um resistor e um diodo, já nos deparamos com um prolema matemático de difícil solução. Esse prolema corresponde ao cálculo do valor da corrente i que satisfaz a equação V kt R i i q ln 4. I s Em outras palavras, precisamos resolver ou encontrar o zero da função acima. Neste capítulo iniciaremos o estudo de métodos numéricos que nos permitirão resolver prolemas como esse. 4. Zeros ou Raízes de Funções Dada uma função f, dizemos que é raiz, ou zero de f se e somente f=. Graficamente, os zeros de uma função f correspondem aos valores de em que a função intercepta o eio orizontal do gráfico, como mostrado na figura 4.. g a 4 5 Figura 4. Interpretação gráfica do zero de uma função. A função g da figura 4. tem 5 raízes no intervalo [a,]:,,, 4, 5. Antonio Cesar Germano Martins
2 Curso de CNC º Semestre de 5 Engenaria de Controle e Automação UD Sorocaa UNESP As raízes de uma função podem ser encontradas analiticamente, ou seja, resolvendo a equação f= de maneira eata, como mostrado nos eemplos a seguir: : pois de é raíz f f f 4. 8 pois : de raíz é a g g g pois : são soluções de quanto tanto Porém, nem sempre é possível se encontrar analiticamente a raiz de uma função, como nos casos a seguir: Nestes casos precisamos de um método numérico para encontrar uma estimativa para a raiz da função estudada, ou seja, um valor tão aproimado quando se deseje. Tais métodos devem envolver as seguintes etapas: Antonio Cesar Germano Martins ln sen e g f
3 Curso de CNC º Semestre de 5 Engenaria de Controle e Automação UD Sorocaa UNESP a Determinação de um intervalo em que contena pelo menos uma raiz da função f, ou seja, isolamento das raízes; Calculo da raiz aproimada através de um processo iterativo até a precisão desejada. 4. Processos Iterativos Eiste um grande número de métodos numéricos que são processos iterativos. Como o próprio nome já diz consulte um dicionário para verificar o significado de iterativo, esses processos se caracterizam pela repetição de uma determinada operação. A idéia nesse tipo de processo é repetir um determinado cálculo várias vezes, otendose a cada repetição ou iteração um resultado mais preciso que aquele otido na iteração anterior. E, a cada iteração utilizase o resultado da iteração anterior como parâmetro de entrada para o cálculo seguinte. Alguns aspectos comuns a qualquer processo iterativo, são: Estimativa inicial: como um processo iterativo se caracteriza pela utilização do resultado da iteração anterior para o cálculo seguinte, a fim de se iniciar um processo iterativo, é preciso que se tena uma estimativa inicial do resultado do prolema. Essa estimativa pode ser conseguida de diferentes formas, conforme o prolema que se deseja resolver; Convergência: a fim de se oter um resultado próimo do resultado real, é preciso que a cada passo ou iteração, o resultado esteja mais próimo daquele esperado, isto é, é preciso que o método convirja para o resultado real. Essa convergência nem sempre é garantida em um processo numérico. Portanto, é muito importante se estar atento a isso e realizar a verificação da convergência do método para um determinado prolema antes de tentar resolvêlo; Critério de Parada: oviamente não podemos repetir um processo numérico infinitamente. É preciso parálo em um determinado instante. Para isso, devemos utilizar um certo critério, que vai depender do prolema a ser resolvido e da precisão que precisamos oter na solução. O critério adotado para parar as iterações de um processo numérico é camado de critério de parada. Para encontrarmos as raízes ou zeros de uma função iremos utilizar métodos numéricos iterativos. Como já mencionado, o primeiro passo para se resolver um processo iterativo corresponde a otenção de uma estimativa inicial para o resultado do prolema. No caso de zeros de funções, usamos a operação camada de isolamento de raízes, que veremos na seção seguinte. 4.4 Isolamento de Raízes Para determinarmos o número e a localização aproimada de raízes de uma função, a fim de otermos uma estimativa inicial a ser usada nos processo iterativos, podemos eaminar o comportamento dessa função através de um esoço gráfico. Por eemplo, seja uma função f tal que: f = g 4. As raízes de f, são tais que: ou ainda: g = 4. Antonio Cesar Germano Martins
4 Curso de CNC º Semestre de 5 Engenaria de Controle e Automação UD Sorocaa UNESP g = 4.4 Assim, os valores de em que o gráfico g intercepta o gráfico de é a raiz de f. Eemplo: Dada a função f = sen [cos ], encontrar os intervalos que contenam raízes entre e. e que Partindo de f=, segue que: sen [cos ] = sen = cos Fazendo os gráficos de sen e cos temos: ª raiz sen cos ª raiz Pelo gráfico, vemos que a função g irá interceptar a função entre / e e entre / e. Portanto, podemos afirmar que eiste uma raiz de f no intervalo [/, ] e no intervalo [/,]. Nem sempre o esoço gráfico é a forma mais prática de se oter um intervalo que contém pelo menos uma raiz da função f. Muitas vezes é preciso se utilizar um método algérico. Para isso, vamos recorrer ao teorema de Bolzano Teorema de Bolzano. Seja uma função f contínua em um intervalo [a,], tal que, fa.f<. Então a função f possui pelo menos uma raiz no intervalo [a,]. Podemos verificar este teorema graficamente: Antonio Cesar Germano Martins 4
5 Curso de CNC º Semestre de 5 Engenaria de Controle e Automação UD Sorocaa UNESP y y f fa a a fa f y a Eemplo: Seja a função f=ln.. Podemos calcular o valor de f para valores aritrários de, como mostrado na taela aaio: 4 f Pelo teorema de Bolzano, concluímos que eiste pelo menos uma raiz real no intervalo [,]. 4.5 Método da Dicotomia ou Bissecção. O método da dicotomia ou issecção é a forma mais intuitiva de se oter a raiz de uma função. Seja uma função f contínua em um intervalo [a,], e uma raiz de f isolada neste intervalo através de um dos métodos descritos no item anterior. Inicialmente, sudividimos este intervalo em suas duas metades, ou seja: a a a ; e ; Antonio Cesar Germano Martins 5
6 Curso de CNC º Semestre de 5 Engenaria de Controle e Automação UD Sorocaa UNESP Verificamos se a raiz está contida na primeira ou na segunda metade do intervalo inicial, usando o teorema de Bolzano. Ou seja, se a função f mudar de sinal entre a e a saeremos que a raiz está nessa primeira metade do intervalo [a,]. Caso a função f mude de sinal entre a e, a raiz deverá estar na segunda metade do intervalo original. Em seguida repetimos o processo para aquela metade que contém a raiz de f: dividimos o intervalo ao meio e verificamos em qual metade está a raiz. Podemos continuar repetindo esse processo indefinidamente. A estimativa da raiz em cada etapa será o ponto médio do intervalo em estudo onde saemos que eiste uma raiz. E, como todo processo numérico, é importante estimarmos o erro nesse resultado otido. No caso do método da issecção, o erro na estimativa será dado pela metade do comprimento do intervalo em estudo. A seguir, uma ilustração desse processo, onde os sinais acima do eio orizontal representam o sinal da função: a a a Eemplo: Encontre uma estimativa para a raiz de: f e com um erro menor ou igual a,5. Os gráficos de e e de são: Antonio Cesar Germano Martins 6
7 Curso de CNC º Semestre de 5 Engenaria de Controle e Automação UD Sorocaa UNESP 4 ep Através da interseção mostrada no grafíco, podemos concluir que a raiz de f [,]. Utilizando o método da dicotomia, temos: f,6,5,5,5,75,5 f f,5, f,75,8,75,5,75,65,5,65,5 f,65,9,65,56,5 4,56,6 f,56, Antonio Cesar Germano Martins 7
8 Curso de CNC º Semestre de 5 Engenaria de Controle e Automação UD Sorocaa UNESP,65,594,56 5,594, f,594,4 Portanto, a raiz da função f=e é igual a,594,. 4.6 Critérios de Parada em um Processo Iterativo Foi usado, até o momento, o seguinte critério de parada: k a k erro estipulado 4.5 onde a k, k é o intervalo que contêm a raiz da função após k iterações. No entanto, se tivermos uma função do seguinte tipo: f é a estimativa da raíz é a raiz de f a Podemos estar satisfazendo e, entretanto, f pode ser muito maior que zero. Assim, em certos casos podese usar a seguinte condição: f erro estipulado 4.6 Antonio Cesar Germano Martins 8
9 Curso de CNC º Semestre de 5 Engenaria de Controle e Automação UD Sorocaa UNESP Tanto o critério 4.5, quanto o critério 4.6, podem levar a um número muito grande de iterações. Uma maneira de se contornar este prolema é tomar como um critério de parada adicional, um certo número de iterações máimo Estimativa do número de iterações no método da isseção. Como, no método da isseção, em cada passo, dividimos o intervalo por, temos: k a o ak o k 4.7 onde k é o número de iterações e [a o, o] é o intervalo inicial que isola a raiz da função. Dado o seguinte critério de parada: k a k 4.8 onde é o erro estipulado, temos que: k a k 4.9 De 4.9 em 4.7: o a o 4. k Rearranjando os termos em 4.: k o a o 4. Tomando o log de amos os lados de 4.: log k o ao log 4. e usando as propriedades do log segue que: Antonio Cesar Germano Martins 9
10 Curso de CNC º Semestre de 5 Engenaria de Controle e Automação UD Sorocaa UNESP k log o a o log log 4. A epressão 4. dá o número de iterações necessárias para que o critério de parada, definido em 4.8, seja satisfeito. Antonio Cesar Germano Martins
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