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PN 5226.06-5; Ap: TC Valongo, 2º J ( ) Ap.es: Apºs: Em Conferência no tribunal da Relação do Porto I. INTRODUÇÃO: (1) Os AA discordaram da decisão de julgamento no saneador desta causa - foram os RR absolvidos do pedido: (i) anulação da escritura, CM Valongo, 04.10.29, de compra e venda entre mãe e filhos do prédio urbano sito na Rua do Ramalho, 276, Valongo, por falta de consentimento de, outro dos filhos; (ii) cancelamento do correspondente acto registal e subsequentes com base neste bem como, em paralelo, das in scrições referentes aos prédios 1 Advª: Drª. 2 Advªs: Drª 1

das verbas 9, 10 e 11 da descrição de bens do inventário por morte do pa i: não lhe pertencia o terreno onde foram construídos os edifícios partilhados; (iii) condenação dos RR a reconhecerem que o terreno de implantação da casa não é propriedade nem dos AA, nem dos RR, que são apenas donos das benfeitorias que o marido e pai construiu em terrenos que trazia de renda; (iv) anulação do contrato promessa de compra e venda da habitação em causa que celebraram com os RR. (2) Da sentença recorrida: (a) Invocam os RR., na contestação, que a PI é inepta, por serem contraditórios o pedido I. 1.(ii), e a causa de pedir3, mas analisando-o, e aos factos que a constituem, não existe qualquer contradição, pois estes se traduzem na desconformidade do acto registado com a realidade, na medida em que os titulares inscritos não serão titulares do direito de propriedade do solo. (b) Questão diversa e que se prende com o mérito da causa é a de saber se, ao edificar as construções, o construtor terá adquirido o direito de propriedade, ou outro direito real sobre o solo, que então lhe não pertencia. (c) Entretanto, da procedência do pedido de condenação dos RR a reconhecerem que a propriedade do terreno onde se encontram edificados os bens imóveis do litígio lhes não pertence e a consequente ordem de cancelamento dos reg istos existentes, não decorre qualquer utilidade para o A., uma vez que este imputa a titularidade do direito de propriedade do prédio a terceiros: estes e não outros é que seriam os legítimos AA. numa causa em que fosse formulado idêntico pedido. 3 Os AA pedem o cancelamento do registo do prédio [nº 276 da Rua do Ramalho, Valongo] e de todas as inscrições em vigor, po r considerarem que o A. d a sucessão não era o proprietário do chão, mas tão só das benfeitorias, pedindo antes ainda que os RR. reconheçam tais circunstâncias, mas n ão pedem a nulidade da venda levada a cabo por todos o s RR. na escritura que referem com base na n ulidade ou inexistência do registo, apesar de aleg arem na PI que inexistia o direito de propriedade na titularida de dos restantes RR. 2

(d) E pretendendo o A. ver cancelados os registos que contenham inscrição a seu favor desse mesmo prédio deverá, sim, providenciar por isso, junto da C. Reg. P. competente. (e) Do mesmo modo, o A. é parte ilegítima na presente acção relativamente aos pedidos formulados sob a alínea I. (1 ) (ii), no segmento que diz respeito ao pedido de cancelamento das inscrições sobre os prédios das verbas 9, 10 e 11 da descrição de bens do inventário por morte de, bem como quanto ao cancelamento de todo e qualquer registo feito a favor dos AA. e RR que provenha dessa sucessão; também relativamente ao pedido paralelo formulado sob a alínea I. (1) (iii), de condenação dos RR a reconhecerem que nem os AA nem eles são donos daqueles mesmos prédios. (f) Quanto ao pedido de anulação da escritura de compra e venda 04.10.29, na qual a mãe do A. marido e os irmãos e cunhados deste declararam vender a, filha e irmã, estando as declarações negociais plasmadas numa única escritura, uma declaração da nulidade, a proceder, abrangeria tão só a declaração da mãe quando declarou vender à filha, mas quanto às demais declarações, não estando alegado que padeçam de qualquer vício, manter-se-iam em toda a plenitude: para além das RR.,, os demais RR. não têm interesse em contradizer. (g) São, pois, partes ilegítimas os RR. e respectivos cônjuges quanto ao pedido I (1) (i). (h) Alegaram de passo os AA que ao proferirem as declarações de vontade ínsitas no escrito que designaram por contrato promessa o fizeram sob erro, pois desconheciam que o chão onde se encontra erguida a casa de habitação com quintal sita na Rua do Ramalho, 276 Valongo, não era da propriedade deles, mas d e terceiros. (i) Contudo, este facto resulta claro do teor do escrito que subscreveram, embora importe referir que nem alegaram factos de onde decorra a essencialidade do conhecimento daquela circunstância para a formação da vontade contratual expressa. 3

(j) De igual modo, não existe fundamento para ser anulada a promessa por desconformidade entre a cláusula de preço já-totalmente-pago e a realidade, posto que os AA, conjuntamente com procederam ao pagamento parcial de uma dívida ao FGA [compensada], quando, relativamente a este facto, é notória a inexistência de erro: tratando-se de um acto pessoal era seguramente do conhecimento dos subscritores do escrito contratual. (k) Improcede, p ois, o pedido de anulação do contrato promessa em causa, por este motivo. (l) Por outro lado, no caso em apreço, os AA são promitentes vendedores e não alegam factos de onde decorra a culpa da promitente compradora na inobservância da forma leg al da promessa e esta nulidade não é, sequer do conhecimento oficioso4 (n) Também, no que ao próximo ponto interessa, resulta da matéria de facto que no escrito que os AA subscreveram foi incluída uma cláusula, de acordo com a qual declararam autorizar a mãe a vender à filha 5/8 do prédio de que era dona. (o) Esta declaração é bastante ao consentimento previsto na lei, tanto mais que o A. não alega em concreto, e quanto a esta declaração, qualquer facto impeditivo de ser eficaz. (p) Na verdade, ainda q ue ao A. fosse permitido invocar a nulidade do contrato promessa e esta fosse aceite pelo tribunal, tal circunstância não teria a virtualidade de afectar a autorização: quanto a esta não são aplicáveis os motivos que determinam a exigência de forma do artº 410/3 CC. (q) Assim, o escrito designado contrato promessa exprime o consentimento válido e eficaz dado pelos AA. à compra e venda depois celebrada entre as RR,. (r) E respondendo, aqui e agora, aos RR., vista a norma do artº 334 CC, surge a conclusão lógica de o abuso de direito, ao contrário da falta ou carência de direito, pressupor a existência e a titularidade do poder formal que envolve a verdadeira substância do direito subjectivo, bem 4 Cit. Assento 3/9501.02, GR S I A 95.04.22 e Ac STJ 04.05.06, Ac STJ 03.05.13 e Ac STJ 03.10.16 in www.dgsi.pt. 4

como das faculdades ou das liberdades reconhecidas a determinadas pessoas5 (s) Resulta, contudo, do que acima ficou dito que o A., marido, não é, desde logo, titular dos direitos em que baseia o pedido nesta acção, e no que respeito ao alegado vício de forma da promessa é a lei que lhe retira a faculdade de ver declarada a nulidade; quanto aos demais fundamentos (vício de vontade e falta de consentimento ), ou não há factos em que assentem ou demonstram-se n egativos no conjunto da matéria provada, inviáveis, por consegu inte, as pretensões correspondentes: não é caso de abuso d e direito, mas de actuação sem direito. (t) Agora, no caso em apreço, atento o conteúdo da matéria de facto, mormente, a cláusula 14 do contrato promessa, é certo que os AA. sabiam que tinham dado consentimento à venda realizada entre as duas familiares: por esse motivo, não têm fundamento para pedir a anulação do negócio; (u) Esta falta de fundamento é do conhecimento dos AA, tanto mais que com os outros RR. subscreveram o contrato promessa e de forma a salvaguardarem futuras acções destinadas à anulação da compra e venda: agiram com má-fé e vão condenados na multa de 25 UCs. II. MATÉRIA ASSE NTE: (a) são filhos de através de escrito na qual apuseram as assinaturas todos eles e os casados com as mulheres declararam prometer vender a que declarou prometer comprá-las às partes indivisas do direito de propriedade de uma casa destinada a habitação com quintal, sita na Rua do R amalho 276, Valongo, que confronto do N. com, do S. com, do Nasc. com e do Po. com Moinho. 5 Cit. A. Varela, RLJ, 114, p. 75. 5

(b) De acordo com a cláusula 13 desse escrito, seria da responsabilidade de adquirir o terreno onde se encontra implantada a casa referida. (c) E nos termos da cláusula 14 do mesmo, o A., irmão, e respectivo cônjuge, declaram autorizar, mãe, a vender à filha,, os 5/8 indivisos de que ela era dona. (d) Mediante escritura pública, CM Valongo, 04.10.20, e os filhos declararam vender a, que declarou comprar o prédio urbano, composto de casa, terra e quintal, com área coberta de 52 m2 e descoberta de 573, sito na Rua do ramalho, 276, Valongo, desc. C. Reg. P. 021299/2101974, Valongo, insc. G1 a favor dos outorgantes e insc. mat. Art 1319. (e) Nos termos da mesma escritura, a venda foi f eita nas seguintes proporções: 5/8 indivisos de e 1/24 indivisos de cada um dos restantes vendedores. (f) Declararam ainda todos os filhos autorizar a venda levada a cabo por. III. CLS/ALEGAÇÕE S: (1) Os recorrentes são partes legítimas relativamente aos pedidos de cancelamento do registo sobre os prédios mencionados sob as verbas 9, 10 e 11 da descrição de bens do inventário por morte do pai, bem como no que diz respeito ao cancelamento de todos e qualquer registo feito quer a favor dos AA quer dos RR que advenha da sucessão por morte de. (2) Não restam dúvidas de que tem interesse dir ecto em demandar, sendo certo que esse interesse em demandar se exprime pela utilidade derivada da procedência da acção: são titulares do interesse relevante neste sentido os sujeitos da relação controvertida, tal como é configurada pelo A., artº 26/1.2.3 CPC. (3) Aliás, o tribunal declarou a ilegitimidade do A., marido, quanto a esse pedido e, mesmo aí, só em parte; em paralelo também quanto ao pedido de condenação dos RR a reconhecerem que o chão onde está implantado o edifício em debate lhes não pertence, mas a terceiros. (4) Portanto, qu anto aos demais pedidos, os AA não são partes ilegítimas; donde a causa terá de prosseguir até julgamento. 6

(5) Por outro lado, ao tratar da legitimidade dos RR, o tribunal recorrido entendeu julgá-los partes ilegítimas quanto ao pedido de anulação da escritura de compra e venda, CM Valongo, 04.10.29 de compra e venda do prédio urbano sito na Rua do Ramalho, 276, Valongo, entre mãe e filhos, por falta de consentimento deles, também filhos. (6) Ora, os R R em questão intervieram pesso al e fisicamente na escritura, essa que os AA pretendem justamente anular: a decisão não tem razão de ser, artº 877 e 1687 CC. (7) Donde, também nesta parte, deve a causa prosseguir. (8) Depois, sem a realização do devido e necessário julgamento, tendo em conta a matéria controvertida d a réplica e da PI, maxime, 17 ss, 21 ss e 28 ss, jamais o tribunal recorrido teria podido concluir pela improcedência do pedido de anulação do contrato promessa com fundamento em vício de vontade. (9) Também no que diz respeito à nulidade formal invocada pelos AA., não poderia ter sido afastada, desde logo, porque a promessa se refere a um prédio urbano e as assinaturas nem seque estão reconhecidas notarialmente6. (10) E os AA. podem invocar tal nulidade porque intervieram no acto, acreditando na representação que tinham, então, da realidade, artº 17 ss, 21 ss e 28 ss PI: não são terceiros. (11) Por fim, na venda a filhos que está em questão, a falta dos AA.-recorrentes na respectiva escritura notarial, e como um dos filhos, conduz à anulabilidade do acto notarial em causa. (12) Mais uma v ez, convém ao desfecho justo o julgamento da causa, porque os AA. pura e simplesmente recusaram esse consentimento. (13) Por consequência, os ap.es não deduziram pretensão cuja falta de fundamento devessem não ignorar: a parte, mesmo que não tenha razão, apenas defende convictamente o seu ponto de vista. (14) De mais a mais, a condenação atingiu um montante demasiadamente elevado, 25 UCS, quando os AA. não são pessoas de réditos, podendo mesmo 6 Cit. em abono: Ac RP 93.1 1.04 Em contrato de promessa de compra e venda de prédio, o reconhecimento presencial das assinaturas o utorgantes e a certificação d a licença de con strução pelo notário são formalidades ad substanciam, artº 410/3 CC, cuja falta implica nulidade. 7

ser considerados da classe média-baixa: o A. marido, vive do trabalho como madeireiro. (15) De qualquer modo, o tribunal não averiguou sequer o que quer que fosse acerca do nível económico dos condenados em má-fé. (16) Em suma: (i) não devia ter sido proferida a sentença do saneador;(ii) não deviam ter sido absolvid os os RR do pedido de anulação de escritura de compra e venda;(iii) não deviam ter sido absolvidos os R R do pedido de declaração da nulidade do contrato promessa;(iv) não deviam ter sido condenados os AA. como litigantes de má-fé. (17) Por isso, e porque decidiu ao contrário, d everá ser revogada a sentença recorrida. IV. CONTRA-ALEGAÇÕES: (1) Não se vê nenhuma r azão alegad a pelos ap.es que justifique decisão diversa da sentença recorrida: deve ser mantida na totalidade. (2) Não se vê qualquer interesse na continuação da lide, que por outros caminhos viria sempre a dar o mesmo resultado: pedidos improcedentes. (3) Porém, se a acção tiv er de prosseguir para julgamento, propõe-se ao tribunal de recurso, no âmbito e alcance do artº 684 A CPC que tome conhecimento do problema levantado pela improcedência na sentença de 1ª instância das excepções deduzidas pelos apºs na contestação, nomeadamente, as ex cepções de ilegitimidade activa, de ineptidão da petição inicial e de abuso de direito. V. RECURSO, julgado, nos termos do artº 705 CPC: (1) É clara a argumentação de facto e de direito da sentença de 1ª instância e não há razão, nomeadamente, para as críticas formalísticas das conclusões do recurso, por exemplo, em matéria de legitimidade. (2) Certo é que o esclarecimento da vontade dos AA. e o conhecimento da circunstância em si e por si mesma de que o solo de implantação dos edifícios (que são pretexto do) litígio não pertencia à herança do pai mas a terceiros, está solidamente alicerçada em documentos de que nem sequer foi arguida a falsidade. 8

(3) Portanto, não há motivo sério de alteração da sentença recorrida, o que não indica automaticamente deverem os recorrentes ser condenados como litigantes de má fé. (4) Com efeito, propuseram esta causa nos limites da temeridade, é certo, mas com razões e motivos que talvez não tivessem sabido expressar de todo com clareza, e que apontam no fundamental para uma atitude de apego ao ordenamento na defesa de direitos que reputaram justos e deles próprios: não devem ser censurados nesse limite maior da aplicação de uma multa. (5) Por isso mesmo, a única alteração que foi para a senten ça de 1ª instância é esta: cair a condenação em 25 UC s por litigância dos AA. VI. RECLAMAÇÃO, nos termos do artº 700 /3 CPC: sem exposição de motivos e, naturalmente, sem resposta. VII. SEQUÊNCIA: retomam em colectivo o despacho reclamado, por concordarem com os motivos e a solução dada ao caso, que remete por sua v ez de modo sintético para a sentença de 1ª instância, apresentada em I (2) (a) (u). VIII. CUSTAS: pelos AA., que sucumbiram, n ão sendo contadas quanto a este passo, necessário à identidade do julgamento definitivo. 9