EXAME NACIONAL DE ACESSO AO ESTÁGIO GRELHAS DE CORRECÇÃO. I GRUPO Questões Obrigatórias (13,5 valores) II GRUPO Questões Opcionais (6,5 valores)
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- Mônica Neves Castelhano
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1 ORDEM DOS ADVOGADOS Comissão Nacional de Avaliação EXAME NACIONAL DE ACESSO AO ESTÁGIO GRELHAS DE CORRECÇÃO I GRUPO Questões Obrigatórias (13,5 valores) II GRUPO Questões Opcionais (6,5 valores) 30 de Março de 2010
2 I GRUPO Questões Obrigatórias (13,5 valores) I 1- O contrato-promessa é válido, porque nos termos do artigo 410º, nº2 do C. Civil, basta que conste de documento assinado pelos dois contraentes. Bernardo pode, ao abrigo do artigo 830º do C. Civil, obter sentença que substitua a declaração negocial do António (acção de execução especifica) (2,25v) 2- Acção declarativa constitutiva sob a forma sumária (arts. 4º, nº1 e nº2, alinea c) e 462º do C.P.Civil, e 31º, nº1 da Lei de Organização e Funcionamento dos Tribunais Judiciais). O valor da acção é ,00 (artº 310 nº 1 C.P.Civil) (2,25v) II Artº 1, alínea f) do CPP Artº 303 do CPP Artº 358 e 359 do CPP Artº 379, nº 1, alínea b) do CPP (4,5v) III 1) António pode invocar o vicio da vontade (art.257º C.Civil incapacidade acidental) para não pagar, como meio de defesa pessoal (art.514, nº1 do C.Civil).
3 Daniel pode, mesmo assim, reclamar dos outros devedores a prestação integral (art.519º, nº2 do C.Civil). (1,5v)
4 2) Trata-se do contrato de remissão. Daniel, como credor, pode perdoar a divida por contrato celebrado com Bernardo (art.863º do C.Civil). Os restantes devedores continuam, todavia, devedores da parte não perdoada (864º, nº1 C.Civil). (1,5v) 3) Não. Pode invocar a compensação para se libertar do pagamento de ,00, mas continua devedor do restante (art.518º C.Civil - exclusão do beneficio da divisão). (1,5v)
5 II GRUPO Questões Opcionais (6,5 valores) Das questões seguintes deverá responder apenas a duas: Questão A - 3,25 Valores I Tópicos de correcção: 1. Discricionariedade técnica. Conceitos indeterminados: o conceito de «salvaguarda da saúde pública». Sua sindicabilidade/insindicabilidade judicial; o papel do juiz entre a protecção dos direitos e interesses legítimos dos particulares (aqui a sociedade proprietária do laboratório) e a apreciação «técnica» e «complexa» do acto administrativo. A importância, neste contexto, do princípio da proporcionalidade: aptidão da medida adoptada para o fim pretendido; produção do mínimo de interferência nos direitos e interesses dos interessados; maior benefício para o interesse público protegido do que o prejuízo para o interesse particular afectado. 2. Princípio da participação dos particulares, ausência de audiência do interessado: casos em que não há lugar a tal: urgência (artigos 100.º e seguintes do CPA). 3. O dever de fundamentação; exigências de fundamentação neste caso. Artigo 124.º do CPA. Qualificação do vício de falta de fundamentação ou fundamentação ininteligível ou insuficiente. Qualificação dos vícios: artigo 133.º e seguintes: regime da nulidade e da anulabilidade.
6 4. Referência aos meios graciosos de reacção (reclamação e recurso tutelar, 177.º CPA). Apreciação crítica da sua eficácia para o fim pretendido. Necessidade de decisão urgente. Os efeitos do recurso à via graciosa sobre o prazo para utilização dos meios contenciosos (59.º, n.º4 Código de Processo nos Tribunais Administrativos CPTA). Apreciação crítica da utilidade deste efeito jurídico para o fim pretendido. 5. A via contenciosa; Providência cautelar para suspensão de eficácia de acto (112.º e seguintes do CPTA). Tribunal competente, legitimidade activa e passiva, Cumulação de pedidos: condicionalismo; questão aberta; outros pedidos; cumulação com o pedido de autorização provisória para prosseguir actividade. Conexão com a acção principal; o requerimento de decretamento provisório da providência (131.º CPTA): questionar a sua aplicabilidade em situações como a descrita. 6. Garantias de imparcialidade (artigos 44.º e seguintes do CPA), casos de impedimento; efeitos do impedimento sobre o acto. 7. Condicionamento legal da revogação; revogação de acto válido ou inválido (artigos 140.º e seguintes do Código do Procedimento Administrativo (CPA); diferenças. Artigo 65.º da LPTA, efeitos do acto revogatório sobre o processo.
7 Questão B - 3,25 Valores II Tópicos para uma resolução do caso A e B, enquanto profissionais liberais, não são comerciantes; também a qualidade de sócio de uma sociedade comercial não lhes atribui a qualidade de comerciante: comerciante é a sociedade, não os respectivos sócios. C, dono de um stand de automóveis, já é comerciante (artigo 13.º e 463.º do Código Comercial). A compra do veículo automóvel (porque se destina a revenda), praticado embora por não comerciantes, é um acto objectivamente comercial (artigo 463.º, n.º 1 CCom), assim como o é a venda do automóvel (artigo 463.º, n.º 3 CCom). Ao contrário do direito civil (cfr. artigo 513.º CC), no direito comercial, o regime regra das obrigações plurais é o da solidariedade dos co-obrigados (artigo 100.º CCom). Ora, apesar de os devedores não serem comerciantes, o regime da solidariedade é-lhes aplicável, uma vez que o acto em causa a compra é, relativamente a eles, um acto comercial (cfr. artigo 100.º, único CCom). Por isso, o credor C poderia responsabilizar e exigir de qualquer um dos compradores a totalidade do preço. (3,25v)
8 Questão C - 3,25 Valores III Tópicos de Correcção a) Tempo de trabalho, período normal de trabalho e período de descanso (art. 197º a 199º do CT 2009); - Conceito de horário e intervalo para descanso (art. 200º e 213º do CT 2009); - Competência para a sua elaboração e alteração (art. 212º e 217º do CT 2009); - Tendo o horário sido acordado mediante a sua previsão no próprio contrato de trabalho conclui-se que somente poderá ser alterado mediante concordância do trabalhador. (2v) b) Conversão de contrato sem termo em contrato a termo resolutivo certo, com regime especial a evidenciar por contraposição ao regime geral dos contratos a termo resolutivo certo, no caso de o trabalhador atingir 70 anos de idade sem ter havido reforma (termo resolutivo certo e impróprio) - art. 348º, n.º 3 e n.º 2, do CT 2009). (1,25v)
9 Questão D - 3,25 Valores IV Os procedimentos à disposição do contribuinte são: a) A reclamação graciosa (artigos 68º e seguintes do CPPT); b) O recurso hierárquico (artigos 66º e 67º do CPPT); e c) A revisão oficiosa (artigo 78º da LGT). Em caso de omissão de decisão administrativa, o prazo para deduzir impugnação judicial começa a correr 6 meses após a data da interposição do procedimento (artigo 57º n.ºs 1 e 5 da LGT), com excepção do recurso hierárquico, em que esse prazo começa a correr 60 dias após a interposição (artigo 66º n.º 5 do CPPT). O prazo para deduzir a impugnação judicial termina volvidos 90 dias (artigo 102º n.º 1 alínea d) do CPPT), salvo se respeitar à reclamação graciosa dos seguintes actos, em que termina volvidos 30 dias: a) Autoliquidação (artigo 131º n.º 2 do CPPT); b) Retenção na fonte (artigo 132º n.º 5 do CPPT).
10 Questão E - 3,25 Valores V 1) Acção de divórcio por mutuo consentimento. Não podem socorrer-se da acção de divórcio sem consentimento, porque a separação de facto é inferior a um ano (artigo 1781º, nº1, alínea a) e artigos 1773º e ss. C.Civil). (1v) 2) Pode, se ficar provado no processo que a separação de facto é anterior à data de propositura da acção de divórcio e se requerer que os efeitos do divórcio se retroajam a essa data (art.1789º, nº2 C.Civil). É também necessário que a sentença de divórcio tenha sido registada (art.1789º, nº3). (1v) 3) Sim, se o tribunal lhe der de arrendamento, a seu pedido, a casa, considerando as necessidades de cada um dos cônjuges (art.1793º, nº1 do C.Civil), seja a casa bem comum ou bem próprio de António. (0,75v) 4) Sim. Apesar de o artigo 2016º, nº1 C.C. dispor que cada cônjuge deve prover à sua subsistência, depois do divórcio, o nº2 atribui esse direito aos cônjuges. Todavia, o montante será fixado tendo em conta circunstâncias previstas no 2016º-A. (0,5v)
11 Questão F - 3,25 Valores VI 1- Nos casos previstos no artigo 1326º do C.P.Civil, e quando o Ministério Público o requeira, nos termos do artigo 2102º, nº2 do C.Civil. O objectivo é pôr termo à comunhão de bens, é partilhar os bens. (1,75v) 2- Cada um dos herdeiros na proporção da quota que lhe tenha cabido na herança (2098º, nº1 C.Civil). (1,5v)
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