MECÂNICA CLÁSSICA. AULA N o 5. Aplicações do Lagrangeano Trajetória no Espaço de Fases para o Pêndulo Harmônico

Documentos relacionados
OSCILAÇÕES. 9.1 O movimento harmônico simples

x = Acos (Equação da posição) v = Asen (Equação da velocidade) a = Acos (Equação da aceleração)

CAPÍTULO 7. Seja um corpo rígido C, de massa m e um elemento de massa dm num ponto qualquer deste corpo. v P

Capítulo 15 Oscilações

Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia

Mecânica Analítica REVISÃO

Capítulo 3 Teoria Cinética dos Gases.

J L. PDF created with pdffactory Pro trial version

Unidade II - Oscilação

Unidade II 2. Oscilações

TE220 DINÂMICA DE FENÔMENOS ONDULATÓRIOS

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO. Segunda Chamada (SC) 1/8/2016

Eletromagnetismo e Ótica (MEAer/LEAN) Polarização

Aplicações de Equações Diferenciais de Segunda Ordem

Aula 1a As Leis de Kepler e a Gravitação Newtoniana

Laboratório de Física 2

TE220 DINÂMICA DE FENÔMENOS ONDULATÓRIOS

Exp Movimento Harmônico Amortecido

7. OSCILADOR HARMÓNICO COMPOSTO

Exame de Conhecimentos em Física

a 2 c = 3 a 36 a4 72 a II inv = a 8

VIBRAÇÕES MECÂNICAS - CAPÍTULO 2 - VIBRAÇÃO LIVRE VIBRAÇÃO LIVRE

Prof. Anderson Coser Gaudio Departamento de Física Centro de Ciências Exatas Universidade Federal do Espírito Santo

Lista de Exercícios de Cálculo 3 Segunda Semana - 01/2016

Matemática Inglês RESPOSTAS ESPERADAS. Questão 1. Questão 2

Eletromagnetismo I. Aula 9

SISTEMAS BINÁRIOS ESTELARES

Segunda lista de exercícios

Matemática Computacional. Carlos Alberto Alonso Sanches Juliana de Melo Bezerra

Modelagem Matemática de Sistemas Mecânicos Híbridos pela Mecânica Newtoniana

SISTEMAS DIGITAIS FUNÇÕES LÓGICAS

Secção 3. Aplicações das equações diferenciais de primeira ordem

LEIS DAS COLISÕES. ' m2. p = +, (1) = p1 ' 2

Física. Resolução das atividades complementares. F10 Movimento harmônico simples

Movimento oscilatório forçado

Universidade Federal do Paraná Setor de Ciências Exatas Departamento de Física. Referências bibliográficas: H S T.

Departamento de Física - Universidade do Algarve LEIS DAS COLISÕES

Mais derivadas. g(x)f (x) f(x)g (x) g(x) 2 cf(x), com c R cf (x) x r, com r R. rx r 1

Física II Ondas, Fluidos e Termodinâmica USP Prof. Antônio Roque Aula

Oscilações e Ondas Oscilações forçadas

Quantidade de movimento ou momento linear Sistemas materiais

Estudo Físico dos Gases

1ºAula Cap. 09 Sistemas de partículas

Universidade Federal Rural do Semi Árido UFERSA Pro Reitoria de Graduação PROGRAD Disciplina: Física II Professora: Subênia Medeiros

Prova 1/3. Nome: Assinatura: Matrícula UFES: Semestre: 2013/2 Curso: Física (B e L) Turmas: 01 e 02 Data: 11/11/2013 GABARITO

A Regra da Cadeia. 14 de novembro de u(x) = sen x. v(x) = cos x. w(x) = x 5

a) Sabendo que o carro A faz 6 km por litro de combustível no circuito, quantos litros esse carro gastará durante o percurso total?

Curso de Física Básica - H. Moysés Nussenzveig Resolução do Volume III Capítulo 2 A Lei de Coulomb

Geometria Analítica e Álgebra Linear

Sistemas Digitais (SD)

a) Calcular a energia cinética com que a moeda chega ao piso.

Prof. A.F.Guimarães Questões Dinâmica 1 As Leis de Newton

Capítulo I Noções básicas sobre incertezas em medidas (cont.) Capítulo II Propagação de erros

APLICAÇÕES DA TRIGONOMETRIA ESFÉRICA NA CARTOGRAFIA E NA ASTRONOMIA

Valter B. Dantas. Geometria das massas

III Corpos rígidos e sistemas equivalentes de forças

Experiência 02: Circuito RC Representação Fasorial

EQUILÍBRIO DA ALAVANCA

Cálculo Numérico Computacional Exercícios. que coïncida com f até na terceira derivada:

Os Números Racionais e Irracionais. Máximo divisor comum e mínimo múltiplo comum: Critérios de divisibilidade. n e n. m são ditas irredutíveis,

CAPÍTULO 7. ( p)= -1 p2. Segue que a reta tangente no ponto de abscissa p é y 1. f( x)- f() Exercícios f( x)= sen px. Exercícios

Leis de Newton. 1.1 Sistemas de inércia

As Oscilações estão presentes no nosso dia a dia como o vento que balança uma linha de transmissão elétrica, as vibrações da membrana de um

CCI-22 CCI-22. 7) Integração Numérica. Matemática Computacional. Definição Fórmulas de Newton-Cotes. Definição Fórmulas de Newton-Cotes

Física Geral I. 1º semestre /05. Indique na folha de teste o tipo de prova que está a realizar: A, B ou C

O Problema da Intersecção de Segmentos. António Leslie Bajuelos Departamento de Matemática Universidade de Aveiro

Oscilações Mecânicas ONDAS PERÍODICAS 20/07/2012 ELEMENTOS DE UMA ONDA: MOVIMENTO HARMÔNICO SIMPLES (MHS) EQUAÇÃO HORÁRIA DA VELOCIDADE NO MHS

QUESTÕES COMENTADAS DE MECÂNICA

Inversão dos Dados de Medidas das Resistividades do Solo

TRABALHO Nº 5 ANÉIS DE NEWTON

Questão 37. Questão 39. Questão 38. Questão 40. alternativa D. alternativa C. alternativa A. a) 20N. d) 5N. b) 15N. e) 2,5N. c) 10N.

UNIFEI-Campus Itabira Eletromagnetismo Lista de Exercicios #1

F-128 Física Geral I. Aula Exploratória 06 Unicamp IFGW

A Regra da Cadeia Continuação das notas de aula do mês 11/03 Versão de 20 de Novembro de 2003

ONDAS l. 3. Ondas de matéria Associadas a elétrons, prótons e outras partículas elementares, e mesmo com átomos e moléculas.

Universidade Federal do Pampa UNIPAMPA. Oscilações. Prof. Luis Armas

0.1 Leis de Newton e suas aplicações

Física Geral I. 1º semestre /05. Indique na folha de teste o tipo de prova que está a realizar: A, B ou C

3 Implementação dos Algoritmos no Sistema Experimental

A energia potencial em um ponto de coordenada, associada à força, quando o nível zero é tomado no ponto de coordenada em que, é:

Ao atingir o ponto B pela quarta vez, temos 3,5 oscilações completas em 7 segundos; logo:

Propagação de erros. independentes e aleatórios

Capacitores. Figura 7.1

Física 2 Atividade 3 -Rotação de corpos rígidos e Dinâmica do Movimento de Rotação - MHS Torque e Momento Angular - Prof. Dr. Cláudio Sérgio Sartori

LIMITES FUNDAMENTAL. Jair Silvério dos Santos * sen x

MOVIMENTO OSCILATÓRIO

Docente Marília Silva Soares Ano letivo 2012/2013 1

Modulo 5 Lei de Stevin

Gabarito - Lista de Exercícios 2

Aplicação da conservação da energia mecânica a movimentos em campos gravíticos

Fenômenos de Transporte. Aula 1 do segundo semestre de 2012

1. Movimento Harmônico Simples

Importante: i. Nas cinco páginas seguintes contém problemas para se resolver e entregar. ii. Ler os enunciados com atenção.

Resoluções dos testes propostos

Regras do Produto e do Quociente. Regras do Produto e do Quociente

Prof. A.F.Guimarães Questões Dinâmica 4 Impulso e Quantidade de Movimento Questão 1

Aula 6-2 Campo Magnético Física Geral e Experimental III Prof. Cláudio Graça

Exemplo: Controlo digital de um motor de corrente contínua

Geometria Analítica e Álgebra Linear

INTRODUÇÃO ÀS FINANÇAS TAXAS NOMINAIS vs EFECTIVAS TAXAS EQUIVALENTES PARA PERÍODOS DIFERENTES TAE E TAEG

Transcrição:

1 MECÂNICA CLÁSSICA AULA N o 5 Aplicações o Lagrangeano Trajetória no Espaço e Fases para o Pênulo Harônico Vaos ver três eeplos, para ostrar a aior faciliae a aplicação o Lagrangeano, quano coparaa ao cálculo as equações o oviento através as equações e Newton F a, pois é uito ais siples calcular velociaes o que acelerações 1-Pênulo siples: Vaos consierar a haste rígia e se peso A nossa coorenaa generalizaa para este sistea será o ângulo V r sen, r cos r cos, r sen 1 1 1 T V r cos sen r usano U ( ) 0 para 90 U ( ) g r cos 1 L T U r g r cos L L aplicano as equações e Euler-Lagrange, q q L r r g r sen r gsen 1 H i qi L r g r cos 1 H r g r cos H T U o, tereos: -Pênulo uplo: Nossas uas coorenaas generalizaas, que eterina copletaente o estao o sistea, serão e 1 T r V r cos r cos, r sen r sen T r cos cos cos cos sen sen sen sen Notas baseaas nas aulas o Prof Leonar Susskin Universiae e Stanfor

T T r cos cos sen sen r cos É interessante notar a presença o tero cos na epressão a energia cinética que copõe o Lagrangeano o sistea Este tero significa que, na ausência e graviae, este sistea apresentaria sietria e relação a ua rotação, pois isso não uaria o Lagrangeano, que não teria assi o tero epenente a energia potencial (função e e ) e que só epeneria a iferença ente e A energia potencial o sistea é aa por: U g r g r r cos cos cos Então o Lagrangeano o sistea é ao por: L cos g r cos cos Observano o Lagrangeano, veos que, se estiveros nu ponto one a graviae seja esprezível, o tero a energia potencial esaparece e o Lagrangeano não se oifica co a rotação o sistea e, portanto, ocorre a conservação o oento angular, fato que não sucee sob a influência o capo gravitacional Assi, se tiveros: qi qi fi ( q) ( fi ( q) 1), então o Lagrangeano não uaria e valor Neste caso, a Carga e Noether (a quantia conservaa) seria: i fi( q) i 1 Poeos ser levaos a pensar que epena soente e e que epena soente e, as o problea é ais copleo: L r r cos L r r cos Veos então que epene tabé e, e, enquanto epene e, e A quantia que se conserva será: r cos Voltano ao problea proposto (esconsierano g ), as equações o oviento serão: 1) Para a coorenaa : r r r cos cos L L 4 cos sin ) Para a coorenaa : L L r ( r r cos ) cos cos sin cos sin sin sin Notas baseaas nas aulas o Prof Leonar Susskin Universiae e Stanfor

3 Apesar e trabalhoso, trata-se e u étoo ecânico e be ais siples o que a aplicação as leis e Newton F a O próio eeplo representa o problea ais básico e toa a teoria a Física, o qual aparece a too o oento e e toos os lugares: 3- OSCILADOR HARMÔNICO U Se nós olharos o pênulo siples, vereos que o gráfico e sua energia potencial é ao por u traço seelhante à fora a figura ao lao, obeeceno a ua lei o tipo U g r cos, one se nota o ponto e ínio para 0, no qual a função poe ser aproiaa por ua parábola (aproiação e seguna ore): 1 U g r 1 "Taylor" Fazeno-se esta aproiação e ignorano o tero constante (que não afeta o Lagrangeano), nós tereos: R 1 L g r Assi o oscilaor harônico é efinio por ua função potencial que é proporcional ao quarao a aplitue o eslocaento a posição e equilíbrio Trata-se a ais siples e eata aproiação para potenciais que apresenta u tipo e ínio parecio co o e ua parábola (esta é a razão pela qual este oelo aparece tanto!) U eeplo básico e oscilaor harônico é o sistea MASSA MOLA: = 0 A força eercia pela ola é proporcional ao eslocaento a ola: F k (Força e restauração Lei e Hooke) A energia potencial é aa por U F Coo, neste caso, a força e restauração aponta no sentio contrário ao eslocaento, tereos: K 1 1 U K U L K OBS: O oscilaor harônico é u oelo uito bo para pequenas oscilações, one a aproiação quarática para a energia é eficiente Poré pere a sua valiae, quano as oscilações são e grane aplitue, seja qual for o capo e aplicação As equações o oviento o pênulo são aas por: Notas baseaas nas aulas o Prof Leonar Susskin Universiae e Stanfor

1 1 1 1 k k L L k k A solução para esta equação poe ser u cos ou u sen : cos( wt) wsen wt cos( wt) w cos wt w k O eso resultao é obtio co a função sen Portanto qualquer cobinação linear e cos wt e e sen wt será ua solução para o oscilaor harônico: a cos wt b sen wt Veos que há ois coeficientes livres na solução geral Isto te e acontecer, porque se trata e ua equação e seguna ore, na qual a posição e a velociae iniciais qq, eve ser eterinaas Outra fora e escrever a solução geral é: Acos w t t 0 AMPLITUDE FASE L p k H i qi L = k H A partir este ponto, vaos coeçar a ver a forulação Hailtoniana a Mecânica Até agora, liaos co as equações e Lagrange Vaos passar para as equações e Hailton A forulação Hailtoniana não trabalha co q' s e q' s, as si co q' s e ' s, ou seja, co as coorenaas e seus respectivos oentos canônicos A razão pela qual fazeos isto está na sua aplicação à Mecânica Quântica Vaos epressar o Hailtoniano e teros e q' s e ' s : p p k H Esta equação apresenta ua nova sietria e relação à anterior, pois, alé os teros quaráticos, abas são as próprias funções e não ua sua erivaa! Vaos eplorar esta sietria Façaos u iagraa que represente e p (ESPAÇO DE FASES): p Espaço e Fases U ponto e partia para o oviento é constituío por ua valor e e u valor e p Notas baseaas nas aulas o Prof Leonar Susskin Universiae e Stanfor

Assi ua posição e u oento correspone a u ponto e início o oviento A partir este ponto, o sistea irá escrever ua trajetória no espaço e fases 5 p Sabeos que a energia é conservaa : p K E Trata-se a equação e ua elipse: Se uaros a energia, tereos elipses e iferentes taanhos, as e esa fora Os pontos e intersecção e são aos por: E K e os pontos e intersecção e p são aos por: p E Portanto, one quer que coeceos, o sistea irá escrever a trajetória e ua elipse, anteno-se sepre nela O tepo para se copletar ua volta na elipse epene a frequência o oscilaor harônico Quanto aior, enor o períoo para se copletar ua volta Esse períoo inepene o ponto inicial o oviento, portanto inepene a energia Este oviento rotativo nos iz, seguno as suas projeções, que e p tabé oscila, e oo que, quano é áio, p é ínio e, quano p é áio, é ínio Ne toos os sisteas se ove e trajetórias elípticas, as toos os sisteas se ove seguno linhas e energia constante Ua proprieae iportante o Espaço e Fases é que, aa ua eterinaa área, entro a qual o oviento se inicia, esta área será preservaa ao longo o oviento o sistea Nós voltareos a este assunto ais aiante Notas baseaas nas aulas o Prof Leonar Susskin Universiae e Stanfor