Acordam no Tribunal da Relação do Porto. I. Introdução:

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PN 1402.02 5 1 ; Ap.: Tc. Lamego, 2º Juízo; Ap.e 2 : Maria João Teixeira Morais, Rua S. Lourencinho, 3, 7300 Portalegre; Ap.a 3 : Companhia de Seguros Bonança, SA, Avª José Malhoa, 9, 1049-076 Lisboa. Acordam no Tribunal da Relação do Porto I. Introdução: (a) A Ap.e discorda da condenação da Ap.a, apenas no montante indemnizatório de 15 836,70 e juros desde a data da citação, por via de atropelamento pelo ciclomotor do segurado, sofridos danos que inicialmente computou em Pte 168 858$00 (patrimoniais) e Pte 15 000 000$00 (não patrimoniais), juros também contados da citação. (b) Da sentença: (1) Ficou demonstrado que a demandante gastou Pte 57 500$00 na reparação dos óculos, avariados no acidente; e também em consequência do sinistro, Pte 110 234$00, de consultas e medicamentos, exames médicos e deslocações de táxi e autocarro: total Pte 167 743$00, i.é, 836,70; (2) Tudo o mais que ficou provado,...particularmente quanto à localização das lesões que sofreu, incapacidades temporárias que demandaram, incapacidade parcial permanente (actual e futura) de que ficou afectada, dores, sofrimentos, padecimentos e transtornos que lhe causaram (quer no momento da produção das lesões, quer num período de tratamento e de convalescência, quer nos momentos das intervenções cirúrgicas), dano estético (em consequência das duas cicatrizes 1 Vistos: Des. Ferreira de Sousa ( ); De. Paiva Gonçalves ( ). 2 Adv.: Dr. José Rodrigues Lourenço, Rua do Teatro, 3 1º Esq., 5100-139 Lamego. 3 Adv.: Dr. Gilberto Rocha, Rua do Teatro, 3 1º Dto., 5100-139 Lamego. 1

com que ficou no tornozelo afectado) e vergonha e limitações deste último..., releva unicamente para determinação dos danos não patrimoniais que suportou em consequência do acidente; (3)...considera-se justo, equilibrado e adequado compensar tais danos (na globalidade) com a quantia de 15 000,00; (4) E não há que ter em atenção quaisquer outros danos não patrimoniais..., nem que relegar a sua fixação para execução de sentença, uma vez que não ficou provado fundamento [bastante], i.é, necessidade de a [Ap.e] ser submetida a uma intervenção de cirurgia plástica para reposição da situação anterior; (5) Ao montante global de indemnização... acrescem juros de mora, à taxa legal, desde a data da citação..., nos termos dos arts. 805/3 e 806/1.2 CC 4. II. Matéria assente: (1) Em 98.08.30, 00h40, EN2, confluência entre os dois escadórios da N. S. dos Remédios, Lamego, ocorreu um acidente de viação sob a forma de atropelamento; (2) nele foram intervenientes e Ap.e e o ciclomotor 1-AMM-07-88, pertença de Agostinho de Jesus Vital, e por este conduzido; (3) Agostinho Vital circulava pela EN 2, Penude/Lamego; (4) e tinha, à data do acidente, transferida para a Ap.a a responsabilidade civil que lhe coubesse, emergente de acidentes de viação: contrato de seguro Ap. AU21071407; (5) A Ap.e nasceu em 78.04.10; (6) O acidente ocorreu numa zona destinada a passagem de peões, que se situa na travessia entre as duas partes do escadório do Santuário de NS dos Remédios; (7) No local do acidente a estrada é recta, com cerca de 500m de comprimento, de boa visibilidade; (8) O piso é em paralelo e lages largas, que delimitam a travessia para os peões, encontrando-se em bom estado de conservação; 4 Segue: aquele art. 805/3 não distingue entre juros atinentes a danos patrimoniais e juros relativos a danos não patrimoniais; pelo, contrariamente ao que por vezes se vê em alguns arestos, não faz sentido... limitar os juros desde a citação apenas aos primeiros, e considerar que os segundos só admitem juros a partir da sentença. 2

(9) Fazia bom tempo; (10) A Ap.e atravessada entre os dois escadórios, no sentido descendente, para atingir a Avª Dr. Alfredo Sousa; (11) O condutor do AMM avistou a Ap.e, mas não afrouxou a marcha e não conseguiu detê-lo no espaço visível em frente; (12) Transpôs a sua faixa de rodagem, invadiu a faixa do lado esquerdo, e foi colher a Ap.e, quando esta se encontrava a meio da hemi-faixa esquerda da EN 2, atento o sentido de marcha que o ciclomotor levava (Penude/Lamego); (13) A Ap.e foi colhida pela frente do AMM, e em consequência do embate caiu no solo; (14) A referida travessia tem cerca de 6,5 m de largura; (15) Devido ao atropelamento, a Ap.e foi de imediato ao HD Lamego, onde lhe foram prestados os primeiros-socorros e, no mesmo dia para o H. S. Pedro, Vila Real, onde esteve internada de 98.08.30 até 98.09.11; (16) Sofreu traumatismo na coxa esquerda e fractura luxação do tornozelo direito; (17) Foi operada no serviço de Ortopedia H. S. Pedro, 98.09.10, tendo sido efectuada fixação com placa de terço de cana do perónio e dois parafusos a nível do maléolo tibial interno; colocaram uma tala gessada; (18) Foi transferida para o serviço de Ortopedia HD Lamego, 98.09.11, e teve alta para o domicílio, 98.09.12; (19) foram-lhe depois retirados os pontos de sutura na consulta externa HD Lamego; (20) Andou engessada até 98.10.15; (21) Não fazia carga no solo com o membro inferior direito, após 15 dias da remoção do gesso; (22) Posteriormente à retirada do aparelho de gesso, usou uma pé elástico no pé e tornozelo acidentados; (23) Na consulta externa de Ortopedia, e após observação de RX, 98.10.20, foi posta a eventualidade de sinais de necrose do astrágolo; (24) A Ap.e fez apoio em duas canadianas até meados de 98.12, e posteriormente utilizou uma canadiana só, até finais de 99.01; (25) Em consequência das ditas lesões esteve a Ap.e ausente das aulas do curso de Design e Técnicas Gráficas (ISP Portalegre) cerca de 1 mês; 3

(26) Ainda em regime de acompanhamento ambulatório rumou a Portalegre, pois corria sérios riscos de perder o ano escolar, mas dirigia-se a HD Lamego quando lhe marcavam as consultas; (27) Em Portalegre não podia deslocar-se a pé para o ISP Portalegre, pois além de claudicar no tornozelo acidentado, as dores eram fortíssimas e longas: tinha de pedir ajuda a colegas para a levarem à escola, e chegou a alugar táxis para as deslocações; (28) Em 00.09.27 fez segundo internamento, para extracção de materiais de osteossíntese do tornozelo direito: teve alta em 00.09.28; (29) Na consulta externa de 00.10.18, a Ap.e estava bem do ponto de vista radiográfico: teve alta definitiva, com alguma rigidez a nível do tornozelo direito; (30) Por seu turno, a Ap.e tem limitações do tornozelo esquerdo, sobretudo da inversão, apresentando apenas cerca de 10% da sua mobilidade; (31) Ficou com uma ligeira amiotrofia, ao nível da perna esquerda; (32) Tem a nível da coxa esquerda, no terço médio inferior, um nódulo muito doloroso, com tamanho e consistência de uma pequena ervilha, que corresponde a um neuroma pós-traumático, contraído em consequência do acidente; (33) Utilizando um passo mais veloz, em pouco tempo, começa com ligeira claudicação; mas tem dores após marcha mais prolongada; (34) Ficou com uma cicatriz na face interna do tornozelo: 7 cm de comprimento; com outra cicatriz na face externa do mesmo tornozelo: 11 cm de comprimento; (35) Por vergonha das referidas cicatrizes, a Ap.e só veste calças e não vai à praia; (36) A data da instauração da acção a Ap.e frequentava o último ano da licenciatura e exercia as funções de professora contratada da Escola dos 2º e 3º Ciclos do Ensino Básico, José Régio, em Portalegre; (37) A Ap.e esteve totalmente incapacitada de 98.08.30 até 98.09.12, e nos dias 98.09.27/28; (38) Sofreu uma incapacidade genérica temporária parcial de 60% desde 98.09.13 até 99.01, e de 30% desde 99.01 até 00.12.04; (39) teve uma incapacidade temporária profissional de 30% desde 99.01 até fins de 99.03, e desta data até 00.10.18: ITP 20%; 4

(40) O quantum doloris da Ap.e situou-se entre os graus 4/5; o prejuízo estético no grau 4; (41) A Ap.e está afectada de uma incapacidade genérica parcial de 7,84%, com compatibilidade parcial à profissão de professora do Ensino Secundário, que exerce; (42) Existe a probabilidade de agravamento futuro da IGPP; (43) Por este dano futuro deverá acrescer à IPP um valor percentual mínimo, 2,5%, e máximo, 4%; (44) É de contemplar um quantum doloris pós fixação da IPP: grau de 2 a 3; (45) Aquando do acidente, nas horas, nos dias e meses que se lhe seguiram, a Ap.e sofreu dores fortíssimas e constantes, dores de que ainda sofre no dia de hoje, embora mais espaçadas; (46) À data do acidente, a Ap.e gozava de boa saúde, não apresentando qualquer defeito físico; tinha uma grande alegria de viver e uma constante boa disposição; (47) A Ap.e sente desgosto por causa das cicatrizes referidas; (48) E teve padecimentos e transtornos na sua vida privada; (49) Foi sujeita, ela Ap.e, a anestesias gerais, cirurgias, múltiplos RX s, usou canadianas durante vários meses, que lhe provocaram incómodos, dores, dificuldades e afastamento da vida socio-familiar; (50) Durante o acidente, a A. partiu os óculos graduados que usava (e deles necessita), tendo sido obrigada a mandá-los repará-los, no que despendeu o montante de Pte 57 500$00; (51) Em consequência do acidente, a Ap.e teve despesas com consultas, medicamentos, exames médicos, deslocações de táxi e de autocarro, tudo que remonta a Pte 110 243$00; (52) A Ap.e sente-se constrangida por causa das cicatrizes aludidas; (53) Iniciou a travessia da via do lado direito para o lado esquerdo, atento o sentido do AMM; (54) O condutor do AMM, depois de avistada a Ap.e, desviou-se para a esquerda dele, atento o sentido de marcha em que seguia; (55) Entretanto, a Ap.e prosseguiu a travessia da via. III. Cls./Alegações: 5

(a) O montante fixado em termos de danos morais sofridos pela Ap.e não ilustra com justeza a compensação para a dor e padecimentos concretos sofridos pela recorrente; (b) Daí que tal montante, em termos de equilíbrio, responsabilidade, e tendo em conta o criterioso sopesar das realidades da vida hodierna, deva ser fixado em 40 000,00; (c) Houve, por parte da decisão recorrida, incorrecta aplicação e interpretação dos arts. 496/3 e 562 ss CC; (d) Nestes termos, deve ser dado provimento. IV. Contra-alegações: (a) A sentença recorrida não merece o menor reparo, tendo atribuído indemnização justa e adequada ao caso concreto; (b) Foi proporcional à gravidade do dano, com base nas regras da boa prudência, do bom senso prático, da justa medida das coisas e do criterioso sopesar das realidades da vida, art. 496/3 CC; (c) se é certo que a Ap.e sofreu danos, não é menos verdade que não têm a gravidade que lhes retrata, pois a localização no tornozelo, e consequente prejuízo estético, não é de molde a torná-los graves, atendendo à pouca visibilidade dos mesmos quer para a Ap.e quer para terceiros; (d) A quantia pedida pela Ap.e é, pelo contrário, manifestamente exagerada: está de fora de qualquer critério legal e jurisprudencial 5 ; (e) Note-se por outro lado que a quantia atribuída de 15 000 corresponde sensivelmente a metade do valor fixado pela jurisprudência ao supremo bem que é o direito à vida; (f) Deve ser negado provimento ao recurso, mantida inteiramente a decisão recorrida. V. Recurso: pronto para julgamento. 5 Citou a p.i.:...93. [a quantia pedida] pode considerar-se exorbitante, mas o especial caso da A. ilustra o bem fundado do pedido. 6

VI. Sequência: (a) A recorrente questiona da sentença apenas o montante fixado para a indemnização dos danos não patrimoniais: é este o tema do recurso, muito embora pareça certo que não foram levados em conta, na 1ª instância, certos aspectos provados no domínio dos danos materiais. Assim: a IGTP, 98.09.13/99.01, de 60% e a ITP, 99.01/99.03, 30%, 99.03/00.10.18, 20%, sabendo-se que exercia como professora, podem naturalmente ter implicado perda de remuneração, pelo menos em alguma medida. Por outro lado, a IGPP de 7,84%, com probabilidade de agravamento futuro no intervalo de 2,5% a 4% caracteriza também um dano patrimonial futuro, a graduar sob juízos de equidade, mas tendo por base, seja em que medida for, dados provindos da retribuição mensal esperada. Excluído este aspecto do debate resta um juízo que aprecie a regra da adequação utilizada pela sentença recorrida na estimativa do preço da dor, correspondente a toda a sintomatologia aguda, meramente psíquica, episódica ou permanente associada às lesões e ao tratamento das lesões sofridas pela atropelada, às cicatrizes resultantes. Não pode ser esquecido que foram dadas como provadas limitações no tornozelo esquerdo, sobretudo da inversão, apresentado apenas cerca de 10% da sua mobilidade, circunstância penosa para quem tem de dar aulas, muitas vezes sem poder sentar-se, ou não sendo conveniente que se sente durante horas. Este aspecto autoriza expandir um pouco a indemnização sendo certo não poder deixar de se atender ao argumento das contra-alegações no sentido de não deverem ser provocadas rupturas em demasia na corrente jurisprudencial. A equidade porém obriga neste caso a elevar a indemnização para 25 000,00, montante que proporciona uma satisfação bastante, elisiva da pena, e vista no plano da habitualidade da vida de estatuto socio-profissional e económico da vítima: suponhamos, por exemplo, a entrada de numerário para garantia da aquisição de uma casa nova, e as expectativas e satisfações que pode trazer a uma jovem professora do ensino secundário, apoquentada por dores ou inflexibilidade do tornozelo. 7

Por conseguinte, e neste alcance apenas, procede a Apelação. (b) Tudo visto, e os arts. 484, 496/3 e 562 ss CC, decidem alterar a sentença recorrida (que no mais fica intocada), para fixarem a indemnização a satisfazer para com a Ap.e em 25 000,00, com juros de mora contados da citação. VII. Custas: na proporção do decaimento; e no caso da Ap.e se e quando obtiver melhor fortuna. 8