Em Conferência, no tribunal da Relação do Porto I.INTRODUÇÃO:

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1 PN ; Ap.: Tc Marco Canaveses, 2. J ( Ap.e:; Ap.o:. Em Conferência, no tribunal da Relação do Porto I.INTRODUÇÃO: (1) Não se conformou a Companhia de com a sentença de 1ª instância que atribuiu a indemnização de ,85 aos Ap.os., por si e que também representam os filhos, radicada em danos emergentes de sinistro rodoviário que envolveu os automóveis (segurado) e (2) Da sentença recorrida: (a)o A. esteve sem poder trabalhar com a con sequente perda de salário, que importou em Pte $00; e também ficou provado que o patrão lhe emprestou uma viatura mas que lh e descontou a quantia total de Pte $00; (b) N o que respeita do valor do veículo acidentado estimado apenas em Pte $00; os salvados Pte $00 (não pôde ser apurado qual o montante que seria necessário para que adquirisse um veículo idêntico ao que tinha ou que a soma necessária para este efeito fosse igual a este valor comercial da viatura). Mas o certo é que o A. tem direito a que lhe seja posto à disposição um automóvel igual ao que possuía, uma vez qu e a reconstituição natural não é possível, compete-lhe a quantia necessária à reparação que, no entanto, importa em Pte $00; 1 Vistos: 2 Adv. Dr. 3 Adv. Dr.ª 1

2 (c) Por conseguinte, os danos patrimoniais remontam a Pte $00, ou seja, 8 358,85; (d) Pelas dores e incómodos que suportou e se mantêm, assim como tendo em vista a situação de debilidade física para que as lesões consequentes ao sinistro contribuíram necessariamente, pediu o A. Pte $00 (paralisação do automóvel) + Pte $00 (dores pessoais) + Pte $00 (dores da mulher) + Pte $00 (filho) + Pte $00 (filha); (e) Incómodos p ela paralisação e o desgosto em consequência da falta do veículo estimados agora: 500,00; dores do A.: 1 500,00; dores da A.: 2 500,00; dores dos filhos: 1 500,00 para cada um. Importa a soma dos danos patrimoniais em 7 000,00; (f) Portanto, indemnização total: ,89, que se contém nos limites do pedido visto que à quantia de Pte $00, está incluída neste também a quantia de Pte $00 mensais, contada da data da propositura até integral pagamento, dispêndio que cessou, como vimos, em Dezembro 2000, tendo a acção dado entrada em Outubro; (g) Os juros de mora contam da citação, à taxa de 7% até e de 4% subsequentemente. II.MATÉRIA ASSENTE: (1) No dia 1 de Maio de 2000, cerca das 15.30h, ao Km 04,60 da EN 321-1, no lugar de Lavra, freguesia de Soalhães, concelho de Marco de Canaveses, ocorreu um embate em que foram intervenientes os veículos ligeiros de passageiros, marca Ren ault 5, p ertença do A, e pelo mesmo conduzido e o v eículo Opel, matricula, pertença de e pelo mesmo conduzido. (2) No dia e hora ref eridos em (1), o veículo VX circulava no sentido Baião/Marco e o veículo FV no sentido oposto. (3) O A. conduzia o veículo VX a uma velocidade não superior a 40 Km/h. 2

3 (4) Como consequência do embate, veículo VX sofreu danos que afectaram peças estruturais do veículo e tornaram desaconselhada a reparação do mesmo, o que ascendia a Pte $00. (5) Por contrato titulado pela apólice n.º, o proprietário do veículo FV tinha transferido para a A. a responsabilidade civil per ante terceiros emergente de acidente de viação em que este fosse interveniente. (6) Ao chegar ao lugar de Lavra, quando o A. se encontrava a meio de uma curva, surgiu-lhe o veículo FV a circular fora da su a mão de trânsito. (7) A referida curva descreve-se para a esquerda, atento o sentido de marcha de VX. (8) Como tal, o veículo FV veio embater no v eículo VX. (9) O A. não teve possibilidade de se desviar ou de, por qualquer modo, evitar o embate. (10) O condutor do veículo FV circulava a uma velocidade superior a 70 Km/h. (11) No lugar do embate a estrada tem 5,20 m de largura. (12) O condutor do veículo FV embateu com a sua parte frontal na parte frontal e lateral esquerda do veículo VX. (13) Como consequência do embate, o veículo VX recuou 4m desde o local onde o embate ocorreu. (14) O A. marido sofreu um traumatismo craniano com pequeno hematoma parietal esquerdo. (15) Em consequência dos ferimentos sofridos o A. marido teve dores, que se mantiveram por mais de uma semana e impediram-no de trabalhar nos 15 dias subsequentes ao embate, com consequente p erda de salário. (16) A A. mulher sofreu traumatismo do nariz com epistaxis, e diversas escoriações na face. (17) Devido às lesões, sofreu dores durante mais de 2 semanas. (18) E ficou com vidros na face que lhe causaram cicatrizes. (19) Em consequência do embate, o filho dos, sofreu uma perda de sentidos e um traumatismo frontal e malar esquerdo. (20) O menor sofreu dores que o impediram de frequen tar as aulas nos dias seguintes. 3

4 (21) A filha dos AA,, ficou incapacitada de frequentar as aulas na semana seguinte ao embate. (22) Devido à impossibilidade de frequentar as aulas e os testes, a, baixou a sua média escolar, o que lhe causou desgosto. (23) À data, o veículo VX encontrava-se em bom estado de conservação, valendo Pte $00. (24) O A. utilizava o veículo par a passeios ao fim-de-semana, e para se deslocar para o trabalho que dista 25 Kms da sua residência. (25) O A. encontra-se privado do veículo até à presente data. (26) Na data do acidente o A. não tinha possibilidade de adquirir outro veículo. (27) Desde a data do acidente até Dezembro do mesmo ano, o patrão do marido emprestou-lhe um veículo automóvel para utilizar como meio de transporte. (28) E, como contrapar tida pela utilização do veículo descontava PTE $00 mensais do ordenado do A. (29) O A. sofreu incómodos e desgosto por se ter visto privado do seu veículo automóvel. (30) O veículo VX era do ano de (31) E tinha mais de Km. (32) Após o embate, os salvados do VX ficar am a valer Pte $00. III.CLS/ALE GAÇÕES: (a) O A. pediu, a titulo de indemnização pela perda da viatura a importância de Pte $00 alegadamente correspondente ao seu valor, pedido que deduziu de forma a prescindir da sua reparação. (b) E, tendo ficado provado que a viatura, afinal, não valia mais do que PTE $00, o tribunal recorrido, ao arrepio da causa petenti e dos factos que deu como provados, atribuiu-lhe uma indemnização de Pte $00, referente ao custo de reparação. (c) Violou, portanto, disposições de natureza adjectiva e também substantiva, nomeadamente, o art. 661/1 CPC e o art. 566/1.2 CC. (d) Uma vez que, a reconstituição natural não era possível, a indemnização em dinheiro deveria ter como medida a diferença entre a situação do lesado e 4

5 a que teria se não fossem os danos, diferença essa, que radica, afinal, no valor da viatura à data do sinistro. (e) Também arbitrou verbas desadequadas a título de compensação pelas dores e sofrimento físico de e seu filho: não deveriam ter ex cedid o, respectivamente, e 750. (f) Logo, aplicou indevidamente e de forma iníqua, o disposto no art. 494 CC. (g) Por conseguinte, deve ser revogad a parcialmente a douta sentença recorrida e substituída por outra, que julgue nos termos acima referidos. III.CONTRA-ALEGAÇÕES: (1) Os recorridos peticionaram a quantia de Pte $00 a título de danos patrimoniais decorrentes da perda da sua viatura automóvel, a qual ficou destruída no acidente cuja responsabilidade coube ao segurado da Recorrente (2) A reparação ascendia a Pte $00, tendo os recorridos peticionado a quantia de Pte $00, para poder adquirir veículo igual ao que lhe fora destruído no acidente. (3) Não constitui qualquer nulidade o facto de a sentença ter estimado os danos não patrimoniais em quantia superior à indicada pelo A. na PI, desde que, ao fixar a indemnização global o juiz não condene em quantidade superior à globalidade do pedido formulado. (4) Assim, e por limitações impostas pelo pedido formulado pelos próprios recorridos, a condenação da recorrente não poderá exceder Pte $00, a titulo de danos patrimoniais sofridos pela destru ição do veículo. (5) Mas, o que é certo é que os reco rridos têm direito a que lhes seja posto à disposição um veículo igual ao que possuíam, o que só seria possível após se despender Pte $00 com a reparação necessária. (6) Logo, e pela decorrência do disposto no art. 641 CPC o valor a fixar não poderá exceder o pedido de Pte $00, pelo que na parte que 5

6 excede este montante, terá razão a recorrente em pretender a alteração da decisão de 1.ª instância. (7) O disposto no art. 566 CC não derroga o p rincíp io geral previsto no art. 562 CC, segundo o qual o causador do dano fica obrigado à sua reparação, devendo reconstituir a situação que ex istiria, se não se tivesse verificado o evento danoso. (8) Para reconstruir a situação anterior à destruição do automóvel do recorrido, mostra-se necessário o montante de Pte $00, para adquirir um veículo automóvel idêntico ao que tinha antes do acidente. (9) A gravidade das lesões corporais sofridas pelos recorridos foi justamente compensada com os valores que lhes foram arbitrados na douta sentença. (10) A indemnização foi calculada segundo o prudente arbítrio do julgador, e com recurso a parâmetros consensuais na jurisprudência, devendo manter-se intocados os respectivos montantes. (11) O disposto no art. 494 CC não é imperativo, sendo que na sua aplicação, sempre deverá o juiz atender ao grau de culpabilidade do agente, à situação económica deste e do lesado, e às demais circunstâncias do caso que o justifiquem. (12) As indemnizações fixadas respeitam inteiramente o que dispõe a lei substantiva para a indemnização por danos não patrimoniais, e, bem assim, os valores correntemente pagos em situações an álogas, e que o julgador no seu prudente arbítrio determinou com respeito por todos esses elementos. (13) Por conseguinte, a douta sentença em crise não violou o disposto nos art.s 494, 562, 566 CC, devendo-se manter na íntegra, ex cepto na parte qu e se refere aos danos patrimoniais sofridos pelos recorridos com a destruição e perda total da sua viatura, cujo valor deverá ser fixado em Pte $00. IV.RECURSO, julgado nos termos do art.º 705 CPC: (a ) Abordando em primeiro lugar a questão do ressarcimento dos danos morais, verifica-se que na verdade o A. sofreu traumatismo craniano 6

7 simples, tendo tido dores de grau 2 com impedimento para o trabalho: segundo a estimativa comum e que nos vem tanto da prática actuarial como das indemnizações fixadas por sentença, parece ser mais adequada a quantia de 1000,00 para a compensação da vítima. (b ) Do mesmo modo, no caso de que sofreu dores que apenas o impediram de frequentar as aulas nos dias seguintes, sem sequelas nem danos estéticos: o mesmo critério aponta para os 750,00 defendidos na minuta da Apelação. (c) Resta, portanto, enfrentar o problema da indemnização fixada pela perda da viatura, problema acerca do qual a Companhia de Seguros defende a tese comum de um ressarcimento indexado ao valor de mercado do automóvel, enquanto a sentença concedeu o excesso do preço de repara ção. (d ) Bem vistas as coisas, o critério da diferença, tal como vem formulado no C ódigo Civil não deixa de poder ter uma leitura objectivista favorável à posição singular do lesado, i.é, indemnizar a despesa real do proprietário que terá de aplicar em metálico maior valor do que o preço de mercado na reparação do automóvel, nem assim é aceitar um critério subjectivista. (e) Na verdade, esse preço de reparação reposto é racionalmente adequado à particular dificuldade pessoal do lesado, que a ordem jurídica concerteza não tomou como obrigado ao sacrifício advindo de ter de suportar a discrepância entre os dois diferentes preços de mercado. (f) Só assim não seria se tivesse ficado pro vado que o A. dispunha de meios financeiros bastantes para adquirir normalmente uma nova viatura: trata-se contudo de matéria de excepção que a recorrente não alegou. (g ) Por conseguinte, e porque a indemnização não é fixada verba a verba, mas cada uma d elas serve apenas de motivo orientador do cômputo global, conced e-se a justeza do cálculo, neste particular, da sentença de 1ª instância, não obstante o desconto avan çado pelos AA. Com efeito, a prova da reparação por aquele preço de Pte $00, está feita mediante recibo. (h) Tudo visto, e os arts. 494 e 566/1.2 CC, foi a sentença recorrida apenas alterada no sentido de ser fixada a indemnização final em ,89. 7

8 V.RECLAMAÇÃO: da Companhia CPC, sem motivos adicionais., nos termos do artº700/3 VI.RESPOSTA: Não houve. VII.SEQUÊNCIA: (a) Aceitam e aderem aos argumentos do despacho reclamado e, deste modo, concordam com a decisão. (b) Por conseguinte, ao abrigo dos preceitos de lei invocados a seu tempo, mantêm-na inteiramente por este acórdão. VIII. CUSTAS: Aqui, sem custas, por se tratar de passo necessário a futuro recurso. 8