Prof. Wanderson S. Paris. Referência: TUBINO, D. F. Manual de Planejamento e Controle da Produção. 2o edição. São Paulo: Atlas, 2000.

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Transcrição:

ESTRATÉGIAS DE PRODUÇÃO Prof. Wanderson S. Paris Referência: TUBINO, D. F. Manual de Planejamento e Controle da Produção. 2o edição. São Paulo: Atlas, 2000.

O planejamento estratégico busca maximizar os resultados das operações e minimizar os riscos nas tomadas de decisões das empresas. O impacto de suas decisões são de longo prazo e afetam a natureza e as características das empresas no sentido de garantir o atendimento de sua missão. Para efetuar um planejamento estratégico, a empresa deve entender os limites de suas forças e habilidades no relacionamento com o meio ambiente, de maneira a criar vantagens competitivas em relação à concorrência, aproveitando-se de todas as situações que lhe trouxerem ganhos. PRODUÇÃO RODUÇÃO PLANEJAMENTO ESTR RATÉGICO DA 2

Missão Estratégia Corporativa Estratégia Competitiva Estratégia Funcional Finanças Marketing Produção Plano Financeiro Plano de Marketing Plano de Produção Táticas PRODUÇÃO RODUÇÃO PLANEJAMENTO ESTR RATÉGICO DA Operações Financeiras Operações de Marketing Operações de Produção 3

A missão corporativa é a base de uma empresa, é a razão de sua existência. Fazem parte desta questão a definição clara de qual é o seu negócio atual e qual deverá ser no futuro, bem como a filosofia gerencial da empresa para administrá-lo. Normalmente ao se definir a missão corporativa, algumas questões devem ser levantadas, entre elas: Qual o escopo do negócio: industrial, comercial ou de prestação de serviços? Qual a essência do negócio? Qual o sentido e intensidade do crescimento que está se buscando? Como nos propomos a atender as necessidades dos clientes? MISSÃO CORPORATIV VA 4

A estratégia corporativa define as áreas de negócios em que a empresa deverá atuar, e como a mesma deverá adquirir e priorizar os recursos corporativos no sentido de atender as reivindicações de cada unidade de negócios. É a estratégia corporativa que faz com que os diversos negócios da empresa tenham um sentido comum, e obtenham resultados superiores a mera soma dos resultados individuais. Deverá especificar em que condições a diversificação de negócios contribuirá para o crescimento sustentável da corporação como um todo. ESTRATÉGIA CORPORA ATIVA 5

Estratégia Competitiva A A Missão Estratégia Corporativa Estratégia Competitiva B Estratégia Competitiva C ESTRATÉGIA CORPOR RATIVA 6

A estratégia competitiva, ou estratégia da unidade de negócios, propõem a base na qual os diferentes negócios da empresa irão competir no mercado, suas metas de desempenho, e as estratégias que serão formuladas para as várias áreas funcionais do negócio, no sentido de suportar a competição e buscar tais metas. Pode-se dizer que uma estratégia competitiva, em dado instante, é a escolha por uma determinada posição competitiva. ESTRATÉGIA COMPETI TITIVA 7

A escolha por uma determinada estratégia competitiva define a alocação de recursos e as habilidades organizacionais necessárias para a produção dos bens e/ou serviços oferecidos ao mercado. Estratégia Competitiva Benefícios para Clientes Custos para Empresa Margem de Lucro Volume de Vendas ESTRATÉGIA COMPETI TITIVA 8

Define-se três estratégias genéricas de margem/volume que podem ser empregadas pelas empresas na competição pelo mercado: Na liderança de custosa empresa deverá buscar a produção ao menor custo possível, podendo com isto praticar os menores preços do mercado e aumentar o volume de vendas. Na estratégia de diferenciaçãose busca a exclusividade em alguma característica do produto que seja mais valorizada pelos clientes. A estratégia de focalizaçãoé aquela que a empresa deverá buscar caso não consiga liderança de custos ou diferenciação da concorrência. ESTRATÉGIA COMPETI TITIVA 9

O equacionamento destas estratégias de competição deve ser feito à luz do posicionamento dos concorrentes diretos e indiretos que atuam no mercado, conhecidos como as cinco forças competitivas de Porter: Prof. Wanderson A rivalidade entre as empresas concorrentes, o poder de barganha dos clientes e dos fornecedores, a ameaça de novos entrantes potenciais, e a ameaça de produtos substitutos. A escolha da melhor estratégia competitiva inclui a avaliação destas forças e o seu impacto sobre o desempenho das alternativas de custo/volume disponíveis à empresa. ESTRATÉGIA COMPETI TITIVA 10

Definida a posição competitiva da empresa, pode-se então passar ao detalhamento das estratégias funcionais adequadas ao atendimento desta questão. Estratégia Competitiva Unidade de Negócio A Prof. Wanderson ESTRATÉGIA COMPETI TITIVA Estratégia Funcional Marketing Estratégia Funcional Produção Estratégia Funcional Finanças 11

Consiste na definição de um conjunto de políticas, no âmbito da função de produção, que dá sustento à posição competitiva da unidade de negócios da empresa. A estratégia produtiva deve especificar como a produção irá suportar uma vantagem competitiva, e como ela irá complementar e apoiar as demais estratégias funcionais. Prioridades dos Critérios de Desempenho Áreas de Decisões Estratégia de Produção Políticas da Produção ESTRATÉGIA DE PROD DUÇÃO 12

O objetivo da estratégia de produção é fornecer à empresa um conjunto de características produtivas que dêem suporte à obtenção de vantagens competitivas de longo prazo. Prof. Wanderson O ponto de partida para isto consiste em estabelecer quais critérios, ou parâmetros, de desempenho são relevantes para a empresa e que prioridades relativas devem ser dadas aos mesmos. Estes critérios deverão refletir as necessidades dos clientes que se buscam atingir para um determinado produto de maneira a mantê-los fieis à empresa. CRITÉRIOS ESTRATÉGI ICOS DA PRODUÇÃO 13

Principais Critérios: Custo= Produzir bens/serviços a um custo mais baixo do que a concorrência. Qualidade= Produzir bens/serviços com desempenho de qualidade melhor que a concorrência. Prof. Wanderson Desempenho de Entrega= Ter confiabilidade e velocidade nos prazos de entrega dos bens/serviços melhores que a concorrência Flexibilidade= Ser capaz de reagir de forma rápida a eventos repentinos e inesperados. Outros: Inovatividadee não agressão ao meio ambiente. CRITÉRIOS ESTRATÉGI ICOS DA PRODUÇÃO 14

As políticas definidas para cada área do sistema de produção orientam a operação e evolução deste sistema. Prof. Wanderson Instalações= Qual a localização geográfica, tamanho, volume e mix de produção, que grau de especialização, arranjo físico e forma de manutenção. Capacidade de Produção= Que nível, como obtê-la e como incrementá-la. Tecnologia= Quais equipamentos e sistemas, com que grau de automação e flexibilidade, como atualizá-la e disseminá-la. Integração Vertical= O que a empresa irá produzir internamente, o que irá comprar de terceiros, e qual política implementar com fornecedores. ÁREAS DE DECISÃO NA PRODUÇÃO 15

Organização = Qual a estrutura organizacional, nível de centralização, formas de comunicação e controles das atividades. Recursos Humanos = Como recrutar, selecionar, contratar, desenvolver, avaliar, motivar e remunerar a mão-de-obra. Qualidade= Atribuição de responsabilidades, que controles, normas e ferramentas de decisões empregar, quais os padrões e formas de comparação. Planejamento e Controle da Produção = Que sistema de PCP empregar, que política de compras e estoques, que nível de informatização das informações, que ritmo de produção manter e formas de controles. Novos Produtos = Com que freqüência lançar, como desenvolver e qual a relação entre produtos e processos. ÁREAS DE DECISÃO NA PRODUÇÃO 16

As decisões estratégicas devem ser entendidas como um processo dinâmico, sofrendo alterações conforme o mercado e a concorrência forem se posicionando. Posição Competitiva Prioridades entre os critérios de desempenho e políticas de produção desejáveis F u t u r o Estratégia de Produção atual Alternativas de Posições Competitivas E v o l u ç ã o DINÂMICA DA ESTRAT TÉGIA DE PRODUÇÃO 17

Filosofia JIT/TQC Satisfazer as necessidades do cliente Eliminar desperdícios Melhorar continuamente Envolver totalmente as pessoas Organização e visibilidade JIT TQC Produção focalizada; Produção orientada pelo cliente; Produção puxada; Nivelamento da produção; Redução de leadtimes; Fabricação de pequenos lotes; Redução de setups; Manutenção preventiva; Polivalência; Integração interna e externa; etc. Lucro pelo domínio da qualidade; Priorizar as ações; Agir com base em fatos; Controle do processo; Responsabilidade na fonte; Controle a montante; Operações a prova de falha; Padronização; etc. A FILOSOFIA FILOSOFIA JIT/TQ QC 18

Como resultado das decisões estratégicas no âmbito da produção, é elaborado um plano de longo prazo que têm por meta direcionar os recursos produtivos no sentido das estratégias escolhidas. Este plano servirá de base para equacionar os níveis de produção, estoques, recursos humanos, máquinas e instalações necessários para atender a demanda prevista de bens e serviços. PLANO DE PRODUÇÃO O 19

O plano de produção trabalha com informações agregadas de vendas e produção, normalmente com o agrupamento de produtos em famílias afins. Os produtos são medidos em valores financeiros; Os períodos de planejamento são de meses ou trimestres, abrangendo um, ou mais anos, para frente; A nível tático, o plano de produção servirá de base para desenvolver o planejamento mestre da produção, onde as informações serão desmembradas; Há necessidade de desenvolver uma dinâmica de replanejamentoque seja empregada sempre que uma variável importante do plano se alterar substancialmente PLANO DE PRODUÇÃO O 20

Há uma série de informações necessárias para a elaboração de um plano: Recursos= Equipamentos, instalações, força de trabalho, taxa de produção. Previsão da demanda= Demanda prevista para as famílias de itens. Prof. Wanderson Políticas alternativas= Sub-contratações, turno extras, postergar a produção, estoques, etc. Dados de custos= Produção normal, armazenagem, sub-contratações, turno extra, etc. ENTRADAS PARA OPL LANO DE PRODUÇÃO 21

Ao traçarmos os rumos estratégicos da produção, decidindo em cima das variáveis que influenciam na taxa de demanda e de produção, nós temos três grupos de alternativas básicas que poderão ser seguidas: 1. Manter uma taxa de produção constante; 2. Manter uma taxa de produção casada com a demanda; 3. Variar a taxa de produção em patamares. ENTRADAS PARA OPL LANO DE PRODUÇÃO 22

Várias técnicas podem ser utilizadas para auxiliar na elaboração de um plano de produção. Algumas delas procuram soluções otimizadas, outras aproveitam-se da experiência e do bom senso dos planejadores. As técnicas matemáticas empregam modelos matemáticos (programação linear, programação por objetivos, simulação, algoritmos genéticos, etc.) para buscar a melhor alternativa. As técnicas informais de tentativa e erro empregam tabelas e gráficos para visualizar as situações planejadas e decidir pela mais viável. PREPARANDO O PLAN NO DE PRODUÇÃO 23

Os passos básicos para gerar um plano de produção são os seguintes: 1. Agrupar os produtos em famílias afins; 2. Estabelecer o horizonte e os períodos de tempo a serem incluídos no plano; 3. Determinar a previsão da demanda destas famílias para os períodos, no horizonte de planejamento; Prof. Wanderson 4. Determinar a capacidade de produção pretendida por período, para cada alternativa disponível (turno normal, turno extra, subcontratações, etc.); PREPARANDO O PLAN NO DE PRODUÇÃO 24

5. Definir as políticas de produção e estoques que balizarão o plano (por exemplo: manter um estoque de segurança de 10% da demanda, não atrasar entregas, ou buscar estabilidade para a mão-de-obra para pelo menos 6 meses, etc.); 6. Determinar os custos de cada alternativa de produção disponível; 7. Desenvolver planos de produção alternativos e calcular os custos decorrentes; 8. Analisar as restrições de capacidade produtiva; 9. Eleger o plano mais viável estrategicamente. PREPARANDO O PLAN NO DE PRODUÇÃO 25

Desenvolver um plano de produção de uma família de produtos, para os próximos dois anos com períodos trimestrais. Os dados de estoques, previsão de demanda e custos são os seguintes: EXEMPLO Período 1 trim. 2 trim. 3 trim. 4 trim. 5 trim. 6 trim. 7 trim. 8 trim. Total Demanda 200 200 200 300 400 300 200 200 2000 Estoque inicial = 50 Custos: Produtivos: Turno normal = $4 por unid. Turno extra = $6 por unid. Subcontratação = $10 por unid. De estocagem: $2 por unid. por trim. sobre o estoque médio De atraso na entrega: $20 por unid. por trim. 26

Na primeira alternativa a ser analisada, vamos supor que a Prof. Wanderson estratégia adotada seja de manter a capacidade produtiva constante de 250 unidades (2000/8 = 250) por trimestre, e utilizar os estoques para absorver as variações da demanda. Nesta primeira alternativa de plano vamos admitir atrasos e transferências de entregas para os períodos seguintes. EXEMPLO 27

Período 1 trim. 2 trim. 3 trim. 4 trim. 5 trim. 6 trim. 7 trim. 8 trim. Total Demanda 200 200 200 300 400 300 200 200 2000 Produção: Normal 250 250 250 250 250 250 250 250 2000 T. extra Subcontr. Prod - Dem 50 50 50 (50) (150) (50) 50 50 0 Estoques: Inicial 50 100 150 200 150 0 0 0 Final 100 150 200 150 0 0 0 50 Médio 75 125 175 175 75 0 0 25 650 Atrasos 0 0 0 0 0 50 0 0 50 Custos $ Produção: Normal 1000 1000 1000 1000 1000 1000 1000 1000 8000 T. extra Subcontr. Estoques 150 250 350 350 150 0 0 50 1300 Atrasos 0 0 0 0 0 1000 0 0 1000 Total $ 1150 1250 1350 1350 1150 2000 1000 1050 10300 EXEMPLO XEMPLO- ALTERNA ATIVA 1 28

Na segunda alternativa vamos admitir a introdução de turnos extras de até 40 unidades por trimestre, um ritmo de produção normal de 230 unidades e a possibilidade de atrasar e entregar pedidos nos períodos seguintes. Para uma terceira alternativa, vamos supor que o ritmo de produção normal seja de 200 unidades por trimestre, e que até 40 unidades por trimestre possa ser obtida com turnos extras e o restante sub-contratado de terceiros em lotes de 25 unidades. Não se aceitam atrasos na entrega. EXEMPLO 29

Período 1 trim. 2 trim. 3 trim. 4 trim. 5 trim. 6 trim. 7 trim. 8 trim. Total Demanda 200 200 200 300 400 300 200 200 2000 Produção: Normal 230 230 230 230 230 230 230 230 1840 T. extra 20 40 40 40 140 Subcontr. Prod - Dem 30 30 50 (30) (130) (30) 30 30 (20) Estoques: Inicial 50 80 110 160 130 0 0 0 Final 80 110 160 130 0 0 0 30 Médio 65 95 135 145 65 0 0 15 520 Atrasos 0 0 0 0 0 30 0 0 30 Custos $ Produção: Normal 920 920 920 920 920 920 920 920 7360 T. extra 0 0 120 240 240 240 0 0 840 Subcontr. Estoques 130 190 270 290 130 0 0 30 1040 Atrasos 0 0 0 0 0 600 0 0 600 Total $ 1050 1110 1310 1450 1290 1760 920 950 9840 EXEMPLO XEMPLO- ALTERNA ATIVA 2 30

Período 1 trim. 2 trim. 3 trim. 4 trim. 5 trim. 6 trim. 7 trim. 8 trim. Total Demanda 200 200 200 300 400 300 200 200 2000 Produção: Normal 200 200 200 200 200 200 200 200 1600 T. extra 0 0 0 40 40 40 0 0 120 Subcontr. 0 0 0 25 150 75 0 0 250 Prod - Dem 0 0 0 (35) (10) 15 0 0 (30) Estoques: Inicial 50 50 50 50 15 5 20 20 Final 50 50 50 15 5 20 20 20 Médio 50 50 50 32,5 10 12,5 20 20 245 Atrasos 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Custos $ Produção: Normal 800 800 800 800 800 800 800 800 6400 T. extra 0 0 0 240 240 240 0 0 720 Subcontr. 0 0 0 250 1500 750 0 0 2500 Estoques 100 100 100 65 20 25 40 40 490 Atrasos 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Total $ 900 900 900 1355 2560 1815 840 840 10110 EXEMPLO XEMPLO- ALTERNA ATIVA 3 31

Como forma de facilitar a comparação e visualização das alternativas pode-se empregar gráficos com as principais variáveis, como demanda, estoques, produção ou custos. EXEMPLO 400 350 300 Unidades 250 200 150 100 50 0 1 Trim. 2 Trim. 3 Trim. 4 Trim. 5 Trim. 6 Trim. 7 Trim. 8 Trim. Estoque Médio Alter.1 Estoque Médio Alter.2 Estoque Médio Alter.3 32

Um bom planejamento estratégico da produção deve se preocupar em balancear os recursos produtivos de forma a atender a demanda com uma carga adequada para os recursos da empresa. Se os recursos disponíveis e previstos não forem suficientes, mais recursos deverão ser planejados, ou o plano reduzido. Se os recursos forem excessivos e gerarem ociosidade, a demanda planejada no plano poderá ser aumentada, ou os recursos excessivos poderão ser dispensados e transformados em capital. ANÁLISE DA CAPACID DADE DE PRODUÇÃO 33

Uma rotina que pode ser seguida para a análise da capacidade de produção é apresentada a seguir: 1. Identificar os grupos de recursos a serem incluídos na análise; 2. Obter o padrão de consumo (horas/ unidade) de cada família incluída no plano para cada grupo de recursos; 3. Multiplicar o padrão de consumo de cada família para cada grupo de recursos pela quantidade de produção própria prevista no plano para cada família; Prof. Wanderson 4. Consolidar as necessidades de capacidade para cada grupo de recursos. ANÁLISE DA CAPACID DADE DE PRODUÇÃO 34

Vamos admitir que uma unidade de negócios (ou uma fábrica focalizada) trabalhe com quatro famílias de produtos e possua uma linha de montagem e cinco células de fabricação na sua estrutura produtiva. Os dados padrões de consumo, em horas por unidade, para cada família em cada grupo de recursos e o plano de produção das quatro famílias são: EXEMPLO Montagem Célula 1 Célula 2 Célula 3 Célula 4 Célula 5 Família 1 0,3 0,5 0,4 0 0,2 0,5 Família 2 0,4 0,5 0 0,5 0,6 0,3 Família 3 0,5 0,3 0,2 0,6 0,4 0,5 Família 4 0,5 0,4 0,5 0 0 0,4 35

1 trim. 2 trim. 3 trim. 4 trim. 5 trim. 6 trim. 7 trim. 8 trim. Total Família 1 230 230 250 270 270 270 230 230 1980 Família 2 450 450 450 450 450 450 450 450 3600 Família 3 400 400 400 420 420 400 400 400 3240 Família 4 200 200 200 200 200 200 200 200 1600 Total 1280 1280 1300 1340 1340 1320 1280 1280 10420 EXEMPLO 1 trim. 2 trim. 3 trim. 4 trim. 5 trim. 6 trim. 7 trim. 8 trim. Total Montagem 549 549 555 571 571 561 549 549 4.454 Célula 1 540 540 550 566 566 560 540 540 4.402 Célula 2 272 272 280 292 292 288 272 272 2.240 Célula 3 465 465 465 477 477 465 465 465 3.744 Célula 4 476 476 480 492 492 484 476 476 3.852 Célula 5 530 530 540 560 560 550 530 530 4.330 Total 2.832 2.832 2.870 2.958 2.958 2.908 2.832 2.832 23.022 36

1 -Quais os três níveis hierárquicos do planejamento estratégico e como eles estão inter-relacionados? Prof. Wanderson Nível corporativo, nível da unidade de negócios e o nível funcional: O nível corporativo define estratégias globais, estratégia corporativa, indicando as áreas de negócios nas quais a empresa irá participar, e a organização e distribuição dos recursos para cada uma destas áreas ao longo do tempo, com decisões centralizadas. O nível da unidade de negócios é uma subdivisão do nível corporativo, no caso da empresa atuar com unidades de negócio semi-autônomas. Cada unidade de negócio teria uma estratégia, estratégia competitiva, definindo como o seu negócio compete no mercado, o desempenho esperado e as estratégias que as áreas operacionais deverão ter para sustentar tal posição. No nível funcional, definindo a estratégia funcional, estão associadas as políticas de operação das diversas áreas funcionais da empresa, consolidando as estratégias corporativa e competitiva. QUESTÕES PARA DISCUSSÃO 37

2 -Se você estivesse fazendo o planejamento estratégico de uma empresa no ramo da construção civil, como definiria sua missão corporativa? E se a empresa fosse de serviços de segurança industrial? Missão de uma empresa no ramo de construção civil: Prof. Wanderson Procurar, com o auxílio de tecnologias cada vez mais avançadas, a melhoria contínua dos produtos e serviços realizados, buscando a satisfação dos clientes e colaboradores. Missão de uma empresa de serviços de segurança industrial: QUESTÕES PARA DISCUSSÃO Buscar o constante aperfeiçoamento de recursos humanos com o auxílio de tecnologias a fim de proporcionar segurança a todos os envolvidos. 38

3 -Quais as três estratégias competitivas básicas? Cite um exemplo ilustrativo de cada uma. Prof. Wanderson Liderança de custos: produção na região nordeste (mão-de-obra barata). Diferenciação: Banco que só trabalha com milionários. Focalização: venda de livros relacionados somente com a Engenharia de Produção. QUESTÕES PARA DISCUSSÃO 39

4 -Que critérios estratégicos qualificadores uma companhia de aviação deve buscar? Quais seriam seus os critérios ganhadores de clientes? E para uma fabricante de produtos têxteis padrões, como camisetas brancas de malha? Uma companhia de aviação deve buscar os seguintes critérios qualificadores: certificados de qualidade, desempenho de entrega, flexibilidade e não agressão ao meio ambiente. Seus critérios ganhadores de clientes seriam: o custo e o desempenho de entrega. Já um fabricante de produtos têxteis, deve buscar os critérios qualificadores como certificados de qualidade, flexibilidade, não agressão ao meio ambiente e a inovação. Seus critérios ganhadores de clientes seriam o custo e o desempenho na entrega. QUESTÕES PARA DISCUSSÃO 40

5 -Explique como os cinco princípios básicos da filosofia JIT/TQC contribuem para conciliar o atendimento dos critérios competitivos simultaneamente? Prof. Wanderson Satisfazer as necessidades dos clientes: atende os critérios de qualidade, custo, flexibilidade e desempenho de entrega; Eliminar desperdícios: atende o critério de custo; Melhorar continuamente: atende os critérios de qualidade e desempenho de entrega; Envolver totalmente as pessoas: atende o critério de inovação; Organização e visibilidade: atende os critérios de não agressão ao meio ambiente e qualidade. QUESTÕES PARA DISCUSSÃO 41

6 -Desenvolver um plano de produção de uma família de produtos, para o próximo ano com períodos trimestrais, a partir da análise de três alternativas distintas e escolha da melhor: Os dados de estoques, previsão de demanda e custos estão apresentados na tabela abaixo. Período 1 trimestre 2 trimestre 3 trimestre 4 trimestre Demanda 500 400 300 500 Estoque inicial = 50 unidades Custos produtivos: Turno normal = $5 por unidade Turno extra = $7,5 por unidade Sub-contratação = $10 por unidade Custos de estocagem = $5 por unidade por trimestre sobre o estoque médio Custos de atraso na entrega = $10 por unidade por trimestre Prof. Wanderson QUESTÕES PARA DISCUSSÃO 42

6.1. Produção constante em turno normal com manutenção de um estoque médio de 50 unidades por trimestre. É permitido postergar entregas. Período 1 trim. 2 trim. 3 trim. 4 trim. Total Demanda 500 400 300 500 1700 Produção: Prof. Wanderson Normal 400 400 400 400 1600 T. extra Sub. Cont. Prod - Dem (100) 0 100 (100) (100) Estoques: Inicial 50 50 50 50 Final 50 50 50 50 Médio 50 50 50 50 200 Atrasos 100 100 0 100 300 QUESTÕES PARA DISCUSSÃO 43

6.1. Produção constante em turno normal com manutenção de um estoque médio de 50 unidades por trimestre. É permitido postergar entregas. Período 1 trim. 2 trim. 3 trim. 4 trim. Total Custos $ Produção: Prof. Wanderson Normal 2000 2000 2000 2000 8000 T. extra Sub. Cont. Estoques 250 250 250 250 1000 Atrasos 1000 1000 0 1000 3000 Total $ 3250 3250 2250 3250 12000 QUESTÕES PARA DISCUSSÃO 44

6.2.Produção constante em turno normal, podendo-se usar turno extra, com manutenção de um estoque médio de 50 unidades por trimestre. É permitido postergar entregas. Período 1 trim. 2 trim. 3 trim. 4 trim. Total Demanda 500 400 300 500 1700 Produção: Prof. Wanderson Normal 400 400 400 400 1600 T. extra 0 0 0 100 100 Sub. Cont. Prod - Dem (100) 0 100 0 0 Estoques: Inicial 50 50 50 50 Final 50 50 50 50 Médio 50 50 50 50 200 Atrasos 100 100 0 0 200 QUESTÕES PARA DISCUSSÃO 45

6.2. Produção constante em turno normal, podendo-se usar turno extra, com manutenção de um estoque médio de 50 unidades por trimestre. É permitido postergar entregas. Período 1 trim. 2 trim. 3 trim. 4 trim. Total Custos $ Produção: Prof. Wanderson Normal 2000 2000 2000 2000 8000 T. extra 0 0 0 750 750 Sub. Cont. Estoques 250 250 250 250 1000 Atrasos 1000 1000 0 0 2000 Total $ 3250 3250 2250 3000 11750 QUESTÕES PARA DISCUSSÃO 46

6.3.Produção constante em turno normal, podendo-se usar turno extra e sub-contratações. Não há necessidade de manter estoque médio de 50 unidades, porém deve-se terminar com estoque de 100 unidades no quarto trimestre. Não admite-se entregas atrasadas. Período 1 trim. 2 trim. 3 trim. 4 trim. Total Demanda 500 400 300 500 1700 Produção: Prof. Wanderson Normal 400 400 400 400 1600 T. extra 100 0 0 50 150 Sub. Cont. 0 0 0 0 Prod - Dem 0 0 100 (50) 50 Estoques: Inicial 50 50 50 150 QUESTÕES PARA DISCUSSÃO Final 50 50 150 100 Médio 50 50 100 125 325 Atrasos 0 0 0 0 0 47

6.3.Produção constante em turno normal, podendo-se usar turno extra e sub-contratações. Não há necessidade de manter estoque médio de 50 unidades, porém deve-se terminar com estoque de 100 unidades no quarto trimestre. Não admite-se entregas atrasadas. Período 1 trim. 2 trim. 3 trim. 4 trim. Total Custos $ Produção: Prof. Wanderson Normal 2000 2000 2000 2000 8000 T. extra 750 0 0 375 1125 Sub. Cont. 0 0 0 0 0 Estoques 250 250 500 625 1625 Atrasos 0 0 0 0 0 QUESTÕES PARA DISCUSSÃO Total $ 3000 2250 2500 3000 10750 48