Cenário econômico 2013: Em meio a uma Revolução Monetária. Departamento Econômico Gradual Investimentos

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Transcrição:

Cenário econômico 2013: Em meio a uma Revolução Monetária Departamento Econômico Gradual Investimentos

ÍNDICE APRESENTAÇÃO Página 3 REVOLUÇÃO MONETÁRIA Página 7 DINÂMICA PIB Página 14 INFLAÇÃO EM PERPECTIVA Página 26 AVERSÃO AO RISCO Página 32 BRASIL E CRESCIMENTO CONCLUSÃO Página 36 PROJEÇÕES Página 48 DISCLAIMER Página 51

Apresentação: estrutura Prezado cliente, O documento que segue é nosso cenário base para 2013 e tem como objetivo apresentar as linhas gerais do estado da economia doméstica e internacional para os próximos meses. O ano que começa ainda está sob forte influência dos desafios não reolvidos do ano passado o que torna a análise prospectiva muito desafiadora e por isso mesmo menos taxativa. Vivemos no ano que passou uma verdadeira revolução monetária no país com a queda da SELIC para patamares não imaginados o que distorceu a rentabilidade esperada dos investimentos de maneira abrupta. Os efeitos da queda da taxa de juros ainda estão sendo sentidos, principalmente porque a queda da SELIC vem ocorrendo de maneira reativa aos eventos externo, e não por conta do amadurecimento da Política Monetária interna, não fosse a crise internacional seria bem provável que os juros reais brasileiros ainda fossem de quase dois dígitos. Este movimento atingiu em cheio a confiança empresarial que reagiu ao longo do ano que passou fugindo do investimento, apesar da Demanda Agregada estar em patamar elevado. Mas como iremos ver não foi somente fatores monetários internos que feriram o espírito animal dos investidores, a piora sistemática da confiança externa teve um papel importante neste mau humor e consequente falta de investimentos. A aversão ao risco chegou nas economias centrais em patamares inéditos e os Bancos Centrais destes países, em especial o FED, reagiram com Políticas Monetárias sem recedentes. O grau de desconfiança chegou a tal patamar que os títulos alemães de 2 anos apresentaram yield negativo em boa parte de 2012. Soma-se a esta Revolução Monetária interna e a piora sistemática nas economias centrais um conjunto de medidas da Administração Federal que não surtiram efeito uma vez que a Eficiência Marginal do Capital caiu drasticamente no país justamente por conta da piora das expectativas empresariais. O resultado líquido das medidas do Governo foi um sentimento de intervencionismo e a deterioração aguda dos dados Fiscais na esteira da desoneração de alguns setores. André Perfeito Economista-chefe Gradual Investimentos

Apresentação: estrutura As desonerações são necessárias num país como o Brasil, a economia feita com o corte de juros deve ser devolvida para a sociedade via corte de impostos, mas num ambiente de incerteza como o de meados de 2012 o fôlego financeiro foi apropriado pelo empresariado e não foi reinvestido. O governo vem tentando de maneira sistemática recompor a margem dos empresários, mas no geral as medidas não estão sendo eficientes. Outra medida neste sentido vem sendo as investidas sistemáticas do Banco Central e da Fazenda no mercado de câmbio. O objetivo é criar um câmbio competitivo, algo que em nossa opinião será impossível. O piso informal R$ 2,00 tende a ser rompido pelo fluxo esperado de poupança externa ao longo deste ano e mesmo um câmbio de R$ 2,30 não seria suficiente para evitar que brasileiros gastem no exterior as somas recentes, nem dar competitividade aos setores exportadores com maior valor agregado. Trabalhamos com o Dólar em R$2,00 ao final deste ano. O Banco Central vem dando sinais claros de independência operacional nestas últimas semanas ao agir duramente para evitar o enfraquecimento do Real. Além dos efeitos deletérios sobre as expectativas inflacionária já amplamente sabidas, o problema reside no maior grau de abertura da economia brasileira nos últimos anos. Hoje insumos importados e financiamento externo fazem parte da realidade de muitas empresas brasileiras e enfraquecer forte e rapidamente o Real iria deteriorar o balanço patrimonial destas empresas mais que propriamente ajudar. Sobre o Setor Externo cabem algumas palavras iniciais. O Déficit em Transações Correntes entraram numa fase crônica que não serão revertidos no curto prazo. Mesmo se o país conseguisse manter Superávits Comerciais semelhantes ao período 2004-07 este valor não seria suficiente para equalizar as outras contas das Transações Corrente, em especial os gastos de brasileiros no exterior. Como não vemos no atual Governo o menor interesse em evitar a saída de brasileiros a turismo esta situação só será revertida com a vinda de mais estrangeiros em turismo para cá, algo que deve acontecer em menor grau em 2013 (com a relativa melhora da economia internacional), e em 2014 com a Copa do Mundo.

Apresentação: estrutura Apesar dos déficits em Transações Correntes serem grandes estes são amplamente financiáveis pelo ingresso via Conta Capital e Financeira, em especial com o Investimento Estrangeiro Direto. Esta absorção de poupança externa deve se acentuar ao longo de 2013 como uma derivada da menor percepção de risco nas economias centrais. Falemos agora do estado da economia internacional em 2013. Acreditamos que, apesar de enormes dúvidas quanto aos problemas fiscais nos EUA e na Europa, a situação geral deve melhorar. Alguns sinais de dinamismo no mercado de trabalho norte-americano já são evidentes e na Europa as medidas adotadas já estão em curso, logo não esperamos mais notícias negativas. O resultado da vigilância fiscal nestes países fará que suas taxas de crescimento sejam medíocres, o que força o capital destas regiões migrar para outros mercados, em especial para o Brasil que está, sob diversas óticas, descontado. Na China a nova direção do Partido Comunista chinês aponta que deve manter seu crescimento no patamar de 7,5%, deixando assim inalterado nosso superávit com aquela economia. Mesmo os EUA que já foram nosso principal parceiro comercial tende a retomar aos poucos sua importância, sendo deficitária na relação comercial com o Brasil. Como o leitor já deve estar percebendo nosso cenário é em grande medida otimista, mas não damos como certo a retomada do Investimento em 2013. Nosso Cenário Base assume hipóteses bastante conservadoras para as projeções e por isso mesmo vemos com menos importância certos desafios como a inflação. Assumimos que crescimento em 2013 deve ser cerca de 25% inferior ao período de plena atividade do triênio 2009-11, o que nos leva a uma taxa de crescimento real do PIB este ano de um pouco menos que 2,8%. Com um crescimento desta ordem estaremos trabalhando abaixo do PIB Potencial estatístico e isto sugere que a Taxa de Desemprego deve parar de cair.

Apresentação: estrutura Com o desemprego estabilizado em patamar baixo o efeito esperado é que a Renda Real do Trabalhador pare de subir, retirando assim a pressão sobre o principal componente do IPCA, os Serviços. Com um aumento do Salário Mínimo este ano mais modesto que em outros períodos (lembrem-se que o ano que vem o reajuste deve ser de menos de 1% em termos reais) o conjunto salarial deve incomodar menos os preços, sem com isto dizer que teremos uma inflação baixa. Os Preços Administrados também devem se comportar bem apesar da alta da gasolina que deve ocorrer em breve das tarifas de ônibus urbano. A queda da Energia Elétrica e do Gás devem compensar em parte este movimentos de alta nos preços. Achamos oportuno lembrar que a alta da inflação em 2012 foi resultado, em parte, por um choque de oferta de alimentos. Isto fez a inflação ser atipicamente alta no meio do ano, o que fará que o acumulado em 12 meses recue mais fortemente agora quando a janela móvel emparelhar com o choque do ano passado. Por este motivos, a saber, i) salários mais acomodados, ii) preços administrados controlados, iii) PIB abaixo do potencial, e iv) choque de oferta em meados de 2012, acreditamos que o IPCA deve recuar para 4,8% este ano. Nos slides que seguem apresentaremos os dados que construíram este Cenário. Na primeira parte mostraremos a Revolução Monetária em curso. Na segunda abriremos os dados do PIB e mostraremos a dinâmica mais modesta do PIB. Na terceira parte algumas considerações sobre a dinâmica inflacionária. Na quarta o a aversão a risco nas economias centrais, e por fim na quinta parte dados que sugerem o crescimento continuado do Brasil nos próximos anos. Apesar do pessimismo o maior RISCO em 2013 é ser PESSIMISTA em EXCESSO e perder chances boas de ficar comprado em Brasil quando ainda estão baratos algumas classes de ativo. Obrigado pela atenção,

REVOLUÇÃO MONETÁRIA

REVOLUÇÃO MONETÁRIA O termo Revolução Monetária empregado neste relatório serve para evidenciar um conjunto de transformações ocorridas nos últimos anos na estrutura de juros e na taxa de retorno dos investimentos que se alteraram fortemente. A queda por si só nos juros não garante a elevação do investimento, isto depende, é claro, que a perspectiva do lucro esperado mantenha-se no antigo patamar. Acreditamos que a Eficiência Marginal do Capital caiu mais rapidamente que os juros nos anos recentes e isto é consequência de três variáveis, a saber: 1. Elevação do preço dos ativos (exemplo: preço de imóveis); 2. Alta dos salários em termos reais; 3. Aumento da Preferência Pela Liquidez. Os próximos slides mostram a queda abrupta, e desejada, da taxa de juros e depois indicadores sobre salário real e preço de imóveis. Estas variáveis são fundamentais para entendermos a dinâmica do investimento que fará parte deste Cenário.

jan-98 jul-98 jan-99 jul-99 jan-00 jul-00 jan-01 jul-01 jan-02 jul-02 jan-03 jul-03 jan-04 jul-04 jan-05 jul-05 jan-06 jul-06 jan-07 jul-07 jan-08 jul-08 jan-09 jul-09 jan-10 jul-10 jan-11 jul-11 jan-12 jul-12 REVOLUÇÃO MONETÁRIA Taxa de Juros de Política Monetária (% a.a.) Fonte: Bloomberg, Gradual Investimentos 45 40 35 30 25 20 15 Chile México Brasil Turquia China 10 5 0

REVOLUÇÃO MONETÁRIA Taxa de Juros Real Emergentes final de 2012 (% a.a.) Fonte: Bloomberg, Gradual Investimentos 12,00% 10,00% 8,00% 6,00% 4,00% 2,00% 0,00% -2,00% -4,00% Juros BC 4,00% 2,90% Inflação 1,72% 1,65% Taxa Real 0,32% China Chile Brasil Russia México África do Sul Turquia Índia -0,60% -0,87% -2,55% Fonte: Bloomberg, Gradual Investimentos Taxa de Juros Real Emergentes final de 2008 (% a.a.) 14,00% 12,00% 10,00% 8,00% 6,00% 4,00% 2,00% 0,00% -2,00% -4,00% 7,15% 3,74% 2,10% Brasil México Africa do Sul 0,97% China 0,49% Índia Russia -1,90% Juros BC Inflação Taxa Real

jun/00 nov/00 abr/01 set/01 fev/02 jul/02 dez/02 mai/03 out/03 mar/04 ago/04 jan/05 jun/05 nov/05 abr/06 set/06 fev/07 jul/07 dez/07 mai/08 out/08 mar/09 ago/09 jan/10 jun/10 nov/10 abr/11 set/11 fev/12 jul/12 REVOLUÇÃO MONETÁRIA Taxa de Juros Consolidada (% a.a.) Fonte: BCB-Depec, Gradual Investimentos 100 90 80 70 60 50 40 Pessoa Fisica Geral Pessoa Jurídica 30 20 10 0

jul/40 ago/42 set/44 out/46 nov/48 dez/50 jan/53 fev/55 mar/57 abr/59 mai/61 jun/63 jul/65 ago/67 set/69 out/71 nov/73 dez/75 jan/78 fev/80 mar/82 abr/84 mai/86 jun/88 jul/90 ago/92 set/94 out/96 nov/98 dez/00 jan/03 fev/05 mar/07 abr/09 mai/11 REVOLUÇÃO MONETÁRIA Rendimento Médio Real em dezembro (% a.a.) Fonte: IBGE, Gradual Investimentos 10,00% 5,00% 0,00% -5,00% MÉDIA 2005-12 = 3,68% 5,98% 5,92% 4,20% 3,60% 4,16% 2,24% 2,58% 0,74% 2003-0,43% 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012* -10,00% -10,75% -15,00% Salário mínimo - paridade do poder de compra (em US$) 350,00 300,00 250,00 ALTA DE 175% EM TERMOS REAIS E EM DÓLAR entre 2000 e 2012 200,00 150,00 100,00 50,00 0,00 Fonte: IPEA Data, Gradual Investimentos

jan/08 mar/08 mai/08 jul/08 set/08 nov/08 jan/09 mar/09 mai/09 jul/09 set/09 nov/09 jan/10 mar/10 mai/10 jul/10 set/10 nov/10 jan/11 mar/11 mai/11 jul/11 set/11 nov/11 jan/12 mar/12 mai/12 jul/12 set/12 nov/12 jan/08 mar/08 mai/08 jul/08 set/08 nov/08 jan/09 mar/09 mai/09 jul/09 set/09 nov/09 jan/10 mar/10 mai/10 jul/10 set/10 nov/10 jan/11 mar/11 mai/11 jul/11 set/11 nov/11 jan/12 mar/12 mai/12 jul/12 set/12 nov/12 REVOLUÇÃO MONETÁRIA Preço de Venda Imóvel em São Paulo (índice) Fonte: FIPE, Gradual Investimentos 160 150 140 130 120 110 100 90 80 70 60 Razão Aluguel/Preço* x SELIC (% a.m.) Fonte: BCB, FIPE, Gradual Investimentos * em São Paulo 1,20% 1,10% 1,00% 0,90% 0,80% 0,70% 0,60% 0,50% 0,40% Razão Aluguel/preço SELIC

DINÂMICA PIB BRASIL

DINÂMICA PIB BRASIL O PIB em 2013 deve ter um comportamento ainda muito fragilizado por conta da queda no Investimento, mas não só. Sob a ótica da Demanda o nosso setor externo que entre 2001 e 2009 deu um impulso relevante para a atividade doméstica deve ter comportamento neutro. O consumo das famílias é o grande motor da atividade representando 60% do PIB mas este já está em patamar bastante elevado. Os gastos do governo por sua vez podem apresentar certa elevação com a pressão política para maiores investimentos, mas mesmo este setor está sob restrição orçamentária (superávit primário abaixo da meta). Nossa matriz de hipóteses do comportamento da Demanda ao longo do 2013 fica da seguinte maneira: Chance de surpresa Componente Comportament esperado Positiva Negativa Consumo das Famílias Neutro para Positivo 15% 10% Consumo do Governo Positivo 20% 0% Investimento (FBKF) Neutro para Positivo 20% 0% Exportações Líquidas Neutro 10% 5%

1948 1950 1952 1954 1956 1958 1960 1962 1964 1966 1968 1970 1972 1974 1976 1978 1980 1982 1984 1986 1988 1990 1992 1994 1996 1998 2000 2002 2004 2006 2008 2010 DINÂMICA PIB BRASIL PIB em perspectiva histórica - Brasil (% a.a.) Fonte: IBGE, IPEA Elaboração: Depto. Econômico - Gradual Investimentos 13,00% 11,00% 9,00% Média do Período: 5,15% 7,00% 5,00% 3,00% 1,00% Média da década -1,00% -3,00% -5,00%

I/1996 III/1996 I/1997 III/1997 I/1998 III/1998 I/1999 III/1999 I/2000 III/2000 I/2001 III/2001 I/2002 III/2002 I/2003 III/2003 I/2004 III/2004 I/2005 III/2005 I/2006 III/2006 I/2007 III/2007 I/2008 III/2008 I/2009 III/2009 I/2010 III/2010 I/2011 III/2011 I/2012 DINÂMICA PIB BRASIL PIB Brasil - Ótica da Oferta (índice) (des) Fonte: IBGE Elaboração: Depto. Econômico - Gradual Investimentos 190 180 170 160 150 140 Participação no PIB Serviços 65% Indústria 30% Agricultura 5% 0% 20% 40% 60% 80% Agropecuária; 166,91 Serviços; 166,32 PIB; 162,47 Indústria; 142,78 130 120 110 100 90

I/1996 III/1996 I/1997 III/1997 I/1998 III/1998 I/1999 III/1999 I/2000 III/2000 I/2001 III/2001 I/2002 III/2002 I/2003 III/2003 I/2004 III/2004 I/2005 III/2005 I/2006 III/2006 I/2007 III/2007 I/2008 III/2008 I/2009 III/2009 I/2010 III/2010 I/2011 III/2011 I/2012 DINÂMICA PIB BRASIL PIB Brasil - Ótica da Demanda (índice) (des) 330 Participação no PIB Fonte: IBGE Elaboração: Depto. Econômico - Gradual Investimentos 280-11% Importação Exportação Investimento 7% 23% Importação; 285,93 Exportação; 278,3 230 Governo Famílias 22% 59% -20% 0% 20% 40% 60% 80% 180 130 Investimento; 178,92 Consumo das Famílias; 170,02 PIB; 162,47 Consumo do Governo; 150,08 80

DINÂMICA PIB BRASIL Exportaçao x Importaçao (índice) (des) 290 Fonte: IBGE, Gradual Investimentos 270 250 230 210 190 170 150 130 110 90 Exportação de bens e serviços Importação de bens e serviços (-) I II III IV I II III IV I II III IV I II III IV I II III IV I II III IV I II III IV I II III IV I II III IV I II III IV I II III IV I II III IV I II III IV I II III IV I II III IV I II III IV I II III 1.996 1.997 1.998 1.999 2.000 2.001 2.002 2.003 2.004 2.005 2.006 2.007 2.008 2.009 2.010 2.011 2.012

DINÂMICA PIB BRASIL Formação Bruta de Capital Fixo (índice) (des) Fonte: IBGE, Gradual Investimentos 190 180 170 160 150 140 130 120 110 100 90 I III I III I III I III I III I III I III I III I III I III I III I III I III I III I III I III I III 1.996 1.997 1.998 1.999 2.000 2.001 2.002 2.003 2.004 2.005 2.006 2.007 2.008 2.009 2.010 2.011 2.012

DINÂMICA PIB BRASIL PIB - Brasil (des) 7,00% Variação Média trimestral (% a.t.) (des) Fonte: IBGE, Gradual Investimentos 0,00% 0,20% 0,40% 0,60% 0,80% 1,00% 1,20% 1,40% Média 2000-2003 0,57% 6,00% Média 2004-2007 1,26% 5,00% Média 2008 Média 2009-2011 0,25% 0,99% 4,00% Projeção 2013 0,75% 3,00% Projeção Gradual Investimentos 2,00% 1,00% 0,00% I II III IV I II III IV I II III IV 2011 2012 2013 % ao trimestre 0,74% 0,47% 0,07% 0,07% 0,06% 0,24% 0,59% 0,70% 0,75% 0,75% 0,75% 0,75% % ao ano acumulado 6,28% 4,92% 3,73% 2,74% 1,89% 1,19% 0,86% 0,92% 1,33% 1,92% 2,43% 2,79%

dez/95 ago/96 abr/97 dez/97 ago/98 abr/99 dez/99 ago/00 abr/01 dez/01 ago/02 abr/03 dez/03 ago/04 abr/05 dez/05 ago/06 abr/07 dez/07 ago/08 abr/09 dez/09 ago/10 abr/11 dez/11 DINÂMICA PIB BRASIL adendo Balança de Pagamentos Balanço de Pagamentos - Brasil (US$ milhões) (MM12M) 12000 Fonte: BCB Elaboração: Depto. Econômico - Gradual Investimentos 10000 8000 6000 4000 2000 Transações Correntes Conta Financeira 0-2000 -4000-6000

jan/94 ago/94 mar/95 out/95 mai/96 dez/96 jul/97 fev/98 set/98 abr/99 nov/99 jun/00 jan/01 ago/01 mar/02 out/02 mai/03 dez/03 jul/04 fev/05 set/05 abr/06 nov/06 jun/07 jan/08 ago/08 mar/09 out/09 mai/10 dez/10 jul/11 fev/12 DINÂMICA PIB BRASIL adendo Balança de Pagamentos Viagens ao Exterior - Brasil (US$ milhões) Fonte: BCB-Depec Elaboração: Depto. Econômico - Gradual Investimentos $500,00 $- $(500,00) $(1.000,00) $(1.500,00) $(2.000,00) $(2.500,00) Viagens Internacionais (líquido) Viagens Internacionais (gastos de Brasilerios)

dez/99 jul/00 fev/01 set/01 abr/02 nov/02 jun/03 jan/04 ago/04 mar/05 out/05 mai/06 dez/06 jul/07 fev/08 set/08 abr/09 nov/09 jun/10 jan/11 ago/11 mar/12 out/12 DINÂMICA PIB BRASIL adendo Balança de Pagamentos Balança Comercial em 12 meses (em US$) Fonte: BCB, MDIC, Gradual Investimentos $300.000.000.000,00 $250.000.000.000,00 $200.000.000.000,00 $150.000.000.000,00 $100.000.000.000,00 Saldo Exportações Importações $50.000.000.000,00 $0,00 -$50.000.000.000,00

dez/95 ago/96 abr/97 dez/97 ago/98 abr/99 dez/99 ago/00 abr/01 dez/01 ago/02 abr/03 dez/03 ago/04 abr/05 dez/05 ago/06 abr/07 dez/07 ago/08 abr/09 dez/09 ago/10 abr/11 dez/11 DINÂMICA PIB BRASIL adendo Balança de Pagamentos Conta Capital e Invest. Estrangeiro (US$ milhões) (MM12M) 12000 Fonte: BCB Elaboração: Depto. Econômico - Gradual Investimentos 10000 8000 6000 4000 Conta Capital Investimento Estrangeiro 2000 0-2000

INFLAÇÃO EM PERSPECTIVA

INFLAÇÃO EM PERSPECTIVA A inflação em 2013 deve ser mais comportada que nos anos recentes devido a basicamente cinco aspectos: 1. O PIB brasileiro está trabalhando abaixo do seu potencial e ficará assim até o final deste ano pelo menos, o que irá acomodar o mercado de trabalho e consequentemente a Renda Real dos trabalhadores, segurando Serviços; 2. Um choque de Oferta de Alimentos (que pode ser verificado pelo comportamento recente do IPA) foi um evento atípico. O patamar mais elevado deste choque irá contribuir para uma queda relativa em meados deste ano, em Bens Não-Duráveis; 3. Os preços Administrados serão manipulados com cuidado pelo governo. Se de um lado teremos alta de Gasolina e Ônibus Urbano, por outro lado cortes em Energia Elétrica e provavelmente Gás fará o contra peso. 4. A tendência é que o Dólar continue fraco, evitando assim distorções vindos de fora, e; 5. O preço de commodities agrícolas deve permanecer estável ao longo deste ano na esteira do crescimento global ainda modesto. Projetamos que o IPCA vá fechar 2013 em 4,8% e o IGP-M em 5%. A inflação deve permanecer elevada nos próximos anos (em torno de 5%) por uma questão metodológica simples: o IPCA mede a inflação da maioria do consumo, e não da maioria da população, logo o indicador tem um peso mais forte no setor de Serviços (justamente o mais sensível a elevação da renda). Como trabalhamos com a hipótese que o Brasil vai continuar crescendo absorvendo as camadas menos favorecidas não é factível no curto prazo uma queda mais acentuada dos preços, a não ser via choque recessivo.

INFLAÇÃO EM PERSPECTIVA PIB potencial estimado (filtro Hodrick-Prescott) Assumimos o cenário de PIB apresentado no item anterior, assim estimamos o Potencial para o ano de 2013. O resultado sugere que teremos menores pressões sob o ponto de vista da demanda, em especial das famílias. Alguns economistas argumentam que o PIB potencial caiu em anos recentes devido ao aumento da absorção doméstica. Apesar da tese ser válida não vemos como matematicamente relevante neste nível de produto. O PIB está muito baixo de fato.

jan/05 abr/05 jul/05 out/05 jan/06 abr/06 jul/06 out/06 jan/07 abr/07 jul/07 out/07 jan/08 abr/08 jul/08 out/08 jan/09 abr/09 jul/09 out/09 jan/10 abr/10 jul/10 out/10 jan/11 abr/11 jul/11 out/11 jan/12 abr/12 jul/12 out/12 INFLAÇÃO EM PERSPECTIVA IPCA Aberto (% a.a.) 19,00% 14,00% Duráveis 14% Semi- Duráveis 11% Serviços 33% Não-Duráveis 42% Fonte: BCB, Gradual Investimentos 9,00% 4,00% IPCA não-duráveis duráveis serviços -1,00% -6,00%

INFLAÇÃO EM PERSPECTIVA IPA médio 2003-11 X valores de 2012 (% a.m.) Fonte: FGV, Gradual Investimentos 2,5 2 1,5 1 0,5 Média 2003-11 Em 2012 0-0,5-1

INFLAÇÃO EM PERSPECTIVA Peso Empregado Doméstico na POF Fonte: IBGE, BLS, Eurostats, INE (chile), CSO (irlanda), Gradual Investimentos 3,50% 3,00% 2,50% 3,00% 2,30% Segundo a OIT o Brasil é o país que mais possui empregadas domésticas no planeta, um contingente de 7,2 milhões de trabalhadores, ou 13% do total de empregados do mundo. 2,00% 1,50% 1,40% 1,10% 1,00% 0,50% 0,90% 0,80% 0,70% 0,50% 0,50% 0,30% 0,30% 0,25% 0,20% 0,00% 0% 0%

AVERSÃO AO RISCO - EXTERNO

AVERSÃO AO RISCO - EXTERNO As economias centrais viveram nos últimos anos um severo ajuste recessivo nas suas economias. Como consequência da quebra dos fluxos de pagamento um ajuste ainda mais severo na Política Fiscal foi ministrado no intuito de frear a quebra da confiança. Simultaneamente Políticas Monetárias extremamente expansionistas tinham como objetivo evitar a deflação de ativos e garantir juros acomodatícios. Trabalhamos com a hipótese que este processo chegou na sua mais fase aguda no segundo semestre do ano passado e que as notícias agora tendem a ser melhores na margem. Foi justamente este aumento forte na Preferência Pela Liquidez nos país centrais, somado aos desafios na economia doméstica, que jogaram o investimento no Brasil em trajetória de queda aguda. Indicadores antecedentes e de mercado de trabalho sugerem que Alemanha e EUA estão saindo da crise mais aguda e talvez estejam se encaminhando para uma fase de estagnação (o que entendemos como um período de steady state). Alguém poderia argumentar que o resto da Europa continua deteriorando na crise. Para nosso propósito basta entender o movimento geral do Capital Financeiro, que em última instância é regido pelos dois principais mercados receptores da liquidez internacional. E a China deve voltar ser mais chinesa em 2013.

jan-08 mar-08 mai-08 jul-08 set-08 nov-08 jan-09 mar-09 mai-09 jul-09 set-09 nov-09 jan-10 mar-10 mai-10 jul-10 set-10 nov-10 jan-11 mar-11 mai-11 jul-11 set-11 nov-11 jan-12 mar-12 mai-12 jul-12 set-12 nov-12 AVERSÃO AO RISCO - EXTERNO Yield 2 anos Alemanha e EUA (% a.a.) Fonte: Bloomberg, Gradual Investimentos 5 4 3 2 Alemanha EUA 1 0-1

mar-07 mai-07 jul-07 set-07 nov-07 jan-08 mar-08 mai-08 jul-08 set-08 nov-08 jan-09 mar-09 mai-09 jul-09 set-09 nov-09 jan-10 mar-10 mai-10 jul-10 set-10 nov-10 jan-11 mar-11 mai-11 jul-11 set-11 nov-11 jan-12 mar-12 mai-12 jul-12 set-12 nov-12 jan-07 mar-07 mai-07 jul-07 set-07 nov-07 jan-08 mar-08 mai-08 jul-08 set-08 nov-08 jan-09 mar-09 mai-09 jul-09 set-09 nov-09 jan-10 mar-10 mai-10 jul-10 set-10 nov-10 jan-11 mar-11 mai-11 jul-11 set-11 nov-11 jan-12 mar-12 mai-12 jul-12 set-12 AVERSÃO AO RISCO - EXTERNO Indicador Antecedente - Alemanha (% a.a.) (des) Fonte: Bloomberg, Gradual Investimentos 10 8 6 4 2 0-2 -4-6 -8 Payroll - Criaçao de Vagas EUA (des) Fonte: Bloomberg, Gradual Investimentos 138000 136000 134000 132000 130000 128000

jan-03 mai-03 set-03 jan-04 mai-04 set-04 jan-05 mai-05 set-05 jan-06 mai-06 set-06 jan-07 mai-07 set-07 jan-08 mai-08 set-08 jan-09 mai-09 set-09 jan-10 mai-10 set-10 jan-11 mai-11 set-11 jan-12 mai-12 set-12 AVERSÃO AO RISCO - EXTERNO Balança Comercial - China (US$ bilhões) Fonte: Bloomberg, Gradual Investimentos 40 30 20 10 0 MM12M -10-20 -30-40

BRASIL E CRESCIMENTO: CONCLUSÃO

BRASIL E CRESCIMENTO Nos últimos anos, vimos sérias mudanças estruturais e de patamar no Brasil que tendem a ser permanentes. Em meio à crise internacional, a economia brasileira conseguiu impor certos estímulos à demanda que não podem ser revertidos sem uma quebra estrutural da economia. Em outras palavras, o governo hoje não pode dispor do mecanismo de ajuste recessivo. Seremos obrigados a crescer nos próximos anos, o que é um enorme desafio. A boa notícia é que não precisamos lançar mão deste artifício. Tradicionalmente, quedas abruptas na atividade mundial impunham ao país um ajuste severo via Balanço de Pagamentos, mas em tempos recentes acumulamos Reservas Internacionais expressivas, que criam certo conforto neste setor. Para além das Reservas em patamares elevados a queda do superávit comercial com os EUA foi acompanhado simultaneamente por uma alta na participação da China, o que trouxe mais acomodação ao setor externo. Nosso superávit comercial ano passado foi pequeno, em torno de US$ 20 bilhões, mas este resultado não é ruim se ponderarmos que a economia chinesa teve US$ 30 bilhões de superávit no mesmo período. O Brasil goza de uma situação particular no mundo. Temos um tecido econômico que pode se ajustar a esta mutação do comércio mundial: somos exportadores tanto de bens industrializados como de matérias primas, o que cria um mix estratégico que a maioria dos emergentes não tem. Soma-se a isto que as exportações no Brasil são proporcionalmente pequenas ao PIB em comparação a outros países. Isto traz mais um grau de resiliência à economia brasileira ante a crise.

BRASIL E CRESCIMENTO O país vem crescendo de maneira inclusiva e isto traz benefícios adicionais. Apesar do PIB oficial crescer pouco, a incorporação de contingentes inteiros de trabalhadores ao mercado formal, além de corrigir uma dívida histórica, será o fundamento de um crescimento mais qualitativo nos próximos anos. O PIB per capta vem crescendo de maneira relevante bem como a renda do trabalhador. Isto gera desconforto nos balanços das empresas no curto prazo, mas é a única maneira de aumentar a produtividade geral da economia: salários mais elevados criam os incentivos à mecanização e melhoria de processos. Somente aumentar a educação da população não basta, é preciso que o cálculo econômico seja viável e é isto que devemos ver nos próximos anos. O momento é de transição, resultado do que chamei de Revolução Monetária, mas como toda revolução ela sofre perigos de reviravoltas importantes e os maiores riscos são, no curto prazo, a situação fiscal e a capacidade do governo de coordenar as expectativas. A questão fiscal é importante, mas por um motivo diverso do que é usualmente atribuído a esta variável. A questão fiscal é importante, pois determina a leitura geral sobre a saúde do governo no longo prazo e isto no Brasil é fundamental; nosso governo tem pouca credibilidade, o que explica em parte as elevadas taxas de juros aqui praticadas. Num momento de crise como o atual, seria ingenuidade exigir do governo que este cumpra as metas fiscais de um período pré-crise. A Administração Federal está desonerando a economia num momento de fragilidade e isto traz, obviamente, problemas no curto prazo.

BRASIL E CRESCIMENTO O que ninguém se questiona é qual seria o nível de crescimento se o governo estivesse segurando os gastos, elevado os juros ou liberado o aumento da gasolina. A questão fiscal ganha relevância na medida que ela explicita o mal estar existente entre os empresários. O governo da presidente Dilma tem que entender que é fundamental enfrentar esta questão de maneira mais serena. A manobra fiscal no final do ano passado para manter o superávit foi algo desastroso. A emenda saiu pior que o soneto, por assim dizer. Coordenar as expectativas é fundamental e Brasília está errando demais neste quesito, atrapalhando e muito a retomada da Eficiência Marginal do Capital. Dizer que o PIB iria crescer 4% ao ano foi apenas o exemplo mais óbvio deste imbróglio. Os exemplos são fartos. Apesar destes desafios acreditamos que de maneira geral a economia vai reagir aos estímulos apontados ao longo deste trabalho e cresceremos apesar do momento delicado na economia. Sabemos que é exigir demais do governo esta onisciência sobre os fatos da vida econômica, cortar os juros a este patamar nos colocou em terreno inexplorado e a curva de aprendizado será difícil. Este ano será desafiador com crescimento baixo, mas o maior risco como dissemos no inicio é ser excessivamente pessimista e não se posicionar de maneira adequada para os próximos anos. A queda recente do Dólar mostra que os fundamentos da economia brasileira em geral estão no lugar. Cabe ao empresariado entender este novo momento da economia e criar as novas formas de ganhar dinheiro. E isto só cabe à iniciativa privada.

dez/89 out/90 ago/91 jun/92 abr/93 fev/94 dez/94 out/95 ago/96 jun/97 abr/98 fev/99 dez/99 out/00 ago/01 jun/02 abr/03 fev/04 dez/04 out/05 ago/06 jun/07 abr/08 fev/09 dez/09 out/10 ago/11 jun/12 BRASIL E CRESCIMENTO Saldo Comercial Brasileiro acumulado 12 mueses (US$) Fonte: BCB, MDIC, Gradual Investimentos $10.000.000.000,00 $5.000.000.000,00 $0,00 China EUA -$5.000.000.000,00 -$10.000.000.000,00

jan/89 dez/89 nov/90 out/91 set/92 ago/93 jul/94 jun/95 mai/96 abr/97 mar/98 fev/99 jan/00 dez/00 nov/01 out/02 set/03 ago/04 jul/05 jun/06 mai/07 abr/08 mar/09 fev/10 jan/11 dez/11 BRASIL E CRESCIMENTO Composição Exportação - Brasil (% do total) Fonte: MDIC/Secex Elaboração: Depto. Econômico - Gradual Investimentos 100% 90% 80% 70% 60% 50% 40% Manufaturados Semi-manufaturados Produtos Básicos 30% 20% 10% 0%

BRASIL E CRESCIMENTO Exportações (% do PIB) dados 2010 Fonte: FMI-WEO, Gradual Investimentos 45 40 40,22 35 30 30,32 30,09 25 20 21,97 21,14 20,28 15 10 11,19 5 0 Chile Mexico China, People's Republic of Argentina Turkey India Brazil

dez/70 mar/72 jun/73 set/74 dez/75 mar/77 jun/78 set/79 dez/80 mar/82 jun/83 set/84 dez/85 mar/87 jun/88 set/89 dez/90 mar/92 jun/93 set/94 dez/95 mar/97 jun/98 set/99 dez/00 mar/02 jun/03 set/04 dez/05 mar/07 jun/08 set/09 dez/10 mar/12 BRASIL E CRESCIMENTO Fonte: BCB, Gradual Investimentos Reservas internacionais - Conceito liquidez (US$ milhões) 400.000 350.000 300.000 250.000 200.000 150.000 100.000 50.000 0

BRASIL E CRESCIMENTO Participação na Renda - Brasil (%) 16 Fonte: IPEA Elaboração: Depto. Econômico - Gradual Investimentos 48 15,5 47 15 46 14,5 45 14 13,5 44 43 50% mais pobres 1% mais rico 10% mais rico (eixo da direita) 13 42 12,5 41 12 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 40

BRASIL E CRESCIMENTO PIB per capita Brasil (US$) Fonte: BACEN Elaboração: Depto. Econômico Gradual Investimentos $12.000,00 $10.000,00 $8.000,00 $6.000,00 $4.000,00 $2.000,00 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011

mar-02 jun-02 set-02 dez-02 mar-03 jun-03 set-03 dez-03 mar-04 jun-04 set-04 dez-04 mar-05 jun-05 set-05 dez-05 mar-06 jun-06 set-06 dez-06 mar-07 jun-07 set-07 dez-07 mar-08 jun-08 set-08 dez-08 mar-09 jun-09 set-09 dez-09 mar-10 jun-10 set-10 dez-10 mar-11 jun-11 set-11 dez-11 mar-12 BRASIL E CRESCIMENTO Renda Real Habitual Média do Trabalhador 1800 Fonte: IBGE Elaboração: Dpto. Econômico Gradual Investimentos 1750 1700 1650 1600 1550 1500 1450 1400 1350 1300

BRASIL E CRESCIMENTO PIB percapta ajustado PPP (US$) Fonte: CIA Factbook Elaboração: Depto. Econômico - Gradual Investimentos $60.000,00 $50.000,00 $40.000,00 $30.000,00 Diferença Brasil x Argentina = 48% $20.000,00 $17.700,00 $10.000,00 $11.900,00 $-

PROJEÇÕES TABELA

PROJEÇÕES CENÁRIO BASE

André Perfeito Economista-chefe aperfeito@gradualinvestimentos.com.br Telefone: 11 3074-1257 Ouvidoria/SAC: 0800 655 1466

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