Maxi Indicadores de Desempenho da Indústria de Produtos Plásticos do Estado de Santa Catarina Relatório do 4º Trimestre 2011 Análise Conjuntural
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- Luana Tomé Pacheco
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1 Maxi Indicadores de Desempenho da Indústria de Produtos Plásticos do Estado de Santa Catarina Relatório do 4º Trimestre 2011 Análise Conjuntural O ano de 2011 foi marcado pela alternância entre crescimento, desaceleração, e, talvez tardiamente, retomada. O ano terminou com o governo federal, em uma ação coordenada, tomando ações no sentido de reativar diversos segmentos da indústria. No início de 2012, mais ações no sentido de desonerar segmentos específicos da indústria de transformação, incluindo o setor plástico. Ainda que insuficientes e pouco representativas, tais medidas representam um avanço nas relações entre setores público e privado no sentido de dar mais competitividade para aqueles segmentos da indústria mais expostos ao comércio internacional. Além disso, há uma percepção de que a inflação está convergindo para o centro da meta estipulada pelo Banco Central. Porém, persistem expectativas do mercado levemente acima desse patamar, o que abre espaço para mais medidas que injetem liquidez no sistema e reduzam o custo de capital. Está também em curso uma análise de redução de tributos federais e estaduais, que abriria caminho para quedas nas tarifas de energia, hoje totalmente contaminadas com inúmeros impostos, contribuições. Tudo isso é parte de um plano para reativar a indústria, que se encontra em um estado de crescimento lento frente ao crescimento da demanda por produtos industrializados. É notório que boa parte desse crescimento vem sendo abastecido pelas importações de produtos manufaturados. Mercado Brasileiro de Resinas Termoplásticas O mercado de resinas não está descolado da realidade do país. No ano de 2011 foi perceptível o arrefecimento da demanda, combinado com o crescimento das importações de resinas, em boa parte em função dos incentivos fiscais concedidos por alguns estados para produtos importados, que deixavam de recolher parte importante do ICMS, o que lhes dava um ganho representativo na sua competitividade.
2 Os dois primeiros gráficos dessa página mostram que o fluxo de comércio continua crescendo, mas que as importações desaceleraram em 2012, enquanto as exportações cresceram apenas no caso dos polietilenos. Nas demais resinas, as exportações foram iguais ou menores. Nesse início de ano, por força do aumento dos preços internacionais, a alta do dólar e o aumento de preços da petroquímica em ritmo menor que nos países de referência, as importações desaceleraram, principalmente no caso dos polietilenos. Já o PP seguiu sua trajetória de alta nas importações, a despeito de todos os fatores mencionados anteriormente, mesmo que combinados com a imposição de tarifas antidumping para produtos de determinados países e a obrigatoriedade de obtenção de licenças não automáticas para importação de todas as origens. A comparação se dá com os primeiros meses de 2011, momento em que havia forte demanda por resinas no Brasil. Naqueles meses, ainda estávamos sob o efeito do forte crescimento da economia nacional, as compras no mercado doméstico eram firmes, com perspectiva de alta nos preços e crescimento da demanda na ponta. Portanto, há de ser ressaltado, a comparação é com uma base forte. É evidente que há um componente adicional na análise, que é a flutuação das posições de estoque. Tais flutuações Fonte: QuiMax Report exercem importante papel sobre as medições de consumo de resinas. E os estoques costumam variar ao sabor das tendências de preços. Como o ano de 2012 está começando com tendência de altas nos preços médios de matérias-primas, há uma grande possibilidade de que parte das compras esteja sendo realizada para evitar um impacto maior sobre os custos de produção nos meses seguintes. Sendo assim, o ano de 2012 começa com estoques em fase de reposição, com exportações em alta e importações estagnadas, e com vendas levemente inferiores ao mesmo período do
3 ano passado. Porém, notamos que há uma determinação por parte do Governo Federal no sentido de reativar a atividade industrial, lançando mão de diversos instrumentos fiscais e monetários, além de medidas de proteção da indústria frente a concorrentes importados. Esperamos que tais estímulos permeiem pela economia ao longo do primeiro semestre, gerando um saldo positivo na indústria, principalmente na segunda metade do ano. A Indústria de Plástico de Santa Catarina 1) Desempenho 4 o Trimestre de 2011 As comparações quantitativas frente ao mesmo período de 2010 e com o trimestre anterior mostram números divergentes. Ficam mais evidentes as aparentes contradições entre o crescimento das vendas em relação à queda no consumo das resinas, como já havia ocorrido no terceiro trimestre. Desempenho da Indústria de Plástico de Santa Catarina no 4º trimestre de 2011 Indicadores de Desempenho Valor da Produção (mil R$) Consumo de Resinas (tons) Número de Empregos T T T T4 2011/ T T4 2011/ T ,0% -2,9% ,9% -1,9% ,0% -0,1% Nível Operacional (%) 86,6% 93,5% 90,3% - - *Em valores correntes Essa contradição é apenas aparente, e se dá muito em função do que relatamos na análise da conjuntura e do mercado de resinas. Ou seja, é explicada em boa medida pelo evidente processo de desaceleração da atividade industrial, combinado com a desestocagem ocorrida na indústria de plásticos ao longo do segundo e terceiro trimestres do ano, ainda que as vendas na indústria de bens finais e na ponta do varejo persistam relativamente saudáveis. Da análise, podemos concluir, com certo grau de precisão, que a indústria operou no quarto trimestre em um nível operacional elevado, ainda que pouco abaixo do que foi verificado no mesmo período em As vendas foram maiores que no ano passado e o nível de empregos ficou praticamente estável. Apenas as compras de resinas recuaram na relação com o mesmo trimestre do ano anterior, ainda que tenham sido praticamente mantidos os volumes de compras do terceiro trimestre. 2) Desempenho Acumulado no Ano No período referente ao acumulado do ano, fica bastante evidente a diferença entre o crescimento das vendas em relação aos demais indicadores. Temos que observar que o valor da produção e de vendas é uma função dos volumes vendidos e de seus preços. Como os preços médios das resinas em 2011 foram 7,7% maiores que em 2010, é bastante plausível assumirmos
4 que parte desse aumento tenha sido repassada aos preços dos produtos transformados. Portanto, o crescimento de 16% deve ser analisado sob a ótica da inflação setorial. Desempenho da Indústria de Plástico de Santa Catarina em 2011 Indicadores de Desempenho /2010 Valor da Produção (mil R$) Consumo de Resinas (tons) ,2% ,8% Número de Empregos ,2% Nível Operacional (%) 88,5% 84,9% - Os dados positivos no emprego e no nível operacional adicionam elementos para a tese da desestocagem e indicam que, quando houver maiores evidências da retomada da atividade econômica e de maior previsibilidade nos preços, as compras de resinas devem voltar a crescer a ponto de reduzir a distância para o volume de vendas dos produtos transformados. 3) Evolução dos Indicadores de Desempenho No gráfico a seguir, pode ser verificada a evolução dos indicadores de desempenho do setor plástico de Santa Catarina, ao longo do período de análise, desde o ano de O gráfico deve ser analisado levando em consideração os fatores sazonais, de mercado e situações pontuais. Evolução dos Índices de Desempenho da Indústria de Plástico de Santa Catarina Quanto às perspectivas para 2012, cremos na retomada do processo de crescimento da economia brasileira em geral e do setor plástico como um todo, principalmente a partir do
5 segundo semestre do ano. Cremos que as medidas do Governo terão impacto positivo sobre as vendas no varejo, negativo sobre a competitividade dos importados e positivo para a indústria nacional, ainda que possam ser consideradas por muitos como medidas protecionistas. Cremos que o período de maior incerteza da economia mundial ficou para trás. Os agentes econômicos já trabalham com cenários menos nebulosos para a Zona do Euro e com tendência de aceleração da economia americana. Os dois fatores combinados trazem maior estabilidade para os mercados financeiros e ajudam a melhorar a confiança dos consumidores, o que levaria a um novo ciclo de prosperidade. Cabe aqui ressaltar que, com razão, a situação econômica nos países desenvolvidos ainda gera um elevado nível de preocupação nos principais círculos empresariais, mas tudo indica que a pior fase da crise fiscal Europeia tenha ficado para trás. O mercado de imóveis nos EUA e os índices de desemprego já começam a mostrar essa recuperação. Ainda é cedo para ser decretado o fim da crise. Mas ainda há uma série de fragilidades e os agentes econômicos e políticos não devem baixar a guarda, sob o risco de termos novas turbulências adiante.
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